Pode parecer piada, pode ser
provocador, pode até tirar a seriedade de nossa proposta inicial, mas não vamos
deixar de usar o versículo bíblico que tem causado polêmicas neste blog. Não
faremos por uma razão muito simples: a
maldade da interpretação não é nossa! Ninguém nos perguntou a intenção
primeira, ninguém quis saber, minimamente, o nosso posicionamento, todos já
tinham ou têm em mente suas próprias conclusões. Fato que não nos surpreendem
as opiniões nem os conceitos aduzidos da maldade estampada em vocês que nos
leem, não em nós que criamos o slogan.
A verdade é que nem as intenções
mais polidas estão livres da perversidade de nos julgar com o peso da moral
austera e conservadora, que vem através dos milênios, causando tanta dor quando
o assunto é sexualidade.
Há aqueles, prezando pelo bom nome
das escrituras e a complacência da sociedade heteronormativa, que querem nos
ensinar a “hermenêutica correta do texto”, o que me leva a perguntar: por que
não agem assim, quando a interpretação recai em textos que supostamente
condenam a homossexualidade? Por que efeminados, sodomitas e outros não podem
ter contexto, sendo que a interpretação é imediata e “dar com alegria” tem que
ter?
Aliás, muito oportuno dizer que: os
capítulos 8 e 9 da segunda carta de Paulo aos coríntios dizem de uma vivência
integral, plena, verdadeira, completa, em que os irmãos dividem tudo com todos,
os mais abundantes e os menos abundantes, não havendo desigualdades entre eles.
Isso culmina no capítulo 9, versículo 7, quando Paulo afirma que a contribuição
deve ser feita de acordo com a consciência, com a vontade, com a liberdade e
isso (consciência do que se faz, vontade de fazer e liberdade no que faz) gera
a alegria que é amada por Deus.
Desta feita, quando usamos o final
do versículo “Deus ama ao que dá com alegria”, fizemos no sentido de dizer que:
tudo que é feito com liberdade, prazer e consciência; tudo aquilo que não é
pecado e que promove a si e o outro em dignidade, igualdade, fraternidade, é
amado por Deus. Sim, Deus ama quem dá com alegria, quem mergulha por completo,
por inteiro, em uma causa não se entristecendo, com pesar ou servidão, mas por
liberdade de ser o que se é e fazer o que se faz.
Assim, por sermos homossexuais e nos
orgulharmos, nos envolvemos nessa causa, certamente, podemos dizer que Deus ama
quem dá com alegria, ou seja: aquele que vive sua sexualidade, sem desigualdade
ou pesar, com consciência e liberdade, amando, vivendo, aprendendo, respeitando
e lutando para que o mundo seja um lugar melhor para todos nós, integralmente
nessa causa. Nisso somos amados por Deus.
Respondendo a um comentário em
relação do que o meio inclusivo precisa ou deixou de precisar: nunca o Gospel
LGBT voltou suas ações para as “igrejas inclusivas”, aliás, muitas vezes
discordamos das abordagens inclusivas de um evangelho heteronormativo e
opressor vivido dentro dessas comunidades. Não é por que se usa do álibi de ser
inclusivo que se é livre de homofobias e preconceitos. Ao contrário, alguns
editores deste blog já travaram as mais duras oposições, da mais sórdida
homofobia, vindas das igrejas que incluem LGBT(s). Ao que nos parece, essas
igrejas incluem tudo, inclusive, a homofobia contra seus adeptos.
Portanto, este blog segue sua
independência interpretativa teológica, não sendo prisioneiro de nenhum
conceito denominacional. Assim, continuaremos a promover uma espiritualidade
livre que reflita a ética de ser homoafetivo e cristão.
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