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Enfim, ontem conversava com um travesti que mora no meu condomínio. Conhecemos-nos há um bom tempo, se não me falhe à memória- 15 anos- mas, só ontem, tive a curiosidade de saber como ele se tornou um travesti. Não esperava que tivesse sido da forma como ele relatou, afinal, a história de vida de Claudinha revela traços desse preconceito que a seguirão e não serão apagadas pelo tempo.
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Bem, as surras também se faziam presentes, e eram corretivas. Não por causa de alguma traquinagem, ou desaforo, mas eram dadas, pelo simples fato, de o fazerem mais macho. Mário viveu sufocado durante toda sua adolescência, magoado, ferido, violado. O seu pai o tolerava, por sua condição de filho, mas não o amava por uma suposta condição imaginária, temerária... Um garoto sensível, que, até então, só queria ser como os outros, mas seu lado pacífico, gentil, o afastava dessa possibilidade.
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Uma semana se passou, e ele agora com 18 anos espera seu pai estar em casa para ir pegar suas roupas, Mário estava transformado, já não era mais o Mário, mas a Claudinha! O garoto colocou silicone industrial nas nádegas, pernas, peitos e foi ver o que seu pai achava. Nesse momento, Claudinha chorou, quando contou que ao ver o pai disse: “então coronel, o senhor sempre quis que eu fosse mulher, mulherzinha... Eu não era gayzinho, nem sou mulherzinha! Agora sou Claudinha, mulher, para realizar seu desejo”.
Mário teve seu nariz quebrado nessa noite e chamou a policia...
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Claudinha foi massacrada durante toda sua adolescência por uma idéia, ela foi tolerada numa família, mas não vivenciou uma família de fato. A homofobia tácita vem ceifando vidas, sentimentos em nome de posturas idealizadas, rígidas e justificadas seja no exército, seja na Bíblia, seja em qualquer lugar... A criminalização acabará com a tolerância e fará a inclusão, tolerar não é incluir, não é aceitar, não é amar.
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Há alguns anos Claudinha fora espancada pelo pai por ser gay, no dia 26/07/2008 um grupo foi espancado na porta de um shopping, em Santo André, pelo mesmo motivo. Todos os dias, pessoas são excluídas de rodas sociais por serem gays.
Seria a criminalização algo tão banal ou desnecessário?
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