sábado, 20 de julho de 2024

POR QUE AINDA NÃO PRENDERAM BOLSONARO?




Jair Messias Bolsonaro não é o Lula, não se assemelha a ele em nada nem mesmo quando o tema se volta para a privação de liberdade, assim vemos diferenças gritantes no comportamento social em relação a essas duas personagens, em que um (Lula) é levado ao cárcere com seus direitos solapados pelo cinismo de uma elite cáustica e o outro (Bolsonaro), por mais provas que se tenha dos crimes cometidos, tem-se um respeitar canônico, santo, imaculado ao processo e seus ditames.

Quando se fala em prisão, questões do direito penal, como a presunção de inocência, vêm à tona em nossa mente. Isso é assim e deve ser assim, pois, de fato, em uma sociedade democrática é o que se aprende por premissa desde tenra idade.

A presunção da inocência é um fundamento do Direito, esse princípio, inclusive, é consagrado na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, no seu artigo 5º, inciso LVII em que diz: “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Vindo da Revolução Francesa, 1789, tomando corpo, voz e assento na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Foi um princípio revolucionário, inovador que visava combater os desmandos oriundos dos Estados Absolutistas e sua interpretação divina de soberania e poder, em que a vontade do rei era a vontade do próprio Deus, sendo alguém condenado respondia a essa vontade totalitária. Para o homem burguês sujeitar-se aos caprichos de uma nobreza sem capital, era, além de humilhante, uma questão de humanidade. Buscou-se com esse princípio limitar os poderes de um Estado tirano, dando a oportunidade daquele que é acusado lutar por sua inocência até prová-la. Não provando, garantiria que os meios acusatórios não se limitassem à vontade de um monarca ou de seus representantes, mas recaíssem em dados objetivos (provas) até o ato final de um processo.

Uma questão, entretanto, surge naquilo em que se demonstra fundamental: para quem é o Direito? Ou melhor: a quem serve o Direito?

Vive-se em uma sociedade capitalista e burguesa, o Direito estabelecido nesta sociedade é do burguês- feito para os donos do capital, servindo a eles-, por isso há nas prisões pessoas que não passaram pelo devido processo legal, existem, neste momento, pessoas que estão presas sem o trânsito em julgado- a formação da culpabilidade-, pela cor da pele ou pela condição social, em grande maioria dos casos, pela somatória das duas condições. 

A sociedade não é justa, o Direito não faz justiça a não ser que o sujeito de direito tenha dinheiro e seja preferencialmente branco. Os dizeres de uma sociedade ideal não a faz ideal nem tampouco os dizeres de justiça tornam-na mais justa. Assim é comum nos depararmos com homens brancos e ricos que cometem crimes e têm o direito de esperar a prisão em liberdade até o trânsito em julgado das ações que correm contra eles, mas a mesma “sorte” não acompanha o homem preto, pobre, vindo das periferias que deverá encarar o ódio social daqueles que clamam por “justiça”.

Desta feita, tem-se o exemplo do presidente Lula, que ao responder ao processo da Lava a Jato, foi preso antes do trânsito em julgado de sua ação, à época, o STF até discutiu a possibilidade da alteração da interpretação da lei, alterando da terceira instância para a segunda o início da prisão, mesmo ainda cabendo recursos que poderiam trazer liberdade aos condenados. Tudo isso aconteceu por um fato: Lula não é recebido pelas elites, elas não o enxergam como um dos seus pares. Nordestino, retirante, metalúrgico… pobre! Aquele que recebeu o seu primeiro diploma quando se tornou presidente da república. Nunca foi bem-visto e, na primeira oportunidade, criminalizaram-no por algo que nunca provaram que o alegado, de fato, tinha ocorrido. Lula foi levado ao cárcere sem um processo legal transitado em julgado por ter sido sentenciado como pobre, nordestino e analfabeto, refletindo, portanto, o que é o Direito e para quem é o Direito.

Bolsonaro é caso diverso, goste ou não, ele tem curso superior em Educação Física e foi abraçado, até certo ponto, pela elite brasileira que achou puerilmente de controlá-lo. Ledo engano! Contudo, ele consegue transitar livre dos preconceitos brasileiros por ser rico e branco. Desta feita, o Direito é para ele e, quando enojados nos deparamos com a sordidez de suas ações, esbarramos no devido processo legal, na presunção de inocência, na paridade de armas e em todos os fundamentos do processo penal que é negado a milhões de cidadãos. Infelizmente, bandido tem cor, tem classe social e, pasmem, tem nome! Além do mais tem que morrer…

Assim sendo, Bolsonaro será preso, mas não por ter disseminado o não uso de máscaras na pandemia e ajudado inflar o número de vítimas pelo vírus letal, não será preso pelos casos sistemáticos de corrupção em seu governo (ainda que investigado por isso, pode-se até ser a desculpa pelo cárcere vindouro).

Sim, será preso pelos inimigos que fez na elite; pela afronta que seu governo representou aos seus pares; pela sede de poder cega e absoluta que, inclusive, visava à morte ou à prisão de seus antagonistas. O dissabor de sua truculência tem um caminho final que ele traçou, imperdoável, sem anistia, mas com as reverências do respeito ao Direito e à democracia, não será preso como um qualquer, será respeitado o devido processo legal, o trânsito em julgado e as benesses do Direito burguês para a burguesia serão dadas a ele. 


segunda-feira, 24 de junho de 2024

Mateus 25. 31-46 A MENSAGEM!



 

Há uma passagem no Evangelho de Mateus que muito me intriga, na verdade, impacta-me. Nela não há nada de especial, de sacrificial ou de ações que estejam além daquilo que me é capacitado.  Entretanto, por ser extremamente singela, é extremamente difícil, principalmente, se interpretada literalmente.

Ela é a síntese de toda a missão de Jesus, da sua proposta de Reino, de vida e por que não pensar a causa de sua morte? Afinal, tudo que ele fez está ali resumido em poucas palavras, mas de forma radical, terminante, sentencial.

O texto começa falando de glória, a glória que é dele e de mais ninguém. Fala também do que ele irá fazer, de como ele separará as ovelhas dos bodes, uma metáfora que ilustra aqueles que o serviram daqueles que estavam presentes, mas que ele simplesmente não conheceu. Aqui reside a dificuldade, quando ele disse de amar o próximo como a ti mesmo, ele não estava brincando. A mensagem de Jesus é de empatia que se traduz em ação. Não basta palavras, não adianta confessar, não há razões para dizer se não houver ação.

Hoje vejo os cristãos lutando por poder, por domínio, por prosperidade. Gritos histéricos vociferam dos púlpitos uma imagem que não pertence a Deus, uma mensagem falsa, que conduz a riqueza aos interesses centrais da vida. Ambição, ganância, luxo e poder, mas será que isso importa para Deus?

Voltando à mensagem, ele diz ao povo que esteve com fome, com sede, com frio, sem roupa, preso... e não importa qual fora a necessidade, nela ele havia sido suprido. E aos que supriram, os que a ele deram de comer, beber, aqueceram-no, vestiram-no, visitaram-no quando, no memento de mais angústia, preso, ele precisou de consolo, esses fizeram sua vontade.

A mensagem é simples, mas é fatal! Quantas vezes ignoramos um pedinte na porta de um supermercado, quantas vezes nos irritamos, porque estão ali pedindo, quantas vezes ignoramos a miséria alheia e agradecemos a Deus por não sermos nós. Tive fome, tive sede, estava com frio, nu, preso... O que importa?

Como é sedutora a imagem de um Deus triunfante, que conduz seu povo à vitória, vindo vencendo para vencer. Mas esta não é a imagem da cruz, não é sua mensagem. Se eu não me compadeço com o mais pobre que eu, mesmo tendo pouco, se eu não faço por ele aquilo que eu queria que fizessem por mim, como pedir a Deus que me dê o pão? Que supra as minhas necessidades se minhas ações são contrárias às suas palavras? “O pão nosso de cada dia nos dai hoje” ... “Porque eu tive fome e me deste de comer...”

Igrejas criam “áreas vips” para pessoas abastadas que não querem contato com outros que não sejam de sua casta. Pastores inflamam discursos políticos como se isso fosse o Reino de Deus, exploram à mídia  suas ações nefastas, enquanto a ostentação cresce o amor se esvai. A mensagem do evangelho se resume em fazer aos necessitados aquilo que eu queria que fosse feito por mim se estivesse necessitado e isso é radical, essa é a sentença que separará, no fim, os que serviram a Deus e ele os conheceu daqueles que estavam no meio, mas que nunca foram conhecidos.

“- Senhor, quando te vimos com fome ou com sede, ou estrangeiro, ou necessitado de roupas, ou enfermo, ou preso e não te ajudamos?

- Quando a um desses meus pequeninos deixaram de fazer, também a mim deixaram de fazê-lo”.

 

 


domingo, 28 de agosto de 2022

FÉ DEMAIS NÃO CHEIRA BEM: OS CAMINHOS DA DITADURA E DO BOLSONARISMO


Chocante! Eu sei... pode parecer absurdo, pode parecer a ideia de um ateu sobre religião, pode parecer uma imagem fantástica, que ninguém em sã consciência teria a audácia de relacionar, mas não é! A Bíblia evangélica, a fé protestante, muitas vezes, ao longo da história da humanidade, é usada como forma de opressão, de perseguição, de maldade àqueles que não se curvam aos ideais de seus líderes.

Ao lermos a história recente do Brasil, vemos essa imagem nítida nos relatos do teólogo Leonildo Silveira Campos que ao lembrar de seu torturador, o pastor batista Roberto Pontuschka, conta que o pastor os torturava de noite e os evangelizava de dia, entregava-os o Novo Testamento e quando questionado, seu comportamento, por um dos encarcerados, se não tinha vergonha de torturar e tentar evangelizar. Como resposta, o ministro batista afirmou, apontando para uma pistola debaixo do paletó: “Para os que desejam se converter, eu tenho a palavra de Deus. Para quem não quiser, há outras alternativas”  (Fonte: Isto E Independente).

Não à toa Max Weber (1864-1920) escreveu sua obra: A ética protestante e o espírito do capitalismo- em que ao analisar o contexto do século XVI-, descreve como a igreja protestante está diretamente vinculada ao desenvolvido do sistema econômico capitalista como dever moral. O que eu quero afirmar com isso é que: a religião protestante nasce como símbolo da troca de poder que sai das mãos do Papa e passa para as mãos dos príncipes, burguesia e das regiões por eles comandadas.

Não há graça, não há salvação, não há misericórdia, sem que se chegue ao poder. O discurso de conversão dos pecados é o discurso do “encha a minha igreja para que tenhamos poder”. O poder é o axioma que move a fé, é a única coisa que, no fundo, realmente importa. Sem embargo, os líderes religiosos desfrutam de casas luxuosas, carros luxuosos, telefones celulares luxuosos, enquanto os irmãos são convencidos de que é a vontade de Deus, porque tal prosperidade financeira traz poder: é status, dá visibilidade, dá voz.

Destarte, não se é de estranhar o alinhamento dos evangélicos com as ideologias de Bolsonaro. Bolsonaro e os evangélicos são a mesma pessoa ou, para melhor dizer, o mesmo ideal. Bolsonaro dá voz ao desejo de poder dos evangélicos, mesmo que isso os leve a idolatrar as armas, mesmo que isso os leve a adorar o diabo, desde que seja camuflado, tudo estará no seu devido lugar.

Assim, as pregações sobre amor, sobre perdão, sobre união, sobre salvação são secundárias ao projeto de poder e a ele os servem, afinal, no fim, o que importa é demonstrar a força que a igreja tem e os seus líderes disso se beneficiam. 


quarta-feira, 24 de agosto de 2022

HIV+ NÃO É O FIM




Estava na sala de aula, quando Jamil entrou. Seus olhos estavam marejados, como quem havia chorado muito, pálido, uma tristeza profunda vinha do seu ser e era algo quase palpável. Olhei para aquele rapaz, 25 anos, loirinho, pela macia e sedosa, 1,77m de altura, olhos azuis que mesclavam com o vermelho das lágrimas. Eram 18h33 minutos de uma terça-feira do mês de maio...

Ontem, dia 23 de agosto de 2022, concidentemente, terça-feira, estava eu na sala de aula, quando Tyler entrou. Chorava copiosamente e dizia que sua vida tinha acabado. Ele, um rapaz de 22 anos, negro, pele macia e sedosa, 180m de altura, olhos negros que mesclavam com o vermelho das lagrimas. Eram 09h da manhã...

O que esses dois fatos narrados têm em comum? Os dois rapazes em questão foram diagnosticados com o HIV+, os dois rapazes em questão perderam o chão debaixo dos pés, os dois rapazes procuraram seu professor como uma luz no fim do túnel pela vergonha, pelo desprezo, pela culpa, pelo PRECONCEITO.

Há muito dou aulas e trabalho com inúmeras pessoas durante o ano. São diversas pessoas, de diversos lugares diferentes, culturas e condição social diversas, mas o que choca é que ser HIV+ ainda, pasmem! É sinal de um estigma cruel imposto pela sociedade que nunca se educa, que nunca aprende, que nunca se esforça e apenas segue o baile como uma canoa desgovernada na correnteza.
Tyler

Aqueles rapazes choraram suas mágoas, expressaram suas revoltas, seus medos, incertezas, inseguranças. Tyler chegou dizer que envelheceria 15 anos em sua idade, enquanto eu via um rapazote de 22 anos, belíssimo, malhado, pronto para ter o mundo aos seus pés, mas que se convenceu, por ter lido não sei em que lugar, que pessoas com HIV+ são 15 anos mais velhas em suas biologias do que sua idade temporal. Eu sinceramente não sei de onde vem esses conceitos, mas sei o estrago que eles fazem em pessoas fragilizadas. Na ocasião, eu intervim dizendo que ele me parecia ter 22 anos e não 37 anos, que a expectativa de vida dele era exatamente a mesma do que os outros rapazes da turma dele! Foi quando ele sorriu...
Jamil

O Jamil dizia que todos os seus sonhos tinham ido para o lixo com o diagnóstico, que ele jamais chegaria a envelhecer e que só trouxe tristezas para sua família. Eu intervim, disse que sonhos geralmente costumam ir para o lixo quando não lutamos para concretizá-los, que ele não envelheceria caso morresse: atropelado (Deus o livre), baleado (Deus o livre), envenenado (Deus o livre), mas por ter tido um diagnóstico positivo para HIV não o mataria e sim traria qualidade de vida para ele, que pode viver normalmente como qualquer pessoa. Tristezas para a família, perguntei se ele era traficante ou assassino, ele me olhou curioso, deu um sorriso amarelo, disse não ser, então afirmei que tristezas todos temos, é normal, inclusive, mas que se a família sentisse tristeza, no sentido de desonra, ela precisaria de rever os conceitos, fazer terapia e parar de frequentar a igreja evangélica. 
Diogo

Em 2003, um grande amigo meu, Diogo, veio com o choro parecido, tinha sido diagnosticado com o HIV+, na ocasião, ele que se formara em jornalismo, dizia que não chegaria a velhice e que esteva condenado. Intervim, disse que não chegaria se ele não quisesse, mas que teria uma vida normal. Bem, 19 anos depois, ele está bem, namorando e desenvolvendo inúmeros projetos pessoais.
A vida normal

O importante saber é que: ser diagnosticado com HIV+ não é o fim, não é o começo (aliás, começo só do tratamento), não é nada, não vai modificar em nada a sua vida. Então tirando o impacto inicial, você vai tomar o remédio (que não vai curá-lo, mas também não vai deixar você morrer e nem transmitir), que irá te proporcionar uma vida saudável e duradoura até seus 120 anos (queira Deus!). No mais, as pessoas falam dos efeitos colaterais e eu pergunto: você já leu a bula do paracetamol? Você já viu os efeitos colaterais daquilo? Quantos deles você teve? Pois é, efeito colateral não é que você terá ao tomar, é que você pode ter, não é regra, é exceção.

Infelizmente, vivemos em meio a preconceitos, em que ser normal é ser perfeito e quem não é está excluído. Não é à toa que a humanidade nunca deixou de guerrear, ter mendigos, pessoa com depressão, suicidas e mazelas em geral. Os valores nobres da humanidade fazem o inferno aplaudir. 

Se você é HIV+, viva a vida normalmente, pois não há nada de errado com você. Errado é a hipocrisia social, o resto é vida!

domingo, 28 de março de 2021

TODA INQUISIÇÃO É BURRA




Senhor, eu clamo por vós, socorrei-me; 

quando eu grito, escutai minha voz!

Minha oração suba a vós como incenso, 

e minhas mãos, como oferta da tarde!

(Sl 140, 1-2).


Já escutamos falar de pessoas tóxicas, vez ou outra nos deparamos com situações que nos fazem mal, que nos entristecem, que nos prejudicam ou nos abalam de alguma forma. Reagir às situações de injustiça é bom, faz bem e não deixa de ser um dever. Entretanto, nem sempre aquilo que pensamos ser justo, na verdade, é. Nem sempre a causa que resolvemos militar, ainda que pareça correta, é justa. 

Essa lição, dia 27 de março, foi aprendida por uma pessoa muito especial e, lamentavelmente, de forma mesquinha, inclusive, de modo contrário ao aprendizado, na vulgaridade, na pobreza de espírito, no “intuito lacrativo”, disseminada com rancor e preconceito em nome da justiça ou de se fazer justiça, foi esquecida por alguns setores da esquerda brasileira. 

Toda a inquisição é burra, porque nela não há o caminho do meio, ela não aceita o arrependimento, aliás, debocha dele como fraqueza e com desdém. A esquerda militadora conseguiu dar voz ao ridículo, sendo mais absurda na sua falsa pretensão de querer justiça mais do que querer aparecer.

Falo do episódio envolvendo Xuxa Meneguel e seu pedido de desculpas em que reconhece de forma peremptória que errou. O fato de reconhecer o erro, pedir desculpas e dizer que não há justificativa para sua fala, porque está errada mesmo, não foi suficiente para a esquerda lacradora querer palco em cima do negócio. O desejo de visibilidade torna-nos patéticos e insensíveis… aliás, tão patéticos que lá foram eles fazer uma “carta aberta” para alguém que horas depois de dizer o absurdo que disse voltou atrás e se retratou. 

Gostaria de saber quem elegeu o dono da proposição: “Seu pedido de desculpas, eu vi. Mostra que você não entendeu nada. Não se convenceu de fato que falou uma bobagem descomunal. Você propagou uma ideia nazista. Acorde!” como senhor Deus e juiz dos sentimentos alheios quando, em público, as pessoas vêm se retratar de um erro, assumindo ter errado e não disfarçando o fato?  Gente, o autor dessa nominada: “Carta aberta a Xuxa Meneguel” é mais cruel do que Tomás de Torquemada, qual o padrão para se dizer: “...Seu pedido de desculpas, eu vi… Não se convenceu de fato que falou uma bobagem descomunal”? Ah, já sei! É o padrão Sérgio Moro de qualidade, mais um infeliz que adere ao Instituto Dallagnol de acusação e propalação de boatos, afinal, essa forma arrogante de se portar em relação às pessoas é da Lava Jato. 

Ora, Senhores, o que desejais: que a Meneguel fique nua perante o Cristo Redentor, em praça pública, receba 80 chibatadas enquanto repete o mantra: “… por minha culpa, minha tão grande culpa…” e assim saciar vossos desejos implacáveis por sangue e destruição da reputação alheia? Não sejam ridículos! 

O texto da “carta aberta” propõe uma série de situações prisionais e sociais sugerindo que Xuxa só se preocupa com veganismo e animais abandonados e sequer lembrou, falou, suscitou, a Fundação Xuxa Meneguel para crianças em situação vulnerável que em 2015, durante uma entrevista no 12º Fórum Empresarial de Comandatuba na Bahia, Xuxa declarou que gasta anualmente R$ 1,5 milhão para manter a fundação, o valor é desembolsado por ela há cerca de 22 anos, fazendo a soma chegar a R$ 33 milhões.

Quando Xuxa tomou conhecimento das questões sociais de sua fala, quando um fã a ela escreveu e disse da situação prisional no Brasil, a loira voltou atrás em seus pensamentos e de forma contumaz disse: “… Mas também fiz a mesma coisa, também julguei, também maltratei, usei palavras que não deveriam ser usadas… Quem sou eu para dizer que essas pessoas devem ficar ali ou morrer ali. Se eu faço isso, estou sendo ruim como as outras pessoas que também maltratam outras vidas. Eu errei, me julgaram certo”. 

Se essa fala não foi suficiente para aplacar a ira da fama sobre o erro alheio, o que faz dessas pessoas diferentes dos atores na Lava Jato, em Curitiba? Como podem falar de justiça, sendo que em seus corações impera a injustiça e a condenação? Porque são “Mouros” disfarçados de cristãos piedosos. Quem tem ouvido para ouvir, ouça! 

Esse episódio envolvendo a Xuxa é emblemático. Ela pediu perdão e afirmou estar errada. Desculpou-se, caso você ache que tudo bem, mas… O problema não está com ela. A pessoa tóxica é você, que não compreende nada da vida e nem de suas realidades. Se para você existe um mas em um pedido sincero de desculpas, você precisa urgentemente de um psicólogo, pois você é tóxico.

Espanta-me que entre setores da esquerda a máxima: “quando não se tem algo para dizer se diz qualquer coisa…” tenha valor e voz. Não sejamos inquisidores quando há verdade na expressão alheia. Menos é mais! 

quinta-feira, 18 de março de 2021

O BOM CRISTÃO



Non nobis, domine, domine. Non nobis, domine. Sed nomini, sed nomini tuo da gloriam! (Sl 115,1).
Uma canção antiquíssima na vida da cristandade retirada do livro dos Salmos, entoada, certamente, nos primeiros anos da Igreja, com certeza vivenciada nos mosteiros cristãos, até porque, constam no prólogo da Regra de São Bento os dizeres:
“...São aqueles que, temendo o Senhor, não se tornam orgulhosos por causa de sua boa observância, mas, julgando que mesmo as coisas boas que têm em si não as puderam por si, mas foram feitas pelo Senhor, glorificam aquele que neles opera, dizendo com o profeta: "Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai Glória." (RB Prol. 29,30).
Cantada pelos Templários quando venciam algum inimigo, sua melodia é viciante, pena que não o suficiente para transformar a realidade da súplica dessa canção em ação positiva da cristandade. Aliás, que confunde seus interesses pessoais com a glória de Deus.
Uma vez li em um livro da bíblia que: “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação (Rm 13,1). Foi, então, que pensei em Bolsonaro…
O que fizemos para Deus ordenar sobre o povo um “comensal da morte”? Há também uma frase antiga que diz que o líder é o reflexo de seu povo, alguns discordarão e, certamente, dirão: “eu não sou como Bolsonaro!”, às vezes nos imaginamos muito melhores do que realmente somos! Que judeu, em sã consciência, admitiria que matar o filho de Deus é um bom negócio? São pessoas boas, do bem e de bem… Entretanto, matar Jesus (com quem discordavam) não é um mal em si mesmo, ele é desordeiro. Os alemães não eram todos nazistas, entretanto os que não eram não fizeram muita coisa para frear os que eram (não havia alemão protestando contra os campos de concentração, embora Lutero foi considerado o pai dos protestantes) . Como diz uma frase do filme Hannibal: “As pessoas não dizem o que pensam, apenas providenciam para que sua vida não melhore”!
Bolsonaro é o reflexo da morte e sempre foi. Em 1999, em entrevista, ele desejava uma guerra civil no Brasil que matasse 30 mil; sua campanha à presidência da República foi junto aos cristãos fazendo armas com dos dedos; sua política sanitária, na pandemia, depois de eleito é praticamente inócua. Mas Bolsonaro reflete, consideravelmente, o que é a cristandade no Brasil. Ah, claro! Logo saltará algum piedoso dizendo: “eu sou cristão, mas não sou de Bolsonaro!”… É, talvez… O repúdio aos direitos civis dos gays, o repúdio ao pobre estudar e frequentar aeroporto, o repúdio de se preservar minimamente um sistema jurídico garantirista e não punitivista/ elitista, o repúdio por prostituta ter direito, o desejo de juízo sobre os outros, àqueles que pensam diferente de você, mas que não necessariamente são inimigos, o desejo do enriquecimento, do lucro, do dinheiro, do poder e da glória, claro, em nome de Jesus, tudo isso em demérito do próximo e de quem pede pão para saciar sua fome, o torpor da morte em eleger alguém que desde sempre não teve o menor compromisso com a vida, mas é contra o aborto, gays e imoralidade assentam a frase: “as pessoas não dizem o que pensam, apenas providenciam que sua vida não melhore”. Desde que esse desordeiro morra, tanto faz, bandido bom é bandido morto! Crucifiquem-no.
Não só armas matam, os vírus também. Depois de tanto ruminar juízo e devassidão, depois de tanto desejar as facilidades da prosperidade, enquanto a única promessa de Cristo é a vida, Deus certamente deu a nossa nação um líder que é a imagem e a semelhança de seu povo e não, isso não é castigo, é apenas a consequência de não se dar valor ao que é essencial, é o reflexo de não valorizar o que mais foi prezado por Deus em Jesus, a própria vida pelo bem de todos. Bolsonaro é o reflexo do bom cristão!
Kyrie eloison;
Christie eloison;
Kyrie eloison.

sexta-feira, 5 de março de 2021

Grupa Galo- grupo de militância feminina da torcida do Atlético Mineiro-, não tem senso justiça!



Ser militante e defender causas sociais é algo de extrema importância, defender a inclusão, ser contra o preconceito e estabelecer pautas justas na promoção de uma sociedade mais digna, mais igualitária é um bem almejado. Contudo, não se pode, não se deve, perder-se pelo caminho sob pena de transformar reivindicações legitimas em injustiças sem precedentes, não precisa olhar muito longe, basta ver Curitiba e o que se transformou a saga de Moro e Dallagnol quando, em nome de um pretenso bem, institutos do direito foram ignorados, atravessados, solapados, desprezados.

Às vezes é legal fazer barulho, ter exposição do trabalho nas redes sociais e na mídia, entretanto nem sempre a mídia é positiva, de repente temos que ter o cuidado de separar o joio do trigo, afinal, existe uma parte mercadológica na mídia que se alimenta do barulho. Aqui, parece-me o caso. Chamar o técnico Cuca de estuprador é irreal, até porque a condenação em que foi submetido não é a de estupro. Segundo consta, o fato da sentença ter sido proferida é em razão de uma menor ter entrado no quarto de jogadores. A lei penal na Suíça diz que QUALQUER pessoa com mais de 3 anos de diferença na idade para um menor, que praticar ato sexual com ele, deve ser punida. Veja a ironia: na Suíça, se uma menina de 14 anos namorasse um garoto de 17 anos, o garoto receberia a mesma sentença de Cuca! Segundo, a pessoa que transou com a menina, em ato consentido, só foi apenada pela diferença na idade, afastando a leitura do estupro (que é ato praticado contra a vontade e com violência ou grave ameaça), sendo que Cuca recebeu a sentença de 15 meses de prisão por estar no quarto quando a menina chegou. Não por ter feito nada contra ela ou com ela.

Por que esse lobby agora? Qual a necessidade de se acabar com a imagem de alguém sem dar o direito à pessoa de defesa? Onde estava o Grupa Galo, em 2018, quando a torcida GALOUCURA entoava a plenos pulmões: “oh cruzeirense, toma cuidadado! O Bolsonaro vai matar viado…”?

Não me parece que a pauta seletiva da Grupa Galo seja justa, ou tenha qualquer senso de justiça, dizer que não quer o Cuca no Atlético Mineiro, pois, no passado, ele esteve envolvido em uma polêmica em que foi condenado, oras... não é justo o suficiente! Tem que ser levada em conta as circunstâncias, e elas, as circunstâncias, não autorizam esse barulho, sequer em nome da visibilidade da causa. Quem é o técnico Cuca? Quem é a família do técnico Cuca? Qual é o histórico de vida do cidadão Cuca? Estas perguntas aqui deveriam ter sido feitas pela torcida feminina do Galo antes da difamação e calúnia. Quem é Bolsonaro? Por que o Grupa se cala sobre ele, por que se calou quando Sette Câmara, então presidente do clube, foi tirar foto com ele e dar camisa?

Há outras causas nobres para o Grupa Galo se manifestar, por exemplo, cadê a mobilização ferrenha, combativa e barulhenta das atleticanas do Galo quando a GALOUCURA grita: “BICHA, BICHA, BICHA”, para o goleiro Fábio do Cruzeiro ao bater o tiro de meta?

Qual é o senso de justiça dessa agremiação virtual que não sabe selecionar suas causas e nem se importa que no Direito não haja execração perpétua, por que essa torcida se pauta pelo linchamento moral de alguém que foi condenado em uma sentença duvidosa?