terça-feira, 31 de maio de 2011

Seria possível o diálogo?


Não quero me estender neste texto, apenas pontuar algumas coisas. Sou aberto ao diálogo, desde que, ele SEJA DIÁLOGO! No meio da militância LGBT essa possibilidade nos foi ventilada: conversarmos com setores do cristianismo. Ora, em princípio, recepcionada com alegria, mas, começo a identificar que esse convite, de determinados grupos cristãos, de diálogo não tem nada!

Começo a entender que no joguinho morde- assopra, esses grupos, que dizem querer dialogar, na verdade, querem impor o silêncio na militância; miná-la por dentro, com sinais de amizade, descaracterizá-la. Agem de forma ardilosa... Pontuam uma série de coisas, que dizem que os gays deveriam ter, para, na sequência, criticarem duramente às conquistas, que tinham afirmado merecermos.

Por outro lado, seria ingenuidade de nossa parte acreditar piamente que evangélicos dialogam! Esses de matizes calvinistas e neopentecostais... Gente, eles não conseguem fazer isso nem com a Igreja Católica, quanto mais com as comunidades LGBT(s).

Leiam o que dizem sobre nós! A propósito, inclusive, o Caio Fabio, que tem muito gay que o acha fantástico, espetacular, pois diz algumas palavrinhas de misericórdia e tolerância. Esse mesmo, se volta contra o PLC 122/06 e toda militância LGBT. Para ele gays são bons desarticulados, calados, quietos, sem direitos, desfrutando apenas da misericórdia do bom coração cristão, que joga migalhas debaixo da mesa para os animaizinhos homossexuais se alimentarem.

Na mesma linha, segue esse juiz federal, William Douglas Resinente dos Santos, que escreve esses artigos que andam circulando por aí, e inclusive, já foi, um deles, rebatido aqui nesse blog (Religioso e sem juízo). Para ele gays têm direitos, mas há que se perguntar: “quais (até mesmo, permanecer caldo é um direito, e sinceramente, tenho a impressão que quando o William fala dos nossos direitos ele se refere a esse!)?”. Pois, o morde e assopra é tão descarado; é tão aviltante, que ele tem a coragem de dizer que temos direitos, e bastam os mesmos serem a nós conferidos, que ele GRITA que temos, mas não é bem assim, pois fulano errou, sicrano trocou os pés pelas mãos, e no final, quem está certo é o Marcelo Crivella!

Proponho sim, que dialoguemos, mas em cima de nossa agenda propositiva. Proponho sim o diálogo, mas do mesmo jeito que eles têm feito: no ataque! Nenhum LGBT conquistou a equiparação de direitos pelo STF, bebendo leite e falando da cruz de Cristo! Conquistamos com reiteradas ações ajuizadas, e com muito barulho, não é hora de baixarmos a guarda, vamos seguir do jeito que vem dando certo, pois Direito é luta, e no final: a paz!

Um comentário:

  1. Renato: sua avaliação é correto... Creio que não se pode pensar a liberdade e a inclusão no que nomeado de inclusão diferencial... porém, me parece pertinente separar as instituições de uma ética de amor inclusivo pertinente às vivências do cristianismo puro. é o mesmo debate que fez Rosa de Luxemburgo quando separou ainstituição das vivências solidárias do primitivo cristianismo.
    Direitos são inegociáveis... Vivência é intimidade; não pode ser arbitrada pela moralismo de culpa e ressentimento, de normalidade institucionalizada que é em si mesma excludente.
    Abraços com ternura, jorge
    www.jorgebichuetti.blogspot.com

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