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terça-feira, 30 de julho de 2013

Estratégia católica?

Francisco e os gays

por João Marinho

De verdade, penso que nós, LGBTs, devemos ter cuidado com Jorge Mario Bergoglio, atualmente conhecido como papa Francisco. Tenho visto muitos empolgados com suas declarações recentes, de que gays não devem ser marginalizados, e até dizendo que ele “defendeu nossos direitos”.

Na verdade, não defendeu, não.

Na continuação da entrevista, ao falar sobre o “lobby gay” no Vaticano, ele declarou que o problema não era a orientação sexual, mas o “lobby” envolvendo a orientação – e que o problema estava em qualquer “lobby”.

É uma declaração dúbia, que tanto pode ser entendida como uma crítica direta aos bastidores nem sempre limpos da política e do alto escalão vaticano – quanto, mais perigosamente, pode ser entendida como uma “condenação generalista”, de que qualquer “lobby gay” é algo a ser visto com desconfiança.

O problema é que, no Ocidente, a maioria dos países vive em regimes democráticos. A união de grupos em torno de interesses comuns faz parte da democracia e é saudável, como já observava Alexis de Tocqueville em sua obra A Democracia na América, análise do regime norte-americano.

Só que, para os adversários de uma demanda, qualquer união nesse sentido pode ser entendida e referida, negativamente, como “lobby”. Do ponto de vista geral, lobby é a pressão que grupos organizados fazem em cima do poder público para aprovar suas propostas, mas, do ponto de vista restrito e negativo, é a mesma pressão visando a atender a interesses privados, em vez de uma genuína preocupação com a coisa pública.

Seria “lobby” a tentativa LGBT de instituir o casamento homoafetivo, o reconhecimento da identidade de gênero dos/as transexuais e o acesso à cirurgia, a proteção contra a homofobia? Para os adversários, sim, e de forma negativa – afinal, não argumentam eles que são demandas que “atendem somente a uma minoria” e não representam “avanço” para a coisa pública? Ora, se lobby é ruim, como disse Francisco, como é que fica, então, a pressão política LGBT para aprovação de suas demandas?

Pensando assim, a frase de Francisco sobre integrar os gays à sociedade ganha outros ares. Uma vez que ele não vai – e nem pode ir – contra o catecismo oficial da igreja católica, essa integração pode ser entendida, também, do ponto de vista heteronormativo. Vale informar que o catecismo faz diferenciação entre orientação sexual e ato sexual. Uma vez que uma pessoa é homossexual, é sua “cruz” praticar a castidade, segundo o catecismo, pois os atos homossexuais são intrinsecamente desordenados.

A que integração Francisco se referiu, então? Ok, não se pode julgar os gays que buscam a Deus e estes devem ser integrados à sociedade – desde que mantenham a prevalência da heterossexualidade como único caminho digno e desistam de fazer “lobbies” em torno de seus direitos mais fundamentais, contra os quais a igreja católica formalmente se opôs em todos os países em que foram levados à discussão? Garanto que muitos não viram as declarações por esse ângulo – mas vejam o perigo...

É claro que é difícil dizer a real intenção de Francisco sem cair em injustiça ou especulações vazias. No entanto, dado o histórico da igreja católica e a atitude dos últimos dois papas que pude conhecer em vida (Jesus, como tô velha!), os patentemente homofóbicos João Paulo 2º (que vai ser canonizado pelo mesmo Francisco!) e Bento 16, que vociferavam – ainda que disfarçadamente, com voz doce – contra nós outros e nossos direitos até em pronunciamentos de Natal, eu diria que “pôr as barbas de molho” é a coisa mais certa a fazer. Prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém, não é assim?

Também não podemos deixar de ter em mente que, enquanto cardeal, Bergoglio se opôs veementemente à aprovação do casamento gay sob o governo de Cristina Kirchner, na Argentina – e não apenas como religioso, mas incutindo-se na esfera pública para influenciar a política de um Estado laico, o que é sempre perigoso... Um... Lobby? Curioso, né? E não, Bergoglio e Francisco não são duas pessoas diferentes só porque trocou o homem de nome. A encíclica escrita a quatro mãos com Bento 16 reforçou seu histórico de oposição a tais direitos de homossexuais, inclusive – e, mesmo não sendo eu católico, sei perfeitamente que uma encíclica tem mais importância que uma declaração a jornalistas.

Há, porém, ao menos um fato que merece ser analisado positivamente nas declarações de Francisco. O tom com que falou dos homossexuais representou, de fato, uma mudança na abordagem feita por seus antecessores. Enquanto cardeal, diz-se, se opôs ao casamento gay, mas admitiu a união civil. Eu diria que a dubiedade a que me aludi mais atrás, inclusive, não foi fora de propósito.

Francisco está francamente atrás de conter o escape de fiéis, e assim, você pode não ter notado, mas, sob o “manto do amor”, tem reforçado os dogmas católicos. Reza com pastores na assembleia de deus, mas a posição de que a igreja católica é a única onde encontrar a salvação está “positiva e operante” como nunca. O papa, no fim, é pop e bastante inteligente – um excelente garoto-propaganda, que se mostra humilde e conquista simpatia, ao mesmo tempo em que solidifica a ideia de correção e hegemonia de tudo que é dito por sua igreja. Para o bem e para o mal. Isso pode ser percebido na questão dos gays, se minha chave interpretativa estiver correta.

Embora suas declarações possam ser um “morde e assopra”, têm a vantagem, que também não me é casual (ele é inteligente, lembre-se!), de marcar uma diferença entre a forma católica e a forma não católica (em outras palavras, evangélica) de tratar a questão. As reações de Silas Malafaia e Marco Feliciano, respectivamente, à popularidade e ao discurso de humildade do papa e à declaração sobre gays mostram que eles também sentiram isso – e se incomodaram, mesmo negando.

Se o papa estiver mesmo engajado numa “guerra fria” contra as religiões evangélicas – mordendo-as e assoprando-as também –, religiões essas que, via políticos fundamentalistas, têm se tornado uma verdadeira pedra no sapato do Brasil laico, tanto melhor. O inimigo do meu inimigo é meu “amigo”. Entretanto, enquanto LGBTs, precisamos ser maquiavélicos (no sentido de Maquiavel), saber aproveitar esse momento, mas estar cientes de que essa “amizade” vai até à página dois, antes de ir beijar os pés de Sua Santidade. Todo cuidado é pouco: e essencial para que não compremos um cordeiro e terminemos com um lobo nos devorando em casa.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Uma defesa para Silas Malafáia.



Você, leitor do Gospel LGBT, certamente ficou arrepiado com o título dessa postagem, mas não há outra coisa a se fazer aqui, nesse momento, depois de ler em alguns blogs evangélicos, alguns posicionamentos contrários ao Silas Malafaia e a temática GAY.

Obviamente, que essa não é uma defesa no sentido de se dizer que o Silas é o cara e está com a razão em que ele diz! Não sou louco! Mas será uma defesa sim, naquilo que considero, agora, uma questão de lado, de polos, entender isso se torna crucial, nesse momento.

Semana passada, li no blog GENIZAH  um post que dizia: Calvinistas, Pelagianos e a Homossexualidade - uma visão reformada... O texto era uma tentativa de harmonizar a mensagem calvinista com as questões gays, no sentido de dizer que um homossexual, mesmo não escolhendo ser homossexual, é um pecador como qualquer outro, e necessitado da graça, como qualquer outro, e como qualquer outro será julgado, pelo pecado original, portanto, como qualquer outro, quando abraçar a boa nova da justificação, abandonará a prática homossexual, abandonará o sexo, não diz o texto claramente isso, mas fica implícita a condição do CELIBATO AOS GAYS.  

O texto é até interessante, pois não faz distinção do que seja o pecado original, e diz que todos estão debaixo dele, incapazes de assumir em si mesmos a moralidade, santidade, salvação, etc. Até um erro teológico significativo, pois o pecado original não tem relação direta com a moralidade, nem com as obras... No caso, você pode ser impecavelmente moral, impecavelmente bom, mas mesmo assim não será salvo! Isso, pois, a condição humana é uma condição caída da graça, sem méritos algum para os olhos de Deus e, por mais que eles possam existir, por mais que eles possam fazer parte da história humana, eles não são suficientes para salvar o homem de sua queda, de redimi-lo.

O texto é sutil, mas trata a homossexualidade como PECADO, e a heterossexualidade é vista como mandamento! Outras coisas implícitas também fazem parte do texto, como os gays são infelizes, ou morrem de AIDS, tudo construído num jogo de palavras maquiadas de bondade e aceitação, mas punitivas, repressoras, opressoras...

Hoje, lendo o mesmo blog, vi uma defesa ao deputado Jean Willys, contra uma chamada de guerra, vinda por parte dos evangélicos nas redes sociais, contra o mesmo deputado. No caso, o blog condenou a postura de Silas Malafaia, que está criando uma guerra entre GAYS e evangélicos, fazendo os ânimos se acentuarem e, o pior, trazendo a alcunha de homofóbicos como verdadeira aos cristãos.

E aqui, eu quero fazer uma defesa à postura de Silas Malafaia! Óbvio que a turma do Genizah, do Caio Fábio e de outros, não estão preocupados com os gays, eles estão preocupados com a exposição da hipocrisia. Silas Malafaia escancarou o verbo e partiu para o ataque, ele deixou o discurso hipócrita, implícito e fingido, e começou a dizer tudo o que ele pensa dos gays, começou a esboçar todo ódio, toda rejeição, toda não aceitação vinda por parte dos cristãos em relação aos homossexuais. E, óbvio, que isso está fazendo as pessoas tomarem uma posição, e essa tomada de posição é o que preocupa, pois a turma do Genizah não quer abandonar o discurso camuflado de bondade, para continuar pregando o ódio, manipulando. Já o Silas foi direto, foi sincero, deu a cara, mostrou quem é! Nesse aspecto, gostando ou não do Malafaia, concordando ou não com ele, tenho que admitir que a postura que ele assume é honesta em relação seus sentimentos e a comunidade homossexual. Já a turma do Genizah vem com o morde e assopra, fala mal do Silas, pois este está polarizando a coisa, retirou a máscara e permitiu que o Brasil conhecesse a verdadeira face dos evangélicos.

Não há diálogo com a igreja cristã histórica... Se você é gay e cristão é bom procurar uma Igreja Inclusiva, pois os históricos fedem à hipocrisia. Salve Malafaia, que foi honesto e gritou seu ódio, pelo menos sabemos quem é ele, sem fingimentos ou rodeios, como a turma do Genizah, que pensa como o Malafaia mas não assumem! 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Mendacium Mille Veritates Corrumpit



Atento aos passos de Silas Malafaia, não pude deixar de perceber algo sutil em sua fala, mas que revela muito de sua personalidade destruidora, aborrecida, abominável. Muito embora, isso aconteça em um momento em que se acredite que ele não mereça mídia; que rebater o que ele diz é dar forças ao mesmo... Eu venho discordando dessa opinião corrente no meio.

A lógica para isso é bastante simples: Malafaia quer o que qualquer outro pastor evangélico quer! Creio que seja, exatamente, por isso, que não fico espantado em ler um texto do pastor Renato Vargens, intitulado: O que eu achei da entrevista do Silas Malafaia a Marília Gabriela, em que na mesma, o Renato, que diz discordar do Silas em muitas coisas, só conseguiu mostrar discordância na questão da TEOLOGIA DA PROSPERIDADE, porque de resto, defendeu-o muito!

Em que pese acusação contrária, Renato Vargens e Silas Malafaia sobrevivem do mesmo metiê: exploração da fé com liderança em igreja local e vendas de artigos religiosos. Os dois querem mídia, aliás, como qualquer outro cura d’almas. Isso tanto é verdade, que Renato Vargens resolveu pegar carona na entrevista do seu compadre, e escreveu uma "carta de resposta para Marília Gabriela", seu intuito despretensioso é apenas a verdade! A verdade das Escrituras... Engraçado, tem tanta gente passando fome, precisando do conforto de Deus e não recebem nada desses líderes, ah sim, eles não têm um programa de televisão!

Não sei por que, mas uma frase me veio à mente: A MENTIRA DESTRÓI MIL VERDADES. E não penso na mentira como algo funcional aqui, e sim como algo essencial!

Os mais piedosos podem até falar em “influência cristã”, aliás, foi exatamente isso que me chamou a atenção no discurso do Malafaia, quando isso ele afirmou para Marília Gabriela: "Eu quero influenciar todos os meios", obvio que o Renato Vargens, de igual forma, quer influenciar, e que pastor que não quer exercer influência?

Pena que esse verbete, influência, signifique: prestígio, ascendência, predomínio, PODER! E onde há o poder não há amor, não há misericórdia (Leonardo Boff), porque ele (o poder) desconhece esses termos; pena que a mentira essencial, que é a alienação do ser, destrua a verdade essencial, que é o próprio ser! Pena que esses são os pastores do rebanho de Deus!

Que Ele tenha compaixão humanidade! 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Silas Malafaia e a psicologia



Silas Lima Malafaia é registrado como psicólogo profissional sob o nº: 24.867CRP/RJ. Ou seja, o Conselho Regional de Psicologia do Estado do Rio de Janeiro, bem como, o Conselho Federal de Psicologia reconhecem-no como PROFISSIONAL NA ÁREA DE SAÚDE MENTAL E COMPORTAMENTAL.

Silas, desde muito, em seus discursos televisivos, é uma pessoa que se orgulha pela diplomação de bacharel em psicologia. Não é um orgulho normal, afinal, no meio em que cresceu as pessoas não davam o menor valor às ciências ou aos estudos, até mesmo, muitas vezes, ter um diploma era sinal de falta de fé ou ameaça às Escrituras. Tudo isso, como busca de uma expressão pessoal, individualista da experiência direta com Deus. Assim, mesmo que as Assembleias de Deus possam ter os cursos teológicos e, até mesmo, editoras e livros na área, os jovens seminaristas sofriam e sofrem o desestímulo por pleitearem alguma diplomação pessoal. Como nas palavras abaixo, de um pentecostal, falando sobre si e a teologia:

“Ser pentecostal pode ser bem complicado, às vezes... Caso você queira fazer teologia, possivelmente encontrará algumas objeções pelo caminho. Ainda hoje muitos imaginam o saber teológico como sendo algo contrário a uma vida de comunhão e poder espirituais...”

Moisés Bezerril, professor no Seminário Presbiteriano do Norte em Recife; Mestre em Teologia
Sistemática pelo Centro de Pós Graduação A. Jumper (SP) e Ministro Presbiteriano. No artigo: Dons extraordinários, em que fala dos pentecostais, afirmou:

Quero inicialmente dizer que os pentecostais não são famosos por teologia; a formulação teológica nunca foi o “forte” do pentecostalismo. Desde os seus primórdios, eles gostam de dizer ao mundo que não gostam muito de teologia. Porém, hoje já se vê pentecostais que estudam, têm seminários, mas o início da história do pentecostalismo não é com raciocínio teológico, ao contrário, é com a “experiência” que vão dar sempre a formulação teológica. Dessa forma, não podemos procurar estudo substancial sobre este assunto na tradição pentecostal, pois não há profundidade. Consultei um comentário de seis autores de várias linhas teológicas sobre a questão do que significa que é “perfeito” em 1 Co.13 e o exame mais fraco do texto, o argumento mais fraco, é o pentecostal, é a análise pentecostal.

Assim, no meio de tantas pessoas sem formação alguma, sem um diferencial, Silas buscou na psicologia, no bacharelado, um “plus”, algo que o colocasse em evidência, até mesmo, uma vez que seu sogro o considerava medíocre, indigno, de sua filha. Fato esse constatado em diversas pregações do próprio Silas, citando, com certa mágoa e revanchismo a figura do pai de sua esposa.

Ora, Silas contornou o problema da diplomação e falta de fé, aliando o carisma ao título. E como no meio em que ele cresceu, e se fez, não são as ciências o fio condutor da sabedoria e, sim, a experiência, logo, nosso personagem conseguiu fazer valer seu diploma, como um diferencial.

Numa retórica agressiva, desprovida dos argumentos científicos, mas carismática, sensacionalista e balizada pelo argumento de autoridade, mesmo que abandonando o pensamento acadêmico, ele referendou a bíblia (de forma não científica), como se a própria ciência legitimasse as Escrituras. E como ele não estava contrário à experiência pentecostal, seu diploma foi aceito como esse “plus”, muito embora sua opinião não tenha nada de academia, desde a época que o mesmo saiu da faculdade.

Na verdade, Malafaia se encontra num processo psíquico de reforço positivo e, tão somente por isso, ele mantém sua inscrição no conselho, afinal, embora seja psicólogo clínico, não clinica! Não sobrevive disso, não exerce a função. Mas, tem tal situação como seu troféu pessoal, naquele diferencial, início de tudo, do seu revanchismo contra seu sogro, que sustentou sua coroação, dentro das Assembleias de Deus, como um homem sábio.

Ah Freud, sempre Freud! Mas, dessa vez, Alfred Adler Explica: complexo de inferioridade! Vejamos: Silas tem mania de grandeza, ele sempre fala de números, multidões, e destaque, ao se referir sobre a Parada do Orgulho Gay ele disse: “ela só levou 500 mil às ruas, enquanto a Marcha pra Jesus levou 2 milhões.”. Ao mesmo tempo em que, de forma sôfrega, demasiada, engrandecia os jornais de grande circulação nacional que deram destaque ao evento. Ele tentou combater, com um argumento desesperado, reflexo de seu complexo inferior, os 4 milhões e meio de pessoas que foram às ruas de São Paulo, mesmo com chuva, celebrar o orgulho gay! Desdenhou, como se aquilo que ele falasse fosse à máxima da verdade, algo que, para si mesmo, serve como justificativa, ainda que mentira, falácia, para confortar sua expectativa de grandeza.



Sobre a manifestação em Brasília, essa última de 2011, ele disse: “levamos 80 mil pra frente do Congresso, enquanto os homossexuais um grupo efêmero, nós somos muito maiores do que eles!”. Fora a mania de poder, riqueza, luxo: Avião que custou uma bagatela de 12 milhões de dólares, limusine alugada por 7 mil reais o dia, para desfilar durante 5 dias na Bahia.

Bem, mas o que Adler expõe mesmo? O desejo de poder é fundado no complexo de inferioridade, como meio de superação do mesmo, numa personalidade idealizada, mas não real, que o indivíduo faz de si mesmo, inclusive como afirmação de masculinidade, ou seja, o desejo de poder que é agravado pela necessidade de superar o "Complexo de Inferioridade" ou de afirmar a masculinidade.

Assim, é um estado neurótico do indivíduo, que tem por fundamento o sentimento de insuficiência ou incapacidade para enfrentar a vida e os seus problemas, provocado por sintomas reias ou imaginários; defeito físico, situação financeira constrangedora, ou algum fracasso recordado, não superado, não vencido internamente. O neurótico procura compensar a sua insuficiência real ou imaginária, seja pela tentativa de sobressair numa atividade física, artística ou cultural/intelectual, o que constitui uma reação positiva, seja procurando ultrapassar o seu sentimento de inferioridade agindo, consciente ou inconscientemente, com cautela, calculismo e arrogância, a fim de apresentar aos outros uma personalidade que não possui.

Sobre o Silas esse sentimento ainda é verificável, ou seja, questões internas que ainda não foram solucionadas, questões que ele ainda sente que deve percorrer o que torna o seu ideal tanto mais dominador e proporcionalmente voltado às questões de grandiosidade, tendo em conta que a identificação de si mesmo faz-se pelo olhar do outro, seu público e a quem ele deseja provar vitória! Aliás o próprio nome de sua igreja é VITÓRIA em cristo. O nome de seu programa de TV, o mesmo, o que corrobora, tais questões, para a ratificação do caso in tela.

E Freud não diz nada?

Na verdade, bem mais que se possa imaginar. Quando Malafaia se enche num sentimento agressivo, condenatório, ainda que tente justificá-lo em Efésios 5, 11. 13. Na verdade, ele está, segundo Freud, tendo uma formação de defesa do ego chamada de Formação Reativa, esse mecanismo substitui comportamentos e sentimentos que são diametralmente opostos ao desejo real. Trata-se de uma inversão clara e, em geral, inconsciente do verdadeiro desejo. Como outros mecanismos de defesa, as formações reativas são desenvolvidas, em primeiro lugar, na infância. As crianças, assim como incontáveis adultos, tornam-se conscientes da excitação sexual que não pode ser satisfeita, evocam consequentemente forças psíquicas opostas a fim de suprimirem efetivamente este desprazer. Para essa supressão elas costumam construir barreiras mentais contrárias ao verdadeiro sentimento sexual, como por exemplo, a repugnância, a vergonha e a moralidade.

Não só a ideia original é reprimida, mas qualquer vergonha ou autorreprovação que poderiam surgir ao admitir tais pensamentos em si próprios também são excluídas da consciência. Infelizmente, os efeitos colaterais da Formação Reativa podem prejudicar os relacionamentos sociais. As principais características reveladoras de Formação Reativa são seu excesso, sua rigidez e sua extravagância. O impulso, sendo negado, tem que ser cada vez mais ocultado.

Através da Formação Reativa, alguns pais são incapazes de admitir certo ressentimento em relação aos filhos, acabam interferindo exageradamente em suas vidas, sob o pretexto de estarem preocupados com seu bem-estar e segurança. Nesses casos a superproteção é, na verdade, uma forma de punição. O esposo pleno de raiva contra sua esposa pode manifestar sua Formação Reativa tratando-a com formalidade exagerada: "não é querida..." A Formação Reativa oculta partes da personalidade e restringe a capacidade de uma pessoa responder a eventos e, dessa forma, a personalidade pode tornar-se relativamente inflexível (fonte: PsiqWeb).

Assim, eu não temeria afirmar que, COM CERTEZA, Silas Malafaia tem sentimentos homoafetivos mal resolvidos em si, na sua estrutura psíquica.

E a questão da cassação no Conselho Regional de Psicologia?

O problema é bem mais sério do que o Malafaia tenta colocar. Na verdade, em um vídeo recente, ele tentou dizer, argumentar, que quando ele se manifesta contra os gays, ele o faz na condição de pastor, veja:



Contudo, sabemos que ele está se defendendo, inconscientemente, para garantir que seu troféu permaneça, o início do revanchismo aconteceu com esse curso. Tal curso é à base do reforço positivo de sua estrutura psíquica, seu revanchismo. Entretanto, num outro vídeo, Silas se afirma psicólogo clínico, e na qualidade de psicólogo ele desfere contra os homossexuais suas frustrações no minuto 3’43’, veja:



Bem, a questão é a seguinte, só o fato de o Silas ser inscrito no CRP/RJ ele não poderia ter participado dessa audiência pública para falar contra a homossexualidade, mediante o disposto da resolução do Conselho Federal de Psicologia N° 001/99 DE 22 DE MARÇO DE 1999, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da Orientação Sexual",no art. 4º, in verbis:

Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.

E quando ele fala de sua formação profissional, como psicólogo, inclusive em suas pregações na igreja, ainda que não esteja clinicando, ele está fazendo uso do seu CRP/RJ e, portanto, está vinculado a esse, assim, nas suas homilias, que levanta o status de sua formação profissional: PSICÓLOGO, ele afronta o código de ética nos seguintes artigos:

  • Nos princípios fundamentais, item II, III.
  • Das responsabilidades dos psicólogos art. 2º, “a”, “b”, art. 19.
O Conselho fez bem em reavaliar a conduta do profissional Silas Lima Malafaia. Agora fica a questão, quem é Silas Malafaia, e o que está por trás de seu discurso?

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Censura magistrado?




Obviamente, que nesse momento, em que produzo nessas laudas esses rabiscos, meus olhos lacrimejam. Não tanto sem razão, mas, sobretudo, pela falta da mesma, em que o injustificável se torna justo, o insensato se torna nobre e a insanidade passa ser almejada no rol das normalidades, não patológica, que conduzem a boa qualidade de vida para uma população qualquer, que não pensa por si mesma.  É quase que um sentimento nazista! Essa história de que: “posso não concordar com nenhuma palavra que você disser, mas defenderei, até a morte, o direito de você dizê-las.”, tem um fulcro perverso, quando, retirada do ideal iluminista, que defende a liberdade, e passa ser usada de forma a privilegiar a liberdade de uns falarem e de outros se calarem ETERNAMENTE.

De fato, a sensação é de se estar na Europa na década de 1940, sob bombardeios, insultos, gente tentando sobreviver em um modelo meticulosamente planejado, por alguns nobres nacionalistas, que exaltavam a fé cristã, em um radicalismo doentio, e estouram a Segunda Guerra Mundial , essa liderada por um exército nazifascista perseguidor, preconceituoso, devastador.

A raça que deveria prevalecer era a ariana, e em nome da liberdade dessa raça se expressar, todos os outros grupos, que estavam fora dos valores por essa raça defendidos, deveriam ser exterminados, silenciados. Então, em nome da legítima LIBERDADE DE EXPRESSÃO, os nazistas massacraram 6 milhões de judeus, afinal, eles não gostavam deles, e se expressaram da forma mais íntima e livre que às LEIS ALEMÃS assim permitiam. Enquanto os nazistas se EXPRESSAVAM LIVREMENTE, nesse  direito absoluto de dizer, homossexuais, ciganos, Testemunhas de Jeová, judeus,  negros, etc... Deveriam ser silenciados, exterminados.

Assim, entendeu, em nome dessa LIBERDADE DE EXPRESSÃO ABSOLUTA,  o senhor magistrado, Victorio Giuzio Neto, que Silas Malafaia não deve ser censurado no seu direito de atacar a comunidade gay, e, enquanto reina a legítima liberdade de expressão ABSOLUTA de Silas Malafaia, os gays vão sendo silenciados, humilhados, massacrados, e ao invés de poderem responder, ter o mesmo espaço, a mesma paridade de ações, a eles cabem o inconfundível direito de desligarem a televisão, ou mudarem de canal!

Brilhante sentença excelentíssimo doutor juiz federal , Victorio Giuzio Neto, professor da PUC-SP, afinal, poderemos  continuar assistindo, todos os dias, pelo Brasil a fora, o direito de liberdade ABSOLUTA  de expressão de homens e mulheres que não gostam de homossexuais, poderem se expressar agredindo-os, matando-os, denegrindo-os, insultando-os, enquanto aos mesmos caberá a liberdade de gritar de dor, essa expressão magnífica da existência,  enquanto são espancados por seus algozes que também, nada mais fazem do que a legítima manifestação da BOA EXPRESSÃO!

Agora, excelentíssimo juiz Victorio Giuzio Neto responda uma pergunta, faria o senhor parte da  UJUCASP? 

sábado, 21 de abril de 2012

Arcebispo primaz da Igreja Anglicana no Brasil manda mensagem de apoio aos gays

Sabendo do imbróglio pessoal entre o presidente da ABGLT – Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais, Toni Reis, com o pastor Silas Malafaia, que envolve pedidos de direito de resposta, processos de difamação e um debate marcado para o dia 15 de maio em Brasília, Dom Ricardo Lorite de Lima, maior autoridade da Igreja Anglicana no Brasil, se manifestou e disse apoiar os direitos homossexuais.

Para Dom Ricardo, os evangélicos, vítimas do preconceito religioso desde o racha da igreja romana, vítimas de perseguições durante séculos, e ainda por cima cristão, não deveriam compactuar com o preconceito. “Infelizmente os evangélicos deste país esqueceram que já foram vítimas da intolerância neste país! Os evangélicos deveriam estar ao lado daqueles que ainda hoje são vítimas da intolerância e não estarem aliados aqueles que no passado foram seus algozes!”, afirmou o religioso que ainda disse que o brasileiro tem memória fraca.


Veja abaixo a mensagem:


Querido Toni,

receba o apoio integral da Igreja Anglicana do Brasil, que fiel ao ensinamento do Mestre Jesus ama e acolhe a todos, sem distinção nenhuma!

Infelizmente os evangélicos deste país esqueceram que já foram vítimas da intolerância neste país! Os evangélicos deveriam estar ao lado daqueles que ainda hoje são vítimas da intolerância e não estarem aliados aqueles que no passado foram seus algozes!

Realmente o brasileiro tem a memória muito fraca!

Os líderes religiosos devem estar a serviço dos direitos humanos e não a discriminação e ódio.



__._,_.___

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Ministério Público Federal acusa Silas Lima Malafaia e TV Bandeirantes a pedido da ABGLT.


MPF/SP quer retratação por comentários homofóbicos em programa evangélico
Pastor Silas Malafaia defendeu “baixar o porrete” em participantes da Parada Gay; retratação deve ter, pelo menos, o dobro do tempo usado no comentário preconceituoso

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo quer que o programa “Vitória em Cristo”, exibido pela Rede Bandeirantes, veicule uma retratação pelos comentários homofóbicos feitos pelo pastor Silas Malafaia, no programa de 02 de julho de 2011. Utilizando gírias de baixo calão, o pastor defendeu “baixar o porrete” e “entrar de pau” contra integrantes da Parada Gay. A retratação deverá ter, no mínimo, o dobro do tempo utilizado nos comentários preconceituosos. A ação foi proposta hoje e tramitará em uma das varas cíveis da Justiça Federal de São Paulo.

“Os caras na Parada Gay ridicularizaram símbolos da Igreja Católica e ninguém fala nada. É pra Igreja Católica 'entrar de pau' em cima desses caras, sabe? 'Baixar o porrete' em cima pra esses caras aprender (sic). É uma vergonha”, afirmou o pastor evangélico, durante o programa. A associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais protocolou reclamação no Ministério Público Federal, o que motivou a abertura, pela PRDC, de um inquérito civil público para apurar o caso.

No curso do inquérito, Malafaia explicou à PRDC que tinha feito uma “crítica severa a determinadas atitudes de determinadas pessoas desse segmento social, acrescida também de reflexão e crítica sobre a ausência de posicionamento adequado por parte das pessoas atingidas”. E defendeu que as expressões “baixar o porrete” ou “entrar de pau” significam “formular críticas, tomar providências legais”.

Para o procurador regional dos direitos do cidadão Jefferson Aparecido Dias as gírias têm claro conteúdo homofóbico, por incitar a violência em relação aos homossexuais. “Mais do que expressar uma opinião, as palavras do réu em programa veiculado em rede nacional configuram um discurso de ódio, não condizente com as funções constitucionais da comunicação social”, disse.

Durante o inquérito, Silas Malafaia pediu a seus fiéis, através do site “Verdade Gospel”, que enviassem e-mails em sua defesa ao procurador da República responsável pelo caso. Centenas de e-mails e correspondências foram, então, enviados ao gabinete de Dias. “Da mesma forma que seus seguidores atenderam prontamente o seu apelo para o envio de tais e-mails, o que poderá acontecer se eles decidirem, literalmente, “entrar de pau” ou “baixar o porrete” em homossexuais?”, questiona o procurador.

Dias afirma que, como líder religioso, Malafaia é formador de opiniões e moderador de costumes. “Ainda que sua crença não coadune com a prática homossexual, incitar a violência ou o desrespeito a homossexuais extrapola seus direitos de livre expressão”, argumentou. Por isso, a importância da retratação de seus comentários homofóbicos diante de seus telespectadores, além da abstenção de veicular novas mensagens homofóbicas.

A ação também é movida contra a TV Bandeirantes, a quem cabe evitar que outras mensagens homofóbicas sejam exibidas, além de veicular a retratação pedida pela PRDC. “A emissora é uma concessionária do serviço público federal de radiofusão de sons e imagens e deve compatibilizar sua atuação com preceitos fundamentais como o direito à honra e à não discriminação”, defende a ação.

“Ainda que haja a liberdade de culto e a liberdade de expressão, também previstas na Constituição Federal, a manifestação do pensamento não pode ser utilizada como justificativa para ofensa de direitos fundamentais alheios”, afirma o procurador.

A PRDC pede que seja concedida liminar para que Silas e Band sejam obrigados a se abster de exibir novas agressões verbais. Ao final da ação, uma vez condenados o pastor e a emissora, o MPF requer que o programa evangélico e a emissora sejam condenados a exibir, imediatamente, a retratação.

Dias lembra que a TV está presente em pelo menos 90,3% dos municípios brasileiros. “Trata-se de número enorme de pessoas expostas ou passíveis de exposição a manifestações de cunho homofóbico ou que incitem a violência de homossexuais”, afirma. Para ele, a demora judicial pode permitir que o réu continue “propagando tais mensagens, atentando continuamente contra direitos fundamentais de homossexuais”.

A ação também pede que a União seja condenada a, por meio da Secretaria de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, fiscalizar a referida exibição.

Leia aqui a íntegra da ação nº 0002751-51.2012.4.03.6100

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