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terça-feira, 2 de julho de 2013

Ganhamos uma batalha


Cura gay: ganhamos uma batalha, mas não vencemos a guerra




 por João Marinho

Meses atrás, em uma das edições da Sex Boys, uma das revistas das quais sou editor-chefe, o jornalista Erik Galdino escreveu um artigo que, não faz muito tempo, fiz questão de republicar. O tema: fazendo militância sem ser ativista.

Sem abrir mão da importância das ONGs e instituições – como os partidos, fundamentais para o jogo democrático e para a defesa de interesses e pautas sociais –, Galdino argumentava que, porém, nem sempre é necessário estar filiado a uma para militar: a militância pode, e deve, ser exercitada no dia a dia.

Ao assumir-se gay e assumir-se cidadão para sua família, amigos ou colegas de trabalho. No ônibus, ao não engolir aquele comentário homofóbico que fizeram a você sem saber de sua sexualidade. Ao defender as travestis de quem fala mal das “de pista”. Ao ajudar a pressionar o vereador, deputado ou senador em que você votou por conta de leis preconceituosas. Ao participar das passeatas. Ou mesmo, como conta o próprio Galdino em seu artigo, recusando-se a seguir viagem com um taxista que reclamou, de forma ofensiva, da passeata dos “veados”.

Tudo isso é militância, e fazendo isso, você ajuda, mesmo que seja apenas um pouco, a mudar o País e a mentalidade de muita gente.

João Silvério Trevisan, nos tempos áureos da G Magazine, já comentava que sair do armário é, nas palavras minhas, um ato político. É uma verdade. Quando você se assume, as coisas que você faz, o que você diz, como você se porta e como você defende seus semelhantes viram parâmetro para as pessoas que o cercam e que, muitas vezes, estão conhecendo o primeiro LGBT assumido da vida delas. Tenho absoluta certeza de que influenciei a muitos assim.

Comecei a me envolver com militância LGBT em 2002, após um casal de lésbicas ser massacrado no programa “Superpop”, de Luciana Gimenez – que muitos acham ser uma musa gay. Só que não. A reação àquele evento resultou numa ONG que não vingou, a Pró-Conceito de Gays e Lésbicas, cuja história completa você pode ler aqui.

Não vingou, mas produziu um guia para a mídia traduzido até no Equador, base para o guia muitos anos depois editado pela ABGLT e que iniciou algumas pessoas, eu incluído, na militância. Foi apenas uma das vitórias de que posso me orgulhar ao me envolver na defesa de direitos que, afinal, são também meus.

A verdade, porém, é que nenhum movimento social é perfeito. O movimento LGBT também não, e há, no Brasil, profundos problemas que, com o tempo, me afastaram da militância organizada, orgânica. Ainda assim, sempre estive por perto, para apoiar quando necessário, para criticar quando achava que devia, para influenciar e informar no meu papel de jornalista e para me juntar a eles, sempre que as necessidades assim o demandassem.

Outra verdade é que, considerando isso, há também grandes vitórias da militância LGBT nacional. Sabe a união homoafetiva, aprovada no STF? Muita gente pensa que ela surgiu “do nada”, porque Sérgio Cabral (PMDB), do Rio, foi iluminado por algum espírito, e Deborah Duprat idem. Ambos propuseram a ADIN e a ADPF que resultaram na decisão do Supremo.

Cabral e Duprat realmente foram nossos aliados e fomos agraciados com uma janela de 15 dias que permitiu à última assumir a Procuradoria da República e propor uma ação a favor da união homoafetiva no Supremo.

No entanto, essa ideia não surgiu do além. A proposta de entrar no Supremo havia sido costurada anos antes pelo movimento LGBT e já se encontrava razoavelmente consolidada. Precisávamos de apoiadores que dessem sequência a ela. Foi onde entraram ambos. Em suma, se você pode casar hoje, claro leitor LGBT, você deve, sim, ao movimento LGBT – e adivinha quem estava numa das primeiras reuniões no Centro de São Paulo sobre o assunto e acompanhou as discussões online? Euzinho. Mais um motivo de orgulho.

Também me orgulho de ter ajudado a fazer Kassab vetar o Dia do Orgulho Hétero. Sem ser orgânico, ao produzir uma pauta para a “Sex Boys”, notei que Kassab havia prometido vetar, mas não tinha vetado: nada saíra no Diário Oficial.

Notei que o prazo estava no fim. Liguei para a Ouvidoria da Câmara, para a Prefeitura, e, ao saber que nada tinha sido enviado à primeira vetando o projeto do evangélico Carlos Apolinário (PMDB), fiz barulho junto à militância orgânica, especialmente a ligada aos partidos. Os militantes cobraram seus vereadores, houve pressão e, na “bacia das almas”, Kassab vetou.

Ricardo Rocha Aguieiras, meu amigo, sempre me disse que, não fosse eu ter percebido aquilo, o prazo teria terminado e a Câmara teria promulgado a lei, como diz o processo da coisa. Talvez seja exagero, mas a verdade é que, mesmo como cidadão comum (e jornalista), fui uma das formiguinhas que ajudou aquilo a não passar.

Agora, tenho mais um motivo de orgulho. Há meses, questionei o Diversidade Tucana sobre o papel do pastor João Campos como líder da bancada evangélica e articulador antigay. João Campos é do PSDB e autor do projeto de “cura gay”. Sei que o Diversidade agiu dentro do partido para tentar anular Campos, sem muito sucesso.

Insatisfeito, publiquei como jornalista, um artigo dizendo que, enquanto nos mirávamos em Feliciano (PSC) e Bolsonaro (PP), incompetentes, João Campos seguia incólume nos bastidores, a inteligência por trás dos peões.

Quando o militante Leo Mendes escreveu sobre a mesma coisa, apontando que o projeto de “cura gay” era de Campos, prontamente entrei numa campanha para pressionar o PSDB.

Mais um artigo escrito, elogiado por Luiz Mott. Outros aderiram comigo, e a pressão, aliada às imprescindíveis manifestações de rua, fez surgir uma nota oficial, próxima das manobras no Congresso para levar o projeto a plenário e “enterrá-lo”, nas palavras de Henrique Alves (PMDB)

Suficiente? Não. O mandato é do partido, então, continuamos pressionando. Agora, sem apoio dentro do próprio PSDB, João Campos pede a retirada da “cura gay” de pauta: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,autor-pede-retirada-de-tramitacao-do-projeto-da-cura-gay-na-camara,1049449,0.htm e http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2013/07/02/camara-dos-deputados-arquiva-cura-gay.htm. O que ainda precisa ser votado.

Vitória nossa? Sem dúvida. Mesmo com Marisa Lobo dizendo que não, que “ela” pediu a retirada, foi, sim, uma vitória da pressão LGBT e de nossos aliados. Orgânicos e militantes não filiados. Gays e héteros. Negros e brancos. Psicólogos e pacientes. Tucanos e não tucanos. Estamos em todos os lugares, e juntos somos mais fortes.

Vencemos, porém, uma batalha – mas não a guerra. Se aprovada a retirada, o projeto, em vez de ser definitivamente derrubado, poderá voltar na próxima legislatura, em 2015. Foi uma vitória, mas também uma manobra evangélica, uma retirada estratégica.

Feliciano já ameaçou, dizendo que “haverá mais políticos evangélicos”, como se evangélicos – os verdadeiros – não tivessem coisas mais importantes para pensar sem ser nos ânus das pessoas e na sua vida sexual e afetiva.

É, porém, um risco verdadeiro. Cabe a nós não esquecermos, não deixar que aconteça e ajudar a diminuir, no pleito, a existência de políticos fundamentalistas. Não votar neles. Fazer campanha contra eles – e vigiar sempre, para que, em 2015, o Congresso não entre em tentação e tente, novamente, aprovar essa excrescência.

Eu não vou esquecer. Você vai?

... E parabéns ao PSDB. Não sou tucano, mas antes tarde do que nunca.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Deputado pastor quer derrubar direito à pensão para companheiro gay








O deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) se posicionou contra o Projeto de Lei que inclui como dependenteo companheiro ou a companheirahomossexual dos servidores públicos.


Votando o projeto na última quinta-feira, 8 de dezembro, na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF ) da Câmara, o deputado disse que aprovar o projeto seriadiscriminar as pessoas homossexuais.

No voto, o deputado e pastor alega que “não há na justificação do PL ou no relatório apresentado uma justificativa baseada em atributos, méritos ou carência identificável nos homossexuais para justificar a concessão do benefício. Cumpre relembrar que é a família, que é constituída pelo pai, a mãe e, presumivelmente, filhos”.

Fonte G

Governo declara apoio ao projeto que criminaliza a homofobia no Brasil




A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), declarou apoio ao projeto que criminaliza a homofobia.


“É muito importante que o Congresso Nacional encontre uma metodologia para responder a comunidade LGBT, que tem sido vítima da violência, muito cotidianamente, no nosso país. Assim como o racismo foi considerado crime, trabalharmos no sentido de que a homofobia também seja tratada como crime é um aspecto importante", disse a ministra, logo após participar da solenidade de entrega do Prêmio Direitos Humanos 2011, no Palácio do Planalto.

Fonte: Cena G

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Câmara dos Deputados aprova lei que penaliza quem discrimina pessoas com HIV



A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei da ex-senadora Serys Slhessarenko que penaliza a discriminação contra portadores do vírus HIV.

Pela proposta, que retorna ao Senado, quem discriminar um portador da doença pode ficar preso de um a quatro anos emulta.

A medida beneficia homo e bissexuais de forma significativa.



Fonte: Cena G

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tiririca afirma que tem um filho homossexual

11/10/2011
Tiririca afirma que tem um filho homossexual


O humorista e deputado federal Tiriricarevelou, durante o programa CQC, da TV Bandeirantes, que tem um filho homossexual.

Durante a entrevista, o deputado foi questionado sobre sua opinião a respeito deJair Bolsonaro e Jean Wyllys, seus companheiros de Câmara.

Tiririca respondeu que se identifica um pouco com os dois, e, inclusive, tem um filho que é homossexual e que não tem preconceitos sobre isso.



Eu mesmo tenho um filho que é.. vocês sabem né? Todo mundo tem um pouco disso dentro de si ou na sua casa, é que as pessoas escondem”, revelou Tiririca

Fonte: Cena G

domingo, 2 de outubro de 2011

O tempo Online entrevista Jean Wyllys deputado federal (PSOL-RJ)



Para quem esperava do ex-BBB o oportunismo barato das celebridades que se elegem, o jornalista tem sido reconhecido pelo seu engajamento. Desde que chegou à Câmara, o militante gay apanha da chamada "bancada conservadora", mas mostra que também sabe bater.



O senhor tem uma trajetória política peculiar. Como a descreve? Primeiro, é importante que a gente enriqueça a nossa compreensão da política. A compreensão tradicional, de que a política é passada de pai para filho, através das capitanias hereditárias, é muito pobre. Há outros políticos que não vieram dessa tradição. A política não era algo ausente da minha vida. Eu venho do movimento pastoral da Igreja Católica, participei das comunidades eclesiais de base na minha cidade natal, Alagoinhas. Aos 18 anos, eu me mudei para Salvador e fiz vestibular para jornalismo. Lá, eu retomo o meu ativismo, mas no movimento gay (na época, não se chamava movimento LGBT). Como estudante, participei da organização das primeiras paradas gays de Salvador. Depois, quando me formei, levei esse ativismo político e pró-direitos humanos para a minha atuação como jornalista.

Com essa trajetória, causa uma certa estranheza o senhor ter participado do "Big Brother Brasil". A minha dissertação de mestrado tratava das narrativas de presidiários. Mas, depois, eu decidi mudar meu objeto de estudo para os reality shows. Eu queria estudar o reality show numa pesquisa diferente, no que nós chamamos de pesquisa de recepção. Isso implicava em fazer uma etnografia do programa. Eu me inscrevi, fui selecionado e aí as coisas saíram do controle. Acabei virando um personagem da mídia. Venci o programa, o que era uma coisa que eu não esperava. Com isso, fiquei com uma batata quente na mão porque acabou desviando o meu roteiro inicial, que era a questão do estudo. Então, tive de administrar durante um tempo esse legado: a transição da minha participação no programa para aquilo que eu era antes. Eu tive de fugir dessas coisas que fazem as pessoas que deixam um reality show, como participar de festas etc. Nesse período, trabalhei dois anos como repórter da TV Globo. Quando achei que era o momento certo, pedi demissão da emissora e voltei para a academia para retomar a minha vida.

Foi aí que o senhor decidiu participar da política partidária? Ao voltar para academia, voltei também para o ativismo político no movimento social. Nessa época, vim ao Congresso fazer uma comunicação em defesa do Estado laico e do projeto de lei que criminaliza a homofobia. Aí, o então senador Aloizio Mercadante (atual ministro de Ciência e Tecnologia) perguntou por que eu não era filiado a um partido político. Respondi que não achava isso importante. Ele argumentou que eu era uma figura de carisma, popular, e que o lugar para a transformação efetiva era a política institucional. Eu fiquei com isso na cabeça, e pensei: enfim, chegou a hora de eu me filiar a um partido. Relutei em me candidatar. Sabia dos preconceitos dos jornalistas, principalmente daqueles que cobrem a política, e temia ser jogado na vala comum das pessoas famosas que entram na política. Mesmo assim, saí candidato e me elegi.

A militância política do senhor é marcada pela defesa dos direitos dos homossexuais. Por que o envolvimento com essa causa? Ora, porque eu sou gay. Simples assim. Não tem justificativa maior para eu me engajar nessa luta senão o fato de ser homossexual e sentir na pele os efeitos da discriminação. A injúria e a discriminação se apresentam na vida de um gay muito cedo, antes mesmo de ele saber o que são práticas sexuais. A primeira vez que eu ouvi a injúria tinha apenas 6 anos, não sabia o que é ser gay. Mas só o fato de não corresponder ao papel atribuído ao gênero masculino por essa sociedade heteronormativa - não jogar futebol, preferir ficar com as meninas - já fazia com que eu fosse injuriado.

O reconhecimento dos direitos dos homossexuais avançou do dia em que o senhor tomou posse para hoje? Essa avaliação é muito difícil de fazer. O que eu posso dizer é que a minha presença no Congresso é significativa, porque sou homossexual assumido e não há hierarquia entre nós. Eu me coloco ao lado dos caras que estão aqui. Estou do lado deles tratando das mesmas questões que eles tratam: de finanças e tributação ao Código Florestal à Comissão da Verdade. Isso é muito significativo porque você tira o homossexual desse lugar subalterno em que a sociedade sempre o confinou, para mostrar que ele está habilitado a tratar de qualquer tema. Não precisamos ficar confinados nesses estereótipos, nessa crença de que nascemos para sermos cabeleireiros, maquiadores, ou para trabalharmos na esfera das artes. Nada contra essas atividades, pelo contrário.

Entre os Poderes da República, o Legislativo seria o mais refratário ao reconhecimento dos direitos dos homossexuais? No Brasil, o Poder Executivo e o Poder Judiciário avançaram muito mais do que o Legislativo em relação à cidadania LGBT. Quem ficou para trás foi o Legislativo, principalmente porque é composto, em sua maioria, por uma bancada conservadora, que trabalha contra direitos já conquistados, não só de homossexuais. Essa bancada conservadora vai contra o direito de negros - querem, por exemplo, acabar com o sistema de cotas - e contra direitos conquistados pelas mulheres. O Estatuto do Nascituro, que está tramitando, representa passos para trás no que diz respeito ao direito da mulher sobre o seu corpo.

O que move essa bancada conservadora a que o senhor se refere? O simples preconceito, ou há outras razões? O principal é o preconceito. Mas, muitas vezes, eles querem criar cortinas de fumaça, porque, quando você entra nas questões morais - que suscitam paixão -, tira o foco do que realmente interessa. Muitos desses deputados e senadores que investem duramente em ações contra homossexuais estão envolvidos em escândalos de corrupção. Quando os políticos chamam a atenção para uma questão moral, fazem com que o eleitorado não preste atenção naquilo que realmente interessa. Então, há preconceito, mas há também má-fé, cinismo e uso deliberado dessa pauta para esconder esquemas de corrupção.

Agora que o STF reconheceu a união estável homoafetiva, qual o foco do movimento LGBT? O nosso primeiro foco é o casamento civil, e o segundo, a criminalização da homofobia. Eu não gosto muito de usar o termo criminalização, porque não se trata de matéria penal meramente. Não é só isso. Queremos equiparar a homofobia ao antissemitismo - o ódio contra judeus - e ao racismo. Agora, o casamento civil é importante para que todos tenham a sua relação conjugal protegida pelo Estado. Com o casamento civil, você, heterossexual, goza da proteção do Estado porque, automaticamente, o Estado reconhece você e a sua mulher como uma entidade familiar. Eu não, porque sou homossexual. Esse direito me é negado.

O Congresso Nacional está discutindo neste momento a reforma política. É possível incluir a questão dos direitos dos homossexuais nesse debate? Não diretamente. Seguramente, o voto distrital é um voto que não vai ajudar as representações das minorias porque defender direitos de negros, povos indígenas, mulheres, deficientes, idosos, crianças e dos homossexuais não traz popularidade. As discussões em torno dos direitos dessas minorias acabam caindo em questões morais. Não é à toa que os candidatos a presidente, governador, nunca tocam nesses temas porque isso desperta paixões e faz com que o eleitorado se volte contra eles. Poucos são os que, corajosamente, enfrentam esse tema. O voto distrital, portanto, não vai ajudar essas minorias porque a chance de os representantes delas se elegerem se tornam minúsculas. Se você não tem representante, os direitos não podem ser defendidos. Aí não vai haver lei que proteja essas minorias.

Publicado no Jornal OTEMPO

sábado, 1 de outubro de 2011

Olhem para o sol, pois em volta dele há um arco-íris


Quando li do fenômeno, pensei em postar algo, mas me quedei inerte, pois sabia que os evangélicos, em sua maioria, alucinados beirando à psicose, iriam fazer alguma coisa para que se pudesse deles, devidamente, debochar... 

Não deu outra, no twitter pipocaram mensagens dizendo que o fenômeno NATURAL era o sinal da VOLTA DE JESUS! (risos contundentes).

Assim, no dia 30 de de setembro, perto do meio-dia, o céu de Brasília foi embelezado pelo fenômeno conhecido como ‘halo’, um "arco-íris" que circula o sol, e os evangélicos de plantão dispararam suas asneiras habituais e recorrentes: Gente olhem pro sol!!! JESUS ESTÁ VOLTANDOO. este é O SINAL!” enviou um usuário para o Gospel+ no twitter. Outra twitteira publicou que “hoje o sol tava tão bonito. Meu primo leu na Bíblia que é sinal que Jesus volta em breve”. “Pessoas, olhem pro SOL, olha o sinal da vinda de JESUS! :)”, disse uma jovem terapeuta que sonha em ser pastora em 2016.

Tudo isso se deu por conta de uma má interpretação de um texto de Lucas 21,25: "E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas".

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o fenômeno conhecido como halo é formado pelo reflexo do Sol em cristais de gelo. “É um fenômeno meteorológico provocado por finíssimas luzes de cristais de gelo que ficam dentro das nuvens e são rebatidas pelo Sol”, disse o meteorologista do Inmet Manuel Rangel. A duração do halo varia, chegando a permanecer até mesmo durante uma hora no céu. 

Mas, dessa vez eu queria mesmo que fosse um sinal no céu de Brasilia, um sinal de Deus dizendo: "CONGRESSO NACIONAL OLHE PARA O SOL E VEJA, HÁ UM ARCO- ÍRIS NELE, SÍMBOLO DA MINHA ALIANÇA, AMOR E PROMESSA, SÍMBOLO DE UM POVO ANGUSTIADO, AMORDAÇADO, HUMILHADO, DISCRIMINADO, ASSASSINADO. CONGRESSO NACIONAL OLHE PARA O SOL E VEJA O ARCO-ÍRIS E APROVE A LEI QUE TORNA CRIME A HOMOFOBIA NESTA NAÇÃO ABENÇOADA, ACABE COM A INJUSTIÇA E DÊ UMA CHANCE A PAZ E AO AMOR, OLHE PARA O SOL E VEJA, HÁ NELE UM ARCO-ÍRIS, SIMBOLO DA MINHA VONTADE E PROMESSA!"

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

OAB aprova proposta sobre diversidade sexual e destaca luta contra intolerância



Brasília, 19/09/2011 - O Pleno do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil aprovou hoje (19) em sessão plenária projeto de Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que será encaminhado ao Congresso Nacional como contribuição da cidadania brasileira, visando o combate à discriminação e a intolerância por orientação sexual ou identidade de gênero. A aprovação foi saudada pelo presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, que conduziu a sessão, como "a reafirmação de que incumbe ao advogado a luta pela paz social, pela defesa dos direitos humanos e dos princípios constitucionais de que todos são iguais perante a lei e, portanto, não podem ser discriminados". A PEC foi apresentada pela Comissão Especial da Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB e teve como relator o conselheiro federal Carlos Roberto de Siqueira Castro, do Rio de Janeiro. 

Ophir Cavalcante destacou que, ao enviar esse projeto à apreciação do Poder Legislativo, a OAB expressa também seu apoio ao princípio constitucional e mundialmente reconhecido da tolerância. Dessa forma, segundo ele, o envio da proposta tem ainda o objetivo de manifestar ao Parlamento que a entidade exerce pressão legítima por uma demanda da sociedade, ao requerer aprovação de lei de proteção aos direitos de homossexuais, lésbicas, bissexuais, transexuais, travestis, transgêneros e intersexuais. Uma das principais mudanças é introduzida pela PEC ao artigo 3º, inciso IV da Constituição Federal, que trata dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. Hoje, tal inciso prevê: "promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de preconceitos". A proposta da OAB inclui entre eles, "a orientação sexual ou identidade de gênero". 

Quanto à legislação infraconstitucional que necessariamente deve se seguir à aprovação de uma PEC, nesse caso a OAB ficou de examinar em outubro próximo, um anteprojeto contendo as propostas de legislação que "consagram uma série de prerrogativas e direitos a homossexuais, lésbicas, bissexuais, transexuais, travestis, trangêneros e intersexuais e propõe também o reconhecimento das uniões homoafetivas". A Comissão Especial da Diversidade Sexual já apresentou proposta de um Estatuto regulando essas questões a partir da vigência da Emenda à Constituição. O Estatuto deve ser apreciado em sessão plenária da entidade dia 24 de outubro.


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Deputado Jean Wyllys concorre a prêmio de melhor parlamentar


O deputado federal Jean Wyllys, do PSOL-RJ, primeiro parlamentar assumidamente gay do Brasil, é um dos finalistas da sexta edição do prêmio Congresso em Foco, que elege os deputados federais e senadores que tiveram mais destaque em seus mandatos.

O objetivo é incentivar a população aacompanhar mais de perto as ações deles.

A votação que vai escolher os premiados começou na última segunda-feira, 22, e pode ser feita no endereço eletrônico www.congressoemfoco.uol.com.br

O resultado sai no dia 7 de novembro.



domingo, 7 de agosto de 2011

Deu na VEJA: A fé dos homofóbicos


André Petry

A fé dos homofóbicos

"Dizem eles que a criminalização da homofobia levará à prisão em massa de pastores e padres, e viveremos todos sob o domínio gay. A história ensina que essa lei será aprovada, e a vida seguirá seu curso regular, sem nada de extraordinário"

Em 1946, quando os negros reivindicaram a inclusão de alguns direitos na Constituição, foi um salseiro. Foram acusados de antidemocráticos e racistas por congressistas e estudantes da UNE. Em 1988, a Constituição promoveu o racismo de contravenção a crime. Ninguém chiou. Na década de 50, quando se discutia o divórcio, teve cardeal dizendo que se devia pegar em armas para combater a proposta. Em 1977, o Congresso aprovou o divórcio. Não houve tiroteio, e a igreja do cardeal nunca mais tocou no assunto. Recordar é viver.

Agora, os evangélicos estão anunciando o apocalipse caso o Senado faça o que a Câmara já fez: aprovar lei punindo a homofobia com prisão. A lei em vigor pune a discriminação por raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. A nova acrescenta a punição por discriminação contra homossexuais. Cerca de 1 000 evangélicos tentaram invadir o Senado em protesto. Dizem que a criminalização da homofobia levará à prisão em massa de pastores e padres, e viveremos todos sob o domínio gay. A história ensina que, cedo ou tarde, a lei, ou outra qualquer com objetivo similar, será aprovada, e a vida seguirá seu curso regular sem nada de extraordinário.

Os evangélicos e aliados dizem que proibir a discriminação contra gays fere a liberdade de expressão e religião. Dizem que padres e pastores, na prática de sua crença, não poderão mais criticar a homossexualidade como pecado infecto e, se o fizerem, vão parar no xadrez. É uma interpretação tão grosseira da lei que é difícil crer que seja de boa-fé.

Tal como está, a lei não proíbe a crítica. Proíbe a discriminação. Não pune a opinião. Pune a manifestação do preconceito. Uma coisa é ser contra o casamento gay, por razões de qualquer natureza. Outra coisa é humilhar os gays, apontá-los como filhos do demônio, doentes ou tarados. É tão reacionário quanto uma Ku Klux Klan alegar que a proibição da segregação racial fere sua liberdade de expressão. Querem a liberdade de usar a tecnologia Holerite de cartões perfurados pela IBM?

Alegam que a liberdade religiosa fica limitada porque combater o pecado vira crime. É um duplo equívoco. O primeiro é achar que uma doutrina de crença em forças sobrenaturais autoriza o fiel a discriminar o herege. O segundo é atribuir à lei valor moral. O direito penal não é instrumento para infundir virtudes. É um meio para garantir o convívio minimamente pacífico em sociedade. Matar é crime não porque seja imoral, mas porque a sociedade entendeu que a vida deve ser preservada. Dúvidas? Recorram ao Supremo Tribunal Federal. Na democracia, é assim. Lei não é bíblia de moralidade.

O que essa proposta pretende dar aos gays, e sabe-se lá se terá alguma eficácia, é aquilo a que todo ser humano tem direito: respeito à sua integridade física e moral. Os evangélicos, pelo menos os que foram a Brasília, dão prova de desconhecer que seres humanos não diferem de coisas só porque são um fim em si mesmos. Os seres humanos diferem das coisas porque, além de tudo, têm dignidade. As coisas têm preço.

VEJA

Escreva para o autor no endereço colunadopetry@abril.com.br /

Edição 2067
2 de julho de 2008

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Presidente da Câmara derruba projeto que queria suspender união estável


com informações do Mix Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), acabou de indeferir um projeto de decreto legislativo (PDC) proposto pelo deputado federal João Campos (PSDB-GO), que visava derrubar a decisão do Supremo Tribunal Federal que legalizou em todo o Brasil a união estável homoafetiva.

João Campos, um dos líderes da bancada evangélica na Câmara, havia declarado que “o argumento do Supremo de que o Legislativo se omitiu do tema não é verdadeiro”. Segundo o parlamentar, o Congresso tem discutido o assunto (união civil gay), mas que a maioria dos deputados e senadores é contra a questão e por conta disso é que as leis apresentadas não são aprovadas.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Nota Oficial da ABGLT sobre a suspensão do kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia

ESH

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, por meio de suas 237 ONGs afiliadas, assim como a Articulação Nacional de Travestis e Transexuais - ANTRA, a Articulação Brasileira de Lésbicas – ABL, o Grupo E-Jovem, milhares de militantes LGBT e defensores dos direitos humanos, lamentam profundamente a decisão da Presidenta Dilma de suspender o kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia. A notícia foi recebida com perplexidade, consternação e indignação.

Apesar de entender que houve suspensão, e não cancelamento, do kit, até porque o material ainda não está disponível para uso nas escolas e aguarda a análise do Comitê de Publicações do Ministério da Educação, a ABGLT considera que sua suspensão representa um retrocesso no combate a um problema – a discriminação e a violência homofóbica – que macula a imagem do Brasil internacionalmente no que tange ao respeito aos direitos humanos.

Este episódio infeliz traz à tona uma tendência maléfica crescente e preocupante na sociedade brasileira. O Decreto nº 119-A, de 17 de janeiro de 1890, estabeleceu a definitiva separação entre a Igreja e o Estado, tornando o Brasil um país laico e não confessional. Um princípio básico do estado republicano está sendo ameaçado pela chantagem praticada hoje contra o governo federal pela bancada religiosa fundamentalista e seus apoiadores no Congresso Nacional. O fundamentalismo de qualquer natureza, inclusive o religioso, é um fenômeno maligno atentatório aos princípios da democracia, um retrocesso inaceitável para os direitos humanos.

Os mesmos que queimaram os homossexuais, mulheres e crentes de outras religiões na fogueira da Inquisição na idade média estão nos ceifando no Brasil da atualidade. Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, a cada dois dias uma pessoa LGBT é assassinada no Brasil por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero. É preciso que sejam tomadas medidas concretas urgentes para reverter esse quadro, que é uma vergonha internacional para o Brasil.

Uma forma essencial de fazer isso é através da educação. E por este motivo o kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia foi construído exaustivamente por especialistas, com constante acompanhamento do Ministério da Educação, e com base em dados científicos. Entre estes são os resultados de diversos estudos realizados e publicados no Brasil na última década.

A pesquisa intitulada “Juventudes e Sexualidade”, realizada pela UNESCO e publicada em 2004, foi aplicada em 241 escolas públicas e privadas em 14 capitais brasileiras. Segundo resultados da pesquisa, 39,6% dos estudantes masculinos não gostariam de ter um colega de classe homossexual, 35,2% dos pais não gostariam que seus filhos tivessem um colega de classe homossexual, e 60% dos professores afirmaram não ter conhecimento o suficiente para lidar com a questão da homossexualidade na sala de aula.

O estudo "Revelando Tramas, Descobrindo Segredos: Violência e Convivência nas Escolas", publicado em 2009 pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana, baseada em uma amostra de 10 mil estudantes e 1.500 professores(as) do Distrito Federal, e apontou que 63,1% dos entrevistados alegaram já ter visto pessoas que são (ou são tidas como) homossexuais sofrerem preconceito; mais da metade dos/das professores(as) afirmam já ter presenciado cenas discriminatórias contra homossexuais nas escolas; e 44,4% dos meninos e 15% das meninas afirmaram que não gostariam de ter colega homossexual na sala de aula. 

A pesquisa “Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar” realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, e também publicada em 2009, baseou-se em uma amostra nacional de 18,5 mil alunos, pais e mães, diretores, professores e funcionários, e revelou que 87,3% dos entrevistados têm preconceito com relação à orientação sexual e identidade de gênero. 

A Fundação Perseu Abramo publicou em 2009 a pesquisa “Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil: intolerância e respeito às diferenças sexuais”, que indicou que 92% da população reconheceram que existe preconceito contra LGBT e que 28% reconheceram e declarou o próprio preconceito contra pessoas LGBT, percentual este cinco vezes maior que o preconceito contra negros e idosos, também identificado pela Fundação.

Estas e outras pesquisas comprovam indubitavelmente que a discriminação homofóbica existe na sociedade é tem um forte reflexo nas escolas. Eis a razão e a justificativa da elaboração do kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia.

Com a suspensão do kit, os jovens alunos e alunas das escolas públicas do Ensino Médio ficarão privados de acesso a informação privilegiada para a formação do caráter e da consciência de cidadania de uma nova geração.

Em resposta às críticas ao kit, informamos que o material foi analisado pelo Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação do Ministério da Justiça, que faz a "classificação indicativa" (a idade recomendada para assistir a um filme ou programa de televisão). Todos os vídeos do kit tiveram classificação livre, revelando inquestionavelmente as mentiras, deturpações e distorções por parte de determinados parlamentares e líderes religiosos inescrupulosos, que além de substituírem as peças do kit por outras de teor diferente com o objetivo de mobilizar a opinião pública contrária, na semana passada afirmaram que haveria cenas de sexo explícito ou de beijos lascivos nas peças audiovisuais do kit.

O kit educativo foi avaliado pelo Conselho Federal de Psicologia, pela UNESCO e pelo UNAIDS, e teve parecer favorável das três instituições. Recebeu o apoio declarado do CEDUS – Centro de Educação Sexual, da União Nacional dos Estudantes, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, e foi objeto de uma audiência pública promovida pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, cujo parecer também foi favorável. Ainda, teve uma moção de apoio aprovada pela Conferência Nacional de Educação, da qual participaram três mil delegados e delegadas representantes de todas as regiões do país, estudantes, professores e demais profissionais da área.

Ou seja, tem-se comprovado, por diversas fontes devidamente qualificadas e respeitadas, como base em informações científicas, que o material está perfeitamente adequado para o Ensino Médio, a que se destina.

Os direitos humanos são indivisíveis e universais. Isso significa que são iguais para todas as pessoas, indiscriminadamente. Os direitos humanos de um determinado segmento da sociedade não podem, jamais, virar moeda de troca nas negociações políticas. Esperamos que a suspensão do kit não tenha acontecido por este motivo e relembramos o discurso da posse da Presidenta no qual afirmou a defesa intransigente dos direitos humanos.

Esperamos que a Presidenta Dilma mantenha o diálogo com todos os setores envolvidos neste debate e que respeite o movimento social LGBT. Da mesma forma que há parlamentares contrários à igualdade de direitos da população LGBT, há 175 nesta nova legislatura que já integraram a Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT, e que com certeza gostariam de ter a mesma oportunidade para se manifestarem em audiência com a Presidenta, o mais brevemente possível.

A Presidenta Dilma tem assinalado que seu governo está comprometido com a efetiva garantia da cidadania plena da população LGBT, por meio das ações afirmativas de seus ministérios. Na semana passada, na ocasião do Dia Internacional contra a Homofobia, a ABGLT foi recebida por 12 ministérios do Governo Dilma, onde um item comum em todas as pautas foi o cumprimento do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT. Também na semana passada, por meio de Decreto, a Presidenta convocou a 2ª Conferência Nacional LGBT. Porem, com a atitude demonstrada no dia de hoje acreditamos estar na contramão dos direitos humanos, retrocedendo nos avanços dos últimos anos. Exigimos que este governo não recue da defesa dos direitos humanos, não vacile e não sucumba diante da chantagem e do obscurantismo de uma minoria perversa de parlamentares e líderes fundamentalistas mal intencionados.

Esperamos que a Presidenta da República reconsidere sua posição de suspender o kit do projeto Escola Sem Homofobia, para restabelecer a conclusão e subsequente disponibilização do mesmo junto às escolas públicas brasileiras do ensino médio. Esperamos também que estabeleça o diálogo com técnicos e especialistas no assunto. Estamos abertos ao diálogo e esperamos que nossa disposição neste sentido seja retribuída o mais rapidamente possível, sendo recebidos em audiência pela Presidenta Dilma e pela Secretaria-Geral da Presidência da República e que a mesma reveja sua posição.

Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

25 de maio de 2011

Links para os vídeos do kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia:

ENCONTRANDO BIANCA

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=A_0g9BEPVEA
PROBABILIDADE http://www.youtube.com/watch?v=tKFzCaD7L1U&feature=related
TORPEDO   http://www.youtube.com/watch?v=hKJjOJlEw_U&feature=related

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Bolsonaro: “A MINORIA TEM QUE SE CURVAR!”

Militar da reserva e deputado em seu sexto mandato, ele fala de suas posições sobre homossexualidade para O TEMPO e alimenta ainda mais as polêmicas que ocupam o Congresso. Na sua avaliação, os gays estão lutando por privilégios, e os heterossexuais sofrem discriminação.

 

Entrevista com Jair Bolsonaro - Deputado Federal pelo PP    

Publicado no Jornal OTEMPO em 23/05/2011

BOL

 

Deputado Jair Bolsonaro, o sr. tem se destacado nacionalmente por combater o movimento gay. Por que o envolvimento com essa causa?

Eu entrei nessa briga no dia 23 de novembro do ano passado. Sem querer, passando no corredor das comissões aqui da Câmara, eu vi uma reunião de pessoas esquisitas - que não usavam o traje normal aqui dentro: paletó e gravata, mas umas fantasias coloridas, bandeiras LGBT - aí eu perguntei para um assessor da Câmara "vai ter uma passeata do orgulho gay?". E ele me respondeu que eles estavam lançando o que eu passei a chamar de Kit Gay, um material, que eles chamam de didático, para combater a homofobia, mas que, na verdade, atingindo um público de primeiro grau, estimula o homossexualismo. Então, eu comecei por aí. E, no bojo desse Kit Gay, veio o Plano Nacional de Promoção da Cidadania LGBT, que traz propostas absurdas, inclusive, uma delas mostra que eu tenho razão: que esse material, o livro didático com a temática da diversidade sexual, é para um público infanto-juvenil, sendo infanto até 10 anos de idade.    

Mas o MEC argumenta que o material não seria destinado a crianças.

Não adianta me chamar de mentiroso. Esses esquerdiopatas, esses fundamentalistas homossexuais que não têm argumento, falam que eu sou um pit bull, mas que, na verdade, tem uma Lassie dentro de mim, que eu tenho que sair do armário, consultar um analista. Se você reage, eles dizem que isso é normal, se você fica quieto, está do lado deles. Então, não tem conversa entre nós. Eu não tenho uma linguagem bonita, por ser parlamentar a minha formação é essa. Mas tenho uma linguagem pesada que o povo entende. E a gente está tendo uma aceitação muito grande no tocante a isso aí. Ontem começou a bancada evangélica a se movimentar, trouxeram o ministro da Educação, Fernando Haddad, para explicar o Kit Gay. E ele falou que não sabia de nada, deu uma de Lula, disse que não sabia de nada. Olha só, que irresponsabilidade: não sabia de um material que foi licitado em novembro do ano passado, conforme as notas taquigráficas que eu tenho aqui da Câmara.    

Deputado, o sr. acha que há alguma espécie de plano oculto para tornar as pessoas homossexuais?

Eu vejo como um projeto de governo, pelo poder, e há também um interesse externo nisso. Por que projeto de governo? Quanto mais gente ignorante no nosso país, melhor para quem está no governo. A molecada, ao invés de se preocupar com matemática, português, física, etc., vai perder tempo discutindo homossexualismo, estudando livros que mostram que dois homens namorando é normal, duas mulheres dormindo juntas é normal. Isso aí ajuda a deseducar, a deixar o cara mais burro. Então, o que acontece: quanto mais ignorante estiver o nosso país, vivendo de projetos assistencialistas como o bolsa-família, mais fácil desse pessoal se perpetuar no poder. Quanto ao interesse externo, você hoje em dia não fabrica aqui no Brasil uma calculadora, você não fabrica nada aqui. Não temos tecnologia. Então, quanto mais imbecis houver aqui, mais nós continuaremos exportando um navio de minério de ferro para comprar uma canoa com chapa de aço dos estrangeiros.    

Nesse sentido, então, o Supremo errou ao reconhecer aos casais homossexuais os mesmos direitos que se aplicam à união estável entre pessoas de sexo diferente?

Primeiro que o STF tem que decidir em cima de leis. Já entrei no passado com um mandato de injunção na Corte e foi batido o martelo dizendo que o Executivo tinha que regulamentar, o Supremo não mandou pagar pensão integral para viúvas de militares ou servidores civis, ele deu um prazo para o Executivo regulamentar. Podia aqui o Supremo - seria menos grave - dizer que nós do Congresso teríamos que votar para decidir a questão do casamento gay. Estamos organizando aqui um plebiscito, mas o grupo LGBT não quer uma consulta popular, porque, por exemplo, no Peru, o casamento entre homossexuais teve um rejeição de 80%. Eu tenho certeza que, no Brasil, ficaria próximo disso. Se fosse a voto a adoção de filhos por homossexuais, tenho certeza que 90% do país seria contrário. E nós temos de legislar para a maioria, e não para a minoria. A minoria tem de se curvar, obedecer, e ponto final.    

Outro projeto que pode ser votado pelo Congresso é aquele que criminaliza a homofobia. O sr. vai trabalhar contra?

Esse projeto é um crime, nem vou entrar para o lado do que os pastores falam, no tocante à pregação. Vou pintar um quadro hipotético aqui: está um de nós com a sua esposa e um casal de filhos de seis, sete anos no restaurante. Daí dois homens, você olha e vê que são homens, de repente começam a trocar carícias. Então, você levanta e troca de mesa para que seus filhos não vejam aquilo. Aí eles levantam e dão um grito: homofobia! Você e a sua esposa começam com três anos de cadeia. Quer ver outro exemplo? Uma dona de casa tem uma empregada doméstica, tenho que tomar cuidado com o termo para as pessoas não dizerem que eu estou discriminando: "ela é a secretária do lar". É tipo a questão do homossexualismo: o cara é bicha, é veado, qual o problema? No meu tempo era bicha, não tem diferença, não estou ofendendo o cara. Ele não participa de passeata do orgulho gay? Você chama de veado e o cara quer te processar... Mas voltando à empregada doméstica. De repente a patroa fala para o marido: temos que mandar a dona Maria embora porque ela está quebrando muito prato, ou então não vamos conseguir pagar mais. Imagina que, porventura, essa empregada seja homossexual, ela vai na delegacia e diz que foi mandada embora porque a patroa percebeu que ela era lésbica e resolveu mandar embora por causa disso. Essa dona de casa também começa com três anos de cadeia. E é a patroa que terá de provar que não mandou embora a empregada por causa do homossexualismo. Isso é o fim do mundo. Não tem a mínima chance de ser aprovado no Senado.    

Mas não foi aprovado na Câmara também contra as previsões?

A passagem do projeto aqui na Câmara foi uma fraude. Publicada a ordem do dia em uma quinta-feira de 2006, não havia aquela matéria. Então, uma deputada entrou com requerimento de urgência - já à noite, acabando tudo, meia-dúzia no plenário. Quem presidia a mesa já estava acertado com ela, aceitou o requerimento, fez uma votação simbólica, e, ato contínuo, foi colocado em votação. Em dez segundos, o projeto foi aprovado e você não pode fazer mais nada. Foi um crime o que foi feito aqui. Não houve discussão. Ele não passaria na Câmara e agora está no Senado. Foi uma maneira suja de fazer aprovar um projeto aqui por parte de sujos que são esses grupos de homossexuais que estão aqui dentro da Câmara.    

Alguns deputados alegam que o projeto que criminaliza a homofobia também se choca com a liberdade de expressão.

Uma das propostas dos homossexuais fala sobre controle social junto às redes de TV, com proibição de piadas LGBT. Se você quiser contar a piada do veadinho, não pode mais. Se o Costinha estivesse vivo, estaria desempregado. O que os gays estão querendo não é ter os mesmos direitos, eles querem privilégios. Quer dizer que pode contar piada de gordo, de careca, mas não pode de veado?    

Deputado, o sr. acha que está se formando no país algum tipo de preconceito contra heterossexuais?

Eu já falei aqui que o heterossexual está sendo discriminado. Esse pessoal gay prega que o verdadeiro orgasmo só é atingido por quem faz sexo anal. É essa a mensagem que eles estão pregando aqui dentro da Câmara. Você vai falar que não, aí eles perguntam: você já experimentou? É brincadeira. É como se nós, que não fazemos isso, estivéssemos perdendo alguma coisa. Agora, o grande crime, repito, o grande crime, o grande mal é atocaiar, emboscar a criançada na escola, a molecada que ainda está desmamando... Isso é um crime, e nós temos de impedir.    

O sr. não acha que essa postura combativa acaba ajudando o movimento gay? Porque, pelo menos aqui dentro do Congresso, o debate ganhou mais força depois que o sr. começou a aparecer na mídia...

De jeito nenhum. O ministro da Educação, por exemplo, falou que não vai distribuir o Kit Gay por enquanto, e fechou um compromisso com a bancada evangélica para que todos nós recebamos o Kit Gay antes de ele mandar licitar o que não foi licitado ainda, ou mandar distribuir. Palavra dele, que eu não acredito, até porque ele só faz trapalhada. Conseguimos segurar isso daí. Mas não adianta, porque os homossexuais não vão ganhar força com passeata, com audiência pública, não vão ganhar nada com isso aí. O Jean Willys (deputado federal pelo PSOL-RJ) não conseguiu nem as 171 assinaturas para apresentar a Proposta de Emenda à Constituição para instituir o casamento homossexual. Não conseguiu nem vai conseguir.    

Há mais parlamentares aqui no Congresso que aparecem publicamente para defender os direitos dos homossexuais do que para falar contra. O sr. acha que a sua atitude vocaliza o sentimento de uma maioria que, em geral, fica calada?

O que eu tenho falado, e eu sempre esculacho, nenhum deputado ocupa a tribuna para me recriminar. Você não pega um deputado dizendo: quero criticar o Bolsonaro. A maioria dos parlamentares está com a gente, e, dos que assinaram a frente parlamentar em defesa dos homossexuais, acredito que a maioria assinou sem ler. Todos concordam com as coisas que eu digo, mas poucos têm coragem de assumir.    

Recentemente, o governo do Rio de Janeiro autorizou militares a participarem de passeatas gay utilizando a farda...

O Sérgio Cabral (governador do Rio) é um fanfarrão. Ele brinca com uma corporação em que, em média, doze homens morrem por mês, ou em serviço, ou fazendo um bico, porque ganham pouco. É um crime o que ele faz... Até corre na internet aqui um brasão do 24 B gay, embaixo escrito: o batalhão do Sérgio Cabral. Ele autorizou os gays a comparecerem fardados e com viaturas. E eu nem entro na questão de gastar dinheiro público, gasolina, com esses movimentos promíscuos, porque ninguém tem orgulho de ter um filho gay, um irmão gay, um pai gay. Então, é um deboche que ele faz com esses bravos homens, que morrem doze por mês, ao enfrentarem bandidos com fuzis.    

Para finalizar esse assunto, deputado, como devem então ser tratados os homossexuais? Imagina que você tem um garoto muito jovem, de cinco ou seis anos, e ele começa a quebrar vidraça do vizinho, a xingar você, a cuspir no prato, não comer. Se não tem jeito de, na conversa, mudar, você tem de dar um coro nele. E muitos concordam com isso. Se eu posso mudar um comportamento agressivo num filho meu, por que eu não posso mudar um comportamento extremamente delicado, fora do padrão para um garoto? Lógico que eu posso. Eu tenho o direito, mais que o direito, eu tenho o dever de tentar. Se eu percebesse isso aí em qualquer filho meu, tinha apanhado pode ter certeza disso aí. "Isso é coisa de menina, vai ser homem, moleque!" Muita gente fala que levou porrada do pai e, graças a isso, é homem hoje em dia.    

O sr. Também foi acusado de racismo recentemente por causa de uma resposta que deu em um programa de televisão.

Isso praticamente já não existe mais dentro da Câmara. Naquela entrevista, quando eu vi a imagem da Preta Gil, eu já engatilhei uma resposta para ela, tendo em vista a vida promíscua que ela leva. E não tenho de provar nada, porque está na internet que ela participa de suruba. Eu entendi a palavra gay, não negra. Tanto é que eu desafio qualquer um a entrar com uma ação no Ministério Público para me prender, porque o crime de racismo é inafiançável e eu, deputado, não tenho imunidade para isso.    

A Preta Gil disse aqui na Câmara que vai lutar para o sr. não se reeleger.

Eu ficaria preocupado é se a Preta Gil fosse no Rio e falasse: vote no Bolsonaro, que ele é um cara legal. Daí eu teria que trabalhar igual a um desgraçado para ser reeleito. Obrigado à Preta Gil. Podemos até discutir, se ela estiver desempregada, trabalhar para a minha campanha no Rio de Janeiro me criticando, eu até arranjaria uma graninha para ela, uns R$ 600 por mês, que é o que ela merece.    

Eu tenho ouvido recorrentemente a frase "Bolsonaro presidente". O sr. não planeja voos mais altos?

É muito difícil você ser presidente, governador e prefeito no nosso país. O contato com o Legislativo é complicado. Além disso, no Rio de Janeiro, por exemplo, você tem uma dezena de hospitais públicos. Quando um cara morre no hospital, o pessoal arrebenta contigo. Ninguém vê que, na mesma noite, centenas de pessoas foram bem tratadas. O pessoal bate exatamente em cima daquilo. Eu não entendo como o cara, quando ganha uma prefeitura, uma governadoria, ele comemora. Ele tinha é que chorar. É tanto problema, nós não temos como dar vazão, por mais honesto que seja um prefeito, não atende, não consegue dar vazão à demanda. Eu tenho pena de prefeito honesto, porque não tem como resolver os problemas todos.    

Deputado, ideologicamente o sr. se posiciona como de direita... O que significa isso?

Direita não, extrema direita, que é rotulada aqui no Brasil como a pessoa que defende a pena de morte, que defende o planejamento familiar, que é contra a indústria da demarcação de terras indígenas, que defende o endurecimento das penas. Muitas vezes, o Brasil quer imitar os países do primeiro mundo apenas no que interessa para nós. Temos de imitar em muitas coisas, na redução da maioridade penal. Presídio para valer não tem que ter visita íntima, onde a mulher passa tudo para o preso, escondido nos mais variados locais. Eu acho que os presídios no Brasil são excepcionais, são muito bons. Você faz muita força para entrar lá, é um lugar democrático, ninguém está lá de graça. Situação pior do que a dos que estão lá dentro é a da viúva que teve o marido morto aqui fora. Muitos dos que estão lá dentro, a família recebe no mínimo R$ 800 por mês a titulo de auxílio reclusão. E a viúva com três, quatro filhos não tem nada. E os Direitos Humanos vão atender exatamente o criminoso. Tanto que eles conseguiram. O presidiário, cuja pena não transitou em julgado, pode até votar. Então você imagina para quem essas pessoas votam. Para nós, os políticos, vale a lei da Ficha-Limpa, mas para o eleitor não vale.    

O Congresso está discutindo atualmente a Reforma Política. Para o sr., quais mudanças são necessárias?

A minha proposta eu não apresento porque a minha Reforma Política não é o candidato, é o eleitor. Se você tem a massa estragada, por melhor padeiro que você seja, não vai sair um bom pão. E a massa estragada é o eleitor. Aí vão dizer: esse cara não quer voto. Eu não quero voto de imbecil mesmo. O que acontece com o eleitor? A partir do momento em que grande parte da sociedade, quando vê um jornal pela frente acha que serve para substituir papel higiênico, você quer que ela tenha poder para decidir o quê? Então, a minha reforma seria do eleitor: só vota quem tiver o segundo grau completo e algum ganho, qualquer, como autônomo, funcionário público, aposentado, seja o que for. Daí, para você votar em mim, eu vou fazer com que, perto de onde você mora, tenha uma escola, para você concluir o segundo grau. E levarei um emprego para lá, para você ter renda, e poder votar em mim. E não o contrário, onde eu fico prometendo para um monte de imbecil que o problema do Brasil é educação, é saúde, é falta de trabalho, e vote em mim porque eu vou lutar por isso. Você não vai lutar nada. A reforma é o eleitor: quem não presta no Brasil é 70% do eleitorado. Se nós aprovássemos, por exemplo, o voto facultativo, a parcela esclarecida não iria votar. Quem iria às urnas é o pessoal do bolsa-família, os cotistas enganados, o MST. Aí seria fácil para o PT aprovar uma previdência única, o desarmamento - porque não existe ditadura sem ser precedida por desarmamento da população - aprovar imposto de renda progressivo e a taxação de grandes fortunas. Eles aprovariam também uma reforma agrária ampla, geral e irrestrita, e a cúpula do PT viveria como vive o Fidel Castro, usando agasalho da nike e criticando os americanos.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Preta Gil diz que lutará para que Bolsonaro não seja reeleito no RJ

Publicado no Jornal OTEMPO em 18/05/2011

preta

A cantora Preta Gil disse ontem - Dia Internacional de Luta contra a Homofobia -, em seminário sobre casamento civil entre homossexuais na Câmara dos Deputados, que "vai lutar" para que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) não seja reeleito no Rio de Janeiro. "O que ele quer é ibope, é aparecer às nossas custas", completou Preta Gil, que está no centro da polêmica envolvendo o político.

Bolsonaro não foi ao seminário e disse que só iria se fosse convidado e se "tivesse segurança". Ele provocou os colegas: "Quem é contra (o kit anti-homofobia) é homofóbico e quem está quieto está no armário. Se defender a família e as crianças é ser homofóbico, eu vou acabar usando uma camiseta nesse sentido. Se vou perder voto, estou me lixando".

Abaixo-assinado. O presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros, Toni Reis, disse que vai entregar à Câmara e ao Senado abaixo-assinado com cerca de 100 mil assinaturas em apoio ao projeto de lei que criminaliza os atos de homofobia. Prevista para a semana passada, a votação no Senado foi adiada por pressão da bancada evangélica.

domingo, 8 de maio de 2011

"Chorei muito", diz Marta após Supremo reconhecer união estável gay

 

Marta Suplicy (PT-SP)

Antiga defensora dos direitos de homossexuais, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) se sentiu “aliviada” após a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de reconhecer a união estável de pessoas do mesmo sexo. Em 1995, quando era deputada federal, ela apresentou uma proposta para beneficiar casais homossexuais com direitos cedidos aos heterossexuais. Passou a madrugada e a manhã desta sexta-feira (6) lendo e-mails emocionados.


“Dentro do tribunal eu já tinha ficado muito comovida, não só com os votos, bem embasados na nossa Constituição. Mas principalmente com a densidade humana das frases dos ministros. No fim fui ler os e-mails, de tantos apoiadores, tantos amigos. Chorei muito”, disse Marta ao UOL Notícias. “É muita gente em uma luta muito antiga, que teve ontem o seu dia mais importante na história brasileira.”


Em 1995, a ex-prefeita de São Paulo apresentou um projeto de lei na Câmara dos Deputados para promover a união civil de pessoas do mesmo sexo. A iniciativa caducou, e na quinta-feira ministros do Supremo criticaram o Congresso por não ter viabilizado leis para contemplar a situação dos casais homossexuais. “Acho que agora os deputados e senadores vão ter mais respaldo, vamos conseguir evoluir. A decisão do STF foi muito forte”, disse.


Psicóloga que apresentou um pioneiro programa sobre sexo nos anos 1980, Marta afirmou que o Congresso se divide em três categorias na discussão de direitos dos homossexuais. “Há quem seja abertamente a favor, quem seja abertamente contra e há um terceiro grupo, bem grande, de parlamentares que são a favor e não se pronunciam por medo de perder votos. O Supremo agora dá amparo a esses e eles vão desequilibrar a balança que havia até agora”, afirmou.


Questão de cidadania


Marta afirmou que na semana passada foi procurada por um casal de lésbicas que trabalham no Senado. Elas desejavam o período de oito dias concedido a servidores públicos quando se casam. “A Justiça negou e eu escrevi um projeto de decreto legislativo para que os funcionários homossexuais do Senado tenham o mesmo direito dos heterossexuais. Em breve elas não vão nem precisar pedir. É essa a grande vitória, a vitória da cidadania”, disse.


Marta afirmou que a concessão de benefícios mais polêmicos a casais homossexuais, como adoção e fertilização in vitro, “vai ter capítulos difíceis no futuro, com pesos diferentes”. “Mas o fato é que o Judiciário provou que evoluiu junto com a sociedade e junto com o Executivo, que no governo Lula reconheceu a possibilidade de casais homossexuais declararem Imposto de Renda conjuntamente. Quem ainda se apequena é o Congresso”, afirmou.

Já existe na Câmara dos Deputados um Projeto de Emenda à Constituição (PEC), de autoria do primeiro deputado federal abertamente gay do Brasil, Jean Wyllys (PSOL-RJ), em favor do casamento civil de pessoas de mesmo sexo. “O clima para essa iniciativa prosperar é melhor do que eu tinha 16 anos atrás. Mas é importante aproveitar o momento, não dá para ficar atrasando a extensão de benefícios que já deveriam estar garantidos”, disse Marta.

Fonte: Gay1

sábado, 7 de maio de 2011

Deputado Neandertal Bolsonaro






Homossexuais, união estável e a luta prossegue...


Mesmo com decisão do STF, batalha dos homossexuais continua

Por:GILBERTO SCOFIELD JR.

A decisão do STF de amparar legalmente as uniões homoafetivas estáveis deu a milhares de casais homossexuais do país (e, tenham certeza, eles são bem mais do que os 60 mil detectados pelo Censo do IBGE) acesso a uma centena de direitos até então garantidos somente a casais heterossexuais. Foi histórica a decisão por várias razões: porque fortaleceu a Constituição em seu objetivo superior de igualar direitos e garantir liberdades individuais. Porque reafirmou o princípio da laicidade do Estado, o tempo todo sob a ameaça de um Legislativo sequestrado por parlamentares ligados a igrejas variadas (e que buscam submeter a lei a fundamentos de suas religiões). E porque rompeu com um histórico e hipócrita conservadorismo patriarcal que só enxerga como família a trinca papai-mamãe-filhinho típica dos comerciais de margarina na TV.

Mas que não se iludam os milhões de gays e lésbicas brasileiros: a batalha foi ganha, mas a guerra continua. E a razão foi apontada pelo ministro Gilmar Mendes em seu voto: a incapacidade do Legislativo de, efetivamente, legislar. "O que se pede é um modelo mínimo de proteção institucional para evitar a discriminação. Essa proteção deveria ser feita pelo próprio Congresso", afirmou.

Apesar da decisão do STF, para que os casais de gays e lésbicas brasileiros tenham seus direitos assegurados automaticamente, o Congresso teria que alterar as leis. A própria Constituição, no parágrafo 3º do artigo 226, estabelece que, "por efeito de proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre homem e mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar a sua conversão em casamento". O que o Supremo fez foi ampliar seu conceito jurídico-constitucional para casais homoafetivos.

Isso significa que um casal gay pode ir hoje a um cartório solicitar o casamento civil? Pela decisão do STF sim, mas como não há lei prevendo isso, o cartório continua podendo se negar a celebrar a união. E lá vai o casal gastar dinheiro com advogados para levar o processo à Justiça onde, ao menos no STF, terá a vitória garantida. É caro e desgastante.

Ano passado, fui obrigado a interromper uma trajetória como correspondente do GLOBO em Washington, nos EUA, por falta de amparo legal à minha união. Em 2009, eu e meu parceiro, juntos há oito anos, decidimos fechar um contrato de união estável em cartório para que ele pudesse ter um visto de cônjuge. Mas a legislação sobre imigração nos EUA, de escopo federal, não reconhece as uniões de mesmo sexo como entidade familiar, ainda que alguns estados americanos o façam. O resultado foi que meu parceiro teve que se contentar com um visto de turista e passar por constrangedoras cenas de interrogatório de chicanos nos postos de imigração dos EUA, uma situação à qual eu jamais me submeteria (e, portanto, não poderia obrigar meu parceiro a se submeter).


Certa vez, ele teve que ouvir do funcionário da imigração: "Mas se o próprio Brasil não enxerga vocês como casal, por que os EUA deveriam enxergar?". É lógico, mas é injusto porque o que eu vivo diariamente não é um contrato civil, como uma sociedade numa microempresa. É um casamento de fato, com todos os prazeres e aporrinhações de qualquer casal com um projeto de dividir a vida juntos. Os contratos de união estável têm menos força jurídica do que os casamentos no papel. Então que o Congresso faça como na Argentina, onde os parlamentares transformaram o casamento num processo civil aberto a qualquer casal, independentemente de sexo.

Mas o Congresso parece menos preocupado em discutir e elaborar as leis que o país precisa para entrar de fato no século 21 e mais em garantir cargos e verbas para suas curriolas. Eis a grande ironia: parlamentares religiosos e conservadores, eleitos por um público idem, gostam de apontar gays e lésbicas como "gente promíscua, disposta a destruir a instituição da família". E, no entanto, o desejo de milhões de homossexuais brasileiros é justamente poder casar e constituir suas próprias famílias. Desejo que foi garantido nesta quinta-feira no Supremo, ainda que não automaticamente. A batalha continua.

GILBERTO SCOFIELD JR. é jornalista.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/05/06/mesmo-com-decisao-do-stf-batalha-dos-homossexuais-continua-924402399.asp#ixzz1Lg3W2cQk
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sábado, 30 de abril de 2011

Ministro da Justiça repreende Bolsonaro

MJ

O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) tornou a causar polêmica na Câmara dos Deputados, ao criticar o material do Ministério da Educação para combate de homofobia nas escolas. Nessa quarta-feira, durante sessão da Comissão de Direitos Humanos sobre segurança pública, Bolsonaro disse ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que "não teria orgulho de ter um filho gay" e chamou o material do MEC de "kit gay". Indiretamente, o deputado atacou o colega parlamentar Jean Wyllys (PSOL-RJ), que é professor e se declara homossexual.

"Este é o ambiente propício para colocar isso. Uma pessoa já disse aqui que as melhores professoras que teve foram as prostitutas. Tem professor que é gay. Será que é bom também?", afirmou Bolsonaro. A presidente da comissão, deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), advertiu o comentário do deputado, dizendo que não aceitaria provocações. Jean Wyllys reagiu, respondendo que se sentia "profundamente ofendido" com a declaração do colega. Sustentando o bate-boca, Bolsonaro disse que era vítima de preconceito. "Estou sofrendo preconceito homossexual", declarou, aos gritos.

O ministro Cardozo defendeu o deputado do PSOL e o material do Ministério da Educação. “O limite do direito é o direito do outro. É na escola que se combate os preconceitos”, afirmou Cardozo.

Jair Bolsonaro tenta se defender, na Corregedoria da Câmara, a acusações de racismo e preconceito contra homossexuais, por declarações concedidas a um programa de televisão em março.

Fonte Gay1

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Em manifestação prol Bolsonaro hackers tiram site de Preta Gil do ar

O site de Preta Gil foi retirado do ar na tarde dessa quinta-feira (31) por um grupo de hackers que se autodenomina “Comand Trubulation”. 

diminuator.phpEm um primeiro momento, foi postada uma mensagem contra a lei que criminaliza a homofobia. “Site hackeado. Abaixo a lei da homofobia. Abaixo a PL 122", postaram na página da cantora. Em seguida, foi publicado um vídeo e uma mensagem defendendo que o deputado Jair Bolsonaro tinha que ser presidente da República. O parlamentar é um dos principais opositores ao Projeto de Lei que criminaliza ações contra homossexuais.

Até essa manhã, a página ainda estava fora do ar.  Por meio do Twitter, a cantora se lamentou pelo ocorrido.

Entenda o caso - Durante o programa CQC da TV Bandeirantes veiculado na noite da última segunda-feira (28), o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), mostrou-se um homem preconceituoso ao ser indagado pela cantora Preta Gil.

A cantora questionou o deputado sobre qual seria a reação dele se seu filho namorasse uma mulher negra. A resposta: “Preta, não vou discutir promiscuidade com quer que seja. Eu não corro esse risco, e meus filhos foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o teu.” Outras declarações também foram feitas sobre homossexuais e causaram revolta.

Fonte: Otempo

quinta-feira, 31 de março de 2011

Marco Feliciano dispara no Twitter: “africanos são amaldiçoados”

Polêmica sucede declarações do deputado Jair Bolsonaro, que associou negros à promiscuidade e atacou gays

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Na mesma semana em que as declarações do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) no programa CQC provocaram reações no Congresso, outro parlamentar usou o Twitter para dizer que "os africanos são amaldiçoados". Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) é deputado federal de primeiro mandato e garante que a afirmação vem de um conhecimento teológico. Ele se diz afrodescendente e nega ser racista.

Os primeiros posts tratando do tema foram colocados na página do parlamentar ontem. Segundo ele, foi sua assessoria que colocou o "ensinamento" na internet, mas com seu aval. Entre outras frases, Feliciano diz na rede social que "sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, aids. Fome".

Hoje, ele retornou ao tema: "A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre o continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!". Segundo o deputado, a Bíblia sustenta a teoria de que o continente africano foi amaldiçoado. O parlamentar afirma que, pela Bíblia, Cam, filho de Noé, "vê a nudez do pai" em um momento de embriaguez de Noé e ri. Quando Noé volta em si, ele chama Cam e seu neto Canaã e joga uma maldição sobre o neto, que, posteriormente seria o responsável por povoar o continente africano.

Em entrevista hoje, o deputado reafirmou as frases colocadas na rede social. Ele afirmou que tudo isso é um "ensinamento teológico avançado". Feliciano nega que seja racista e diz que "ora pela África". "O problema do continente africano é espiritual e se vence com oração. Isso poderia ter acontecido com outro continente, mas foi lá. Eu apenas citei um texto que é teológico para quem quiser aprender. O resto é maldade das pessoas".

A polêmica relativa à Àfrica não é a única da página do parlamentar na rede social. Feliciano faz também ataques a homossexuais. "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, a rejeição", diz ele em um dos posts.

O deputado afirma que o ataque é destinado a homossexuais que têm espalhado críticas a ele no Twitter. Ele afirma ainda que respeita os homossexuais, mas que é contra a "promiscuidade" que está sendo colocada diante de seus filhos. "Dentro de quatro paredes, eles têm liberdade, mas não podem querer que eu aceite um ato que é condenado pela Bíblia Sagrada", diz ele.

Fonte IG