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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Mamãe já sabe...



Encontrei o texto abaixo no meu antigo blog, o Herege

Tem a data exata em que contei para minha mãe que era gay: 9 de janeiro de 2003. Nossa, já faz mais de 10 anos?

Percebam as reações dela. Preciso mencionar que, às vezes, subestimamos nossos pais.

Ao longo do tempo, mesmo evangélica, minha mãe evoluiu, chegando a me consolar quando fiquei solteiro em 2010.

No meu último aniversário, de 22/08/2013, me deu um de meus melhores presentes, ao dizer que não queria que eu fosse em nada diferente do que sou.

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Mamãe já sabe

por João Marinho



A mensagem abaixo foi escrita para a lista GospelGLTTB, mas, mesmo para quem não tem a mesma tradição religiosa (e os textos e referências serão inócuos), vale a pena ler, para saber quais "revoluções" andam acontecendo na minha vida...

"Então disse Sarai a Abrão: Meu agravo seja sobre ti; minha serva pus eu em teu regaço; vendo ela agora que concebeu, sou menosprezada aos seus olhos; o Senhor julgue entre mim e ti. E disse Abrão a Sarai: Eis que tua serva está na tua mão; faze-lhe o que bom é aos teus olhos. E afligiu-a Sarai, e ela fugiu de sua face.

E o anjo do Senhor a achou junto a uma fonte de água no deserto, junto à fonte no caminho de Sur. E disse: Agar, serva de Sarai, donde vens, e para onde vais? E ela disse: Venho fugida da face de Sarai, minha senhora. Então lhe disse o anjo do Senhor: Torna-te para tua senhora, e humilha-te debaixo de suas mãos"
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Gênesis 16:5-9

Não é do meu costume iniciar um texto para esta lista (GospelGLTTB) por uma passagem bíblica. Sabemos que nós temos interpretações diferentes da Palavra e, eventualmente, uma mesma passagem terá significados diversos que serão arduamente debatidos por aqui.

Entretanto, eu não podia deixar de colocar este texto, porque foi o que me veio à cabeça logo depois do que ocorreu hoje. Hoje, por volta das 9h da manhã, contei para minha mãe a verdade sobre minha sexualidade. Com isso, agora apenas o meu pai resta saber, pois, no final do ano que passou, descobri que minhas duas irmãs já tinham conhecimento de tudo.

O que ocorreu a respeito das minhas irmãs foi algo um tanto complexo, e a história, que se iniciou com um e-mail que recebi por esta mesma lista (aquele que o Paulão enviou à sua mãe e redirecionou para nós), é muito grande e não convém relatá-la detalhadamente aqui. Eu gostaria, porém, de pedir que vocês acessassem meu blog nos endereços abaixo e lessem os posts, pois eles contam tudo a respeito (NR: desnecessário fornecer os links aqui, no Herege, pois seus leitores, é claro, já sabem de tudo).

Com relação à minha mãe, eu não tinha em mente contar para ela hoje. Acordei atrasado para o trabalho, me arrumei e acabamos conversando sobre diversos assuntos, e Deus foi envolvido na conversa. Foi, então, que, tencionando lhe fornecer mais algumas pistas sobre mim, falei que havia certas coisas a meu respeito que ela não sabia, e que eu ainda não tinha achado o momento para contar – que seria definido por Deus.

No final de tudo, resumindo, ela me perguntou se eu era gay. Respondi na lata: "sou". Também lhe contei que o Wagner é meu namorado, que todos os meus amigos, companheiros de trabalho, colegas da faculdade e etc. sabiam a meu respeito e que o único local que ainda restava na condição de "não saber" era, oficialmente, minha casa.

A conversa transcorreu de forma mais tranqüila do que eu pensava. Evidentemente, ela disse que não aceitava, mas a reação foi similar à de minha irmã mais velha: ao que parece, não mudará, ao menos por enquanto, a relação carinhosa de mãe e filho.

Minha mãe chegou a arriscar certas frases típicas, do tipo: "era tudo o que eu não queria", "a gente cria um filho na igreja, dá tudo por ele, e resulta nisso", "você sabe o que a Bíblia diz sobre isso", "homem com homem é muito feio" e "deveria buscar a Deus e pedir para te livrar".

Eu lhe respondi. Disse que não havia motivos para se considerar a homossexualidade tão horrível, que não ia entrar em questões religiosas, mas que tinha razões bem concretas para saber que Deus nada tem contra mim, que já o busquei e essa foi a resposta que Ele me deu. Falei da passagem em que a Bíblia fala que os efeminados não entram no reino do céu, dizendo que, há algum tempo, a palavra original era traduzida por masturbadores.

Disse-lhe que orasse, para que Deus a ajudasse. Que se fosse da vontade Dele, por sua vez, que me casasse com uma mulher e tivesse filhos, que assim fosse, pois eu não resistiria: ao contrário, já até tinha procurado por isso, durante anos. Só que, para mim, a resposta de Deus já estava dada – e não envolvia nada daquilo.

Disse mais: que ela poderia me magoar com aquela história de ter me criado na igreja e ter dado tudo por mim, pois parecia que eles tinham falhado em minha criação e que eu era o pior dos seres simplesmente por amar outro homem, quando, na verdade, sempre me constou que eu era um bom filho: ajudava e ajudo em casa, nunca lhes levei problemas, nunca me viram envolvido em bebedeiras, usando drogas ou coisa do tipo.

Isso, disse eu, é que é importante e deveria ser levado em conta nessa hora, pois é a comprovação de que eles não falharam e de que o que aprendi, carrego comigo. Ela se desculpou, disse que não queria dizer que eu era um mau filho, que estava com a cabeça quente.

A conversa, assim, foi sem sobressaltos, e eu me mantive tranqüilo em todo o tempo. Apenas minha mãe disse que eu nunca falasse nada para meu pai (que é do tipo "machão do Nordeste"), pois ele me admira muito e tem orgulho de mim, e, se eu falar, ele é capaz de morrer. Além disso, ele está numa péssima fase estressada.

Eu lhe disse que morrer, ele não morre (pode até me pôr pra fora de casa, mas não morrer...) e que não falarei "amanhã". Mas, em algum dia, ele deverá saber porque não posso seguir enganando as pessoas, e a descoberta pode vir por outros meios, inclusive pela boca de terceiros.

O que posso dizer é que tudo ocorreu como ocorreu porque Deus, creio eu, estava comigo. Ainda nesta semana, orei a Ele depois de um acontecimento chato com um wallpaper do meu computador (NR: vocês leram sobre isso aqui, no Herege) e pedi que Ele assumisse a direção, que mostrasse a hora certa e a forma certa de contar para meus pais, que eu não iria mais me preocupar com o assunto. A hora, ao menos da minha mãe, veio. Deus deve ter me ouvido, assim como ouviu com relação às minhas irmãs.

No momento, estou um tanto confuso, como quando soube que minhas irmãs já sabiam a verdade. Não sei o que sentir. A situação e a angústia de não saber o porvir já me fizeram chorar por mais de uma vez, junto ao meu fofucho, desde o início do processo. Mas a época da depressão e do desespero já passou, ficou alguns anos para trás, quando eu esquecia de contar as bênçãos (como já pus aqui*) e pensava que Deus não me ouvia e me rejeitava por um "pecado tão vil", quando pensei que morrer seria o melhor para todos.

Deus me tem mostrado que não é assim, que nunca foi assim, a despeito do que outros tantos tenham a dizer em contrário. Talvez o choro seja fruto da perda do controle da minha vida e da queda de todo um castelo de mentiras que criei ao longo de minha adolescência. É difícil ver uma construção sua caindo, mesmo que mentirosa.

O texto de Gênesis me veio à cabeça (Deus?) porque a primeira idéia que tive foi não ir para casa hoje. Liguei para ela posteriormente, aqui do trabalho, para ver como estava, se chorava, etc. Não estava chorando e conversamos normalmente. Talvez o início seja mesmo difícil, mas eu não devo tentar fugir: é hora de enfrentar a minha senhora. Ainda bem.

(*NR: i. e., na lista GospelGLTTB)

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Triângulos Rosas




Dia do Orgulho Gay



por João Marinho


Não se confunda. Eu realmente gosto da Bandeira do Arco-Íris, um dos símbolos mais conhecidos da comunidade LGBT.

No entanto, para mim, como homem gay, nenhum símbolo representa o espectro gay da comunidade e sua luta particular contra a homofobia mais que o Triângulo Rosa.

A ideia do uso do Triângulo Rosa é verdadeiramente bela. Este símbolo foi usado em campos de concentração durante a era nazista, para identificar prisioneiros homossexuais masculinos.

Vermelho, verde, azul, roxo e preto foram as outras cores usadas para identificar, respectivamente, inimigos políticos (especialmente comunistas), criminosos comuns, emigrantes (prisioneiros de outros países), Testemunhas de Jeová e pessoas consideradas "antissociais". Lésbicas estavam entre elas. Amarelo foi a cor para os judeus. Vejam em: http://s769.photobucket.com/user/Infidelzfun/media/historical%20data/2.jpg.html.

Quando os aliados atacaram o Terceiro Reich, cada um dos prisioneiros dos nazistas foi libertado – exceto os homens gays. Eles tiveram de esperar, porque a homossexualidade entre homens ainda era crime sob a lei alemã – o Parágrafo 175 –, mesmo antes da era nazista.

Para mim, isso representa as dificuldades de ser um homem gay. Mesmo em um contexto de liberdade, as pessoas podem manter seu preconceito contra nós. Só no final dos anos 60, a homossexualidade entre homens foi derrubada como crime, tanto na Alemanha Oriental quanto na Ocidental, mas resquícios foram mantidos até 1994, após a reunificação, quando o Parágrafo 175 foi completamente cancelado.

É uma história interessante e romântica que o Triângulo Rosa tenha sido usado por homossexuais como um símbolo de luta, de serem orgulhosos de si mesmos, mesmo durante o período da Rebelião de Stonewall. Rebelião que começou em Nova York, em 28 de junho de 1969, e marca o atual Dia do Orgulho Gay.

Os presos homossexuais sob a era nazista (e depois) foram heróis, e eles ainda são, em países em que a homossexualidade ainda é crime, como na maioria dos muçulmanos. É por isso que, para mim, chamar o movimento gay de "gayzista" é uma das piores ofensas dirigidas a nós. É triste que venha se tornando tão popular no Brasil entre os evangélicos.

Para mim, minha homossexualidade é uma marca de orgulho. Não porque ser homossexual me dá algum tipo de poder ou habilidade específica, mas porque, na minha vida, minha sexualidade foi uma porta, pela qual eu passei, e me ajudou a desenvolver a empatia, ser mais compreensivo, mais flexível e até mesmo estudar mais, apesar da minha criação dentro da Igreja Batista.


Sou uma pessoa melhor agora porque me descobri gay, o que me levou a abandonar as ideias conservadoras e retrógradas, que antes apoiava. Então, seja orgulhoso, seja feliz. E pense nos heróis LGBTs que ainda estão entre nós.

domingo, 18 de março de 2012

Sobrinho (pastor) de deputado federal evangélico se envolve com travesti


Sobrinho (pastor) de Deputado Federal (pastor) do Amazonas acusa travesti de roubo em Manaus

Integrante da família Câmara, Thiago Câmara teria se envolvido em uma confusão com travesti durante a madrugada no Aleixo, Zona Centro-Sul de Manaus

Silas Câmara é irmão de Samuel Câmara, candidato derrotado às últimas eleições da CGADB. Os Câmara são os ditadores em exercício das Assembléis de Deus no Amazonas e muito poderosos na região. Silas Câmara responde a diversos processos e já se envolveu em alguns escândalos e a sua esposa, a deputada Ana Lucia, foi cassada por práticas ilícitas.


Jonatas Felipe Soares da Silva, 18, conhecido como Naomi e tem por nome de guerra Jéssica, foi autuado em flagrante por roubo no 11º Distrito Integrado de Polícia (DIP). O travesti é suspeito de roubar o pastor evangélico Thiago Jonatas Ferreira Câmara, 24. O caso aconteceu próximo ao condômino Portal da Cidade, Aleixo, Zona Centro-Sul de Manaus.

Thiago Felipe é filho do Jonas Câmara e sobrinho do Deputado Federal Silas Câmara (PSD).

Em depoimento a polícia Thiago contou que estava dentro do carro, uma S-10 preta e placa ainda não identificada, parado na Avenida André Araújo quando dois assaltantes vestidos de mulher o abordaram, e o assaltaram levando seu cordão.

Outra versão que chegou a polícia é de que um amigo de Thiago, de nome ainda não divulgado, e que é professor de educação física e trabalha na academia Cagin Clube, teria feito a detenção de ‘Naomi’ e o levou até a delegacia.

Em depoimento, o professor de educação física contou que recebeu a informação de que Thiago teria sido assaltado na Rua Aristide Pierre, no Aleixo, próximo ao Portal da Cidade. Ele disse que Thiago estava com carro parado próximo ao condomínio e com o vidro entre aberto, quando a travesti junto com uma amiga também travesti, abordou o pastor com um gargalo de vidro e tentaram assaltá-lo. O professor contou que a travesti levou o cordão de ouro de Thiago, que estava avaliado em R$ 4 mil e R$ 150,00 em dinheiro.

No momento em que ele teria chegado ao local para socorrer o amigo, houve uma discussão e o professor conseguiu render a travesti, o amarrou e o levou para a delegacia.

Já o Jonatas, em depoimento a polícia, contou que estava parado “no ponto”, localizado na Avenida André Araújo quando Thiago se aproximou com o carro, reduziu a velocidade e fez sinal de luz alta para ela. Thiago chegou mais próximo e perguntou se ‘Naomi’ era mulher ou homem, em seguida ela disse que era travesti e Thiago então disse que não queria e seguiu.

Mais a frente Thiago parou o carro e conversou com uma das amigas da travesti, que entrou no carro. Um tempo depois ‘Naomi’ contou que ouviu uma discussão entre Thiago e a amiga que estava no carro com ele. A amiga teria gritado que Thiago não tinha dinheiro para pagar o programa. Foi quando ela pegou um gargalo de vidro e junto com outras amigas foram até o carro para ajudá-la.

‘Naomi’ disse que foi agredida por Thiago e o amigo professor. Ela disse ainda que pegou sim o cordão de Thiago, mas esse cordão era “fuleiro”, ao contrário do que contou o amigo de Thiago.


Fonte: acritica.com

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Metrô de SP é multado em R$ 87 mil por homofobia contra transexual

Valor foi determinado pela Secretaria de Justiça após ação da Defensoria.
Metrô admitiu erro no procedimento, mas disse que irá recorrer.

Do G1 SP

O Metrô de São Paulo foi condenado a pagar multa de R$ 87.250 devido a uma discriminação homofóbica contra uma transexual ocorrida em fevereiro de 2010. Na ocasião, um funcionário da companhia se recusou a fornecer bilhete único da vítima por ela apresentar documentação com seu nome masculino e a ofendeu com declarações homofóbicas. O Metrô reconheceu o erro no procedimento, mas disse que não concorda com o valor da multa e que irá recorrer da decisão.

A penalidade administrativa foi determinada na semana passada, depois que a Defensoria Pública de São Paulo ofereceu representação à Secretaria de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania com base na lei 10.948/2001 – que prevê punições a quem cometer preconceito por orientação sexual, seja pessoa física ou jurídica.

De acordo com a Defensoria, a transexual, após ter seu pedido de bilhete único especial negado pelo atendente, voltou ao posto de atendimento na Estação Marechal Deodoro com a cópia de um decreto municipal que prevê o uso do nome social – no caso dela, feminino – para o tratamento a transexuais. Foi quando o funcionário passou a ofendê-la.

A Defensoria foi acionada e entrou com a representação administrativa contra o Metrô. Apesar de a multa ter sido aplicada, a Defensoria vai recorrer para que ela seja aumentada para R$ 174.500.

Em nota, o Metrô informou que “reconhece que houve erro em seu procedimento, o qual já foi corrigido. O Metrô promove ações inclusivas voltadas à diversidade sexual e tem o maior respeito com todos os usuários e usuárias, independentemente das suas opções sexuais. Contudo, o Metrô não concorda com o valor da multa fixada e irá recorrer para reduzir esse valor.”

De acordo com a Defensoria Pública, o valor da multa será recolhido para fundos públicos e utilizado posteriormente em políticas contra a homofobia.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Homofobia: maior ou mais visível?

Na edição nº 79 da Sex Boys, escrevi sobre os desejos e os desafios para 2011. O combate à homofobia foi o mote, diante das notícias de agressões a LGBTs. Infelizmente, novos fatos instigam uma revisita ao tema.

por João Marinho

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Quando o leitor receber esta revista, estaremos em abril/2011, a apenas dois meses para o meio do ano e para a época da Parada Gay de São Paulo, a maior do mundo – mas não parece que a violência homofóbica tenha dado trégua.

Apenas durante o Carnaval, para citar alguns casos, tivemos, na Bahia, um gay atirado pela janela de um ônibus em movimento por assaltantes que o identificaram como homossexual (!), outro espancado em uma boate catarinense por dançar com outro homem e um casal gay agredido a chineladas e facões por um casal hétero, na mesma Santa Catarina.

O mais recente caso ocorreu novamente em São Paulo, na região da Rua Augusta. O local já foi palco de agressões no ano passado, mas continua – testemunho meu – com um policiamento patentemente deficitário. O que o poder público espera para reforçá-lo é ainda um mistério...

Willyan Hoffmann da Silva, Vinícius Siqueli de Paula, Daniel Moura Fragozo e Milton Luiz Santo André, skinheads, agrediram o militante gay Guilherme Rodrigues, que, além de mal-assessorado na polícia ao falar de homofobia, foi deixado por ela na rua (!!) e terminou novamente abordado pelos agressores.

Repercussões e polêmicas

Repercutindo a problemática da violência contra LGBTs, a Parada de São Paulo voltará ao tema da homofobia em 2011 – "Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia". A revista Época, edição 668, de 7 de março de 2011, relata uma escalada da violência que ocorre fora do Carnaval, que, diz a revista, consagra os homossexuais.

Vale dizer que, no entanto, que isso tudo se baseia em estatísticas imperfeitas. Apenas o Estado do Rio registra ocorrências homofóbicas como tais. Nacionalmente, a estatística mais famosa, do Grupo Gay da Bahia (GGB), é feita a partir de notícias – e só uma pequena parcela dos casos chega aos jornais.

Depois, não existia tradição entre gays, lésbicas e afins de denunciarem agressões e atribuírem a elas motivação homofóbica – e como a homofobia também não é crime, dados oficiais são apenas um sonho.

Diante disso, é inevitável haver uma polêmica: a homofobia tem crescido, ou só está mais visível? Há ativistas que apostam na segunda alternativa. Uma militante lésbica propôs um questionamento: como o Rio, que segundo a mesma Época, recebe 800 mil turistas homossexuais por ano, pode ser uma cidade homofóbica e sustentar esses números?

Crescimento

Sim, é mais agradável a ideia de que a aceitação, e não a violência, tem crescido. Até há base para isso, corroborada por especialistas e por pistas dadas pelas parcas estatísticas: à medida que crescem a aceitação e a exposição dos LGBTs, os grupos que os rejeitam se sentem mais ameaçados ou com mais raiva e se tornam mais violentos.

No entanto, é preciso cuidado com isso, pois se tende a mascarar a gravidade da coisa. Ora, se o argumento é verdadeiro, a conclusão lógica é que os crimes de maior gravidade por motivação homofóbica, como os homicídios, realmente pioraram. Em outras palavras, os gays até sofrem hoje menos homofobia – mas, quando sofrem, esta tende a ser mais grave, mais intensa, mais virulenta. O resultado é uma escolha de Sofia. O que é melhor? Sofrer mais agressões, menos severas, mais vezes; ou sofrer menos agressões, mas mais violentas e poder ir a óbito numa delas?

Ademais, se é verdade que a homofobia não aumentou e só está mais visível, somos levados a pensar que a situação é terrível. Quer dizer, então, que há um sem-número de gays assassinados, agredidos, espancados e defenestrados que só não apareciam porque se falava menos? Se tudo que temos noticiado já acontecia, isso torna a realidade pior, e não melhor do que a ideia de que a homofobia tem recrudescido.

Trata-se, portanto, de uma falsa polêmica. Se for verdade que, em números, os casos de homofobia não têm crescido, parece verdade que eles cresceram em gravidade. Isso torna o problema sério e dá argumentos para dizer que, sim, a homofobia aumentou, pelo menos em uma característica.

Afinal, se antes, você passava por dezenas de pessoas e ouvia piadas e agressões verbais da maioria, mas voltava para casa, hoje você pode passar por dezenas que não se importam com sua sexualidade – mas se deparar com uma que espanca e mata. Você se sente mais seguro assim? Eu não.

Texto publicado na revista SEX BOYS 82 (15/04 nas bancas).

sábado, 12 de março de 2011

FUMEC demite transexual

Demitida, transexual acusa faculdade de discriminação

Instituição nega versão e diz que demissão foi por queda de produção; Giselle denuncia que perdeu bolsa de estudo

Publicado no Super Notícia em 12/03/2011

RAFAEL ROCHAfalesuper@supernoticia.com.br

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De calça jeans e camisa de malha, o auxiliar administrativo Heverton Sousa, de 19 anos, era um funcionário como outro qualquer. Desde 2007, trabalhava na tesouraria da Fundação Mineira de Educação e Cultura (Universidade Fumec), uma das principais faculdades de Belo Horizonte. Começou atuando como menor aprendiz e foi contratado quando atingiu a maioridade. Em novembro do ano passado, três meses depois de ganhar uma promoção Heverton atendeu seus impulsos femininos e passou a trabalhar vestido de mulher.

Assumiu o nome de Giselle Vuitton e, pouco depois, acabou demitido. Agora transexual - assim se apresenta, apesar de não ser operada -, Giselle Vuitton diz que sua demissão, em fevereiro passado, foi motivada por preconceito. "Vou provar, tenho testemunhas", diz ela ao anunciar que irá acionar a universidade na Justiça.

A jovem transexual cursa o terceiro período de administração na Fumec e desconfia que tenha perdido a bolsa estudantil concedida pela instituição também por discriminação. "Cancelaram a bolsa de 20% que eu recebia, mas isso é errado, pois a renovação acontece semestralmente", disse. A faculdade confirma o cancelamento da bolsa e alega que o benefício termina assim que o funcionário se desliga da empresa.

Sem emprego, Giselle diz que ainda não sabe como irá pagar a mensalidade de R$ 850. "Espero arrumar um emprego, mas geralmente as empresas não aceitam os trans".

A Fumec nega que a demissão tenha ocorrido por preconceito. O gerente de relações institucionais, Lucas Couto, informou que a instituição não reconhece a nova identidade de Heverton Sousa. "Não conheço Giselle, conheço o Heverton", disse.

Em nota, a faculdade informou que o motivo da demissão foi insuficiência no desempenho profissional da transexual. Uma advertência emitida em julho de 2009, alega a universidade, já apontava para a necessidade de "maior concentração e foco nas atividades" do funcionário. A instituição explicou que a promoção dada a Giselle um ano depois da advertência foi uma forma de incentivo profissional e um reconhecimento pela evolução no trabalho.

Giselle conta que durante o tempo em que trabalhou na universidade se comportou com discrição e os colegas só souberam de sua orientação sexual quando ela passou a usar batom. "Depois que comecei a ir de batom percebi que os coordenadores do setor se afastavam de mim. Eu queria me sentir mais atraente", justifica a transexual.

Em nota, a Fumec diz que "o desempenho profissional da pessoa com nome fantasia Giselle e nome de registro Heverton foi considerado, nos últimos meses, como insuficiente".

"Temos que usar o banheiro masculino"

A transexual Giselle Vuitton relata que tem sido alvo de constrangimentos no cotidiano da faculdade. Um deles, segundo ela, é não poder usar o banheiro feminino. "Tenho que ir ao toalete masculino. Isso é, no mínimo, incômodo".

Para ela, a Fumec não está preparada para lidar com travestis ou transexuais. "A faculdade não orienta (os funcionários). Lá têm outras trans que também reclamam", diz Giselle.

No momento da chamada em sala de aula, alguns professores continuam chamando as transexuais pelo nome masculino.

O Diretório Central de Estudantes (DCE) confirmou que há outros alunos travestis, mas nenhum caso de preconceito chegou ao conhecimento dos representantes dos alunos. "Iremos apurar o caso", informou o presidente Uirislan Schiebe.

No antigo ambiente de trabalho, segundo ela, o medo de demissões impede que os funcionários comentem sobre o caso. A reportagem tentou ouvir a opinião de ex-colegas de Giselle, mas ninguém quis comentar a denúncia.

Para a jovem, o problema vivido na universidade revela um preconceito muito forte, principalmente no ambiente acadêmico.

"A faculdade deveria ser um lugar de respeito às diferenças".

Mesmo com os transtornos, a universitária diz estar satisfeita com a decisão que tomou. Ela disse, no entanto, que não pretende fazer a cirurgia de mudança de sexo. (RRo)

domingo, 3 de outubro de 2010

Estudante se mata ao ser flagrado fazendo sexo oral com outro homem

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O adolescente norte-americano Tyler Clementi, 18 anos, cometeu suicídio dois dias após ser flagrado por dois colegas de quarto fazendo sexo com outro homem.

Os colegas gravaram a cena e a transmitiram pela Internet.

Para acabar com a própria vida, o jovem pulou de uma ponte e o corpo do rapaz foi encontrado boiando no rio, usando apenas um relógio, sem qualquer documento que o identificasse.

Clementi avisou que cometeria suicídio em uma mensagem deixada em sua página no Facebook. A notícia da morte do rapaz veio apenas dois dias após a universidade onde ele estudava lançar um programa contra o bullying e o abuso da nova tecnologia.

Os colegas de quarto do estudante estão sendo processados por invasão de privacidade. Segundo a polícia, eles colocaram uma câmera no quarto para que pudessem gravá-lo mantendo relações sexuais.

Fonte: Cena G

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Não é homofobia: uma história real

por Ruleandson do Carmo

Eu tinha dois anos de idade e gostava de imitar Michael Jackson, quando o via dançando na TV. Era louco com ele. Saí um dia com meu pai e fiquei murmurando a música do Michael e rebolando com minha mãe. "Seu filho já nasceu boiola", disse o amigo do meu pai que só parou de rir quando fomos embora. Não era homofobia, ele estava apenas se expressando.

Aos quatro anos comecei a dançar Ballet no Núcleo Artístico em Belo Horizonte, meus pais, irmão, avó e madrinha estavam nas apresentações e premiações, o restante da família e amigos não: "Isso não é coisa de homem. Não faz essas coisas de mariquinha", eles diziam. Não era homofobia, eles estavam apenas se expressando.

No pré-primário a professora me colocava sempre junto das meninas, pois os meninos me batiam, e não gostavam de sentar "perto da bichinha". Não era homofobia, eles apenas estavam se expressando.

Na primeira série pedi à diretora para apresentar uma peça de teatro na escola, apresentei e alguns me xingaram de "boiola, bicha" etc. Meu pai foi à escola reclamar e a professora disse a ele "tratam seu filho assim porque ele não é normal". Não era homofobia, eles estavam apenas se expressando.Na quarta série um colega de sala me deu um tapa na cara e gritou comigo, "veadinho, essa vozinha de galinha". Não era homofobia, ele estava apenas se expressando.

Na quinta série, no colégio, o diretor e a pedagoga mandaram chamar minha mãe. "Seu filho dança ballet, escreve teatro, só anda com as meninas, não joga futebol. Seu filho tá virando veado e a senhora apoia, não faz nada?". Minha mãe me defendeu, a chamaram de louca e ela me levou embora, aos prantos. Não era homofobia, eles estavam apenas se expressando.

Também na quinta série, participei das Olimpíadas da escola, na modalidade salto à distância. Quando você corre e pula, naturalmente seus olhos arregalam. Quando pulei, jogaram areia nos meus olhos e gritaram "pula, bichinha". Fiquei alguns dias com os olhos feridos. Não era homofobia, eles estavam apenas se expressando.
Algumas mães e irmãs de alguns dos poucos amigos homens que tinha pediram a eles, na minha frente, para se afastarem de mim, pois poderiam "ficar mal falados". Não era homofobia, elas estavam apenas se expressando.

Entre a sexta e a oitava série, me batiam de vez em quando no final da aula, me derrubavam nas aulas de educação física, alternavam meus apelidos entre "RuleBambi" e "Bailarina", e sempre repetiam "vira homem, veado". Não era homofobia, eles estavam apenas se expressando.

Na oitava série eu queria dançar quadrilha. Nenhuma das meninas quis dançar comigo, elas riam "Ah, Ru, você tinha que ser mais homem ou dançar com homem". Fiquei triste, e a professora de educação física disse "eu danço com você". Não era homofobia, elas estavam apenas se expressando.No segundo grau mudei de escola e lá apanhei também. A diretora me mudou de sala, os novos colegas riam, mas não me batiam. Não era homofobia. Eles estavam apenas se expressando.

Quando trabalhei de garçom junto com meu pai, um dia fui sozinho. O cara que ficou de chefe no lugar do meu pai ordenou que "carregasse sozinho os botijões. Vamos ver se ele é homem mesmo". Não era homofobia, ele estava apenas se expressando.Na faculdade, um colega de turma me agrediu fisicamente, pois eu o abracei quando o vi durante o almoço. "Tá me estranhando? O que você quer?", me disse ele. Não era homofobia, ele estava apenas se expressando.

Formado, trabalhando em um jornal impresso em início de trajetória, meu chefe me comunicou minha demissão "meu sócio, dono das máquinas disse que não quer veado no jornal". Não era homofobia, ele estava apenas se expressando.

Pouco depois uma amiga me convidou para a festa da irmã, eu e nosso grupo de amigos. Todos ganharam dois convites. Eu ganhei só um. Quando pedi o segundo convite ela me disse "Ru, é uma festa de família, não fica bem se você for acompanhado". Não era homofobia, ela e a família dela estavam apenas se expressando.Certa vez, na Savassi, região nobre de Belo Horizonte, estava sentado na praça com meu par, um cara passou e cuspiu em nós. "Que nojo" ele disse, fomos defendidos por um policial. Não era homofobia, ele estava apenas se expressando.
Em 2008, escrevi sobre o preconceito contra gays e divulguei o texto no Orkut. Uma comunidade dita católica contra "homofacistas" (como alguns chamam os gays anti-homofóbicos) fez uma série de denúncias contra meu perfil ao Google, dizendo ter conteúdo impróprio, me perseguiram e ameaçaram virtualmente. Tive que criar outra conta no Orkut. Não era homofobia, eles estavam apenas se expressando.

São alguns dos tristes trechos dos quais me recordo. Já fui e sou desacreditado, oprimido e violentado verbal e fisicamente por pessoas que nunca esconderam o motivo para tal: eu ser gay. Mas, não se preocupe, não vou me fazer de vítima, não vou culpar a sociedade ou algum participante bronzeado, prateado ou dourado do Big Brother Brasil. Não, não era homofobia, nunca é. Eles sempre estavam e estão apenas se expressando. Eu também.

Fonte: eusoqueriaumcafe.com

terça-feira, 30 de março de 2010

Militar de elite do Reino Unido casa-se com namorado

Militar gay membro da prestigiada Household Cavalry britânica casa-se com aprovação dos superiores

Reprodução

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Lance Wharton: casamento gay numa boa

Enquanto nações como Brasil e Estados Unidos discutem a aceitação de gays assumidos nas Forças Armadas, o Reino Unido dá uma aula de respeito aos direitos dos homossexuais. Um membro da unidade militar de elite do país casou-se recentemente com seu namorado, contando com felicitações por parte de seus superiores.

Lance Corporal James Wharton, 23 anos, faz parte da Household Cavalry, grupo das Forças Armadas britânicas que tem o objetivo de oferecer segurança a líderes de Estado em visita ao país e a oficiais de alta patente. Para você ter uma ideia do quanto o grupo é prestigiado, os príncipes Harry e William fazem parte dele.

De acordo com o "Daily Post", a cerimônia de casamento entre Lance e Thom McCaffrey, 21 anos, contou com a presença de colegas de farda do militar. "Quando pedi ao líder do esquadrão, major Nana Twumasi-Ankrah, a permissão para me casar, ele apenas disse: 'Isso é fantástico! Parabéns!'".

Ainda segundo Lance, todos os homens de seu regimento ficaram entusiasmados com a notícia. "Eles brincaram dizendo que seria o evento gay do ano. Meu casamento foi o assunto na caserna", conta o noivo.
O Reino Unido prevê os mesmos direitos garantidos aos héteros.

Fonte: Mix Brasil

Assumido: Ricky Martin é gay!

Ricky_Martin-Life-Frontal

Ricky Martin: fora do armário

O cantor Ricky Martin assumiu publicamente sua homossexualidade. Ricky, de 38 anos, que é porto-riquenho e foi revelado nos anos 80 com o grupo Menudo, saiu do armário no seu blog:

"Tenho orgulho de dizer que sou um felizardo homem homossexual. Sou muito abençoado em ser o que sou", escreveu ele.

"Esses anos em silêncio e reflexão me fizeram mais forte e me lembrara que aceitação vem de dentro e que esse tipo de verdade me dá o poder de conquistar emoções que eu nem sabia que existiam", continuou ele.

"Alguns meses atrás eu decidi escrever minhas memórias, um projeto que eu sabia que me trari mais perto de uma grande virada em minha vida. Do momento em que escrevi minha primeira frase eu tive certeza que o livro era a ferramenta que iria me ajudar a me libertar de coisas que eu carregava comigo por muito tempo. Coisas que eram muito pesadas para mim. Escrevendo esse lado da minha vida, eu fiquei muito perto da verdade. E isso é algo digno de ser celebrado", continou o cantor.

Martin Luther King

Segundo ele, muitas pessoas o desencorajaram a sair do armário. "Muita gente me disse que não era importante fazer isso, que não valia a pena, que todo o meu trabalho e tudo o que eu conquistei iria ruir. Que muitos nesse mundo não estariam preparados para aceitar a minha verdade, a minha natureza. E como esses conselhos vinham de gente que amo com loucura, decidi seguir adiante em minha 'quase verdade'. MUITO RUIM. Deixar-me seduzir pelo medo foi uma verdadeira sabotagem a minha vida. Hoje me responsabilizo por completo por todas minhas decisões e minhas ações".

Ricky Martin ainda citou em seu Twitter Martin Luther King, ativista americano que lutou pelos direitos dos negros: "Nossas vidas começam a morrer no dia em que calamos coisas que são verdadeiramente importantes".

Comentários de João Marinho:

Fui verificar se a notícia é verdadeira. Tudo indica que sim

- No site oficial dele, http://www.rickymartin.com, consta seu endereço de Twitter.

- No Twitter dele, http://twitter.com/ricky_martin, consta que a conta é "verified", ou seja, que o Twitter investigou e atesta a identidade.

- Em sua conta de Twitter, e tb no site oficial, existe um link para o blog (http://bit.ly/rmlife), onde consta a declaração em inglês e espanhol.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Paraná: Dia 17 de maio Dia Estadual de Combate a Homofobia

Governador Roberto Requião promulga lei que institui o dia 17 de Maio como o "Dia Estadual de Combate a Homofobia" no Paraná

Foi publicada hoje, 15/03, no Diário Oficial (Paraná) n° 8179, a promulgação da Lei nº 16454/2010 que institui o dia 17 de Maio como o "Dia Estadual de Combate a Homofobia" no Paraná (texto da lei e justificativa abaixo).

A data é 17 de maio porque neste dia, em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade do rol de enfermidades, deixando de ser considerada uma doença. A data é comemorada em todo o mundo pela comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT).

A homofobia pode ser definida como o medo, a aversão, ou o ódio irracional aos homossexuais, e, por extensão, a todos os que manifestem orientação sexual ou identidade de gênero diferente dos padrões heterossexuais convencionalmente aceitos. O termo descreve um variado leque de fenômenos sociais relacionados ao preconceito, à discriminação e à violência contra homossexuais.

A lei é da autoria da deputada estadual Rosane Ferreira (PV) e do ex-deputado estadual Professor Lemos (PT). De acordo com Lemos, “foi importante a aprovação do nosso Projeto, isso é um avanço na luta pela igualdade de direitos e pela não discriminação quanto à orientação sexual e identidade de gênero de cada ser humano”, comentou.

A deputada Rosane Ferreira justificou a necessidade da lei, relembrando que “o Brasil foi classificado em 2009 como o país mais homofóbico do mundo, com 198 homicídios de homossexuais e este número vem crescendo a cada ano. Com o Dia de Combate à Homofobia, buscamos promover no estado discussões e ações educativas sobre o direito de orientação sexual e identidade de gênero para todos os paranaenses”. Segundo a Deputada, a falta de debate e conscientização sobre o direito de orientação sexual e identidade de gênero agrava ainda mais a discriminação. “É por isso que apoiamos todos os movimentos de defesa dos homossexuais, avançando na conquista de uma sociedade mais justa e democrática”, completou.

A lei paranaense vem se somar às leis de municípios (incluindo Curitiba) e 7 estados (Minas Gerais, Amazonas, Pará, Goiás, Distrito Federal, Espírito Santos e Paraíba) que já tem o Dia de Combate à Homofobia no calendário oficial (lista em www.abglt.org.br/port/leis_homofobia.php)

Repercussão na comunidade LGBT paranaense

As organizações que integram a Aliança Paranaense da Cidadania LGBT celebram a promulgação da lei.

Rafaelly Wiest, presidente do Grupo Dignidade, entidade pioneira de promoção da cidadania LGBT no Paraná, considera que “em um estado conservador como o nosso, uma data como essa se torna necessária para que a visibilidade positiva da comunidade LGBT, bem como a reflexão sobre os direitos humanos da mesma, sejam fomentados e resguardados”.

“Nada é por acaso. O Paraná ficou no topo da lista como recordista de assassinatos homofóbicos em 2009. Instituir o 17 de maio como "Dia Estadual de Combate à Homofobia" é reflexo dos trabalhados das organizações que buscam a cidadania de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, e são compreendidas por alguns setores do estado que, aliados, buscam um Paraná sem Homofobia”, afirmou Márcio Marins, presidente do Dom da Terra e coordenador-geral da Associação Paranaense da Parada da Diversidade.

Carla Amaral, presidente do Transgrupo Marcela Prado, enfatizou que “a data em questão possibilita visibilidade à população LGBT que, constantemente, tem lutado para a diminuição dos estigmas preconceitos e discriminação.”

Para Igor Francisco, presidente da ONG Centro Paranaense da Cidadania, “é de suma importância para a comunidade LGBT paranaense ter uma data de combate à homofobia, tendo em vista que, somente esse ano, foram mais de 20 assassinatos de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.”

Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, afirma que “é importante termos uma data específica que seja um momento de sensibilização e educação dos paranaenses para o respeito à diversidade humana. Esta é uma vitória do movimento LGBT paranaense e pessoas e organizações aliadas da causa LGBT. Neste ano queremos comemorar a data de 17 de maio com uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná”, acrescentou Reis.

Informações adicionais:

Rafaelly Wiest – presidente do Grupo Dignidade – 41 9651 4204

Marcio Marins - coordenador-geral da Associação Paranaense da Parada da Diversidade e presidente do Dom da Terra – 41 9109 1950

Carla Amaral – presidente do Transgrupo Marcela Prado – 41 9638 1057

Igor Francisco – presidente do Centro Paranaense da Cidadania – 41 9957 2181

Toni Reis – presidente da ABGLT – 41 9602 8906

PROJETO DE LEI Nº 579/2009

Art. 1º Fica instituído o Dia Estadual de Combate a Homofobia, a ser promovido, anualmente, no dia 17 de maio.

Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, em 21/10/09.

ROSANE FERREIRA

PROFESSOR LEMOS

JUSTIFICATIVA:

O presente projeto de lei tem por objetivo instituir o Dia Estadual de Combate a Homofobia no Estado do Paraná, a ser comemorado no dia 17 de maio de cada ano. A iniciativa visa a promoção e discussão sobre o direito à livre orientação sexual.

Segundo dados fornecidos pela ABGLT (Associa­ção Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis E Transexuais), o Brasil foi classificado em 2008 como o País mais homofóbico do mundo, tendo 190 homicídios de homossexuais naquele ano, seguido do México com 35 e Estados Unidos com 25 homicídios. Tal número vem crescendo a cada ano.

A falta do debate e conscientização sobre o direito de orientação sexual, agrava ainda mais a discriminação.

No dia 17/10/90, a Organização Mundial de Saúde retirou a  homossexualidade do rol de enfermidades dei­xando de ser considerada como doença. Tal fato foi con­siderado um importante avanço na busca pela igualdade de direitos e pela não discriminação quanto a orientação sexual de cada ser humano.

Neste sentido, solenizar a data de 17 de maio, a ser incluída na agenda anual de  celebrações, proporcionaria a discussão e a reflexão sobre o direito de orientação sexual, visando promover a cidadania de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no Estado do Paraná.

Diante do exposto, contamos com o apoio dos nobres Pares para a aprovação do presente projeto de lei.

Porque a bíblia tão somente me diz! P.4-6

Nos vídeos seguintes uma história triste, de uma postura intransigente e que custará muito caro à sua protagonista. Essa historinha de que Deus ama o homossexual, mas não aceita sua homossexualidade, e que esta é uma opção, uma escolha, sempre tem seu fim trágico, toda vez que é levado o discurso ao tom de palavra final.




A voz do preconceito do rancor e do ódio faz o torpor da morte ser sentida na parte emocionalmente frágil da situação, de fato, e de direito. Pessoas que encabeçam esse discurso, geralmente e maldosamente, assemelham os gays aos prostitutos, aos assassinos, aos ladrões e a tudo que há de ruim na sociedade. Dizem de um amor hipócrita, e querem a subjugação daqueles a quem o ódio segue em sua carreira fria e sega.

Desprezam as ciências e querem mudar o gay, o seu comportamento, como se a atração pelo mesmo sexo fosse algo estritamente comportamental. Esse é o ódio silencioso, que despreza a Deus e se traveste de discurso religioso em nome do próprio Deus!





domingo, 14 de fevereiro de 2010

Pastor defende lei antigay em Uganda

Martin Ssempa já recebeu ajuda americana para combate à Aids no país.
Em entrevista ao G1, ele diz que é preciso preservar a 'família tradicional'.

Giovana Sanchez Do G1, em São Paulo

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O pastor Martim Ssempa é um forte apoiador da lei anti-homossexual no país africano (Foto: Arquivo pessoal)

Em 2007, o pastor ugandense Martin Ssempa recebeu financiamento norte-americano para sua luta de quase 20 anos contra a Aids no país. Além de ser um combatente histórico da doença, com diversos projetos nacionais, ele é contra o homossexualismo, que julga 'um distúrbio', e afirma que a camisinha oferece pouca proteção - ficou famoso após organizar manifestações em que queimou preservativos. Atualmente, Ssempa é um dos mais enfáticos apoiadores do projeto de lei anti-homossexual para votação no Parlamento de Uganda.
O país já proíbe por lei o ato sexual entre pessoas do mesmo sexo, mas o novo texto é mais rígido, incluindo até a pena de morte em alguns casos.

Leia ainda: Lei que prevê morte para gays em Uganda pode gerar 'efeito dominó' na África

Ssempa é pastor da Igreja da Comunidade Makerere e integrante da Força-tarefa Contra o Homossexualismo em Uganda. Ele também tem papel de conselheiro e consultor no governo. Em entrevista ao G1, ele falou sobre o porquê de o homossexualismo ser um problema. 
Leia a íntegra da entrevista:


G1 - Por que a lei é importante?

Martin Ssempa - É importante para colocar um fim na sedução e no recrutamento de nossas crianças na sodomia por meio da máquina de propaganda gay. Isso é financiado por George Soros, [da ONG] Hivos na Holanda e outras agências suíças. Sodomia é um crime, mas precisamos de uma lei para impedir sua disseminação.

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Manifestação recente contra homossexualismo e ajuda internacional levou pessoas da Universidade de Makerere ao Parlamento de Uganda (Foto: Arquivo pessoal)

G1 - Por que a família tradicional precisa ser protegida? O que acontece em Uganda?

Martin Ssempa - A família é a base da sociedade. Mas nós somos uma nação pobre com muitas famílias pobres... Esses ricos europeus e americanos chegam com seu dinheiro para corromper nossas crianças na sodomia. Precisamos protegê-las dessa exploração.

G1 - O senhor acredita que Uganda pode perder apoio internacional após apoiar a lei, já que o presidente americano, Barack Obama, já a classificou de 'odiosa'?

Martin Ssempa - Qualquer nação que coloca a exportação da sodomia no topo de sua agenda internacional é um Estado falido. Toda nação deveria reconhecer o valor estratégico de Uganda em reserva de petróleo, depósito de urânio, cooperação militar na região, etc. Todos os países árabes, por exemplo a Arábia Saudita, têm leis mais fortes, e os EUA e o mundo negociam com eles.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Parceiro do mesmo sexo tem direito a previdência

Em decisão inédita, STJ reconhece direito de companheiro do mesmo sexo a previdência privada complementar.


Comprovada a existência de união afetiva entre pessoas do mesmo sexo, é de se reconhecer o direito do companheiro sobrevivente de receber benefícios previdenciários decorrentes do plano de previdência privada no qual o falecido era participante, com os idênticos efeitos operados pela união estável. A decisão inédita – até então tal benefício só era concedido dentro do Regime Geral da Previdência Social – é da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, em processo relatado pela ministra Nancy Andrighi.


Por unanimidade, a Turma reformou acórdão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que isentou a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) do pagamento de pensão post mortem ao autor da ação, decorrente do falecimento de seu companheiro, participante do plano de previdência privada complementar mantido pelo banco. Ambos conviveram em união afetiva durante 15 anos, mas o TJRJ entendeu que a legislação que regula o direito dos companheiros a alimentos e à sucessão (Lei n. 8.971/94) não se aplica à relação entre parceiros do mesmo sexo.


Em minucioso voto de 14 páginas no qual abordou doutrinas, legislações e princípios fundamentais, entre eles o da dignidade da pessoa humana, a relatora ressaltou que a união afetiva constituída entre pessoas de mesmo sexo não pode ser ignorada em uma sociedade com estruturas de convívio familiar cada vez mais complexas, para se evitar que, por conta do preconceito, sejam suprimidos direitos fundamentais das pessoas envolvidas.


Segundo a relatora, enquanto a lei civil permanecer inerte, as novas estruturas de convívio que batem às portas dos tribunais devem ter sua tutela jurisdicional prestada com base nas leis existentes e nos parâmetros humanitários que norteiam não só o direito constitucional, mas a maioria dos ordenamentos jurídicos existentes no mundo.


Para ela, diante da lacuna da lei que envolve o caso em questão, a aplicação da analogia é perfeitamente aceitável para alavancar como entidade familiar as uniões de afeto entre pessoas do mesmo sexo. “Se por força do artigo 16 da Lei n. 8.213/91, a necessária dependência econômica para a concessão da pensão por morte entre companheiros de união estável é presumida, também o é no caso de companheiros do mesmo sexo, diante do emprego da analogia que se estabeleceu entre essas duas entidades familiares”, destacou a relatora.


Nessa linha de entendimento, aqueles que vivem em uniões de afeto com pessoas do mesmo sexo estão enquadrados no rol dos dependentes preferenciais dos segurados, no regime geral, bem como dos participantes, no regime complementar de previdência, em igualdade de condições com todos os demais beneficiários em situações análogas. Destacou, contudo, a ministra que o presente julgado tem aplicação somente quanto à previdência privada complementar, considerando a competência das Turmas que compõem a Segunda Seção do STJ.


Nancy Andrighi ressaltou que o reconhecimento de tal relação como entidade familiar deve ser precedida de demonstração inequívoca da presença dos elementos essenciais à caracterização da união estável: “Demonstrada a convivência, entre duas pessoas do mesmo sexo, pública, contínua e duradoura, estabelecida com o objetivo de constituição de família, haverá, por consequência, o reconhecimento de tal união como entidade familiar, com a respectiva atribuição dos efeitos jurídicos dela advindos”.


Finalizando seu voto, a ministra reiterou que a defesa dos direitos deve assentar em ideais de fraternidade e solidariedade e que o Poder Judiciário não pode esquivar-se de ver e de dizer o novo, assim como já o fez, em tempos idos, quando emprestou normatividade aos relacionamentos entre pessoas não casadas, fazendo surgir, por consequência, o instituto da união estável.


Entenda o caso

O autor requereu junto a Previ o pagamento de pensão post mortem decorrente do falecimento de seu companheiro e participante do plano de assistência e previdência privada complementar mantida pelo Banco do Brasil. Seguindo os autos, os dois conviveram em alegada união estável durante 15 anos, de 1990 até a data do óbito, ocorrido em 7/4/2005.


O pedido foi negado pela Previ. A entidade sustentou que não há amparo legal ou previsão em seu regulamento para beneficiar companheiro do mesmo sexo por pensão por morte, de forma que “só haverá direito ao recebimento de pensão, a partir do momento em que a lei reconheça a união estável entre pessoas do mesmo sexo, do contrário, não há qualquer direito ao autor”. Alegou, ainda, que o autor foi inscrito apenas como beneficiário do plano de pecúlio, o qual lhe foi devidamente pago.


O autor buscou então a tutela de seu direito perante o Judiciário, sustentando que a conduta da Previ é discriminatória e viola os princípios da igualdade e da dignidade da pessoa humana. A ação foi julgada procedente e a Previ condenada ao pagamento de todos os valores relativos ao pensionamento desde a data do falecimento de seu companheiro.


Em grau de apelação, a sentença foi reformada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que julgou o pedido improcedente por entender que as disposições da Lei n. 8.971/94 não se aplicam à relação homossexual entre dois homens, uma vez que a união estável tem por escopo a união entre pessoas do sexo oposto e não indivíduos do mesmo sexo. O autor recorreu ao STJ contra tal acórdão.


Fonte: STJ

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Bispo italiano é contra a comunhão dos gays "declarados"

Simone Scatizzo, 79 anos, bispo aposentado de Pistoia (centro-norte da Itália) suscitou nesta sexta-feira a ira dos grupos homossexuais italianos ao mostrar-se contrário a que os gays "declarados e com ostentação" possam comungar, ao considerar a homossexualidade "uma desordem, um pecado que exclui da comunhão".


Scattizo fez essas declarações ao portal de internet italiano Pontifex.Roma, que as publicou hoje e perante o qual assinalou que a homossexualidade "é uma desordem e que praticá-la e fazer ostentação da mesma é um pecado que exclui da comunhão.

No entanto, acrescentou que se um homossexual se aproximar dele para comungar não poderia se negar, já que não sabe se essa pessoa "teria se confessado, se arrependido e mudado vida".

As palavras do prelado foram duramente criticadas nas páginas web dos grupos de gays, lésbicas e transexuais da Itália, assim como pelo presidente do maior coletivo gay do país, o Arcigay, Aurelio Mancuso, que denunciou uma "estratégia ofensiva e discriminatória do Vaticano".

Segundo Mancuso, "o Vaticano coloca na boca de bispos idosos aposentados as coisas mais horríveis contra os gays, com o objetivo de atacar a dignidade destas pessoas".

"O Vaticano de maneira hipócrita não tem nem sequer o valor de se expressar diretamente e levar sua guerra contra quem afirma livremente sua identidade. Os gays, lésbicas e transexuais fieis devem de deixar de lado esta igreja fascista, homófoba e cúmplice da violência", afirmou Mancuso em uma nota.

Da mesma forma que fez Scattizi, no passado outros prelados aposentados também se mostraram contrários a dar a comunhão aos gays, como afirmou o prelado emérito de Grosseto, Giacomo Babini, que qualificou a homossexualidade como "um pecado gravíssimo" e assegurou que ele jamais daria a comunhão "a alguém como Vendola".

Ele se referia a Nicki Vendola, presidente da região sulina de Apúlia, que se define publicamente como comunista e católico, e é homossexual declarado.

Babini também qualificou de "aberrante a prática da homossexualidade", disse que era um "vício contra a natureza" e se mostrou contrário a que as prefeituras financiem casas aos casais homossexuais.

Não foi o único, o bispo aposentado de Lucera-Troia, Francesco Zerrillo, disse há vários dias que "seria preciso convidar" os gays para não se aproximar da comunhão, "para não alimentar o escândalo da comunhão aos gays.

Fonte: PORTAL TERRA

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Absurdo em BH: Jovem é internado em clínica, contra a vontade, por ser gay!

Jovem de BH é internado em clínica para recuperação de drogados, por mãe, em clinica no interior de São Paulo. O problema é que o rapaz não é viciado em drogas. ELE É APENAS GAY!

Confira a reportagem do SBT/TV Alterosa: