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O pai entra no quarto do filho e vê um bilhete em cima da cama, Ele lê o bilhete temendo o pior:
Caro Papai, é com grande pesar que lhe informo que eu estou fugindo com ....meu novo namorado, Juan, um Argentino muito lindo que conheci.
Estou apaixonado por ele. Ele é muito gato, com todos aqueles “piercings”, tatuagens e aquela super moto BMW que tem. Mas não é só por isso, descobri que não gosto de jeito nenhum de mulheres e, como sei que o senhor não vai consentir com isso,decidimos fugir e ser muito felizes no seu “trailer”.
Ele quer adotar filhos comigo, e isso foi tudo que eu sempre quis para mim. Aprendi com ele que maconha é ótima, uma coisa natural, que não faz mal a ninguém, e ele garante que no nosso pequeno lar não vai faltar marijuana. Juan acha que eu, nossos filhos adotivos e os seus colegas 'gays' vamos viver em perfeita harmonia.
Não se preocupe papai, eu já sei me cuidar, apesar dos meus 15 anos já tive várias experiências com outros caras e tenho certeza que Juan é o homem da minha vida.
Um dia eu volto, para que o senhor e a mamãe conheçam os nossos filhos. Um grande abraço e até algum dia.
De seu filho, com amor.
O pai quase desmaiando continua lendo…
PS: Pai, não se assuste, é tudo mentira!!!
Estou na casa da Priscila, nossa vizinha gostosa. Só queria mostrar pro senhor que existem coisas muito piores do que as notas vermelhas do meu boletim, que está na primeira gaveta.
Abraços,
Seu filho, burro, mas macho.
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Embora seja engraçadinha, na vida real não é. E isso acontece todos dos dias, onde é preferível ter um filho morto do que gay, um assassino do que um homossexual. Novamente a heteronormatividade é retratada na imposição do culto ao macho que justifica todas as coisas!
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O amor dos cristãos é algo que toca à alma |
A maior parte do público da escola de samba gay Arco-Íris, que elegeu neste ano a rainha do Carnaval paulista, é heterossexual, segundo o presidente do grupo, Eduardo Corrêa. O fundador da primeira agremiação homossexual de São Paulo estima que 60% do público que frequenta os eventos da escola é heterossexual.
O primeiro Carnaval de rua promovido pela Arco-Íris aconteceu em 2009, e atraiu, segundo sua diretoria, cerca de 15 mil pessoas para o desfile, no centro de São Paulo. No ano passado, o público cresceu: 20 mil foliões compareceram.
O grupo procura um novo espaço para seus ensaios. Segundo Corrêa, o antigo galpão, que funcionava na Lapa, foi emprestado pela Prefeitura de São Paulo até o primeiro semestre do ano passado, quando começaram as obras para a construção de um Poupatempo.
A Arco-Íris foi fundada em 25 de janeiro de 2008, data do aniversário da cidade. O objetivo, segundo Corrêa, é promover a identidade brasileira sem distinção de classe social, orientação sexual e idade. Ele conta que resolveu fundar a escola porque percebia certo preconceito relação a homossexuais nas escolas de samba tradicionais.
Léo Áquilla é a rainha da bateria da escola neste ano. Celebridades como Celso Kamura e o designer de sapatos Fernando Pires são apoiadores permanentes. Neste ano, o desfile da Arco-Íris deve acontecer uma semana antes dos desfiles oficiais no sambódromo do Anhembi. A data e o local ainda não foram confirmados.
Fonte: CENA G
Artista cria Nossa Senhora dos Homossexuais para homenagear gays mortos
O artista italiano Raffaele Ciotola criou uma representação da mãe de Jesus que promete causar polêmica. Ele divulgou em seu site o retrato da Nossa Senhora dos Homossexuais, para homenagear gays mortos pelas forças de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.
Na pintura, Maria é retratada com um leve sorriso no rosto enquanto carrega o pequeno Jesus em uma das mãos e um globo terrestre na outra. De um lado a moldura da imagem traz símbolos do masculino, enquanto os do feminino ficam do lado oposto. Por trás do quadro está o triângulo rosa, usado pelos nazistas para designar homossexuais.
Estima-se que cerca de 54 mil homossexuais foram condenados pelo Terceiro Reich. Sete mil morreram em campos de concentração.
Fonte: Cena G
Na noite de quinta-feira (09), o Jornal da Globo apresentou sua habitual sessão com o comentário do cineasta Arnaldo Jabor. Autor de obras-primas do cinema nacional, como as adaptações de Nelson Rodrigues "Toda Nudez Será Castigada" (73) e "O Casamento" (75) e atualmente em cartaz com "A Suprema Felicidade" (2010), Jabor escolheu um tema que está na ponta da língua: a homofobia.
O cineasta disparou, com incrível irreverência, lucidez e senso de realidade, uma saraivada de críticas contra os homofóbicos - sejam eles skinheads, pit boys ou meros playboys. Com suas palavras certeiras, Jabor arrasou com a moral dessa gente.
E foi além: psicologizou e desvendou a razão dos ataques homofóbicos.
"Vocês são bossais que atacam nos homossexuais a miséria sexual que vocês têm dentro", disse Jabor. "Solitários, desamados por homens e mulheres, vocês têm inveja da liberdade dos gays, da coragem que tiveram em assumir sua identidade sexual. Porque vocês não têm identidade alguma!", bradou Jabor.
Arnaldo Jabor é mais uma personalidade que tem a coragem e a dignidade de se manifestar contra a barbárie a que temos assistido nas recentes agressões contra gays em todo o Brasil. Além de um grande cineasta e artista relevante, mostra mais uma vez que é também um formador de opinião indispensável. Palmas, Jabor!
Assista ao vídeo completo a seguir:
Fonte: A Capa
Caso você precise de um convite personalizado, para fins de dispensa do trabalho etc., ou para conseguir passagens e diárias para ir a Brasília, favor pedir através do e-mail gisele.villasboas@camara.gov.br ou clp@camara.gov.br
Salientamos que não há passagens ou diárias disponíveis através da organização do evento.
Gostaríamos de esclarecer que este seminário foi uma solicitação que a Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT recebeu, acatou e encaminhou para as devidas Comissões.
Seminário sobre os Assassinatos de LGBT
24 de novembro de 2010, das 13h30 às 17 horas, Plenário 09, Anexo II, Câmara dos Deputados
PROGRAMAÇÃO (em 05/11/2010)
14h – Abertura
- Deputada Iriny Lopes, Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias
- Deputado Paulo Pimenta, Presidente da Comissão de Legislação Participativa
- Deputado Iran Barbosa, Representante da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT
- Ministro Paulo Vannuchi, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
- Sr. Ricardo Balestreri, Secretário Nacional de Segurança Pública, Ministério da Justiça
- Yone Lindgren, Coordenação Política Nacional da Articulação Brasileira de Lésbicas
- Keila Simpson, Vice-Presidente da ABGLT
- Toni Reis, Presidente da ABGLT
14h30 – Aumento dos Assassinatos praticados contra a população LGBT
Osvaldo Francisco Ribas Lobos Fernandez, coordenador da pesquisa Crimes Homofóbicos no Brasil: Panorama e Erradicação de Assassinatos e Violência Contra LGBT
Érico Nascimento, pesquisador do Núcleo de Estudos da Sexualidade da Universidade do Estado da Bahia (Uneb)
Cláudio Nascimento, Superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Governo do Estado do Rio de Janeiro. “Violência contra LGBT no Rio de Janeiro - Relatório de 01 ano de homofobia como motivação de crimes nos Registros de Ocorrências Policiais do Rio”
Luiz Mott, antropólogo, historiador, pesquisador, professor emérito do Departamento de Antropologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), fundador do Grupo Gay da Bahia e autor do livro Violação dos Direitos Humanos e Assassinatos de Homossexuais no Brasil
16h30 – debate
17h – Encerramento
Promoção
Comissão de Direitos Humanos e Minorias
Comissão de Legislação Participativa
Apoio
Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT
ABGLT e entidades parceiras
Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids - UNAIDS
Por:Toni Reis*
Já na primeira semana do segundo turno das eleições presidenciais de 2010, dois Projetos de Lei - da competência do Legislativo Federal – surgiram no debate acerca das candidaturas ao mais alto cargo do Executivo. Nesta confusão entre competências das esferas governamentais, trouxe-se para a arena eleitoral a discussão da cidadania da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), como se a questão dos direitos humanos de determinados setores da sociedade fosse algo que pudesse ser usado para desmerecer uma ou outra candidatura à Presidência da República.
À luz das discussões e declarações feitas aos meios de comunicação na semana passada sobre os Projetos de Lei em questão: o Projeto de Lei da Câmara (PLC) nº 122/2006 e o Projeto de Lei nº 4914/2009; sinto-me obrigado a fazer umas considerações e a reproduzir na íntegra o texto de ambas as proposições, para que – em vez distorções e afirmações inverídicas a seu respeito – os(as) leitores(as) possam conhecer, avaliar e chegar às suas próprias opiniões sobre os mesmos. Recorrendo ao filósofo grego Aristóteles, quando disse “O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete”, vamos à reflexão:
O PLC 122/2006 objetiva amparar setores da população que ainda não contam com legislação específica que os garanta a proteção contra a discriminação, criando um paralelo com outras leis já regulamentadas que dispõem sobre crimes de discriminação, como é o caso do racismo. Ademais, o PLC 122/2006 não se restringe somente à proteção da população LGBT, sendo muito mais abrangente do que isso.
Projeto de Lei da Câmara nº 122, de 2006:
(Substitutivo, aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal em 10/11/2009)
Art. 1º A ementa da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Define os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.” (NR)
Art. 2º A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.” (NR)
“Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares ou locais semelhantes abertos ao público.
Pena: reclusão de um a três anos.
Parágrafo único: Incide nas mesmas penas aquele que impedir ou restringir a expressão e a manifestação de afetividade em locais públicos ou privados abertos ao público de pessoas com as características previstas no art. 1º desta Lei, sendo estas expressões e manifestações permitidas às demais pessoas.” (NR)
“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.” (NR)
Art. 3º O § 3º do art. 140 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, passa a vigorar com a seguinte redação:
“§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero:
..............................................................................” (NR)
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
No caso especifico da população LGBT, determinados setores no Congresso Nacional têm argumentado desde a Constituinte que basta a disposição generalizada constante do Art. 3º da Constituição Federal, de que não haverá “preconceitos de ... sexo, ... e quaisquer outras formas de discriminação.”
Ora, se fosse assim, não ocorreriam em média 200 assassinatos de pessoas LGBT por ano no Brasil; a impunidade dos autores destes crimes não seria corriqueira; não haveria estudos científicos produzidos por organizações de renome, como a Unesco, e até pelo próprio Ministério da Educação, comprovando inequivocamente a existência de níveis elevados de práticas e atitudes discriminatórias contra pessoas LGBT nas escolas; não haveria estudos da Academia confirmando esta mesma discriminação na sociedade brasileira como um todo. O Governo Federal não teria implantado o Programa Brasil Sem Homofobia, e não estaria implementando o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT, se não existissem discriminação e violência contra esta população.
Parte do propósito do PLC 122/2006 é contribuir para reverter este quadro vergonhoso de desrespeito aos direitos humanos básicos da população LGBT no Brasil, como descreveu o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello:
“São 18 milhões de cidadãos considerados de segunda categoria: pagam impostos, votam, sujeitam-se a normas legais, mas, ainda assim, são vítimas de preconceitos, discriminações, insultos e chacotas” ... e que as vítimas dos homicídios ... “foram trucidadas apenas por serem homossexuais”.
O PLC 122/2006 tem sido apelido por determinados setores de “mordaça gay”. Afirmamos que a liberdade de expressão é universal, um direito de todos, inclusive a liberdade de expressão de crença religiosa, conforme garantida constitucionalmente. O projeto não veda que dentro do estabelecimento religioso se manifestem as crenças e se mantenham as posições religiosas, nem existe a possibilidade de padres ou outras autoridades religiosas serem presos por estes motivos e muito menos a Bíblia ou outros livros sagrados serem "modificados". Mas a liberdade de expressão, seja de quem for (das religiões, das pessoas LGBT, de todo mundo), também há de respeitar o próximo, sem discriminá-lo. Isto vale para todos, e não se constitui em uma espécie de penalidade às religiões. É apenas a aplicação do preceito constitucional da universalidade da não discriminação e da não violência.
Ademais, o PLC 122/2006 foi motivo de várias audiências públicas e já sofreu alterações no Senado, visando atender aos anseios acima expostos. Ao terminar sua tramitação no Senado terá que voltar para a Câmara dos Deputados em razão das modificações que sofreu e ainda poderá vir a sofrer. Sempre estivemos abertos ao diálogo com todas as partes interessadas para que a proposição final tenha a melhor redação possível, ao mesmo em que garanta a não discriminação, inclusive das pessoas LGBT.
O outro projeto de lei que teve seu propósito distorcido no debate das eleições presidenciais diz respeito à união estável entre pessoas do mesmo sexo. Reproduzo aqui o texto desta proposição:
Projeto de Lei nº 4914/2009 de 2009:
Art. 1º - Esta lei acrescenta disposições à Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, relativas à união estável de pessoas do mesmo sexo.
Art. 2º - Acrescenta o seguinte art. 1.727 A, à Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, Código Civil.
“Art. nº 1.727 A - São aplicáveis os artigos anteriores do presente Título, com exceção do artigo 1.726, às relações entre pessoas do mesmo sexo, garantidos os direitos e deveres decorrentes.”
Art. 3º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Como se pode ver, o P/L nº 4914/2009 propõe tão somente o alterar o Código Civil para que reconheça a união estável entre pessoas do mesmo sexo. Em nenhum momento propõe o casamento, pelo contrário: faz exceção a esta possibilidade.
Cabe indagar, por que tanta polêmica acerca do “casamento gay nas igrejas”. Onde será que está escrito isso no projeto de lei acima?
O P/L nº 4914/2009 visa apenas garantir os direitos civis de pessoas do mesmo sexo que convivem em união estável. Isto porque estudos mostram que, comparando um casal heterossexual com um casal homossexual, este último não tem acesso a pelo menos 78 direitos garantidos ao casal heterossexual, entre eles: não têm reconhecida a união estável; não têm direito à herança; não têm direito à sucessão; não podem ser curadores do parceiro declarado judicialmente incapaz. Em alguns casos essa falta de amparo aos casais do mesmo sexo chega a ser cruel, como no caso da morte de um(a) parceiro(a), onde o(a) parceiro(a) sobrevivente – às vezes depois de muitos anos de convivência – além de perder o(a) parceiro(a), fica sem nenhum bem e nem sem onde morar, porque a família do(a) falecido(a) exerce o direito sobre a propriedade deste(a), enquanto o(a) sobrevivente é desamparado(a) pela lei na forma como está.
Aqui tem-se um caso patente do descumprimento das disposições Constitucionais da igualdade, da não discriminação e da dignidade humano, que o P/L nº 4914/2009 visa corrigir.
Há de se lembrar que tanto o PLC nº 122/2006 como o P/L 4914/2009 tratam de questões de direitos civis. São proposições legislativas fundamentadas na lei maior da nação brasileira, a Constituição Federal.
Ainda, o Brasil é signatário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, e os princípios, direitos e garantias fundamentais de nossa Constituição se baseiam nela. A Declaração é “Universal” porque os direitos humanos são indivisíveis. Ou seja, aplicam-se igualmente a todos os seres humanos, independente de sua nacionalidade, cor, etnia, convicção religiosa, e independente de serem heterossexuais, bissexuais, homossexuais, ou de qualquer outra condição
Outro princípio fundamental que deve ser preservado acima de tudo neste debate é o princípio da laicidade do Estado. Desde a Proclamação da República, em 1889, o Estado brasileiro é laico. Isso quer dizer que no Estado laico não há nenhuma religião oficial, e há separação entre o governo e as religiões. Assim sendo, os cultos, as crenças e outras manifestações religiosas são respeitadas, dentro de suas esferas independentes, da mesma forma que o Estado tem sua independência das religiões.
Creio piamente que os direitos humanos não se barganham, não se negociam, simplesmente se respeitam, e que devemos escolher nossa candidatura pelas propostas que tem pelo país, pela biografia, pela capacidade de governar, e pela capacidade de fazer valer a Constituição Federal, indiscriminadamente.
Como disse Ulisses Tavares precisamos olhar de novo: não existem brancos, não existem amarelos, não existem negros: somos todos arco-íris.
* Toni Reis, Presidente da ABGLT– Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
Brasília - Representantes do movimento de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) de todo o país se reuniram nesta quarta (19), em Brasília, para a 1ª Marcha Nacional contra a Homofobia. A passeata contou com mais de 2.500 participantes. O objetivo do movimento é reivindicar a garantia de Estado laico (sem interferência religiosa nas decisões públicas), aprovação imediata do Projeto de Lei da Câmara (PLC 122/2006) que torna crime a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, e uma decisão favorável da Justiça sobre a união civil entre casais homoafetivos.
A marcha percorreu a Esplanada dos Ministérios liderada por travestis usando roupas pretas em sinal de luto às 238 mortes de travestis registradas no ano passado. Cruzes foram colocadas no gramado em frente ao Congresso Nacional para simbolizar as vítimas do preconceito.
Para o coordenador-geral da marcha, Carlos Magno, o maior entrave para o avanço dos direitos dos homossexuais é o controle exercido pela Igreja em temas que deveriam ser exclusivos do Estado. “Os fundamentalistas religiosos têm interferido no Estado e impedem os avanços de qualquer direito relacionado aos homossexuais, precisamos mudar isso.”
O professor Maurivam Monteiro veio de Pernambuco para participar da marcha. Ele acredita que esse tipo de manifestação abre a discussão sobre a necessidade de se respeitar as diferenças. “Estou aqui para lutar por uma visão social geral ao respeitar as diferenças. Repensar alguns valores e, principalmente, a questão do respeito ao outro”, ressalta o educador.
Membro do movimento estudantil e diretor do movimento LGBT do PCdoB, Paulo Ricardo, afirma que o apoio de parlamentares à causa é fundamental para pressionar o Senado pela aprovação do projeto de Lei.
“Vamos fazer pressão dentro do Congresso. O apoio de parlamentares tem se somado à força do movimento, até para que o projeto seja levado adiante e, principalmente, para mostrar que temos o poder de reivindicar questões do nosso grupo,” disse.
Fonte: UAI
Ricky Martin publicou um clipe de divulgação da sua nova turnê, nesta quinta-feira (15), no Twitter. "Dirigido pelo meu amigo Dago Gonzales, para a minha nova turnê Black & White", disse o cantor no microblog.
No vídeo, chamado "My skin talks", o cantor que recentemente assumiu sua homossexualidade, aparece completamente nu, exibindo sua excelente forma física e, conforme se movimenta, diversas tatuagens aparecem em seu corpo.
Confira o vídeo:
Fonte: Globo.com
Número 2 do Vaticano descartou que abusos tenham relação com celibato.
Especialistas contestaram seus argumentos nesta terça (13).
Autoridades, médicos e movimentos de defesa de grupos homossexuais no Chile pediram ao secretário de estado do Vaticano, Tarcisio Bertone, que prove as ligações da homossexualidade com a pedofilia, como afirmou na véspera em Santiago.
"Eu não tenho essa opinião, gostaria de conhecer os estudos científicos que ele diz ter. Tenho uma grande estima pelo Cardeal Bertone, mas tenho a sensação que neste caso ele está equivocado", afirmou o senador democrata-cristão Patricio Walker.
Estudei o tema, não sou psiquiatra, mas advogado. No entanto, já apresentei muitos projetos contra a pedofilia, que agora viraram lei. A pedofilia é um transtorno mental de caráter sexual que afeta tanto homossexuais como heterossexuais", comentou.
"Essa ligação foi desacertada. O celibato causa mais danos a um ser humano que a condição de homossexualidade, opção tomada livremente. Estou constrangido com as palavras deste alto dignatário da Igreja", afirmou por sua vez o deputado comunista Hugo Gutiérrez à AFP.
"A gente nunca vai parar de se surpreender com as declarações dessas pessoas. A Igreja deveria ser mais bondosa e caridosa com os homossexuais, em vez de ficar atribuindo pecados a eles", completou.
O líder do Movimento de Integração e Libertação Homossexual (Movilh), Rolando Jiménez, também exigiu que o cardeal mostrasse provas que justificassem suas afirmações.
Especialistas médicos também descartaram a ideia. "Não me parece possível pensar que haja uma relação direta entre o homossexualidade e a pedofilia", disse a professora da Universidade do Chile Tamara Galleguillos.
Galleguillos afirmou que durante seu trabalho no Serviço Médico Legal do Chile "os heterossexuais pedófilos eram vistos de forma igual aos homossexuais pedófilos, não eram diferenciados".
Na segunda-feira, durante coletiva de imprensa, o número dois do Vaticano afirmou que a pedofilia entre os sacerdotes tem mais a ver com a homossexualidade que com o celibato.
"Muitos psicólogos e psiquiatras demonstraram que não há relação entre celibato e pedofilia, mas muitos outros demonstraram, e me disseram recentemente, que há relação entre homossexualidade e pedofilia. Isso é verdade, esse é o problema", completou.
Bertone anunciou que o Vaticano tomará novas iniciativas surpreendentes contra a pedofilia. "Não posso antecipar, mas outras iniciativas estão sendo pensadas", disse o cardeal.
Fonte: Globo.com
NOTA OFICIAL DA ABGLT SOBRE DECLARAÇÕES DO VATICANO REFERENTES À HOMOSSEXUALIDADE
A ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – é uma entidade de abrangência nacional, fundada em 1995, que congrega 237 organizações congêneres e tem como objetivo a defesa e promoção da cidadania desses segmentos da população. A ABGLT também é atuante internacionalmente e tem status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas.
Diante da declaração do Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, que afirmou nesta segunda-feira (12/04/2010) que é o “homossexualismo” (sic), e não o celibato, que deve ser relacionada à pedofilia, a ABGLT vem a público se manifestar:
A ABGLT deixa claro no seu estatuto que é contra a pedofilia, seja ela praticada por pessoas de qualquer orientação sexual ou identidade de gênero, heterossexuais ou homossexuais. A ABGLT, no seu primeiro Congresso, realizado de 20 a 24 de janeiro de 2005, em Curitiba, Paraná, Brasil, deliberou pela defesa e garantia do estado laico e contra a exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes. A ABGLT entende que a pedofilia é um transtorno, conforme a Classificação Internacional de Doenças 10 - F65.4: 302.2, e que o abuso sexual de crianças e adolescentes é crime. A ABGLT mantém uma campanha permanente contra a pedofilia e o abuso sexual de crianças e adolescentes: http://www.abglt.org.br/port/luta_pedofilia.php ;
Diversos estudos sobre a pedofilia e sobre o abuso sexual de crianças e adolescentes apontam que a maioria destes crimes é perpetrada por heterossexuais, sem que isto signifique que a heterossexualidade cause a pedofilia. As questões relacionadas à pedofilia propriamente dita são muita complexas e não podem se reduzir a tão simplista diferenciação baseada na orientação sexual dos agressores. O que surge de fato como tendência nos estudos é que os crimes são praticados especialmente por pessoas que têm proximidade, exercem autoridade e possuem confiança em relação às crianças e aos adolescentes, como pais, familiares, religiosos;
A ABGLT não aceita esta provocação do Vaticano contra as pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – LGBT, que não passa de uma tentativa de desviar a atenção do problema maior que se prolifera dentro do seio da Igreja Católica, o qual deve - sim - ser explicado e esclarecido para a sociedade em geral;
A ABGLT defende um Estado Laico e entende que a liberdade religiosa não garante ao Vaticano o direito de julgar com suas próprias leis os seus pares que abusam de crianças e adolescentes. A ABGLT entende que religiosos que cometam crimes de abuso sexual de crianças e adolescentes, além de ter o devido acompanhamento dos serviços de saúde, devem ser submetidos às penas previstas pela lei secular, assim como o restante da população. Assim, a ABGLT se soma às demais instituições de direitos humanos e pede que o Vaticano se explique sobre estes crimes cometidos por sacerdotes católicos, e que não culpe de forma irresponsável a comunidade LGBT;
A ABGLT, diferente dos setores fundamentalistas religiosos, defende a educação sexual para crianças e adolescentes, de tal modo que aprendam a ter autonomia sobre seu corpo, e a se proteger e denunciar abusos dentro de casa, nas igrejas e em qualquer outro lugar;
A ABGLT convoca as organizações profissionais, de direitos humanos e LGBT, nacionais e internacionais, a se pronunciarem sobre o assunto;
A ABGLT espera que o Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, tenha o mínimo de respeito para as famílias das crianças abusadas por padres e bispos da Igreja Católica, e que, ao invés de jogar a culpa de seus escândalos para a comunidade homossexual, reflita sobre o passado e o mal que historicamente a Igreja tem feito aos negros, deficientes, mulheres, judeus, ciganos, homossexuais e crianças e adolescentes em todo o mundo. Será que futuramente a Igreja vai pedir perdão também aos homossexuais por mais este erro que está cometendo agora?
Viva o Estado Laico. Pelo direito da Educação Sexual de crianças e adolescentes, pela punição (conforme as leis seculares) de religiosos que abusam sexualmente de crianças e adolescentes, por uma nova Igreja que respeite os direitos humanos de todos os cidadãos e todas as cidadãs, sem distinção de qualquer natureza.
Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
por Tom Mayan
Para se conhecer profundamente o significado de “Evangelho Inclusivo”, é preciso, antes de tudo, tornar-se um verdadeiro Cristão Inclusivo, à moda antiga. Contudo, há muitas intempéries ao longo do caminho. Uma delas é tornar-se o exemplo vivo de Inclusão, acolhendo a todos os assolados e mostrando a esperança diante da aflição que o mundo traz. Esperança esta que só é possível alcançar através da experiência do encontro com o modelo sublime de Inclusão: Cristo Jesus.
Levar o Evangelho Inclusivo não é fácil devido o fato do ser humano estar dotado de uma natureza pecaminosa, carregando consigo muitas vezes, o famoso pré-conceito e a aversão, ou seja, julgamentos pessoais que se mantém entre o “eu” do Cristão e o dever a ele compelido em ser manso e humilde de coração.
Transpor esta barreira se torna um passo importante para obtenção do Evangelho genuíno de amor. Para tanto, é preciso conhecer e saber utilizar a chave correta para abrir o coração e deixar a luz entrar e, assim, modificar o que jaz um coração de pedra. Um coração de pedra pode simbolizar muitas coisas, dentre elas, a ignorância e a intolerância humana, que pode ser encontrada em muitos que, orgulhosamente, se denominam “Cristãos”, mas que nada mais são que meros religiosos legalistas.
Os que se acham justificados, geralmente se baseiam em Mateus 13:11: “Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido”. Dessa maneira, muitos “Cristãos” acreditam estar entre os escolhidos, tornando-se assim, incoerentes ao discurso, pois, são os mesmos que insistentemente tentam mostrar uma “verdade” sobre a homossexualidade aos que – no caso -, não lhes é permitido conhecê-la. Diante disso, apenas perdem seu tempo.
Alcançar a verdadeira compreensão do significado de “Cristianismo” pode ser uma tarefa exaustiva, pois demanda boa vontade e submissão para recapitular diariamente o exemplo de Jesus. Enganam-se os que pensam que, uma vez entendido o evangelho de Cristo, para sempre aprendido está. O Evangelho Inclusivo deve ser encarado como uma santificação diária e constante na vida de nós cristãos.
Nesse contexto, é fácil compreender a reação de pessoas amáveis que, ao tocar em um assunto que lhes causam incômodo - no caso, a Homossexualidade -, dizem coisas cruéis, sem ao menos perceber como estão sendo rudes. Contudo, certas atitudes são inerentes à natureza humana; simplesmente não conseguem enxergar por conta própria.
Entretanto, são reações como essas que disseminam a segregação, como a que por muito tempo tem havido, frente uma cultura cristã milenar. Mas, é diante dessa situação que, provavelmente, Cristo tenha dito: “Eis que vos envio ao mundo como ovelhas em meio de lobos” (Mateus 10:16).
A falta de compreensão e de sentir-se confortável – tão importante aos homossexuais -, torna o processo difícil, longo e doloroso. Muitos homossexuais passam por uma jornada terrível até a própria aceitação, tornando grande parte de suas vidas incompletas psicoemocionalmente. Daí tem-se a importância da sociedade cristã não condicionar as pessoas a pensar a homossexualidade como algo negativo.
Mas, em contraste, muitos “Cristãos”, sem ao menos dizer uma única palavra de condenação, acabam por ferir de maneira mais trágica ainda um homossexual, permanecendo em silêncio diante da condenação social cristã, deixando-o se autopunir, não o ajudando a corrigir as imagens deturpadas formadas em sua mente, e não sendo capaz de ajudá-lo a compreender quem ele (homossexual) é para Deus.
Uma das situações mais solitárias da vida é quando um jovem começa a perceber-se homossexual. Ele não tem idéia alguma da situação que enfrentará, não sabe o que fazer com a situação e, muitas vezes, não tem ao menos um irmão de fé ou pastor com quem possa expressar-se e confiar, sem temer a rejeição ou condenação. Diante disso, ser um adolescente homossexual, na maioria das famílias, significa crescer com muita confusão na mente; é sentir uma extrema contradição de quem ele realmente é; é ter duvida constante em ser amado ou não pelos seus pais e, principalmente, por Deus. Dessa forma, muitos jovens acabam por internalizarem uma inverdade de que nada em sua vida pode fazê-los se sentir íntegros.
Contudo, a partir do momento que um jovem homossexual consegue sobrepor estes vieses, ou seja, as resistências sociais e até mesmo pessoais, ele pode usufruir de um equilíbrio moral completo, conseguindo estar aberto para experienciar verdadeiramente o amor, se permitindo amar a alguém e, dessa maneira, alcançando, pela primeira vez, um sentimento grandioso da presença de Deus em sua vida. Somente assim, o cristão homossexual se torna completo como ser humano e passa a viver de maneira efetiva.
Nesse sentido, torna-se fundamental que todos os “Cristãos” consigam entender esta situação – se é possível que consigam -, tomando consciência de que não devem exigir que homossexuais suprimam sua identidade emocional, e ainda assim, continuem tendo uma vida boa e correta diante de Deus.
É nesse contexto que o Evangelho Inclusivo vem a ser aquele que – sem fazer militância homossexual à Religião –, simplesmente ajuda a muitos que se sentem excluídos do rebanho de Cristo. O Evangelho Inclusivo prega a moralidade no que cerne ser responsável, ter consideração pelo próximo, ser gentil, generoso e bondoso de espírito.
A Inclusão é uma forma re-pensada de rejeitar a tradição Exclusiva e agir ousadamente em prol da pregação do verdadeiro Evangelho de Cristo. Ensina, ainda, que todos enquanto cristãos, possuem dois pontos em comum: o batismo e a obrigação moral aos mandamentos da Lei sob o contexto resumido de Jesus que convida a todos a amar a Deus e ao próximo, reconhecendo o amor humano como um reflexo do amor divino.
Contudo, devemos encarar que os ditos “Cristãos” podem combater ou desafiar essa lógica, resistindo ao apelo Inclusivo, mas a vida de amor incondicional de um verdadeiro cristão é um argumento que não pode ser contradito.
Tom Mayan, 27 anos, Especialista em Ciências da Saúde; É Gay e Cristão, Militante pela Inclusão LGBT no Cristianismo; Escritor sobre Teologia Inclusiva, Fundamentalismo Cristão e Homofobia Religiosa; Colunista do site “Maringay” e autor do livro que retrata a homossexualidade e o Cristianismo chamado “Ser Gay e Cristão é possível!” –
Site do livro: www.sergayecristaoepossivel.com;
Contato: sergayecristaoepossivel@hotmail.com