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domingo, 26 de outubro de 2014

Democracia e voto nulo

Democracia e voto nulo



por João Marinho

A cadeira de presidente não ficará vazia porque alguém irá perder. Isso iguala o eleitor que votou no perdedor ao que votou nulo, após as eleições – e, em ambos os casos, não representa "morte política".

Votar nulo é dizer que nenhuma das propostas convenceu.

Após a cadeira ser preenchida, o eleitor nulo tem o mesmo direito de cobrar, fazer oposição ou mudar de ideia e ir para a situação, assim como qualquer eleitor de qualquer candidato. Até porque o/a presidente será presidente de todos – não só dos que votaram nela/e.

Voto nulo com a consciência tranquila e limpa. É minha manifestação de que não me senti contemplado por nenhuma das candidaturas.


Eu me anulo como cidadão? De forma alguma: vou me posicionar, como todos, com a cadeira ocupada...


Além do mais, o voto no presidente é apenas um dentre outros. Votei em Todd Tomorrow e o ajudei a aumentar a bancada do PSOL na Assembleia paulista, mesmo ele não tendo sido eleito: esta duplicou.


Votei em Luciana Genro e a ajudei a iniciar a construção de um capital político que lhe será importante no futuro.


Votei em Thiago Aguiar para deputado federal e ele não foi eleito, mas representei um voto de auxílio a sua bancada, novamente.


Votei em Skaf como voto útil contra Alckmin. Não houve segundo turno, mas me posicionei de forma crítica ao governador – e a ele serei oposição.


Votei em Suplicy e ele não ganhou, mas meu voto entre milhares o gabarita a concorrer a outros cargos.


Fiz, portanto, meu papel nas eleições. Agora, porque entre Dilma e Aécio, não vejo possibilidade nem de voto útil, me "anulo como cidadão"? Não tenho "direito de cobrar" porque me falta "legitimidade moral"? E todos os outros votos, que representam meu posicionamento político soberano, não servem de nada? Quer dizer que só o de presidente no segundo turno é que importa?


Lamento.


Essa é uma visão muito reducionista do eleitor nulo e da própria democracia. Prova de que alguém precisa olhar com mais atenção o que considera ambas as coisas – e prova definitiva de que muitos brasileiros e brasileiras ainda têm de amadurecer bastante sua ideia de Estado democrático.

sábado, 2 de março de 2013

O PT trai novamente a comunidade gay



O Partido dos Trabalhadores vem fazendo uma política desastrosa em relação às demandas gays. Óbvio que para o partido, hoje, o apoio dos evangélicos parece seduzir e para se ter a convergência cristã,  ele tem que  crucificar o direito dos gays.

Nada, entretanto, dificultoso para o PT, que quando precisou usar os LGBT(s) como moeda de troca  para blindar o então ministro da casa civil, Palocci, não hesitou... e, na voz da presidente Dilma,  declarou: 

“Não aceito propaganda de opções sexuais. Não podemos intervir na vida privada das pessoas”.

 Tal declaração foi feita pela presidente em convergência aos interesses da bancada evangélica, que ameaçava assinar um pedido de CPI, contra o ministro Antônio Palocci, caso o Kit anti-homofobia não fosse suspenso. 

Dilma foi mais além, nomeou o bispo Marcelo Crivella como ministro em seu governo, suspendeu os vídeos de campanha de preservação contra o vírus HIV, que abordavam o relacionamento homossexual, por vídeos que não polemizassem, ou não trouxessem desgostos aos evangélicos.  Secretarias ligadas aos LGBT(s) reclamam de parcos recursos para sua atuação efetiva e, como se não bastasse, em mais uma manobra política, o PT deixa a Comissão de Direitos Humanos nas mãos do PSC, que colocará o pastor Marco Feliciano à frente, na presidência da comissão.  Esse último feito, depois de Dilma lançar sua pré-campanha à presidência em 2014.

Meu compromisso com esse quadro social, que aí está, chegou ao fim! Se Dilma e o PT podem trair a confiança de quem os apoiou, então Dilma e o PT já não são dignos de representar os LGBTs. E acho estranho, por exemplo, que petistas venham com um discurso manso, falando das décadas de 1960-80, período da ditadura militar, querendo evocar certo heroísmo a um passado de militância às causas sociais de Dilma, como se esse passado bastasse no presente, como se aquilo que foi feito no passado desse o direito da traição presente. Ora, lutar por lutar Fernando Henrique Cardoso lutou, José Serra idem... Militantes do PT pensam que estão lidando com quem?

Para muitos, dentro do PT, crítica válida é a crítica de se fazer barulho nas ruas em manifestações e ser torturado pelo governo militar, fora dessa época nada é válido, a internet não presta, qualquer outra crítica não traz fidedignidade. Enquanto os mesmos usam de todo o expediente virtual para sabotar o PSDB, por exemplo, e quando fazem isso, encontram razão plausível, aceita, bem-vinda! Hipocrisia? O PT se acostumou a ela...

Um militante do PT, raivoso por eu ter escrito que Dilma é uma presideANTA, afirmou em um debate para mim, que comunidade é coisa de Lecy Brandão e que, provavelmente, o meu contexto é permanecer em guetos, isolados. Discordo do fato simplório do militante, herói da bomba, conceituar a comunidade como coisa de Lecy Brandão, há um quê de preconceito e racismo aqui! Mas concordo com ele, quando afirma meu contexto de gueto, Dilma, a presideANTA, não está dando chances a comunidade LGBT, e meu contexto é de isolamento, pois o governo da presideANTA empurra às margens a comunidade gay com políticas pró-cristãs. Nesse aspecto, acertou Paulo Rezende, meu contexto é de gueto, pois a presideANTA do Brasil está nos empurrando às mazelas da mediocridade e da segregação por não tolerar direitos iguais à comunidade gay.

Sendo assim, rompi mesmo com o PT: #foraDilma!