TENHA O CORPO-HABEAS CORPUS: J. K. Rowling seria transfóbica?

TENHA O CORPO-HABEAS CORPUS J. K. Rowling seria transfóbica? Em épocas não tão distantes, mas que incompreensíveis ao homem contemporâneo, o corpo, esse pedaço de carne que individualiza os seres, não pertencia ao súdito, mas ao soberano, ao rei, que nesse mesmo corpo, alheio, individual e individualizado, poderia infringir como pena suplícios inúmeros sem quaisquer parâmetros, tão somente, a satisfação da vontade soberana que se igualava à satisfação da vontade divina, a demonstração do poder. Ora, o suplício servia ao espetáculo, se não houvesse a espetacularização da dor, em vão era o castigo, em vão seria dizer ao súdito que o seu corpo pertencia ao soberano rei e o seu crime atentava contra o próprio monarca. Era preciso tornar visível tal conceito, aos olhos de todos na corte, no reino. A expressão, comumente usada, hoje, habeas corpus vem dessa época, em que extraída de uma antiga fórmula processual inglesa, utilizada pelo magistrado, ordena