Mostrando postagens com marcador reforma protestante. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador reforma protestante. Mostrar todas as postagens

domingo, 28 de agosto de 2022

FÉ DEMAIS NÃO CHEIRA BEM: OS CAMINHOS DA DITADURA E DO BOLSONARISMO


Chocante! Eu sei... pode parecer absurdo, pode parecer a ideia de um ateu sobre religião, pode parecer uma imagem fantástica, que ninguém em sã consciência teria a audácia de relacionar, mas não é! A Bíblia evangélica, a fé protestante, muitas vezes, ao longo da história da humanidade, é usada como forma de opressão, de perseguição, de maldade àqueles que não se curvam aos ideais de seus líderes.

Ao lermos a história recente do Brasil, vemos essa imagem nítida nos relatos do teólogo Leonildo Silveira Campos que ao lembrar de seu torturador, o pastor batista Roberto Pontuschka, conta que o pastor os torturava de noite e os evangelizava de dia, entregava-os o Novo Testamento e quando questionado, seu comportamento, por um dos encarcerados, se não tinha vergonha de torturar e tentar evangelizar. Como resposta, o ministro batista afirmou, apontando para uma pistola debaixo do paletó: “Para os que desejam se converter, eu tenho a palavra de Deus. Para quem não quiser, há outras alternativas”  (Fonte: Isto E Independente).

Não à toa Max Weber (1864-1920) escreveu sua obra: A ética protestante e o espírito do capitalismo- em que ao analisar o contexto do século XVI-, descreve como a igreja protestante está diretamente vinculada ao desenvolvido do sistema econômico capitalista como dever moral. O que eu quero afirmar com isso é que: a religião protestante nasce como símbolo da troca de poder que sai das mãos do Papa e passa para as mãos dos príncipes, burguesia e das regiões por eles comandadas.

Não há graça, não há salvação, não há misericórdia, sem que se chegue ao poder. O discurso de conversão dos pecados é o discurso do “encha a minha igreja para que tenhamos poder”. O poder é o axioma que move a fé, é a única coisa que, no fundo, realmente importa. Sem embargo, os líderes religiosos desfrutam de casas luxuosas, carros luxuosos, telefones celulares luxuosos, enquanto os irmãos são convencidos de que é a vontade de Deus, porque tal prosperidade financeira traz poder: é status, dá visibilidade, dá voz.

Destarte, não se é de estranhar o alinhamento dos evangélicos com as ideologias de Bolsonaro. Bolsonaro e os evangélicos são a mesma pessoa ou, para melhor dizer, o mesmo ideal. Bolsonaro dá voz ao desejo de poder dos evangélicos, mesmo que isso os leve a idolatrar as armas, mesmo que isso os leve a adorar o diabo, desde que seja camuflado, tudo estará no seu devido lugar.

Assim, as pregações sobre amor, sobre perdão, sobre união, sobre salvação são secundárias ao projeto de poder e a ele os servem, afinal, no fim, o que importa é demonstrar a força que a igreja tem e os seus líderes disso se beneficiam.