Contra os fatos não há argumentos, bom brocardo, e útil nesse momento! Geralmente, a militância gay, por parte dos NAZISTAS cristãos, sofre a acusação de tentar impor uma MORDAÇA GAY na população; que nossas lutas e conquistas só servem para elevar determinado grupo societário (o grupo dos gays marginalizados) em um patamar de privilégios sociais sem que nenhum outro grupo o tenha de igual forma...
Bem, entretanto, quando situação está na prática, o que se vê são os FATOS controversos, aqueles que nos acusam de amordaçar, APLICANDO SEM CERIMÔNIAS a amordaça e acusações, tomando de assalto o sujeito e sua LIBERDADE DE EXPRESSÃO, simplesmente por que discordam!
Os EVANGELINAZISTAS fingem que querem defender direitos iguais, mas sua atuação é de tolhimento, de exclusões e censuras tais como nos regimes fascistas e, de igual forma, ditatoriais.
Foi assim, nas cadeiras da INQUISIÇÃO EVANGÉLICA DO BRASIL, que o PASTOR Ricardo Gondim se assentou, foi julgado e condenado ao exílio das ideias, da expressão e das palavras... AMORDAÇARAM GONDIM, como querem amordaçar o Brasil, Estado laico, nas fileiras do sectarismo, do rancor e da doutrina evangélica e sua moral duvidosa!
Renato Hoffmann
A carta de despedida do Gondim
Após quase vinte anos, fui convidado a “des-continuar” minha coluna na revista Ultimato. Nesta semana, recebi a visita de Elben Lenz Cesar, Marcos Bomtempo e Klênia Fassoni em meu escritório, que me deram a notícia de que não mais escreverei para a Ultimato. Nessa tarde, encerrou-se um relacionamento que, ao longo de todos esses anos, me estimulou a dividir o coração com os leitores desta boa revista. Cada texto que redigi nasceu de minhas entranhas apaixonadas.
Fui devidamente alertado pelo rev. Elben de que meus posicionamentos expostos para a revista Carta Capital trariam ainda maior tensão para a Ultimato. Respeito o corpo editorial da Ultimato por não se sentir confortável com a minha posição sobre os direitos civis dos homossexuais. Todavia, reafirmo minhas palavras: em um estado laico, a lei não pode marginalizar, excluir ou distinguir como devassos, promíscuos ou pecadores, homens e mulheres que se declaram homoafetivos e buscam constituir relacionamentos estáveis. Minhas convicções teológicas ou pessoais não podem intervir no ordenamento das leis.
O reverendo Elben Lenz Cesar, por quem tenho a maior estima, profundo respeito e eterna gratidão, acrescentou que discordava também sobre minha afirmação ao jornalista de que “Deus não está no controle”. Ressalto, jamais escondi minha fé no Deus que é amor e nos corolários que faço: amor e controle se contradizem. De fato, nunca aceitei a doutrina da providência como explicitada pelo calvinismo e não consigo encaixar no decreto divino: Auschwitz, Ruanda ou Realengo. Não há espaço em minhas reflexões para uma “vontade permissiva” de Deus que torne necessário o orgasmo do pedófilo ou a crueldade do genocida.
Por último, a Klênia Fassoni advertiu-me de que meus Tweets, somados a outros textos que postei em meu site, deixam a ideia de que sou tempestivo e inconsequente no que comunico. Falou que a minha resposta à Carta Capital sobre a condição das igrejas na Europa passa a sensação de que sou “humanista”. Sobre meu “humanismo”, sequer desejo reagir. Acolho, porém, a recomendação da Klênia sobre minha inconsequência. Peço perdão a todos os que me leram ao longo dos anos.
Quaisquer desvarios e irresponsabilidades que tenham brotado de minha pena não foram intencionais. Meu único desejo ao escrever, repito, foi enriquecer, exortar e desafiar possíveis leitores.
Resta-me agradecer à revista Ultimato por todos os anos em que caminhamos juntos. Um pedaço de minha história está amputada. Mas a própria Bíblia avisa que há tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou. Meu amor e meu respeito pela família do rev. Elben, que compõe o corpo editorial da Ultimato, não diminuíram em nada.
Continuarei a escrever em outros veículos e a pastorear minha igreja com a mesma paixão que me motivou há 34 anos.
Ricardo Gondim
Soli Deo Gloria