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sábado, 21 de maio de 2011

Inquisição evangélica amordaça Pr. Gondim

Contra os fatos não há argumentos, bom brocardo, e útil nesse momento! Geralmente, a militância gay, por parte dos NAZISTAS cristãos, sofre a acusação de tentar impor uma MORDAÇA GAY na população; que nossas lutas e conquistas só servem para elevar determinado grupo societário (o grupo dos gays marginalizados) em um patamar de privilégios sociais sem que nenhum outro grupo o tenha de igual forma...

Bem, entretanto, quando situação está na prática, o que se vê são os FATOS controversos, aqueles que nos acusam de amordaçar, APLICANDO SEM CERIMÔNIAS a amordaça e acusações, tomando de assalto o sujeito e sua LIBERDADE DE EXPRESSÃO, simplesmente por que discordam!

Os EVANGELINAZISTAS fingem que querem defender direitos iguais, mas sua atuação é de tolhimento, de exclusões e censuras tais como nos regimes fascistas e, de igual forma, ditatoriais.

Foi assim, nas cadeiras da INQUISIÇÃO EVANGÉLICA DO BRASIL, que o PASTOR Ricardo Gondim se assentou, foi julgado e condenado ao exílio das ideias, da expressão e das palavras... AMORDAÇARAM GONDIM, como querem amordaçar o Brasil, Estado laico, nas fileiras do sectarismo, do rancor e da doutrina evangélica e sua moral duvidosa!

Renato Hoffmann

A carta de despedida do Gondim

 www.ricardogondim.com.br

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Após quase vinte anos, fui convidado a “des-continuar” minha coluna na revista Ultimato. Nesta semana, recebi a visita de Elben Lenz Cesar, Marcos Bomtempo e Klênia Fassoni em meu escritório, que me deram a notícia de que não mais escreverei para a Ultimato. Nessa tarde, encerrou-se um relacionamento que, ao longo de todos esses anos, me estimulou a dividir o coração com os leitores desta boa revista. Cada texto que redigi nasceu de minhas entranhas apaixonadas.

Fui devidamente alertado pelo rev. Elben de que meus posicionamentos expostos para a revista Carta Capital trariam ainda maior tensão para a Ultimato. Respeito o corpo editorial da Ultimato por não se sentir confortável com a minha posição sobre os direitos civis dos homossexuais. Todavia, reafirmo minhas palavras: em um estado laico, a lei não pode marginalizar, excluir ou distinguir como devassos, promíscuos ou pecadores, homens e mulheres que se declaram homoafetivos e buscam constituir relacionamentos estáveis. Minhas convicções teológicas ou pessoais não podem intervir no ordenamento das leis.

O reverendo Elben Lenz Cesar, por quem tenho a maior estima, profundo respeito e eterna gratidão, acrescentou que discordava também sobre minha afirmação ao jornalista de que “Deus não está no controle”. Ressalto, jamais escondi minha fé no Deus que é amor e nos corolários que faço: amor e controle se contradizem. De fato, nunca aceitei a doutrina da providência como explicitada pelo calvinismo e não consigo encaixar no decreto divino: Auschwitz, Ruanda ou Realengo. Não há espaço em minhas reflexões para uma “vontade permissiva” de Deus que torne necessário o orgasmo do pedófilo ou a crueldade do genocida.

Por último, a Klênia Fassoni advertiu-me de que meus Tweets, somados a outros textos que postei em meu site, deixam a ideia de que sou tempestivo e inconsequente no que comunico. Falou que a minha resposta à Carta Capital sobre a condição das igrejas na Europa passa a sensação de que sou “humanista”. Sobre meu “humanismo”, sequer desejo reagir. Acolho, porém, a recomendação da Klênia sobre minha inconsequência. Peço perdão a todos os que me leram ao longo dos anos. 

Quaisquer desvarios e irresponsabilidades que tenham brotado de minha pena não foram intencionais. Meu único desejo ao escrever, repito, foi enriquecer, exortar e desafiar possíveis leitores.

Resta-me agradecer à revista Ultimato por todos os anos em que caminhamos juntos. Um pedaço de minha história está amputada. Mas a própria Bíblia avisa que há tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou. Meu amor e meu respeito pela família do rev. Elben, que compõe o corpo editorial da Ultimato, não diminuíram em nada.

Continuarei a escrever em outros veículos e a pastorear minha igreja com a mesma paixão que me motivou há 34 anos.

Ricardo Gondim

Soli Deo Gloria

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Todos os crentes choram... Ou não?

por João Marinho (joaomarinho@uol.com.br)

Ontem, 05/05, nos trending topics do Twitter, a palavra-chave #todoscrentechora chegou entre as primeiras. Com certeza, algo a ver com a #uniaohomoafetiva - e foi a deixa para muitos acusarem os gays de preconceito contra evangélicos, ou ainda, de pagarem preconceito com preconceito.

Não digo que eu seja totalmente a favor da #todoscrentechora, pois, sim, conheço evangélicos esclarecidos - minha própria família, por exemplo - que apoiaram a decisão do Supremo. Ricardo Gondim é outro, que veio a público manifestar seu apoio ainda que colocando a cara a tapa frente a seus pares. Além de que a TT em questão assassinou o português (pausa para uma pequena piada em um assunto sério).

No entanto, por outro lado, é possível entender a reação de gays, lésbicas e de héteros que os apoiam. Graças a figuras como Silas Malafaia, Marco Feliciano, Júlio Severo, Rozangela Justino e outros, fomos continuamente aviltados em um sem-número de audiências públicas na Câmara e no Senado, na internet, no rádio, na tevê.

Embora digam "amar o pecador, mas não o pecado", muito pouco se viu, na realidade, de "amor ao pecador", pois, em seus pronunciamentos, o pecador amado era o ofendido, sendo relacionado a toda sorte de práticas indesejáveis e até a crimes bárbaros, como a pedofilia. Foi tratado como "risco à família" (como se não tivéssemos família e brotássemos da terra) e daí para baixo.

Infelizmente, para quem vê de fora a realidade evangélica (ou mesmo para quem vê de dentro!), vozes similares às de Malafaia & Cia. são mais numerosas e interferem mais no público do que as do ponderado Gondim - e esse eixo do mal evangélico (sim, me aproprio da figura de linguagem de George W. Bush) é seguido por milhares, que reproduzem, sem o mínimo de reflexão, as coisas absurdas que aqueles declaram.

O último acinte foi ouvido ainda anteontem, no próprio STF, da boca de advogados católicos que nos compararam a incestuosos e polígamos. Nessa realidade, não querer que haja reação soa como um sonho dourado inatingível.

Se há tantos evangélicos - e católicos! - praticantes e esclarecidos assim, é preciso, portanto, haver um movimento de dentro. Um movimento para que assumam a tribuna e diminuam a influência e poder de pessoas como Malafaia. Afinal, respeito é bom e todo mundo gosta: mas se você desrespeita primeiro, querer que o outro respeite você em seguida "não se aplica", para adotar a expressão utilizada por Ayres Britto em seu voto - e ponhamos na balança.

O que é mais ofensivo? Um "#todoscrentechora" ou ser chamado de pedófilo e igualar nossas demandas, de casais que se uniram pelo afeto há anos e simplesmente queriam REGULARIZAR ISSO, à zoofilia, à necrofilia, ao incesto, à poligamia não-legalizada?

Peço desculpas aos evangélicos esclarecidos pelos LGBTs que tripudiaram com a vitória no STF - mas peço também que eles entendam o porquê disso e que, mais do que ofensa, considerem um chamado para lutar contra a injustiça.

Sim, pois não importa de que religião você seja, se seu Deus apoia ou não a homossexualidade, se você concorda ou não com o ser gay: se duas pessoas adultas e capazes se unem, constroem patrimônio juntas, dividem amor e responsabilidade juntas, deixá-las DESAMPARADAS legalmente é, sob quaisquer perspectivas, injustiça. E até onde sei, é ela também um pecado - e Deus tampouco se compraz de injustos. Amém.