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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Igrejas da Grã-Bretanha podem realizar casamentos gays



As instituições religiosas na Grã-Bretanhaque quiserem realizar uniões civis entre pessoas do mesmo sexo poderão fazê-lo a partir de 5 de dezembro.
 
Isso porque, o governo britânico vaisuspender lei que proíbe esse tipo decerimônia em templos e igrejas.
 
A previsão é que 1.500 casais se unam em lugares administrados por religiosos no primeiro ano da nova regra.


Fonte Cena G

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Professora de religião é condenada após mais de 200 torpedos para aluno


Britânica Katheryn Roach admitiu ter mandado mensagens de conteúdo sexual para adolescente.



Uma professora de educação religiosa foi condenada, no Reino Unido, por ter enviado mais de 200 mensagens de conteúdo sexual para um aluno de 14 anos.
Katheryn Roach, de 24 anos, admitiu as acusações e foi descrita pelo juiz como uma mulher 'egoísta e hipócrita'.
Ela afirmou que começou a seduzir o aluno depois de ter ficado abalada com o fim de um caso com outro homem enquanto estava noiva.
Na época, Roach tinha 23 anos e ainda estava em período probatório como professora na escola católica Thornleigh Salesian College, em Bolton, na Inglaterra. Em apenas algumas semanas, entre março e abril deste ano, ela enviou 205 mensagens de texto para o adolescente, que não pode ter o nome divulgado por questões legais.
A professora recebeu uma sentença de seis meses de prisão com suspensão condicional, o que significa que ela não terá de cumprir a pena a não ser que cometa outra infração nos próximos dois anos, e foi incluída na lista de agressores sexuais do país por sete anos.
Choro
Roach chorou durante o julgamento, que contou com a presença de seus pais e do marido, que a perdoou e se casou com ela em agosto.
'O que está muito claro, infelizmente, é que naquele momento você só poderia ser vista como uma pessoa egoísta e hipócrita', disse o juiz Steven Everett ao ler a sentença.
'Por um lado, afirmando ser extremamente religiosa, com base na sua fé católica, e atuando como professora, ensinando educação religiosa para crianças. E por outro, alguém com um longo relacionamento com um homem que ficou ao seu lado, que a pediu em noivado e mais tarde se casou com você, enquanto você tinha um caso escondido e então, pelo que li no relatório, você achou o fim do relacionamento com essa pessoa tão difícil que permitiu que isso, de alguma forma, afetasse seu comportamento com esse jovem menino.'
'Quão egoísta é isso?', questionou o juiz.
Fonte G1

segunda-feira, 28 de março de 2011

Neymar foi vítima de racismo em Londres

ney1 Fonte: O tempo

Mais um episódio envolvendo atitudes racistas de torcedores europeus foi registrado no universo do futebol. Desta vez, a vítima do preconceito foi o jovem atacante Neymar, autor dos dois gols do Brasil no amistoso com a Escócia, neste domingo, no Emirates Stadium, em Londres.

Aos 22 minutos do segundo tempo, um casca de banana foi arremessada das arquibancadas e caiu próximo do camisa 11, que fazia mais uma bela jogada de ataque. Assim que o jogo foi parado, o volante Lucas Leiva retirou a casca do gramado que, ao que tudo indica, foi lançada por integrantes da torcida escocesa “Tartan Army”.

"Racismo não tem espaço no mundo. Na Europa, que diz ser do primeiro mundo, é onde acontece mais. A gente tem que, com a nossa imagem, tentar mudar isso, porque cor e raça não quer dizer nada", lamentou Lucas Leiva, que atua no Liverpool.

Visivelmente chateado, Neymar preferiu não polemizar. "Esse clima de racismo é totalmente triste. A gente sai do nosso país, vem jogar aqui na Europa e acontece essas coisas. A gente prefere nem tocar no assunto, para não virar uma bola de neve", afirmou o atacante em entrevista à Sportv.

O ato de racismo foi negado pelo porta-voz da torcida escocesa. "Neymar foi criticado porque acreditamos que estivesse fingindo uma lesão. O racismo não tem espaço na Tartan Army e se existisse, nós trataríamos de eliminá-lo", garantiu o representante da “Tartan Army.

Há uma semana, outros dois brasileiros foram vítimas de racismo na Europa: Roberto Carlos, do Anzhi, da Rússia, e Marcelo, do Real Madrid, da Espanha.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Inglaterra e o casamento gay

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Homossexuais britânicos poderão casar em igrejas

Os homossexuais britânicos já poderão se casar. Pelo menos, é o que prevê um projeto de lei que será apresentado pelo Governo e que promete agitar os setores mais conservadores do Reino Unido.

Desde 2004 que os casais homossexuais podem realizar uniões civis. A novidade desta reforma legal é terminar com a diferença entre uniões civis e casamento.

Os analistas da política britânica consideram, por um lado, que esta lei não deverá causar divisões entre os ministros que partilham do ideal de modernidade do primeiro-ministro James Cameron. Mas, por outro lado, os deputados da ala esquerda do partido do Governo podem colocar entraves.

Caso avance, esta reforma pode causar polêmica na Igreja Católica, uma vez que a sua hierarquia tem opiniões diferentes sobre o tema.
A nova proposta sugere ainda que os casamentos possam ser celebrados em igrejas, mesquitas e sinagogas.

Fonte: Cena G

domingo, 12 de setembro de 2010

Londres: Igreja católica lança missa para gays

Às vésperas da visita de Bento 16, prevista para acontecer entre 16 e 19 de setembro, britânicos se dividem em relação à novidade

BBC Brasil | 10/09/2010

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Enquanto o Reino Unido se prepara para a primeira visita do papa Bento 16 - líder de uma igreja que para muitos é tida como intolerante em relação aos homossexuais -, os católicos de Londres já podem assistir a uma "missa gay", realizada com o aval do Vaticano.

Paul Brown não ia à igreja desde o funeral de sua mãe, em 2002. Agora ele está de volta ao templo, graças à missa para fieis homossexuais, a única do gênero no país. ”Eu procurei uma missa com uma mensagem positiva sobre coisa que as pessoas devem fazer, e não alguém me dizendo coisas que eu não devo", diz.

Usando uma jaqueta de motoqueiro de couro preto, Brown é um fieis que mudaram a cara da igreja Our Lady of the Assumption and St. Gregory (Nossa Senhora da Assunção e São Gregório), em Soho, na região central de Londres. Lá, os fieis cantam hinos com toda a força de suas vozes. Muitos têm menos de 30 anos, e alguns têm os cabelos pintados. De uma hora para outra, o catolicismo parece estar na moda nesta área de Londres.

Se você acha isso um pouco estranho - bem, é mesmo. Afinal, a orientação da Igreja Católica para homossexuais é rígida. Gays e lésbicas são chamados à castidade. Além disso, a única expressão sexual permitida pelo Vaticano é "casamento", na qual todos os atos são dirigidos para a transmissão de uma nova vida, ou seja, para a proibição da contracepção artificial.

Então, como pôde surgir uma "missa gay" (Embora ela seja aberta a todos, foi assim que ela acabou sendo chamada)? "As pessoas estavam acostumadas a se encontrar na igreja anglicana de St. Anne, que é próxima, e havia o sentimento de que era a hora de encontrar um local católico", diz o monsenhor Seamus O'Boyle, o padre da paróquia.

Por meio de esboços de documentos, cardeais da arquidiocese católica de Westminster e autoridades do Vaticano negociaram para chegar a um acordo sobre algumas regras básicas da missa gay.

O que o Vaticano queria era a garantia de que as missas não se tornariam uma plataforma para se contestar os preceitos católicos. Assim, um dos "princípios básicos" desses serviços religiosos é: "Informações sobre a missa devem respeitar o fato de que a sua celebração não deve ser usada para promover qualquer mudança ou ambiguidade em relação aos ensinamentos da Igreja".

Estilo de vida

Os integrantes do Conselho Pastoral de Missas de Soho, que organiza os serviços religiosos, não têm problemas em aceitar estas condições. "Este não é um lugar que oferece uma plataforma para se criticar a doutrina da Igreja", diz o presidente do conselho, Joe Stanley.

"A ênfase é no cuidado com os fieis. Às vezes, as pessoas chegam aqui com lágrimas nos olhos, porque, pela primeira vez, duas partes realmente importantes das suas vidas se encontraram: sua fé católica e sua identidade sexual", diz.

"Minha vida sem a missa em Soho seria mais desanimada, solitária e menos alegre", diz a fiel Renate Rothwell.

Questionado pela BBC se há alguma razão que impeça a realização de missas semelhantes em outras partes do Reino Unido, o arcebispo Vincent Nichols, líder da Igreja Católica na Inglaterra e no País de Gales, diz: "Acho que esta é uma decisão a ser tomada por um bispo, e é uma decisão em resposta a uma necessidade dos fieis". Em outras palavras, se outros católicos gays pedirem pelo mesmo em outras regiões do país, isto pode ser levado em consideração.

Mas nem todos estão felizes no seio da família católica. Duas vezes por mês, um pequeno grupo de tradicionalistas se reúnem do outro lado da rua da igreja. Eles rezam com o rosário em suas mãos, cantam hinos e já pediram à arquidiocese de Westminster para acabar com a missa gay. Eles são apoiados por um ex-editor do jornal Catholic Herald, William Oddie, que acusa líderes da Igreja de defenderem pessoas engajadas no que ele chama de "estilo de vida homossexual".

"A ficção que justifica o apoio da arquidiocese para as missas do Soho é que elas são celebradas em benefício de gays que aceitam os ensinamentos da Igreja e, portanto, se afastam de qualquer forma de atividade sexual", escreveu Oddie em seu blog.

Transformação

No entanto, o arcebispo Nichols diz que continuará a apoiar a missa. "Esta é uma missa paroquial para a qual todos estão convidados, mas ela tem um apelo particular a pessoas de uma mesma orientação sexual - não para distingui-las do resto da congregação, mas para dizer que elas podem se sentir em casa aqui", afirma.

"Eu acho que esta é a coisa certa, porque ela oferece lentamente, e isto é lento, uma chance para aqueles que se sentem sob uma grande pressão de identidade a talvez relaxar um pouco e dizer 'não, antes de tudo eu sou um católico e, como um católico, eu quero ir à missa'", diz o arcebispo.

Em uma resposta dura aos críticos da missa gay, ele diz que "qualquer pessoa que tente julgar as pessoas que se apresentam para a comunhão realmente deve aprender a ficar quieta".

Em 1982, na última visita papal ao Reino Unido, uma missa desse tipo só poderia existir no mundo da fantasia. No entanto, desde então, a Igreja Católica britânica passou por uma transformação bastante abrangente.

Seja a imigração do Leste Europeu, a onda crescente do secularismo, a imagem pública de padres e da hierarquia depois dos escândalos de pedofila ou a aceitação de anglicanos casados entre as fileiras do clero: isto é uma comunidade de fieis que faz parte de um grande caldeirão religioso.

Alguns veem isto como uma oportunidade, enquanto outros resistem a mudanças. Às vésperas da visita de Bento 16 (entre 16 e 19 de setembro), é isto que faz os 4,5 milhões de católicos britânicos serem tão fascinantes.

ASSISTA AO VÍDEO:

 

sábado, 8 de maio de 2010

O bom exemplo inglês

Pregador é preso na Inglaterra por dizer que homossexualismo é pecado

Fonte: O Globo

 

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Um pregador britânico foi preso depois de ter dito durante sermão na rua que homossexualismo é um pecado.

Dale McAlpine foi acusado de causar "alarme, intimidação e angústia" depois que um policial comunitário ouviu o pastor batista mencionar vários "pecados" citados na Bíblia, inclusive blasfêmia, embriaguez e relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, de acordo com o jornal britânico The Daily Telegraph.

Dale McAlpine, de 42 anos, prega nas ruas de Wokington, na região de Cumbria, no noroeste da Inglaterra há anos, e disse que não mencionou homossexualismo quando fazia o sermão do alto de uma pequena escada, mas admitiu ter dito a uma pessoa que passava que acreditava que a prática era contrária aos ensinamentos de Deus.

Segundo o jornal britânico Daily Mail, o policial Sam Adams identificou-se como o agente de ligação entre a polícia e a comunidade gay e transsexual e avisou o pregador, que distribuía folhetos e conversava com as pessoas nas ruas, que ele estava violando a lei. Mas ele continuou pregando e foi levado para a prisão, onde permaneceu por sete horas.

O pregador disse que o incidente foi "humilhante", segundo o Daily Telegraph. "Eu me sinto profundamente chocado e humilhado por ter sido preso em minha própria cidade e tratado como um criminoso comum na frente de pessoas que eu conheço."

"Minha liberdade foi tolhida por rumores vindos de alguém que não gostou do que eu disse, e fui acusado usando-se uma lei que não se aplica", afirmou Dale.

O processo contra McAlpine por supostas declarações públicas contra gays ocorre semanas depois que um juiz britânico disse que não há proteção especial na lei para crenças cristãs.

O juiz decidiu favoravelmente a uma organização que demitiu um terapeuta de casais por se recusar a atender casais gays alegando que isso seria contra seus princípios cristãos.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ateus querem a prisão do Papa

Ateus britânicos vão pedir prisão do papa por abusos na Igreja

da BBC Brasil

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Dois renomados ateus britânicos expressaram sua intenção de processar o papa Bento 16 pelo seu papel nos casos de abusos sexuais envolvendo padres da Igreja Católica em diversas partes do mundo.

Os escritores Richard Dawkins e Christopher Hitchens disseram que moverão um processo contra o papa tanto na Justiça do Reino Unido, país que o pontífice visitará em setembro, quanto na Corte Penal Internacional.

Dawkins, biólogo de formação, é um conhecido autor de livros que questionam a validade e a veracidade das religiões. Seu trabalho mais conhecido, "Deus, uma ilusão", vendeu mais de 1,5 milhão de cópias e virou um best-seller publicado em mais de 30 países.

Hitchens é filósofo e cientista político pela Universidade de Oxford, e colunista de diversas publicações, como "Vanity Fair", "Harper's" e "Granta".

A argumentação jurídica seguiria a mesma lógica da ação que culminou com a prisão do ex-ditador chileno Augusto Pinochet durante sua visita a Londres em 1998.

Os pensadores alegam que o pontífice "não é imune à prisão no Reino Unido" porque, apesar de ser o chefe do Vaticano, não é um chefe de Estado reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas).

"Acredito que a Justiça britânica rejeitará (o argumento de imunidade do papa)", disse o advogado especializado em direitos humanos que representará os escritores, Mark Stephens.

"Se o papa viesse em visita de Estado, normalmente um chefe de Estado teria imunidade soberana. O que defendo é que ele não é um soberano, não é chefe de Estado, por isso não pode se valer dessa defesa."

Dawkins e Hitchens e seu advogado creem que podem acusar o papa de crime contra a humanidade.

Escândalos

Bento 16 tem sido alvo de críticas diante das inúmeras denúncias de abusos de menores que surgiram, porque ele chefiava o braço da Santa Sé responsável pela disciplina.

Em muitos casos o papa, então cardeal Joseph Ratzinger, é acusado de omissão. Mas no fim da semana passada veio a público uma carta de 1985 em que ele resiste à ideia de destituir das funções sacerdotais o padre americano Stephen Kiesle, acusado de abuso sexual.

O então cardeal Ratzinger afirmou na carta que o "bem da Igreja universal" precisava ser levado em conta em um ato como a destituição das funções sacerdotais.

O Vaticano confirmou a assinatura do cardeal no documento, revelado pela agência de notícias Associated Press.

Em resposta à divulgação da carta, o porta-voz do Vaticano disse que o documento foi apresentado "fora do contexto".

 

Fonte: UOL

terça-feira, 30 de março de 2010

Militar de elite do Reino Unido casa-se com namorado

Militar gay membro da prestigiada Household Cavalry britânica casa-se com aprovação dos superiores

Reprodução

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Lance Wharton: casamento gay numa boa

Enquanto nações como Brasil e Estados Unidos discutem a aceitação de gays assumidos nas Forças Armadas, o Reino Unido dá uma aula de respeito aos direitos dos homossexuais. Um membro da unidade militar de elite do país casou-se recentemente com seu namorado, contando com felicitações por parte de seus superiores.

Lance Corporal James Wharton, 23 anos, faz parte da Household Cavalry, grupo das Forças Armadas britânicas que tem o objetivo de oferecer segurança a líderes de Estado em visita ao país e a oficiais de alta patente. Para você ter uma ideia do quanto o grupo é prestigiado, os príncipes Harry e William fazem parte dele.

De acordo com o "Daily Post", a cerimônia de casamento entre Lance e Thom McCaffrey, 21 anos, contou com a presença de colegas de farda do militar. "Quando pedi ao líder do esquadrão, major Nana Twumasi-Ankrah, a permissão para me casar, ele apenas disse: 'Isso é fantástico! Parabéns!'".

Ainda segundo Lance, todos os homens de seu regimento ficaram entusiasmados com a notícia. "Eles brincaram dizendo que seria o evento gay do ano. Meu casamento foi o assunto na caserna", conta o noivo.
O Reino Unido prevê os mesmos direitos garantidos aos héteros.

Fonte: Mix Brasil

sábado, 22 de agosto de 2009

Cresce apoio à união estável entre homossexuais no STF

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) tem sinalizado ser a favor de reconhecer a possibilidade de união estável entre homossexuais e todos os direitos dela decorrentes, como a concessão de pensão e a permissão para adotar crianças. Há ministros que defendem que o STF deveria deixar claro que esses casais que convivem de forma contínua e duradoura formam uma família.
Atualmente, há falta de sintonia nas decisões dos tribunais estaduais e de juízes dos 26 Estados e do Distrito Federal - as sentenças são totalmente diferentes a respeito do tema. Por causa dessa disparidade, ministros do STF pensam em unificar o assunto editando uma súmula que deveria ser seguida por todo o Poder Judiciário.
A constatação de que não há uma posição clara da Justiça sobre o tema aparece em pesquisa ampla realizada nos tribunais de Justiça pelo relator de uma das ações no STF, o ministro Carlos Ayres Britto.

A reportagem do Estado teve acesso aos dados que integram a ação movida no Supremo pelo governo do Rio com o objetivo de obter do STF a declaração de que os mesmos direitos dados aos casais heterossexuais devem ser concedidos aos homossexuais em relação ao Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado. Ayres Britto pretende julgar a ação neste semestre. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Fonte IG

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O direito à união com direitos

- No mês de julho a Procuradoria-Geral da República ajuizou ação no STF visando ao reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo, estendendo por analogia a essa união os mesmos direitos e deveres reconhecidos nas uniões entre homens e mulheres. O argumento central é que negar tal reconhecimento constitui ofensa aos princípios constitucionais da dignidade humana, da igualdade, da liberdade e da proibição da discriminação.
Também recentemente, em decisão histórica, a Suprema Corte de Nova Délhi decidiu que as relações homossexuais entre adultos não são mais crime, invalidando lei adotada em 1860 que punia o homossexualismo com prisão. Entendeu que a lei violava os princípios constitucionais da dignidade, da diversidade e da tolerância.
Em janeiro de 2008, a Corte Europeia de Direitos Humanos ineditamente condenou a França por ter impedido uma professora francesa, que vive com sua companheira desde 1990, de realizar uma adoção, por afronta à cláusula da igualdade e proibição da discriminação.
Desde 1996 essa corte tem reiteradamente proferido decisões que repudiam práticas discriminatórias baseadas em orientação sexual. Nesse sentido, destaca-se decisão da corte que condenou o Reino Unido, sob o fundamento de que a política de banir a presença de homossexuais nas Forças Armadas constituiria uma flagrante discriminação e indevida ingerência no direito ao respeito à vida privada, injustificável em uma sociedade democrática.
Decisões recentes da Corte Europeia têm ainda assegurado o reconhecimento da nova identidade sexual de transexuais (após a operação para a mudança de sexo), bem como as implicações legais nas esferas trabalhista e da seguridade social (como o direito à aposentadoria tomando como referência a idade aplicável às mulheres, se essa for a nova identidade sexual). Nesses casos, a corte recorre à interpretação dinâmica e evolutiva, aplicando a Convenção Europeia de 1950 à luz de novos fatos e valores. Afirma ser a essência da convenção assegurar o respeito à dignidade humana e às liberdades, o que abrangeria no século 21 o direito dos transexuais ao desenvolvimento pessoal e à segurança física e moral de forma plena.
Esses relevantes precedentes judiciais revelam dois fenômenos. De um lado, expressam a falta de consenso normativo sobre a proteção do direito à livre orientação sexual; de outro, apontam o extraordinário papel do Poder Judiciário na promoção dos direitos humanos, por vezes trunfos de minorias em face do arbítrio de conjunturas majoritárias, como atenta Ronald Dworkin.
A falta de consenso legislativo impulsiona a defesa do direito à livre orientação sexual deslocada para a arena jurisdicional. A proteção dos direitos sexuais tem sido marcada pelo acentuado dissenso. Basta mencionar a iniciativa do Estado brasileiro, em 1998, quando da comemoração dos 50 anos da Declaração Universal, em propor uma resolução defendendo que os direitos enunciados na declaração fossem exercidos sem nenhuma discriminação, inclusive baseada em orientação sexual. A proposta foi rejeitada, sobretudo pela forte resistência dos países árabes. Se há um número crescente de países que reconhecem as uniões homoafetivas e o direito à livre orientação sexual (como a Holanda, a Bélgica, a Espanha, a África do Sul, alguns Estados dos EUA e o Canadá, entre outros), há ainda aqueles que criminalizam a prática de forma rigorosa.
É nesse contexto que a responsabilidade do Poder Judiciário ganha especial relevância. Como bem sustentou o ministro Celso de Mello, do STF: "O Poder Judiciário constitui o instrumento concretizador das liberdades constitucionais e dos direitos fundamentais (...) É dever dos órgãos do poder público - e notadamente dos juízes e dos tribunais - respeitar e promover a efetivação dos direitos humanos". Decisões judiciais têm tido a força catalisadora de transformar legislações e políticas públicas, contribuindo para o avanço na proteção dos direitos humanos.
Para Nancy Fraser, há o caráter bidimensional da Justiça: redistribuição somada ao reconhecimento. O direito à redistribuição requer medidas de enfrentamento da injustiça econômica, da marginalização e da desigualdade econômica, por meio da transformação nas estruturas socioeconômicas e da adoção de uma política de redistribuição. Já o direito ao reconhecimento requer medidas de enfrentamento da injustiça cultural, dos preconceitos e dos padrões discriminatórios, por meio da transformação cultural e da adoção de uma política de reconhecimento. É à luz dessa política de reconhecimento que se pretende avançar na reavaliação positiva de identidades discriminadas, negadas e desrespeitadas; na desconstrução de estereótipos e preconceitos; e na valorização da diversidade.
A igualdade e a não discriminação constituem princípios fundamentais que iluminam e amparam todo sistema de proteção dos direitos humanos. Sua proteção é requisito, condição e pressuposto para o pleno e livre exercício de direitos.
Em defesa do princípio da dignidade humana e dos direitos à privacidade, intimidade, autodeterminação, liberdade, igualdade e não discriminação, cabe ao Supremo o desafio de romper com a injustiça cultural dos preconceitos e dos padrões discriminatórios, que tem negado aos homossexuais direitos básicos. No Estado Democrático de Direito, guiado pela razão pública, que triunfe a ética dos direitos humanos, como idioma da alteridade, ao ver no outro um ser merecedor de igual consideração e profundo respeito, dotado do direito de desenvolver as potencialidades humanas, de forma livre, autônoma e plena.
Flávia Piovesan é Professora de Direitos Humanos da Pós-Graduação da PUC/SP, da PUC/PR e da Universidade Pablo de Olavide (Espanha), Humboldt Foundation Research Fellow no Max Planck Institute (Heidelberg), procuradora do Estado de São Paulo e membro do Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana

Fonte: Estadão