quinta-feira, 18 de março de 2021

O BOM CRISTÃO



Non nobis, domine, domine. Non nobis, domine. Sed nomini, sed nomini tuo da gloriam! (Sl 115,1).
Uma canção antiquíssima na vida da cristandade retirada do livro dos Salmos, entoada, certamente, nos primeiros anos da Igreja, com certeza vivenciada nos mosteiros cristãos, até porque, constam no prólogo da Regra de São Bento os dizeres:
“...São aqueles que, temendo o Senhor, não se tornam orgulhosos por causa de sua boa observância, mas, julgando que mesmo as coisas boas que têm em si não as puderam por si, mas foram feitas pelo Senhor, glorificam aquele que neles opera, dizendo com o profeta: "Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai Glória." (RB Prol. 29,30).
Cantada pelos Templários quando venciam algum inimigo, sua melodia é viciante, pena que não o suficiente para transformar a realidade da súplica dessa canção em ação positiva da cristandade. Aliás, que confunde seus interesses pessoais com a glória de Deus.
Uma vez li em um livro da bíblia que: “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação (Rm 13,1). Foi, então, que pensei em Bolsonaro…
O que fizemos para Deus ordenar sobre o povo um “comensal da morte”? Há também uma frase antiga que diz que o líder é o reflexo de seu povo, alguns discordarão e, certamente, dirão: “eu não sou como Bolsonaro!”, às vezes nos imaginamos muito melhores do que realmente somos! Que judeu, em sã consciência, admitiria que matar o filho de Deus é um bom negócio? São pessoas boas, do bem e de bem… Entretanto, matar Jesus (com quem discordavam) não é um mal em si mesmo, ele é desordeiro. Os alemães não eram todos nazistas, entretanto os que não eram não fizeram muita coisa para frear os que eram (não havia alemão protestando contra os campos de concentração, embora Lutero foi considerado o pai dos protestantes) . Como diz uma frase do filme Hannibal: “As pessoas não dizem o que pensam, apenas providenciam para que sua vida não melhore”!
Bolsonaro é o reflexo da morte e sempre foi. Em 1999, em entrevista, ele desejava uma guerra civil no Brasil que matasse 30 mil; sua campanha à presidência da República foi junto aos cristãos fazendo armas com dos dedos; sua política sanitária, na pandemia, depois de eleito é praticamente inócua. Mas Bolsonaro reflete, consideravelmente, o que é a cristandade no Brasil. Ah, claro! Logo saltará algum piedoso dizendo: “eu sou cristão, mas não sou de Bolsonaro!”… É, talvez… O repúdio aos direitos civis dos gays, o repúdio ao pobre estudar e frequentar aeroporto, o repúdio de se preservar minimamente um sistema jurídico garantirista e não punitivista/ elitista, o repúdio por prostituta ter direito, o desejo de juízo sobre os outros, àqueles que pensam diferente de você, mas que não necessariamente são inimigos, o desejo do enriquecimento, do lucro, do dinheiro, do poder e da glória, claro, em nome de Jesus, tudo isso em demérito do próximo e de quem pede pão para saciar sua fome, o torpor da morte em eleger alguém que desde sempre não teve o menor compromisso com a vida, mas é contra o aborto, gays e imoralidade assentam a frase: “as pessoas não dizem o que pensam, apenas providenciam que sua vida não melhore”. Desde que esse desordeiro morra, tanto faz, bandido bom é bandido morto! Crucifiquem-no.
Não só armas matam, os vírus também. Depois de tanto ruminar juízo e devassidão, depois de tanto desejar as facilidades da prosperidade, enquanto a única promessa de Cristo é a vida, Deus certamente deu a nossa nação um líder que é a imagem e a semelhança de seu povo e não, isso não é castigo, é apenas a consequência de não se dar valor ao que é essencial, é o reflexo de não valorizar o que mais foi prezado por Deus em Jesus, a própria vida pelo bem de todos. Bolsonaro é o reflexo do bom cristão!
Kyrie eloison;
Christie eloison;
Kyrie eloison.

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