sexta-feira, 28 de junho de 2013

Triângulos Rosas




Dia do Orgulho Gay



por João Marinho


Não se confunda. Eu realmente gosto da Bandeira do Arco-Íris, um dos símbolos mais conhecidos da comunidade LGBT.

No entanto, para mim, como homem gay, nenhum símbolo representa o espectro gay da comunidade e sua luta particular contra a homofobia mais que o Triângulo Rosa.

A ideia do uso do Triângulo Rosa é verdadeiramente bela. Este símbolo foi usado em campos de concentração durante a era nazista, para identificar prisioneiros homossexuais masculinos.

Vermelho, verde, azul, roxo e preto foram as outras cores usadas para identificar, respectivamente, inimigos políticos (especialmente comunistas), criminosos comuns, emigrantes (prisioneiros de outros países), Testemunhas de Jeová e pessoas consideradas "antissociais". Lésbicas estavam entre elas. Amarelo foi a cor para os judeus. Vejam em: http://s769.photobucket.com/user/Infidelzfun/media/historical%20data/2.jpg.html.

Quando os aliados atacaram o Terceiro Reich, cada um dos prisioneiros dos nazistas foi libertado – exceto os homens gays. Eles tiveram de esperar, porque a homossexualidade entre homens ainda era crime sob a lei alemã – o Parágrafo 175 –, mesmo antes da era nazista.

Para mim, isso representa as dificuldades de ser um homem gay. Mesmo em um contexto de liberdade, as pessoas podem manter seu preconceito contra nós. Só no final dos anos 60, a homossexualidade entre homens foi derrubada como crime, tanto na Alemanha Oriental quanto na Ocidental, mas resquícios foram mantidos até 1994, após a reunificação, quando o Parágrafo 175 foi completamente cancelado.

É uma história interessante e romântica que o Triângulo Rosa tenha sido usado por homossexuais como um símbolo de luta, de serem orgulhosos de si mesmos, mesmo durante o período da Rebelião de Stonewall. Rebelião que começou em Nova York, em 28 de junho de 1969, e marca o atual Dia do Orgulho Gay.

Os presos homossexuais sob a era nazista (e depois) foram heróis, e eles ainda são, em países em que a homossexualidade ainda é crime, como na maioria dos muçulmanos. É por isso que, para mim, chamar o movimento gay de "gayzista" é uma das piores ofensas dirigidas a nós. É triste que venha se tornando tão popular no Brasil entre os evangélicos.

Para mim, minha homossexualidade é uma marca de orgulho. Não porque ser homossexual me dá algum tipo de poder ou habilidade específica, mas porque, na minha vida, minha sexualidade foi uma porta, pela qual eu passei, e me ajudou a desenvolver a empatia, ser mais compreensivo, mais flexível e até mesmo estudar mais, apesar da minha criação dentro da Igreja Batista.


Sou uma pessoa melhor agora porque me descobri gay, o que me levou a abandonar as ideias conservadoras e retrógradas, que antes apoiava. Então, seja orgulhoso, seja feliz. E pense nos heróis LGBTs que ainda estão entre nós.

Um comentário:

  1. Bom, não sei se esse é o melhor espaço pra publicar isso. Mas quero expor um video que me deixou chocado pela maneira como a opção sexual é tratada nas escolas brasileiras:

    http://www.youtube.com/watch?&v=DKL8YpK2GYA

    É dever da comunidade denunciar um absurdo desses.

    Um abraço

    Rodrigo

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