Vi escrito em um carro: ( adesivo) Cuidado esse carro pode ficar desgovernado, a qualquer momento posso ser arrebatado!
Os complexos filosóficos, religiosos e político por detrás desse pensamento são horrendos, um verdadeiro terrorismo contra tudo o que possa haver de melhor no ser humano e no mundo. Conclui que aquele motorista está acima e sobre os outros, que ele e não os outros serão arrebatados... É como fazer figa, botar a língua para fora para os que não chegarem lá e, isso, antecipadamente... Essa é a religião da salvação individual, uma monstruosidade!
O maior terrorismo
Não há terrorismo maior (nessa época tão preocupada e sofrida com isso, talvez entendamos) do que a crença necessária, o ter que crer para viver.
A raiz de todo terrorismo é a noção de poder impor condições via recursos extremos e resultados definitivos. De onde vem isso senão do grande terrorismo das opções radicais entre céu e inferno, que são as religiões. Essas duas bombas, o céu e o inferno, ambas impostas por quem tem o poder de decidir, são usadas como motivadores de crença. Elas tornam necessárias as salvações e os salvadores, validam as crenças, definem as éticas e moldam as sociedades à imagem e semelhança do terror Maior.
Deus no inferno
Houvesse Deus criado de fato um inferno e, para ele fosse uma de suas criaturas, iria Deus com ela.
Existisse mesmo um inferno, para o qual fosse a maioria dos seres humanos teríamos, então, que converter Deus à sua própria doutrina de amor.
Diante da possibilidade da existência de um inferno eterno teríamos que tomar uma atitude, fazer um abaixo assinado com bilhões de assinaturas contra tal instituição, pressionar Deus para que fechasse essa aberração e, mostrar-lhe ser impossível continuar sendo Deus sustentando coisa semelhante.
Isso se se crê de fato no amor ensinado por todas as religiões!
O outro de fora
Perece que muita gente não pode se sentir segura em um barco se alguém, ou melhor, a maioria, não ficar na margem. Para tantos, o céu só é céu havendo um inferno. Dai para frente, só ganhamos quando alguém perde, só temos quando alguém não tem.
A conversão, iluminação etc devem começar com um profundo arrependimento dessa atitude.
Onaldo Alves Pereira
Quão gracioso o caminho que se desdobra em mil para não deixar ninguém de fora!