
Penso que esse diálogo daria uma tese de mestrado, mas não é a pretensão, pelo contrário, aqui gostaria de expor da idéia sem o mérito do 'científico' pelo cientificismo... Apenas uma reflexão ética em uma incidência moral, costumeira, social...
A promiscuidade se liga, na história, diretamente a um conceito comumente difundido nas sociedades clássicas antigas: a xenofobia. Este termo não será entendido, aqui, em nosso diálogo, como preconceito amplo, mas, in stricto sensu, na sua forma semântica composta xenophobos; onde xenos= estrangeiro, phobos= aversão.

Com os romanos veio a pax romana, e com esta um novo conceito para a mistura. Acontece que os romanos não podiam, à semelhança dos gregos, auferir significado destrutivo às associações. Eles dependiam das mesmas para controlar o império, submetendo o governo, administrativamente, aos povos dominados. Entretanto, permitindo à cultura local seu acesso próprio às divindades, e significados ímpares, que cada uma trazia de sua formação singularmente.
Assim, hibrida, o termo em latim, equivalente ao hybridos grego foi perdendo seu significado de desastre, insulto, vergonha. No latim, em princípio, hibrida era usado, também, para designar os bastardos, perdendo a força negativa foi usual à interpretação pela associação ou mistura. Mas a cultura era helênica, e os próprios romanos não eram tão tolerantes a despeito do altruísmo para terem um conceito, tão aberto, livre do próprio etnocentrismo comum às culturas antigas. Assim, surge um conceito de mistura desordenada, confusa, truncada.

Não demorou muito para o cristianismo se apoderar desse termo potente e necessário. Enfim, o cristianismo, logo no primeiro século, misturado com a razão estóica condenou a mistura com o modus vivendi dos romanos e propôs à salvação! Tudo que vinha de Roma era promiscuo para um cristão, inclusive, a sexualidade do povo do império. Assim, na conotação, promiscuo se apropriou do libertino , pois na era cristã, a vida de Roma era uma mistura de libertinagem e crueldades contra a santidade. E assim o termo chegou à contemporaneidade.
Bem, aqui se tem a construção histórica do conceito, na próxima postagem vou continuar abordando a promiscuidade. Entretanto, partindo da reflexão ética, propondo uma moral prática na conseqüência da inserção ao meio gay.
aprendo muito com você. obrigada por compartilhar todo o seu saber.
ResponderExcluirbeijo e abraço você com carinho. uma ótima semana.