Surge um novo comportamento homossexual feminino
Uma matéria sobre o comportamento gay feminino, publicada na última edição da revista de circulação nacional IstoÉ, não poderia deixar de ser o assunto desta semana do "Blog Todas as Cores".
A reportagem "No Mundo das Lésbicas", da jornalista Verônica Mambrini, faz um levantamento e traça um paralelo entre o comportamento das homossexuais femininas em relação aos seus pares homossexuais masculinos e revela uma evolução.
Segundo a jornalista, as mulheres estão ganhando mais lugares próprios e querem ocupar cada vez mais espaço na sociedade. A intenção é fortalecer o mundo gay feminino e demarcar bem as diferenças e especificidades do universo das mulheres que amam mulheres e mostrar que elas podem ser e são bem diferentes do universo gay masculino.
Aliás, a matéria começa mesmo por aí. Aos poucos, assim como os gays masculinos (há muito mais tempo), as mulheres estão começando a ganhar mais visibilidade. Casais de meninas já são mais vistos e mais declarados. Nas escolas, faculdades e no trabalho a relação já não é mais um tabu que precisa ser escondido com sete chaves (claro que existem casos e casos) e duas meninas juntas de mãos dadas já podem ser vistas como duas namoradas e não exclusivamente como amigas. São mudanças cotidianas.
E as meninas têm razão. Curiosamente, movimentos gays são sempre mais voltados ao público masculino. Até nesse meio, sem parecer piada, as ações são meio machistas. Paradas gays (como a de São Paulo) têm como público alvo todas as esferas de gays, mas o foco sempre recai mais para os interesses dos homossexuais masculinos (basta ver as entrevistas, as matérias na mídia etc). Por conta disso, paradas exclusivas de lésbicas estão ganhando mais adeptas. Segundo uma socióloga citada na matéria, as mulheres estão militando mais. E este, sem dúvida, é um movimento recente.
A força deste público alvo está transparecendo mais em festas, eventos e na literatura. São Paulo e outras grandes cidades têm casas gays femininas ou eventos fechados para as meninas. Na área da cultura, editoras estão apostando na publicação de romances gays femininos e o número de novos títulos, de novas autoras e leitoras cresce a cada ano. Isso sem falar em filmes temáticos e até revistas.
Estes lugares, bares, boates e outras formas de entretenimento começam a ter como foco apenas as mulheres gays. E é fácil de entender. Elas querem sair apenas para ambientes de paquera exclusivamente feminina, sem serem importunadas por homens heterossexuais que normalmente são machistas e não respeitam a preferência das lésbicas ou não entendem o fato das mulheres sequer olharem para eles. E os livros, filmes e romances contam casos e histórias que elas conhecem bem.
Uma ferramente muito importante na divulgação disso tudo é a Internet. As lésbicas possuem blogs próprios, comunidades, sites específicos e até sites de relacionamento só para as lésbicas nos moldes do orkut. Um deles é o Leskut, que recebe 100 adesões diárias de novas participantes. Lá, elas se informam, trocam experiências, tiram dúvidas, se apoiam, conhecem novos lugares, livros, cinema e, porque não, arrumam namoradas.
Além do comportamento lésbico, a matéria da IstoÉ apresenta um infográfico curioso, porém limitado, com números das homossexuais femininas no Brasil. Nele, 10% da população brasileira é formada por homossexuais e Manaus é considerada a cidade brasileira onde mais mulheres se declararam bissexuais.
A matéria "No Mundo das Lésbicas" falou sobre tudo isso de forma tranquila e correta. Sem dúvida mais um serviço para ajudar a dismitificar o mundo gay em geral. Se você quiser ler o texto em sua forma integral pela Internet, clique:
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