Na tarde de quinta-feira, dia 28 de janeiro de 2010, havia entrado no TVHG, e lá um e-mail de um internauta, criticando a promiscuidade ( clique aqui para ler o texto em questão). Bem, não resisti e fiz algumas considerações e, meu comentário acabou virando uma postagem no blog! Logo outro sujeito, defensor de uma visão um tanto quanto casta, disparou contra minha intervenção, o que me levou à reação imediata, um texto enorme que tive que dividi-lo em 4 partes para ser publicado (Clique aqui para ler o debate)!
A questão da promiscuidade à crítica no meio LGBT segue rígida à moral e ascese cristã. Uma questão que não adoece somente os heterossexuais, mas toda a sociedade de forma geral. Principalmente, “o gay do armário”. Aqui, contudo, não posso considerar no armário somente o não assumido, pois, na minha experiência cotidiana, percebo que o armário acompanha muitos gays “assumidos, mas nem todo”.
Na verdade o que quero dizer é que existem milhões de homossexuais no mundo, que muito embora não neguem sua orientação sexual, negam, veementemente, às possibilidades dessa orientação por uma leitura heteronormativa-social-cristã! Ou seja, continuam se punindo pela homossexualidade. A crítica contra a promiscuidade não afeta o heterossexual masculino, contudo, ela recai em duas minorias históricas: à mulher (que se promíscua é: puta, galinha, vadia) e no gay (afetado, doente, histriônico, bichinha). Enquanto o homem hetero promiscuo continua sendo: o macho, pegador, valentão, viril, o bom, ideal vitoriano de conduta.
A homofobia internalizada (clique aqui para ler o belíssimo texto do Rev. Márcio Retamero no site A Capa) continua proibindo o gay à intimidade com o corpo, com o sexo. Ela coloca no comportamento gay o conceito, nefasto, que o cristianismo deu ao estilo de vida das sociedades antigas, chamado de promiscuidade, o estigma, de inferior, marginal, execrável. Enquanto os gays que se subjugam nesse estereótipo se fazem histriônicos, os outros negam à intimidade de seus próprios corpos, idealizando o estilo de vida heteronormativo (que nem mesmo os heteros praticam, mas apenas condicionam como disfarce social à hipocrisia vigente), e reforçando, vorazmente, preconceitos projetados, já existentes na sociedade, num grupo alvo. Desta feita, separam o sexo do amor, pelo medo da intimidade, sublimando o desejo sexual, ora quase se fazendo celibatários, e vivendo uma repressão sexual sem precedentes.
Contudo, uma mudança começou, e a sociedade heteronormativa está se perdendo, quando numa leitura muito própria, dita relativista, o homossexual, principalmente o efeminado, lascivo, assumido, não encarna os estereótipos de histrionismos impostos, e santifica o modo promiscuo de ser como O SAGRADO EM SI MESMO! Isso vem tirando o sono de muita gente, pois os gays começam ter um estilo de vida independente do olhar dominante, e também não é um estilo de vida alternativo, é tão somente o estilo de vida próprio de indivíduos de alma independente. Que, agora, revolucionam os velhos conceitos carcomidos pelo ódio, e mostram uma nova ascese moral possível. Surgem assim os relacionamentos abertos no meio da comunidade LGBT (clique e leia a matéria), que na concepção monogâmica de ideal hetero- social não consegue encontrar uma compreensão maior do que traição, mas que no mundo LGBT, santificando à sua concepção é, de fato, conceito de felicidade, descobrimento, intimidade, posse do próprio corpo e consciência assumida do próprio desejo.
Contudo eu só desejo vivenciar a homossexualidade sem preconceitos, quer venham eles dos héteros, quer venham da homofobia internalizada. É hora disso acabar, pense nisso!
Senhor, eu faço as minhas conforme as suas palavras. Tenho vários amigos heterossexuais, todos se enaltecem ao falar da quantidades de meninas que desfrutaram numa festa ou num momento de suas vidas e são até respeitados por isso ou incentivados a isso. E por que, então, os homens gays são sempre criticados até mesmo pelos próprios gays, diante desse comportamento, tão comum no nosso meio? Claro, a resposta está neles mesmos, no conceito da própria visão cristã, machista, racista e elitista. Rico que fode muito é aproveitar a vida; pobre que fode muito é promíscuo; rico tem religião; pobre é fanático religioso; branco de gravata é o dono do carro; negro de gravata é o motorista... Esses são conceitos que, acho eu, dificilmente serão deletados da sociedade mundial, que se diga, principalmente, da sociedade brasileira, que há tantos séculos de escravidão, não consegue enxergar a cor da pele sem julgá-la.
ResponderExcluirBom, acho dificil comentar sobre o assunto. Mas olha só: Sou gay assumido desde os 17 anos (hoje tenho 29) e sempre convivi no meio hetero. Sou de família evangélica e no entanto nunca fui a igreja mantendo assim um modo de pensar sem influencia religiósa. Mas entendo que a promíscuidade no mundo gay é sim algo mais forte e de dificil compreensão pois, mesmo sendo gay nunca desejei o sexo com mais de uma pessoa ou coisas ainda mais pesadas que isso. Claro, já tive relações um tanto quanto promíscuas e nem era por que EU que queria e cada vez mais vejo o mundo gay piorando isso. Onde está o amor entre duas pessoas? Na minha época era feio ficar com mais de um parceiro, hoje é comum tendo em vista que o gay acaba ficando não só com parceiros homens, mulheres, ou até animais. E olha que o assunto nem começou pois ainda nem chegamos a falar sobre aqueles que usam legumes ou coisas piores. Fala sério, é preciso de um pouco de coerência senão as coisas fogem do controle como já vejo acontecer em menos de 15 anos de mudanças no mundo gay.Deixo bem claro que sou uma pessoas livre de preconceitos ou formação religiósa, mas é preciso ter bom senso e se dar valor...
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