sábado, 6 de agosto de 2011

Insensato Coração LGBT


Por: Lorenzo Duchetto

Do título da trama, minhas profundas e mais sinceras condolências ao movimento LGBT. Enfim, insensatez beira a loucura, a demência, também se confunde com um atrevimento desmedido, na insolência, no descaramento. E, de fato, não vejo, ou percebo, qualquer outro movimento da trama global fora do senso comum, ora exposto, e que tão relutantemente se negam a reavaliá-lo, salvo, para recrudescer todo um julgamento, a priori, demeritório, escarnecido, caricaturado de um grupo que, a todo instante, vê-se negado em sua identidade última, personalíssima, constituidora da dignidade primeira, que o ser humano tem que se ver envolto, mergulhado, inserido, constituindo-se um ente personificado, para então ser um ente social.

Novela, imediatamente, pressupõe a romance, e relembra um conto. Aliás, é a novela, segundo os literatos, o meio termo do romance e do conto (salvo, os que discordam). Nasceu na fase renascentista, no século XIV, mas se institui como gênero literário, no século XIX. No Brasil, ainda no movimento Romântico, aqueceu as faculdades de Direito em São Paulo e em Recife. Como em 1850, com a imprensa, os jornais passaram a publicar os folhetins: romances literários publicados em capítulos como as telenovelas contemporâneas.

Então, do movimento romântico, no Brasil, tem-se a tendência última global. Oras, mas o que é, então, o Romantismo? Antes de tudo um movimento BURGUÊS, que se opõe ao absolutismo e ao classicismo, mas não é um movimento de ruptura total, revolucionário. Na verdade o burguês é aquele que sempre quis (e quer) ser nobre! Deseja se sentir nobre, nem que tenha que pagar por isso... Assim, o Romantismo busca os ideais da burguesia, do poder ascendente da classe média, das literaturas, à época, publicadas em jornais, e vendidas a preço acessível, da popularização dos livros, e ao estimulo capital para aquisição dos mesmos.

Enfim, não é um ideal de releitura da realidade, no que pese algo diferente do ESTILO BURGUÊS HETEROSSEXUAL DE SER. Em termos sociais, a nobreza perde o poder e a burguesia se assenta nele, ditando os “novos valores”, mas sem romper, de fato, com os mesmos, apenas substituindo as peças no condão social. Não é sem razão que, no Romantismo burguês, uma marca é inegável, aliás, patrocinado na arte: O ESCAPISMO, em que, para o consumidor a ideia de ilusão deve ser sugerida, uma vez que a vida é bem diferente da vida que realmente se vive! A fuga da realidade marca este tipo de literatura.

Ao que pese na militância LGBT, com todo respeito, eu pensava ser essa mais articulada, e bem mais inteligente do que vem se mostrando. Se insurgir contra uma novela, como se fosse A NOVELA o meio de ruptura com a heteronormatividade, para galgarmos novos ideais, é, no mínimo, acreditar que, verdadeiramente, Papai-Noel exista! E, tão somente por isso, quando Aguinaldo Silva disse que o gay na TV é chato, eu sou obrigado a concordar com ele, com uma ressalva, os gays das novelas dele são tão chatos quanto! Mas a militância não foi capaz de enxergar isso, pois ela não é capaz de ver o óbvio!

A militância tem que parar de se ver com os óculos dos casais heterossexuais, como muitas vezes os gays vêm sendo retratados, para assumir em si mesma aquilo que somos, e temos orgulho de ser! Sinceramente, o casal gay de Ti-Ti-Ti, nunca foi o padrão da maioria dos gays, no mundo! Muito pelo contrário... Mas os gays foram ao delírio com essa “síndrome de Clodovil”, que recaiu sobre as bichas: "nunca quis ser gay, mas sou... se sou 'doente' vou então ser moral e moralista, aproximando-me dos heterossexuais, do seu discurso, para minimizar a 'doença' que carrego em mim mesmo, sendo simpático a quem é 'normal', e quem sabe consiga uma empatia? Oh mundo cruel!”. E temos produzido essa porcaria de leitura: gays cristãos conservadores e moralistas, retratados em novelas burguesas e sem compromisso, de fato, com uma ruptura radical, que desejam, antes de tudo, as misericórdias dos heterossexuais, em alguma coisa gay, mas não tão gay assim!

Os gays na atualidade estão chatos, pois carregam um coração insensato e acrítico de suas verdadeiras potencialidades, enquanto identidade última. E qual será o próximo capitulo, ou a próxima novela, para a comunidade LGBT criticar e apoiar e chamar isso de militância?

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