Toni Reis presidente da ABGLT |
Prezado
José Dirceu de Oliveira e Silva -
Companheiro Zé Dirceu, de tantas lutas contra todas as formas de
opressão.
Como
profissional de direito, articulista e político, você foi muito feliz ao
defender a laicidade do Estado e o direito das pessoas à individualidade, à
autonomia, à dignidade, à igualdade*.
Estamos
perplexos com certos posicionamentos do
governo federal que não estão de acordo com as bandeiras históricas do PT - que
tem uma trajetória de compromisso com os direitos humanos e com o combate à
homofobia.
Estamos
realmente preocupados com o rumo que está tomando a discussão sobre os direitos
das pessoas LGBT no Brasil, particularmente no último ano no
excutivo e legislativo:
-
o projeto de criminalização da homofobia está parado no Congresso
Nacional.
-
houve um veto explícito do material educativo do projeto Escola sem Homofobia,
do Ministério da Educação, pela própria presidenta Dilma.
-
houve, agora, um veto/censura à
campanha de prevenção de Aids no
Carnaval, segundo consta, novamente determinado pela presidenta
Dilma.
Estes
são apenas três exemplos de retrocesso na caminhada pela garantia da igualdade
entre todas as pessoas, no combate à violência, ao preconceito, à
discriminação.
Como
diria nosso querido Lula: "nunca antes neste país" o governo federal foi tão
pautado por posições das bancadas religiosas fundamentalistas, que não têm
compromisso com os direitos humanos.
Estamos
ocupando espaços na mídia e no Ministério Público para denunciar esses
problemas. Além de já ter feito denúncias nos espaços de controle social em
que estamos representados (Conselhos, Grupos de Trabalho, Conferências entre
outros) E em breve faremos todas as denúncias internacionais com os devidos
protestos de rua que aprendemos a fazer durante todos esses anos de
luta.
Agora
mesmo voltamos às ruas na III Marcha Nacional Contra Homofobia. Queremos que o
governo federal retome as políticas de combate à homofobia e tire do papel as
diretrizes aprovadas na II Conferência LGBT, ocorrida em dezembro de
2011.
É
fundamental pautar esta discussão dentro do Partido dos Trabalhadores, como você
bem recomenda. Afinal, o PT é o Partido da Presidenta Dilma e é o depositário de
tantas esperanças dos movimentos sociais e de milhões que lutaram e lutam por
transformação e justiça.
Parabéns
pela lucidez e pela forma tranquila, mas firme, com a qual você abordou um tema
tão caro para a comunidade LGBT brasileira.
Parabéns
por estar firme e forte no bom combate em favor das causas justas, contra todo e
qualquer tipo de discriminação e preconceito, pela garantia da laicidade do
Estado.
Toni
Reis
Presidente
da ABGLT
Na oportunidade Toni Reis comentou a seguinte manifestação de Zé Dirceu:
*O
PT e não o governo precisa assumir disputa política contra a direita
Publicado
em 16-Fev-2012
Debater
o aborto, a homossexualidade e a questão ideológica...
Uma
ameaça de crise com a bancada evangélica (pluripartidária), desencadeada pelo
tema do aborto e por declarações sobre a necessidade de o governo conquistar o
numeroso contingente de trabalhadores chamado de nova classe C, que está nas
mãos dos conservadores, levou o Secretário-Geral da Presidência da República,
ministro Gilberto Carvalho, ao Congresso Nacional para espontaneamente dar
explicações aos parlamentares religiosos.
A crise só chegou a se esboçar e foi considerada superada por deputados e senadores da própria bancada evangélica, que se considerou satisfeita com as explicações do governo. Não foi contornada, no entanto, da forma ideal.
O governo não precisava entrar nessa disputa. Estes temas - aborto, questões ideológica, homossexualidade - ainda que dividam inclusive a nossa bancada, precisam ser enfrentados não pelo governo, mas pelo PT, por suas bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, nas assembleias legislativas e nas câmaras municipais.
Temas já estão sendo explorados na campanha deste ano
Eles estão aí, precisam ser discutidos e, infelizmente, serão explorados na campanha eleitoral - de novo, a exemplo do que ocorreu em 2010. Não deveriam, já que o aborto e a homossexualidade não são temas políticos, são questões de foro íntimo, pessoais, e de gênero.
Mas, já estão sendo explorados diariamente, pelos nossos adversários, na questão do aborto com críticas à nova ministra de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci; e na da homossexualidade, com a história que a imprensa chama de kit gay (um material de esclarecimentos elaborado pelo MEC) contra o nosso candidato a prefeito de São Paulo este ano, o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad.
São questões polêmicas que a nova direita, para fugir do embate ideológico, converteu em suas bandeiras e agora empunha com amplo espaço na imprensa. No dia a dia, nos jornais; na semana, nas revistas. À frente a VEJA, líder na vanguarda do atraso. As posições de VEJA hoje sobre comportamento só se comparam com as da direita norte-americana do Tea Party e Cia.
Debater sem patrulhamento e com respeito ao caráter laico do Estado
Vamos ao combate e ao debate, então - o partido, não o governo. Cabe aos que no PT, no Parlamento e na sociedade defendem o fim do preconceito e da violência contra os homossexuais, o direito da mulher decidir sobre seu corpo, e que o aborto tem que ter um tratamento como questão de saúde pública, travar essa batalha.
Podemos, devemos fazê-lo, e temos todas as condições de encarar essa disputa política e abrir este debate. E de promovê-lo respeitando as posições e
A crise só chegou a se esboçar e foi considerada superada por deputados e senadores da própria bancada evangélica, que se considerou satisfeita com as explicações do governo. Não foi contornada, no entanto, da forma ideal.
O governo não precisava entrar nessa disputa. Estes temas - aborto, questões ideológica, homossexualidade - ainda que dividam inclusive a nossa bancada, precisam ser enfrentados não pelo governo, mas pelo PT, por suas bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, nas assembleias legislativas e nas câmaras municipais.
Temas já estão sendo explorados na campanha deste ano
Eles estão aí, precisam ser discutidos e, infelizmente, serão explorados na campanha eleitoral - de novo, a exemplo do que ocorreu em 2010. Não deveriam, já que o aborto e a homossexualidade não são temas políticos, são questões de foro íntimo, pessoais, e de gênero.
Mas, já estão sendo explorados diariamente, pelos nossos adversários, na questão do aborto com críticas à nova ministra de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci; e na da homossexualidade, com a história que a imprensa chama de kit gay (um material de esclarecimentos elaborado pelo MEC) contra o nosso candidato a prefeito de São Paulo este ano, o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad.
São questões polêmicas que a nova direita, para fugir do embate ideológico, converteu em suas bandeiras e agora empunha com amplo espaço na imprensa. No dia a dia, nos jornais; na semana, nas revistas. À frente a VEJA, líder na vanguarda do atraso. As posições de VEJA hoje sobre comportamento só se comparam com as da direita norte-americana do Tea Party e Cia.
Debater sem patrulhamento e com respeito ao caráter laico do Estado
Vamos ao combate e ao debate, então - o partido, não o governo. Cabe aos que no PT, no Parlamento e na sociedade defendem o fim do preconceito e da violência contra os homossexuais, o direito da mulher decidir sobre seu corpo, e que o aborto tem que ter um tratamento como questão de saúde pública, travar essa batalha.
Podemos, devemos fazê-lo, e temos todas as condições de encarar essa disputa política e abrir este debate. E de promovê-lo respeitando as posições e
opiniões
divergentes, mas sem aceitar o patrulhamento e nenhum ato restritivo das
liberdades individuais e do caráter laico do Estado
brasileiro.
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