Engana-se quem pensa que o ataque da
senhora Rozângela Justino é algo isolado, ou uma tentativa apática,
desesperada, sem fundamentos, para tentar validar sua profissão e sua fé.
Evangélicos começaram atacar
massivamente as questões de conteúdo sexual. Eles se mobilizarão em todos os
lugares: escolas, igrejas, mídia, judiciário, legislativo e executivo. Eles
possuem um discurso, um método e uma meta.
O
discurso
Você não ouvirá que ser gay é uma
doença, eles não dirão isso a você! Eles concordarão com a ciência que diz que
ser homossexual não é portar em si uma patologia. Acusarão a mídia de ser
sensacionalista e espalhar essa falsa ideia de que eles consideram ser gay um
fator doentio.
Eles dirão que querem o
desenvolvimento científico, por prezarem tal desenvolvimento, acreditam que os
estudos sobre a sexualidade não devam ser impedidos; que terapias de ORIENTAÇÃO
sexual devam ser difundidas pela psicologia.
Eles não usarão em seu discurso o
termo (RE)orientar, mas defenderão que qualquer pessoa deva ter o direito à
orientação sexual que bem desejar. Afinal, para eles não é doença ser gay, mas
uma OPÇÃO, UMA ESCOLHA que o indivíduo faz por ser depravado, imoral e viver em
pecado.
No discurso você também não escutará
esses termos: pecado, safadeza, imoralidade, mas, com certeza, escutará o termo
DIREITO DE ORIENTAÇÃO DA SEXUALIDADE que, em suma, na boca de um evangélico, é
ESCOLHA, OPÇÃO.
Eles defenderão isso, em que o
direito à orientação sexual é desejar deixar de ser gay e, em nome da liberdade
científica, tal processo é passível de realização, é uma escolha pessoal e
individual, legítima de qualquer um. Com isso, o termo opção sexual será
mitigado para desejo legítimo de uma assistência em que a pessoa se oriente e
se aceite não gay.
O
método
Não haverá discursos religiosos, não
será usado o nome de Jesus, nem a bíblia. Tudo será feito através do direito da
pessoa possuir a liberdade de uma orientação sexual que não lhe traga
constrangimento.
O orgulho gay será colocado em cheque, não o atacarão, mas dirão que nem todas as pessoas sentem-se bem sendo homossexuais e elas têm o direito de tentar algo para ser felizes.
O orgulho gay será colocado em cheque, não o atacarão, mas dirão que nem todas as pessoas sentem-se bem sendo homossexuais e elas têm o direito de tentar algo para ser felizes.
Farão esse discurso chegar ao
judiciário, ao legislativo, ao executivo. O método não é o confronto direto,
não é o combate agressivo, mas o indireto. Aquele que se mostra não combater,
mas só advogar outra possibilidade, advogar uma “liberdade aparente de
orientação” que, no fundo, não passa de terapia de reversão.
Concentrarão esforços para minimizar
o orgulho gay, que chamarão de lobby
, de propaganda de uma suposta felicidade que retira o direto de pessoas
tentarem se rever e, quem sabe, aceitarem- se diferentes (ou seja, escolhendo,
por exemplo, serem heterossexuais e não homossexuais).
A
meta
Eles têm como meta sufocar o avanço da “agenda
gay”, sufocar o direitos dos homossexuais casarem, adotarem filhos, terem
direito à herança, pensão, ou seja, a meta é acabar com o direito civil dos
homossexuais e voltar a renegá-los à esfera da margem social.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
1-Este blog aceita comentários que sejam específicos, ou em diálogo com as postagens correspondentes, conteúdo fora do contexto da mensagem correspondente poderá não ser publicado.
2- São vedados comentários com conteúdo de pregação ou proselitismos de doutrinas específicas de igrejas cristãs, ou qualquer outra religião,salvo quando estes se referirem à crítica de uma postagem principal em concordância ou discordância da mesma, devidamente fundamentados.
3-Conforme art. 5º, IV da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.
4-Todo conteúdo dos comentários será avaliado, sendo reservado o direito de não serem publicados, os comentários, caso seus fundamentos sejam ofensivos ou desrespeitem o direito dos homossexuais.