domingo, 27 de julho de 2008

Homossexualidade, militância e fé

Muitos e-mails chegaram à minha caixa de entrada com artigos de figuras conhecidas no mundo evangélico (Júlio Severo e Caio Fábio). Geralmente, as pessoas que entraram em contato, pediram-me comentários ou postagens abordando os temas, que tais pessoas (Júlio e Caio) abordaram.
  • Júlio Severo
Bem, o que pensa Júlio Severo? Aliás, o que ele não pensa! Julinho tem o coração aflito, cheio de ódio, dotado de sentimento perverso, malicioso, contenda, crueldade. Pensando- se astuto, fez-se louco. Ele trabalha em prol de suas frustrações, de seu severo castigo, de sua severa prisão. Júlio vive à mortificação mais severa; sua alma foi aprisionada, e sua prisão não tem muros... Daí, o que ele não pensa, ele dá descarga. O moço vive a mais nobre expressão da verborréia.

Há quem tenha comparado o coração dele como o coração de um pit bull. Eu discordo, não aceito tal comparação. Para mim ele tem o cérebro de um pit bull, não o coração! Julinho quer engolir alguém vivo! Como os injuriadores, murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus...

O que dizer de Julinho?
  1. Ele não pensa!
  2. Júlio é Severo, Deus é amor...
  3. O amor é indulgente, o Severo não. Aliás ele não ama, ele não pensa. Ele vive preso na sua própria aversão.
  • Caio Fábio
Foi sofrível ler os artigos postados por ele, em seu site, diferenciando homossexualidade de homossexualismo. Para o reverendo a militância gay é como qualquer outra ideologia, e por isso, não digna de crédito ou valor por parte do Evangelho. Sendo assim, o PL 122/06 deveria ser discutido pelos que estão mortos! E se enterrarão: homofóbicos e heterofóbicos .

O homossexualismo, para Caio Fábio, é tipicamente papel representado pelos militantes de causa LGBT, sendo tão inflexível e severo, quanto o próprio Severo! Ou seja, fundamentalista, ideológico e opressor. Já a homossexualidade seria diferente, entretanto não definido em suas linhas argumentativas, ou pelo menos, não foi nos textos que li.

Qualquer coisa que abarca a cultura é ideológica de per si. Seja a crença, o Evangelho de Cristo, as relações sociais, as construções, a minha casa, a sua casa , a casa de qualquer um, o ensino, o teatro, o cinema, esse blog, qualquer blog! O passeio na praça à tarde de domingo, enfim, tudo tem abraçado, no fim último, à ideologia que move o ser humano em prol dessas realizações. Sendo assim, foi muito simplista a colocação do reverendo- "vivo o Evangelho e isso me basta!" Enfim, o silogismo não é verdadeiro. E as colocações continuam contendo caráter contrário às conquistas homossexuais. Entretanto, o pastor não é, de fato, homofóbico. E isso eu respeito!

Quero dizer que: por mais que Caio Fábio possa não concordar com a militância gay, sua crítica a ela não é a mesma carregada de ódio, sangue e condenação. Enfim, cada um tem direito à sua opinião, o que não podemos admitir é essa opinião rompendo a barreira da liberdade do outro, agredindo-o na sua individualidade, em nome da mesma livre expressão! De fato, isso não vi nos textos de Caio Fábio.

Contudo, a militância não é apenas importante, como é fundamental, inclusive para os gays cristãos que queiram formar vínculos de fé, nas comunidades de origem, sendo respeitados como são! O falar de um Evangelho desprovido de ideologias é ingênuo, é utópico. Falar de um Reino de Deus que se estabelece pacificamente, sem confronto de ideais não é crido nem pelos próprios evangelistas, que na boca do Cristo proclamam: "O reino de Deus é tomado à força!" Como Caio Fábio não é ingênuo, fico imaginando onde ele quer chegar... Enfim, ideologias ele tem, basta ver como trata a temática dos Direitos fundamentais, excluindo a orientação sexual porque, para ele, a orientação sexual é diferente da etnia, raça e cor, pois essas têm propriedades intrínsecas e objetivas. A orientação sexual não! Portanto, eis a ideologia evocada!

Se acabar com o preconceito é ter que amordaçar quem o pratica, se tem que ser feito, então qual é o problema? Afinal, para corrigir o ladrão, prende-se o ladrão, para corrigir o assassino, prende-se o assassino, para corrigir aquele que evoca ódio, a dor, a mazela e desgraça alheia não poderá se punir? É amordaçar? Não! É corrigir aquele que não quer ser corrigido, é educar aquele que não quer ser educado! Para acabar com o crime de dirigir alcoolizado veio a lei seca, isso foi amordaçar quem gosta de beber? Ou foi salvar a vida dos que não beberam e seriam acidentados pelos irresponsáveis que se propunham dirigir bêbados? Assim
será com os gays; não é amordaçar a sociedade, mas é punir quem levanta a bandeira da morte contra o próximo.

Contudo a fé é no Cristo que continua amando a humanidade, e recepcionando em seu reino aqueles que são seus amigos, e que o receberam como salvador, independente de orientação sexual e identidade de gênero.


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