O cineasta britânico John Boorman será o co-roteirista do filme, uma adaptação do romance “Memórias de Adriano”, da escritora Marguerite Yourcenar. Segundo o “Daily Star”, o filme terá orçamento entre US$ 50 e US$ 60 milhões.
Militar e bissexual, o imperador Adriano viveu de 117 a 138 a.C., e dizem os historiadores que ele manteve um relacionamento com um adolescente grego enquanto casado. Este mês, o Museu Britânico inaugurou a mostra “Hadrian: Empire and Conflict” (Adriano: Império e Conflito, em tradução literal), que traz 180 objetos relacionados com a vida do imperador, vindos de 28 países.
Fonte: Dykerama.com
A história do imperador Adriano sempre me facinou, não por ele ter sido IMPERADOR ROMANO, nem tão pouco por ser classificado na lista dos "bons imperadores", embora isso contribua bastante (ou não, porque Nero, Calígula e os demais cesares me fascinam também).
Adriano era letrado, criou no Direito romano os éditos perpétuos (131dc), uma espécie de unificação da legislação que existia. Admirador da cultura grega, ajudou à expansão do helenismo. Viveu por 12 anos, de seu império, fora da cidade de Roma, viajando por toda a expansão territorial de seu governo. Também foi arquiteto, construindo o panteão romano, e a Villa Adriana, mas ainda não é por isso que sua história me fascina.
Curiosamente, numa de suas viagens, em Bitínia, Adriano conhece Antínoo, um adolescente de origem grega, e o leva como seu escravo. Adriano era 34 anos mais velho que o rapaz, e sua relação com ele, no início, figurava-se pelo estatuto da pessoa (onde o cidadão romano podia penetrar seus escravos, mantendo relações sexuais).
Entretanto, a relação de Adriano com Antínoo passou a figurar bem mais do que a relação do pátrio poder romano e suas posses. Eles se amavam, tanto, que alguns historiadores acreditam que Antínoo não tenha sido acidentado e morrido precariamente, mas, tão somente, tenha cometido suicídio, em sacrifício no Nilo, para salvar o império de Adriano. Eles (Adriano e Antínoo) eram iniciados nos mistérios de Elêusis, dando contorno místico à vida desses dois. Como no Egito acreditavam que o sacrifício de um jovem, no Nilo, traria benefícios dos deuses em favor de quem se morria. E como o imperador Adriano passava por uma fase difícil de sua política, com a saúde debilitada, revoltas em algumas partes do império, seca e fome em outras, essa tônica ganha força.
Os fatos são: aos 20 anos Antínoo morre nas águas do Nilo, e Adriano chora, chora como se fosse mulher (assim relatam os historiadores da época). Ergue no Egito a cidade de Antinópolis; eleva Antínoo à divindade, construindo a ele vários templos e bustos por todo o império. Até uma estrela ganhou o nome do mancebo, e Adriano escreveu um epitáfio dedicado ao jovem.
Depois da morte de Antínoo, o imperador Adriano viveu por mais 8 anos e morreu. Essa história é trágica, mas bela! E me fascina pela forma despojada de viver o amor, de se sacrificar por ele. Não compete a mim julgar se estupidez, ou crendices... A questão é: o amor vivido entre os dois foi, pelos dois, eternizado. Tanto no sacrifício, mostrando total abnegação em favor de alguém, quanto na memória desse sacrifício, que se eterniza numa estrela, em templos, por toda cidade, num período curto de tempo, quando então, a morte também se faz bem-vinda...
Valeu, serviu para o nosso trabalho de história ;)
ResponderExcluirvisitei roma mes passado, turquia e atenas tbm, conheci muitas ruinas de monumentos feitos por adrianao, amo historia e principalmente a romana e quando era mais jovem li memorias de adriano e desde entaum vivi paixonada por esse imperador ardente e intelectual, ele retrata bem em sua pessoa o nascimento da liberdade intelectual humana!!!! adorei seu texto!
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