quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Conselho de psicologia brasileiro repudia testes psicológicos propostos pelo Vaticano*


O Conselho Federal de Psicologia (CFP) do Brasil repudiou o documento divulgado pelo Vaticano na última quarta-feira, 30, onde anuncia a decisão de usar psicólogos para fazer avaliações nos candidatos a entrar nos seminários da Igreja Católica. O objetivo da Santa Sé é não deixar homossexuais entrarem no sacerdócio. No Brasil, o Conselho não autoriza os psicólogos a avaliarem pessoas para essa finalidade.

Caso os psicólogos façam as avaliações, eles estarão infringindo o Código de Ética da categoria e a Resolução 001/99 do CFP, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual. O Conselho tem a plena consciência de que a homossexualidade não é uma doença, distúrbio ou perversão sexual, por isso, a Resolução define que os psicólogos “não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades”.

Ainda segundo a Resolução, “os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica”.

O Conselho reconhece que a posição adotada pelo Vaticano é extremamente preconceituosa, mas acredita também na soberania da Santa Sé em definir suas próprias normas internas. O que o CFP contesta é a utilização por parte da Igreja de psicólogos e testes psicológicos para respaldar essa posição homofóbica, ignorando os avanços dos movimentos sociais em todo o mundo, que defendem o direito à livre orientação sexual.

*Hélio Filho

Fonte: Mix Brasil

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