Se não for assim, qualquer um pode dizer o que quiser e esperar o outro 'provar o contrário'. Posso dizer que gnomos existem e esperar que o outro 'prove o contrário'. Que vim de outro planeta e sou imune a doenças e esperar que o outro 'prove o contrário'. Que a Chapeuzinho Vermelho me visitou ontem com o Coelhinho da Páscoa, que foram embora no trenó do Papai Noel e esperar que o outro 'prove o contrário'.
É importante que essas provas também sejam objetivas no sentido de serem passíveis de fazer sentido a uma pessoa fora do contexto de quem profere a sentença. Em outras palavras, a objetividade precisa(ria) ser garantida no sentido de ser autoevidente, passível de ser acessada por diferentes meios, posto que é (supostamente) real e impossível de ser negada.
Portanto, clamar pela "fé" não vale. Afinal, como você pode exigir de alguém que tenha fé em alguma coisa antes de convencer essa pessoa da mesma fé e da verdade, da veracidade, daquela alguma coisa? Como posso usar o argumento da fé (religiosa) frente a um ateísta, por exemplo, se ele não a tem, e seria precisamente por isso que estou debatendo com ele?
"Provar" a veracidade dos supostos fatos originadores da fé cristã é geralmente impossível. Ao contrário do que impõe a lógica, é preciso crer ANTES das provas – e, depois, de posse dessa crença, tentar achar provas onde antes elas não estavam, não eram autoevidentes, não eram acessíveis.
Um ou outro pode sustentar que essa é de fato a operação divina – abrir os olhos das pessoas para além da racionalidade humana, sem a necessidade de qualquer explicação plausível.
Caso contrário, que autoridade teria o próprio Deus para punir, julgar ou esperar algo em troca por parte dos homens, se ele mesmo simplesmente tornou ininteligível o que ele quer, se ele mesmo não se deu a conhecer, se não se fez entender?
No entanto, essa não é a questão básica. A questão básica é que a fé cristã, o cristianismo, falha na apresentação das provas da veracidade dos supostos fatos que a originou. Como se pode sustentar, portanto, a ideia de "distorção" desses mesmos fatos?
Para o bem e para o mal, a admissão de uma determinada doutrina cristã é tão-somente a escolha entre diferentes interpretações, teológico-ideológicas, de uma construção histórico-social impossível de ser provada objetivamente dentro das exigências acima esclarecidas.
Portanto, objetivamente, ou tudo é certo ou tudo é distorcido, cabendo ao sujeito, em última instância, escolher entre a versão que mais lhe faz sentido e lhe dotando de uma verdade, essencialmente individual, pessoal e subjetiva, da qual a mesma antes não gozava.
muito bom o conteudo do blog voces tem banner queria colocar um em meu bog se nao aguardo a resposta ou coloco o link mesmo
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