quarta-feira, 29 de abril de 2009

Aluga-se um amigo

Inusitado, exótico, diferente, sutil, mas... Uma declaração peremptória da falência do ser enquanto pessoa.

Não o que se aluga, nem ao que se propõe alugar; não é um juízo de valor, uma axiologia, dogmática, social. Pelo contrário, é no campo ético- filosófico, o termo posto como finalístico, de algo que sucumbiu à falência própria: da realização própria!

Não posso imaginar a cena, sem me angustiar, no decreto tácito do ser, que pede para ser amado, e na insuficiência de ser-no-mundo, e de sendo se realizar, não como objeto, mas, ser que constrói o mundo, sendo com outro, objeta à sua própria forma de existir, objetificando o outro como mero produto daquilo que se pode auferir por pecúnia.

Tudo que é prazeroso, por assim, estabeleceu-se. Afinal, o que dá prazer é a satisfação de uma necessidade, que logo, acompanhou-se da pretensão da mesma. E tal pretensão, em sua maioria manifestada, não conseguiu se transpor para além de si mesma. A alienação do ser se dá no individualismo dessa pretensão.

O que vale dizer da pretensão, que é a submissão da necessidade à vontade da satisfação. Que, desta feita, passou estabelecer o domínio possessivo sobre tudo e todas as coisas, como um objeto, mero, descartável, substituível, não perene!

O ser, posseiro, passou a adquirir, trocar, comprar, invadir, roubar, submeter, tiranizar e, por fim, capitalizar tudo à sua forma alienada de auto- compreensão. Como objeto tudo é comprável, tudo o que é necessário pode ser objeto de tal relação, mas, fica uma pergunta: e aquilo que não se compra, mas se constrói como algo apodítico, condição da própria existência, que só se realiza por tal forma ou essência?

A resposta, a despeito da pergunta, não é complexa, é simples e dedutível... Ao homem que não se realiza como ser-no-mundo é fadado ao seu próprio ser, alienado de sua própria percepção ou consciência... A tal, a solidão e a própria falência na aquiescência!

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