segunda-feira, 6 de junho de 2011

Reforma, meu suplício teológico!

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Sábado, saí de uma reunião, em que foi definida às disciplinas que lecionarei, na faculdade de teologia, semestre que vem. Por muito tempo não trabalhava com uma cadeira curiosa: TEOLOGIA REFORMADA. E, por ironia, ela caiu sobre mim novamente.

A primeira vez que me envolvi com essa disciplina, sendo dela tutor, foi em uma faculdade evangélica, e senti-me o próprio Serveto ao final do curso! Todos pensam que por ser eu luterano e teólogo a coisa flui sem maiores dificuldades, contudo, eu sou LUTERANO E TEÓLOGO, assim, nunca fui romântico em relação à Reforma. Também, em relação aos outros professores da disciplina, prefiro o exílio a chamar qualquer um deles de heróis da fé! E, logo veio à acusação: “ele salva Lutero e condena todos os outros!”, entretanto nem Lutero eu salvo! Embora tenha por ele algum respeito.

Quando sábado meu nome foi indicado à cadeira, eu fiquei descontente, argumentei dizendo que não seria ideal, uma vez que não dissocio a Reforma do seu caráter político, que teologia para mim não se faz fora da cultura e do momento cultural de uma sociedade. Assim, aquilo que é central para alguns seminários (como na escola bíblica dominical): o reforço de uma visão mística e romântica do sola fide, sola gracia, sola scriptura, solus christus et soli Deo gloria, para mim não está separado do envolvimento da fé com as questões do Estado, da política e seus desdobramentos.

Bem, fui voz vencida! E hoje apresentei a reformulação do currículo da disciplina, na esperança dele ser negado, para eu pedir a nomeação de outro para cadeira. Contudo, o currículo passou! E de cara foi aprovado uma lista de reivindicações como conteúdo programático para contextualizar o período e a Reforma ser debatida.

Vou procurar disponibilizar alguns textos de algumas aulas aqui, sempre é bom falar de Reforma, desde que você não seja dela o Serveto!

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