sábado, 24 de setembro de 2011

Lei Seca aumenta lucro de motel com pernoite



Empresários do ramo comemoram aumento da demanda e querem investir

Publicado no Jornal OTEMPO




Motéis de Belo Horizonte e região metropolitana estão lucrando com o aumento das blitze por causa da Lei Seca. As pernoites aumentaram 20% nos últimos meses. Com medo de perder a carteira e pagar multa de R$ 955 se forem pegos dirigindo depois de beber, motoristas têm alongado o período nos estabelecimentos.

A sócia-proprietária da rede de motéis Sunny Days, Mirela Guimarães, disse que o pernoite aumentou a partir das quartas-feiras. "O pessoal sabendo que vai beber e pegar blitz no meio do caminho, prefere dormir fora, isso no caso daqueles que não saem de táxi", disse Mirela Guimarães, dona de um motel em Belo Horizonte, outro em Contagem e um terceiro em Betim.

A mudança na rotina dos motéis, de acordo com Mirela, aconteceu há seis meses. "A média era de 18 pernoites por dia, mas hoje já chega a 25", calculou. O motel cobra pela pernoite, durante a semana, a partir de R$ 65. Nos fins de semana, o valor é a partir de R$ 100. O movimento começa às 19h e se estende às 10h do dia seguinte, quando termina o período estabelecido na pernoite. "Tem semana que temos 30 pernoites num motel que possui 38 apartamentos", contou Mirela.

Perto de vários bares e restaurantes, o motel Seasons, no bairro Estoril, região oeste de Belo Horizonte, também viu o movimento crescer em pernoites e hospedagens. A proprietária, Daniella Machado, disse que o aumento de pernoites foi de 10%. Isso aconteceu desde o aumento do rigor da Lei Seca. "

As pessoas estão respeitando mais a Lei Seca e preferem passar a noite no motel depois de beber", informou Daniella, que tem visto muitas blitze na Savassi, Raja Gabáglia, Nossa Senhora do Carmo e BR-040, sentido Nova Lima. No Seasons, que tem 28 suítes, o pernoite é de 22h até às 14h do dia seguinte. Na suíte standard, o pernoite custa R$ 105. Na suíte superluxo, o pernoite é de R$ 137, de domingo a quinta-feira.

Há 11 anos no mercado, Daniella pensa em abrir outra unidade. "Estamos buscando o lugar porque não são todas as regiões que podem construir motel em Belo Horizonte", disse.
No Forest Hills, em Belo Horizonte, e no Green Park, em Sabará, o aumento de pernoites tem acompanhado a demanda de mercado.
REINVENÇÃO
Bares oferecem até van para não perder cliente
 um mês, o chef Matusalém Gonzaga, dono do restaurante Matusalém, de comida baiana, na região Norte de Belo Horizonte, viu uma blitz acontecer na porta do seu estabelecimento. "Deu uma queda de 35% no movimento da casa", disse ele, que está vendo um novo perfil de público do bairro Planalto frequentar o restaurante. "O público de fora deixou de vir", contou. Então, ele colocou uma van para transportar grupos e viu o movimento aumentar outra vez.

No Buritis, o gerente da Cervejaria Zero Grau, César Ferreira, disse que 90% dos frequentadores são do bairro. "Antes da Lei Seca, vinham pessoas de outros bairros como Savassi e Caiçara. Mas eles sumiram". César disse que depois da queda de consumo de bebidas de até 40%, no primeiro mês da lei, já voltou ao patamar normal.

O diretor do grupo Meet, Fernando Júnior, que administra o Porcão, onde até 12 mil pessoas vão aos rodízios, informou que diminuiu a área da churrascaria e criou um espaço anexo para eventos. "No Porcão, tive uma queda de venda de bebidas de 30% desde a intensificação das blitze há dois meses" contou Fernando, presidente da Abrasel-MG. "Enquanto perdi venda de bebidas, o espaço de eventos mais que dobrou", disse. (HL)

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