Filme adapta romance lançado em 1937 sobre um grupo de meninos de rua vivendo de golpes no litoral da Bahia
Publicado no Jornal OTEMPO
Desta vez, quem comanda a empreitada é Cecilia Amado, neta do escritor e cuja experiência audiovisual se deu na série de TV "Cidade dos Homens", como assistente de direção.
Há relações entre uma coisa e outra. "Capitães da Areia" acompanha o cotidiano de um grupo de meninos de rua vivendo de golpes, furtos e camaradagem na Salvador dos anos 1930. Liderada pelo impetuoso Pedro Bala e tendo uma galeria marcada por garotos chamados de Sem-pernas, Professor, Gato, Querido de Deus e Boa Vida, a turma mora num trapiche abandonado à beira da praia - a representação máxima da liberdade e falta de limites dos jovens rapazes.
O filme se sustenta em imagens de tom exageradamente publicitário a momentos de genuína emoção, a maior parte deles ancorada no talento dos atores, todos sem experiência prévia no ofício.
Nisso, "Capitães da Areia" empolga pela criação exemplar de Jorge Amado, que mantém o encanto na transposição e desanima na maneira pouco criativa como o filme desenvolve a narrativa. Nem cabe falar sobre a condensação de elementos-chave do livro, pois escolhas são escolhas. Mas há de se questionar um certo medo que parece pairar de que o filme pudesse, afinal, ser bem mais liberto de quaisquer amarras.
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