quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O ÂNUS REVOLUCIONÁRIO

O ÂNUS REVOLUCIONÁRIO

Foi em uma entrevista sobre homens de calcinha que surgiu o interesse pelo tema do feminino na construção imaginária do masculino. É comum, no campo da psi- social, referir-se às questões da masculinidade como algo em crise na contemporaneidade. E de fato está. Ao voltarmos à antiguidade, na Grécia, a questão do desejo era voltada para o belo independente do gênero. O homem livre da polis mantinha relações sexuais com ambos os sexos.


É comum, entre os autores, associar a proibição da homossexualidade não apenas às questões fisiológicas como o desperdício do sêmen, mas, também, às construções bíblicas que permearam o imaginário do homem europeu, na construção de uma identidade para o masculino, que se distingui do feminino e de sua afirmação. O que joga, segundo alguns pensadores, a exemplo de Foucault, o masculino em uma ruptura de identidade sem precedentes na história. A homossexualidade passou a ser entendida como PERVERSÃO ao homem burguês e fonte de conflitos aos direitos dos cidadãos.

A sexualidade não se explica por si só, nem pela biologia, mas ela está contida na construção social. Segundo Freud (Três ensaios sobre a teoria da sexualidade), o interesse masculino somente por mulheres é um fator que exige ser esclarecido, pois a heterossexualidade exclusiva consistiria num fator de restrição a própria sexualidade, sendo a construção social, em sua forma intrínseca- bissexual. Em outras palavras; nenhuma sexualidade pode ser estanque ou definitiva.

Para entender a construção de uma identidade de gênero é preciso vislumbrar que tal forma é ditada pela cultura. Estabelecendo, assim, os parâmetros de como se lidar com os prazeres. Nesse aspecto o masculino é que sofreu o golpe, uma vez que o feminino sempre foi vislumbrado como uma questão metafísica de inferioridade. Com o advento das ciências modernas, o feminino igualou-se ao masculino; a escala hierárquica, proposta por uma visão metafísica- masculinizada dominante- se perdeu na esfera ontológica e, não mais se compreende entre hierarquias. Pelo que no feminino nada mudou, pois não teve que se afirmar como feminino, numa questão de diferenciar-se, mas tão somente igualar-se. Ou seja, as mulheres colocaram calças, vestiram terninhos, começaram a trabalhar em funções, em antanho, tipicamente masculinizadas, mas sem perderem sua construção feminina. Ao contrário, feminilizaram a calça, o terninho e as profissões sociais.
O inverso proporcional não ocorreu, o homem não é capaz de usar minissaia, nem de colocar um vestido decotado, sem perder a masculinidade, pois essa não tem que se igualar ao feminino, mas tem que se diferenciar a todo custo. Portanto, às questões que envolvem um olhar, na construção social, que é típica da mulher é mal entendida na esfera heterossexualizada. Um homem afetuoso é sinônimo de gay , e o gay não é bem-vindo. Dessa forma, homens que têm fetiches por usar calcinhas, têm na sua construção existencial uma visão do feminino, do delicado sendo permitidos em si mesmos. Entretanto, na sua maioria, na clandestinidade. Poder-se-ia dizer de um “deslizamento”, uma vez que não seja descoberto, ou caricaturizado como feminino. Como, por exemplo, o papel do “ativo” no imaginário social, que em muitas culturas, mesmo transando com outro homem não carrega o estigma do gay, pois cumpre o papel do macho penetrador, independente do objeto.

Entretanto, se o “deslizamento” é completo, com visibilidade se torna inaceitável, ilegítimo. Nesse aspecto o caráter é interpretado como fraco; algo que remete a inferioridade moral. Aqui se dá a revolução anal, numa perspectiva da psicologia social. Uma vez que, o homossexual é aquilo que deve ser combatido, pois ele traz em si a possibilidade do homem inverter-se, na esfera do senso comum, se tornar algo diferente daquilo que tem que ser afirmado, e nunca igualado. O “passivo” assumido e efeminado carrega as marcas revolucionárias para um padrão masculino, que em último, não admitiria incertezas.

Em outros termos, o ânus é para o heterossexual um objeto tipicamente excretor, que não se pode penetrar constituindo o fundamento da masculinidade. O que faz, logo na infância, os meninos compreenderem seu papel superior, numa identidade que se afasta da mulher. O homossexual passivo, entretanto, subverte essa ordem, elegendo o ânus a um objeto de prazer, orgasmo, erotismo. Fere, dessa feita, a virilidade masculina- o efeito de submeter-se à penetração- igualando-se as que se deixam penetrar (mulheres). A revolução está na possibilidade do devir como uma identidade itinerante. Carrega em si, as marcas de um repúdio desconcertantes, mas que desnuda seu próprio desejo sob os olhares públicos, como forma de protesto, numa situação difícil, mas autêntica na possibilidade de se ver como aquilo que é, sem se camuflar numa atitude burguesa, na fachada heterossexual, para estar agradando ao meio. Portanto, o homossexual “passivo”, efeminado, tem uma forma revolucionária de impor sua singularidade, reivindicando a legitimidade do Direito social do Ser diferente da maioria, sem manobras, independente das convenções e convicções que não levam a lugar algum.

sábado, 17 de novembro de 2007

PRECONCEITO VOCÊ SE IMPORTA?


Meu pai me perguntou: você é gay? Eu perguntei pra ele: importa? Ele disse: Não, não realmente... Eu disse pra ele: sim, eu sou. Ele disse: fora da minha vida. Creio que ele se importava.

Meu chefe me perguntou: você é gay? Eu perguntei pra ele: importa? Ele disse: Não, não realmente... Eu disse pra ele: sim, eu sou. Ele disse: está despedido!!! Creio que ele se importava.

Meu amigo me perguntou: você é gay? Eu perguntei pra ele: importa? Ele disse: Não, não realmente... Eu disse pra ele: sim, eu sou. Ele disse: Não me considere mais seu amigo! Creio que ele se importava.

Meu companheiro me perguntou: você me ama? Eu perguntei pra ele: importa? Ele disse: Não, não realmente... Eu disse pra ele: sim, eu te amo. Ele disse: deixa-me te abraçar. Pela primeira vez na minha vida, algo importava.

Deus me perguntou: você se aceita? Eu perguntei pra ele: importa? Ele disse: Sim... Eu disse pra ele: Como posso me aceitar, se sou gay? Ele disse: Porque é assim que eu te fiz. Desde então, somente isso me importa.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

INQUISIÇÃO GAY


Foi assim que alguns luteranos da (IECLB) se pronunciaram em relação ao projeto de lei, que faz da homofobia crime. Na comunidade que leva o símbolo e o nome da instituição, mas que não é oficial a ela, alguns evangélicos ali se solidarizavam com o discurso de crítica ao comportamento homossexual e sua condenação, supostamente bíblica (difundidos pelo programa de tv de um pastor showman, que se vale da prerrogativa de estar sempre certo e amparado pela vitória de Cristo).

Interessante, entretanto, que os rótulos sempre advêm com a religião. Quem na Idade Média promoveu o Tribunal do Santo Ofício, que levavam pessoas ao inquérito- inquisição- foi a própria Igreja através de seu Santo Padre. Quem na renascença continuava a inquirir, julgar e condenar nos tribunais pessoas por heresia foi a dissidência protestante, através de seus líderes como Calvino e Lutero.

No apogeu do vitorianismo era comum o crime de sodomia ativa e passiva, para resguardar os bons costumes e a moral ilibada cristã e sua Escritura. Quando se fala em respeito é comum se ouvir frases que dizem do direito à crítica de um comportamento. Ora, ninguém é contra a crítica, podem criticar, mas respeitem! Para muitos evangélicos criticar é condenar, julgar e ofender. Acham que falar o que pensam é vilipendiar sobre a moral alheia- sobre o Direito subjetivo de outrem.

Entretanto, bastam se sentirem ameaçados que se fazem de vítimas, perseguidos e exigem seus Direitos subjetivos, aqueles que dos outros pensam que podem desrespeitar com suas críticas ofensivas, mas que aos seus próprios querem salvaguardar. Muitos dizem que não precisa criminalizar, afinal, a Constituição já é clara sobre a matéria disposta e a lei existe. É ficar criando leis sem sentido algum, inchando o ordenamento jurídico.

Mas existe um princípio no Direito Penal que é o da fragmentariedade, que tem seu caráter sancionatário, ou seja, o Direito Penal não tutela todos os bens jurídicos, pelo contrário, o que se pede é a intervenção mínima, outro princípio decorrente da reserva legal, sendo o Direito Penal chamado a intervir apenas em último caso, ultima ratio. Entretanto, ao esgotarem-se os recursos extrapenais, o impasse não resolvido, e se fizer necessário a intervenção do Direito Penal para o restabelecimento do controle social ele será bem-vindo. Nesse aspecto, o caráter sancionatário do Direito Penal é proteger um bem jurídico já existente, já protegido, mas pelo valor e caráter desse bem, o Direito Penal passa a dispor também sobre a matéria, sistematicamente, no momento histórico filtrando e delimitando a proteção desse bem pelo seu valor e importância.

O que acontece com a criminalização da homofobia é exatamente isso, o tipo legal existe, mas ainda não é tutelado pelo Direito Penal em seu caráter sancionatário. O que o desrespeito, a agressão e a violência continuam incidindo sobre as pessoas sem uma resposta eficaz do Direito e a retratação de danos. Era assim com o racismo, até que essa matéria passou a ser subsidiada pelo Direito Penal, constituindo crime imprescritível e inafiançável.


De fato, não é impedir a crítica, mas é impedir a violação de um bem jurídico garantido pela Constituição Federal, mas não respeitado pela sociedade, que se faz, portanto, necessária à intervenção penal, para que o Direito, em sua valoração de grande importância, dos princípios fundamentais, seja, de fato, uma consciência de cada um, e não uma ideologia de uma religião qualquer, de uma crença qualquer, etnocêntrica em demérito e opressão aos outros.

Sendo assim, é curioso dizer de uma inquisição gay. Pelo fato que acontece é uma lógica inversa, tácita e velada aos princípios fundamentais do Direito, uma vez que os religiosos têm uma lei específica que trata como crime a discriminação religiosa; a lei nº 8.081 de 21/09/1990.

O que acontece é que nos princípios fundamentais da Constituição da República, no Art. 3º, IV a lei sofre acréscimo, garante a criminalização do preconceito religioso, mas exclui o sexual:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;


II – garantir o desenvolvimento nacional;


III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;


IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
· Lei nº 8.081, de 21-9-1990, dispõe sobre os crimes e penas aplicáveis aos atos discriminatórios ou de preconceito de raça, cor, religião, etnia ou procedência nacional, praticados pelos meios de comunicação ou por publicação de qualquer natureza.

E o que diz o texto da lei 8.081/90 é o seguinte:

LEI Nº 8.081, DE 21 DE SETEMBRO DE 1990


Estabelece os crimes e as penas aplicáveis aos atos discriminatórios ou de preconceito de raça, cor, religião, etnia ou procedência nacional, praticados pelos meios de comunicação ou por publicação de qualquer natureza.


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:


Art. 1º A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passa a vigorar acrescida do seguinte artigo:


"Art. 20. Praticar, induzir ou incitar, pelos meios de comunicação social ou por publicação de qualquer natureza, a discriminação ou preconceito de raça, cor religião, etnia ou procedência nacional.
Pena: reclusão de dois a cinco anos.


§ 1º Poderá o juiz determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência:


I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo;


II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas ou televisivas.


§ 2º Constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreendido".


Art. 2º São renumerados os arts. 20 e 21 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, para arts. 21 e 22, respectivamente.


Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.


Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário.


Brasília, 21 de setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

A lei que criminaliza a homofobia, portanto, entraria no ordenamento jurídico ao lado dos bens fundamentais já protegidos e subsidiados penalmente. Não é inquisição de parte alguma, mas só justiça daquilo que é, todos os dias, afrontado e, sem razão, objeto de tortura e sadismo nas mãos daqueles que detêm as massas ideologicamente, aferindo ódio, revolta e dor para tanta gente boa, que só deseja viver em paz, sem o juízo doentio de quem quer que seja.

Outrossim, os pastores continuarão com suas igrejas, e seus rebanhos pastando a boa palavra de Deus.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

RELACIONAMENTO E SEU TRISTE FIM

Não é fácil para ninguém superar o término de um relacionamento. Geralmente, as questões envolvidas são complexas, confusas, e o significado remete à perda. A certeza do querer se separar não é objetiva, clara e firme; não é uma questão confortável, livre de impedimentos, que leva a atitudes tranqüilas.

Alguém sempre é pego de surpresa... Mesmo que o relacionamento não esteja bem há algum tempo, um deles é quem traz a notícia – pela melhor percepção, ou pelo esgotamento gerado na situação que se tornou insustentável –, enquanto o outro perde o chão debaixo dos pés, sem saber ao certo o que fazer.

A tese que sustenta o início de um relacionamento é aquela que faz entender o significado que o outro tem: sua importância, seu valor, sua completude na relação a dois. Geralmente, produz um efeito muito “positivo”: a novidade, a alegria, a paixão são elementos formadores do idealismo, de uma “moldura” que já existe em nosso inconsciente e que se encaixa na paisagem “ideal”, ou melhor, idealizada. Isso gera a cobertura dos problemas e dos defeitos de cada um.

A antítese é a negação desse idealismo. É o perceber que a paisagem, na verdade, destoa da moldura, que o relacionamento tomou caminhos duvidosos – e que talvez seja melhor não permanecer juntos. Aquele(a) outro(a) não completa mais, não é cúmplice, não é parceiro(a).

Daí, quando se termina o relacionamento, é preciso lidar com o fracasso pessoal, pois, em última análise, cada qual é responsável pelo desenrolar daquela situação, da figura emoldurada, idealizada e desgastada, pela falta de percepção pessoal, ainda que não quisesse aquele fim.

A síntese é a superação. Aquele que pede o término sofre pela responsabilidade de ser o “causador” do mal (ainda que não seja o único responsável). O outro também sofre, seja porque se sente dispensado, seja porque ainda gosta e não consegue encarar a situação de forma final. Perguntas do tipo “por que comigo?” ou “o que fiz de errado?” ecoam como verdadeiras bombas arrasadoras da auto-estima, do ego.

A fragilidade emocional e o encarar das conseqüências é um fardo pesado nessa hora. Afinal, já não se possui mais aquilo que era habitual: dividir assuntos, alegrias, tristezas. Aliás, a tristeza agora faz parte do outro como causador, ou como atitude causada. Enfim, a outra pessoa agora é parte da tristeza.

Ninguém deixa de gostar de alguém porque quer. O relacionamento e seu desgaste é que conduzem ao fato. Entretanto, é difícil encarar a responsabilidade individual pelo término. Geralmente, o outro sempre é culpado, é o vilão. A responsabilidade nunca é dividida, partilhada.

A superação se dá no momento em que se encara a realidade, e o quanto antes: o relacionamento findou. Eis o fato. Todavia, isso não é simples.

Por mais que o racional nos aponte a realidade fria, o emocional precisa de tempo para elaborar o luto pela perda do ente amado, e esse processo não é fácil. Várias pessoas sofrem durante anos por aquele relacionamento que ficou marcado na vida, mesmo que se apaixonem depois por outra – e isso, muitas vezes, impede que prossigam na vida, vivendo plenamente o outro relacionamento.

Isso acontece por alguns motivos oriundos da primeira fase: a questão de quanto se idealizou o outro, fazendo dele alguém que ele não era – e agora se torna difícil abandonar a idéia da “pessoa perfeita”; a questão do investimento e a sensação de tempo perdido, do lucro exaurido, bem como a tentativa de manter o status quo, esperando que as coisas voltem a ser como antes, devido à resistência às mudanças; a questão da dificuldade de ser “abandonado(a)”, rejeitado(a) e, portanto, a dificuldade em dizer um NÃO, de uma vez por todas, ao relacionamento que se foi.

Há também a questão da cisma, do sofrer escandalosamente, do chorar, do relembrar obsessivamente, sempre com um excesso imaginativo, supervalorizando as situações que nem sempre ocorreram daquela forma – mas que, pelos significantes, ganharam significados que não são desconstruídos facilmente.

Por último, a questão do nunca amar de novo, de não encontrar nenhum outro relacionamento que dê segurança. Aí, entra o problema do amor próprio: alguém que não está mais sendo amado e insiste em um sonho fracassado mostra que não está se amando. Se não se ama, não sabe o que é amor e, por isso, não pode amar o outro.

Portanto, superar é se dar uma nova chance, arriscar-se novamente, reconstruindo os valores, a auto-estima, fazendo aquilo que se gosta sem se punir por assim fazer, mesmo que se esteja só – mas fazer para si mesmo(a), descobrindo novos caminhos, novas paisagens, novos olhares, aprendendo com o fracasso para construir um futuro mais verdadeiro. A superação consiste em não jogar fora as batutas – mas reger a vida de forma clara, sincera e esperançosa em si próprio(a), a fim de que se alcance o outro.
Interessante a participação no Blog da Gospel (lista de discussões), por pessoas não gays- não simpáticas aos gays e tudo que venha dessa cultura.

Interessante também são as afirmações de desconhecimento bíblico e outras coisinhas mais que povoam a mente fértil de muitos.

Na verdade, responder ao mural de recados nesse espaço amplo é, até, diria eu, covardia. Pois o espaço é significativo a uma elaboração mais requintada, do que o pouco espaço do mural.

Então, convido as pessoas que gostariam de conversar sobre o tema- e digo conversar mesmo! E não afrontar a ninguém, à ingressar na nossa lista de discussões do Yahoo Grupos; o link se encontra à esquerda, abaixo do e-mail, página do grupo. Ou ainda na busca no Yahoo pelos grupos é só digitar gospelgay, assim tudo junto!

Vamos então conversar!

quarta-feira, 21 de março de 2007

RELIGIÃO NÃO MÁGICA E A MAGIA DA VIDA

Não se pode negar a força do movimento evangelicalista no Brasil. Isso é evidente, por si só, nas eleições para as câmaras de vereadores, assembléias legislativas e congresso nacional. As, denominadas, bancadas evangélicas, sempre em crescimento na expressão política, ajudam no retrocesso da magia da vida.

Não é uma critica pela critica, desde o começo foi assim, a religião se autodenominou inimiga da magia; em seus códigos de fé, àquilo que era simples, emaranhou-se com a percepção do sagrado (que não é mágico), e dominou a forma de ser, adestrou o simples, converteu o popular, subjugou à forma aprisionando-a em conceitos elevados, que nem mesmo, a religião, deu conta de explicar!

A fé não mágica aprisionou a magia da fé... Não compreendem o sorriso, em seus códigos, dizem que os que muito sorriem, esses agem como tolos. Não compreenderam as crianças e as colocaram às margens, inexpressivas pela simplicidade, pela magia. Queimaram as mulheres, vivas, por igualarem-nas as bruxas!

A fé não mágica uniu-se à razão, prostituta dos gregos, que condenou os sentimentos ao engano, e destruiu uma parte da essência do homem, que na magia se permite sonhar (e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós. IPe 3,15b)! E como a religião não mágica é fria de sentimentos, insensível à magia, ela se comercializou; vendeu indulgências e construiu o ocidente capitalista. Fez guerras em nome da vida, que para preservá-la, destruiu-a! Não é assim, como p.ex. o presidente dos EUA, que é metodista, age? É contra o aborto, contra o divórcio, contra as pesquisas de células-tronco, contra casamento de homossexuais, tudo para defender a vida, que é dizimada no Iraque, no Afeganistão, no oriente, em nome da fé não mágica que busca o petróleo.

A fé não mágica se desenvolveu em uma instituição religiosa, que congrega bilhões de pessoas no mundo. Que é contra o aborto, o divórcio, o casamento gay, o uso de camisinha, dizem para defesa da vida... Enquanto seus lideres praticam orgias assombrosas, subjugam a magia da vida aos outros, para o domínio racional insensível dos homens. Não é bom que eles (os homens vivam), portanto vamos acabar com o que é mágico, com o que faz se sonhar... Vamos vender um sonho incerto, que pode ser manipulado; a fé, uma esperança no escuro racional, análogo, paradoxal, destorcido. Enquanto o incerto, que se faz força, ação, que se torna EU, que se sente, que é humano, esse (o incerto, certo) vamos proibi-lo!

Mas a razão se fez sentimentos, também, e viveu entre nós; e vimos sua majestade, única, empedernida de sorriso e sinceridade. Isso é magia, aquilo que se pode pensar, é aquilo que se pode sentir, é aquilo que se pode agir, é aquilo que se pode viver... Com leveza, respeito, na simplicidade de ser! (E o verbo habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos sua glória como à do unigênito do pai.). Deve ser por isso que o crucificaram, ele era mágico!