Acompanho essa série há muito tempo, que é mais uma daquelas séries sobre médicos, mas muito boa - e adoro a postura simpatizante dela. Além de ter um ator gay assumido no papel de um hétero, o George O'Malley, ela já mostrou um beijo gay, um beijo lésbico e agora estava construindo um relacionamento entre a cardiologista Erica Hahn (a loira da cama) e a ortopedista Callie Torres (a morena).
Erica Hahn entrou na série como durona e ficou amiga de Callie, com custo, pq não faz amizade fácil. Callie, por outro lado, foi casada com O'Malley e foi traída por este. Tornou-se amiga de Hahn, e, com o tempo, foi se criando uma atração entre as duas, que são, digamos, "recém-lésbicas": estão somente agora, ambas, experimentando o sexo entre mulheres, e Hahn tem uma revelação e faz, a meu ver, uma declaração linda para a outra (que se assusta, pq resiste a se ver como lésbica, infelizmente).
Para as meninas (e meninos) curtirem. Achei o texto muito sensível, bárbaro, e fiz uma tradução livre abaixo. A cena até me lembrou o livro de Rute, na Bíblia, quando, a meu ver, Rute faz uma declaração belíssima a Noemi.
- My whole life... My whole adult life, I have been with men. And it always felt, you know, fine, good, but... I never... I mean -- I mean, I did, but not... Not like this. This is like needing glasses.
- Uhm, I've blinded you?
- No. When I was a kid, I would get these headaches, and I went to the doctor, and they said that I needed glasses. I didn't understand that. It didn't make sense to me because I could see fine. And then I get the glasses, and I put them on, and I'm in the car on the way home, and suddenly I yell... Because the big green blobs that I had been staring at my whole life, they weren't big green blobs. They were leaves on trees. I could see the leaves. And I didn't even know I was missing the leaves. I didn't even know that leaves existed, and then... Leaves! You... are glasses. I am so gay. I am so, so, so gay! I am extremely gay!
- Toda a minha vida... Toda a minha vida adulta, eu tenho ficado com homens. E sempre foi, você sabe... Gostoso, legal, mas eu nunca... Quer dizer... Eu fazia, mas não... Não assim. É como precisar de óculos.
- Hum? Eu ceguei você?
- Não. Quando eu era criança, eu tinha essas dores de cabeça, e fui ao médico. Eles disseram que eu precisava de óculos. Eu não entendia aquilo. Não fazia sentido pra mim porque eu podia ver bem. E então eu pego os óculos, ponho no rosto, estou no carro indo pra casa e de repente eu grito. Porque os grandes borrões verdes que eu tinha observado a minha vida inteira não eram grandes borrões verdes. Eram folhas, nas árvores. Eu podia ver as folhas. E eu nem mesmo sabia que eu estava perdendo as folhas. Eu nem mesmo sabia que folhas existiam, e então... Folhas! Você... Você são óculos. Eu sou gay. Eu sou muito, muito, muito gay! Sou extremamente gay!
Foi uma das cenas que mais me emocionou. Não sei se foi pela semelhança de quando coloquei meus óculos pela primeira vez, mas essa cena trouxe de volta uma memória tão boa a tona, que eu comecei a chorar, eu entendi o que a Erica quis dizer, eu senti isso.
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