segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Igreja promete cura e soropositivo morre

Esta reportagem está sendo debatida na lista de discussões Gospel LGBT, e achei interessantíssima, e oportuno, o momento, para tratá-la aqui:


Após revelação divina, soropositivo abandona tratamento e morre

A sabedoria popular defende que a fé remove até montanhas. No caso do desempregado Gilson de Oliveira Silva, 44 anos, a fé não foi suficiente para livrá-lo dos efeitos do vírus HIV.

Depois de frequentar a Igreja Ministério do Fogo por um ano e ter ouvido uma revelação de que estaria curado, Gilson suspendeu por seis meses o tratamento com coquetéis.Na segunda-feira (31), foi sepultado no Cemitério Quinta dos Lázaros. Segundo Simone Oliveira Silva, irmã de Gilson, ele sofria muito em virtude do HIV e de um câncer que teve na face. "Ele estava desesperado. A fé nessas revelações cegaram meu irmão", afirma Simone, que ainda quer detalhes sobre o que teria levado Gilson a abandonar os medicamentos.Ela contou que foi agredida pelos membros da igreja e pela própria pastora e promete levar o caso à Justiça.

A sede da Igreja Ministério do Fogo fica numa transversal da Avenida Jorge Amado, no Imbuí. A casa, sem identificação, estava fechada na manhã de segunda-feira (31).Vizinhos que não quiseram se identificar disseram que a igreja é uma chaga no local. Uma senhora garantiu que a líder religiosa manipula os fiéis. "Se uma mulher é casada e o marido não vai ao culto, ela inventa histórias pra a pessoa ficar impressionada até arranjar outro", contou.Uma moradora da rua onde está a igreja afirma que o local é sempre palco de confusões e muito barulho. "Eles enganam as pessoas dizendo que são de Cristo. Fizeram a maior confusão quando a família do rapaz (Gilson) chegou", diz a moradora, garantindo que não é a primeira vez que a pastora faz promessas de cura.

Segundo o criminalista Sérgio Reis, abusos de pessoas que se dizem agentes da fé ou enviados de Deus podem ser denunciados à polícia e ao Ministério Público, pois tais cultos geram prejuízos à comunidade. "Nesse caso específico, enquanto acreditava estar curado, o rapaz pode ter até transmitido o vírus para outras pessoas. É preciso que em situações assim haja a interferência dos poderes públicos", defende.Gilson recebia os coquetéis contra o HIV no Hospital das Clínicas. O infectologista Eduardo Martins Neto não confirmou se ele deixou de pegar os medicamentos, mas contou que os pacientes são orientados sobre a necessidade de manter o tratamento. "Algumas vezes, fazemos contato com pacientes faltosos, mas não há como controlar toda a demanda", disse.

Fonte: http://cenag.terra.com.br/noticias_ler.php?id=NzE2

Um comentário:

  1. Gospel, acredito francamente que toda vez que mistura-se religião e ciência, quem perde é o homem. Essa história é mais um exemplo de quanto o obscurantismo pode, literalmente, ceifar um vida. Uma pena! Abraço!

    ResponderExcluir

1-Este blog aceita comentários que sejam específicos, ou em diálogo com as postagens correspondentes, conteúdo fora do contexto da mensagem correspondente poderá não ser publicado.

2- São vedados comentários com conteúdo de pregação ou proselitismos de doutrinas específicas de igrejas cristãs, ou qualquer outra religião,salvo quando estes se referirem à crítica de uma postagem principal em concordância ou discordância da mesma, devidamente fundamentados.

3-Conforme art. 5º, IV da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

4-Todo conteúdo dos comentários será avaliado, sendo reservado o direito de não serem publicados, os comentários, caso seus fundamentos sejam ofensivos ou desrespeitem o direito dos homossexuais.