Publicado no Jornal OTEMPO em 03/09/2011
Nacional. Lideranças jovens das regiões Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul |
Fundada em setembro de 2010 a partir da união de dezenas de ONGs que representam as 27 unidades federativas brasileiras, a ArtGay ganhou, recentemente, uma nova frente de ação. Trata-se da ArtGay Jovem, comissão especialmente dedicada a assegurar a defesa dos direitos humanos de gays com idade até 29 anos.
Tal iniciativa justifica-se, na perspectiva de Carlos Bem, coordenador da comissão, por serem justamente os jovens as principais vítimas de violência física e moral devido à própria homossexualidade.
"Nossa principal intenção foi criar uma rede na qual pudéssemos discutir questões relacionadas à realidade dos jovens gays, que, em certo sentido, acabam se dissolvendo em meio a debates mais generalistas", explica Bem, também coordenador do Movimento Gay da Região das Vertentes, em São João del Rei.
Dentre os principais focos de atuação do grupo, estão a criminalização da homofobia, a criação de estratégias para reduzir a discriminação de cunho sexual em escolas e universidades e, além disso, o desenvolvimento de estratégias para reduzir o preconceito no mercado de trabalho.
"Nesse primeiro momento, o plano é pressionar os governos estaduais e federal em relação à criação de políticas de juventude para o público LGBT, até agora inexistentes. Ao longo dos próximos meses, vamos realizar vários encontros estaduais de jovens gays e, em 2012, teremos o primeiro encontro nacional, agregando representantes da esfera federal", adianta o coordenador, em relação aos próximos passos da ArtGay.
"Temos um ano para trabalhar nos 27 Estados brasileiros, tendo como meta convencer os representantes do poder público sobre a necessidade de políticas voltadas à juventude LGBT", resume.
A construção participativa de ações e políticas públicas
Prestes a completar um ano de existência, a ArtGay realizou entre 14 e 17 de agosto o seu primeiro encontro nacional, que contou com ativistas ligados a 70 ONGs brasileiras e representantes de seis ministérios do governo federal.
Dentre as diversas atividades empreendidas durante o evento, Carlos Bem destaca as mesas que trataram de temáticas relacionadas a saúde e segurança pública.
"Foram duas discussões que apontaram, de modo concreto, boas possibilidades de trabalho daqui em diante. Vimos, por exemplo, que as políticas de prevenção à AIDS não têm sido efetivas nem suficientes", exemplifica Bem.
É a partir do diálogo entre representantes do governo e do movimento gay que, segundo ele, se pode obter ações mais adequadas. "Quando o setor público cria tudo sozinho, ele acaba não atingindo a população", pontua. (DT)
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