Alguns argumentos
trazidos em termos de apologética, em questão da promiscuidade ser um mal em
si mesmo, tentam sair do viés moral-religioso para o viés cientifico, sem, contudo, serem bem sucedidos no feito. Afinal, dizem os profetas da desgraça alheia: “transar
com camisinha não é 100% de garantia de que não se contrairá uma DST, como, por
exemplo, o HPV e isso cientificamente comprovado”.
Para tais pessoas do argumento
retromencionado, o jeito eficaz para não
se contrair doenças sexualmente transmissíveis é não ser promíscuo nunca,
afinal, a doença reside na promiscuidade de
per si. Ou seja, se seguíssemos essa lógica nem respirarmos mais
poderíamos. Imaginem que a “Gripe Suína- H1N1”- matou em 2009, segundo dados da
OMS (organização Mundial da Saúde), uma média estimada em 570 mil pessoas (NewScientist). A saber, uma das formas de transmissão da doença é se respirar o
ar do mesmo ambiente infectado pelo
vírus.
Se em contra partida,
tomando por base os dados da Gripe Suína, que em sua forma epidêmica foi fatal,
compararmos o número de óbitos causados por câncer de colo de útero, HPV
transmitido por relações sexuais, em Brasília, no ano de 2012, concluiremos que
o monstro não é tão feio como se querem pintar, uma vez que 84 mulheres
faleceram vítimas do mal, em uma população de 2.648.532 habitantes.
Poderíamos pensar na
Dengue, doença comum no Brasil, por exemplo, mata mais que o HPV e não deixa
muito tempo para o paciente ser tratado. E agora, diante do exposto, a quem
deveríamos culpar por essas moléstias? A questão é muito óbvia, trabalha-se um
conceito a partir de uma premissa falsa: A promiscuidade é a fonte da doença.
Enquanto, na verdade, o mau uso do corpo é a causa.
Ir ao médico
regularmente, fazer os exames de rotina, cuidar do corpo, da saúde, é um dever
de quem quer viver bem. Fatalmente, vamos contrair doenças, não estamos livres
delas, mas se tivermos o diagnostico precoce das mesmas, em muitos casos. elas
são inofensivas como, por exemplo, o diagnostico eficaz do câncer de colo de
útero em seu estágio inicial.
Ninguém morre por fazer
sexo; as pessoas morrem por não se tratarem, por não procurarem o médico, por
acharem que tudo está bem. Jogar a culpa do descuido pessoal no comportamento sexual,
chamando-o de promiscuidade e elaborar
conceitos morais religiosos, querendo dá-los o ar de cientificidade, é uma
estupidez que camufla o preconceito e a ignorância
e nada contribui para uma melhor qualidade de vida.
Gays são promíscuos? E
quem não é?
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