segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

GENIZAH E OS PROFETAS DO PINTO E DA VAGINA



Quando Carlos Nascimento, no jornal do SBT, disse que nós já fomos mais inteligentes, no episódio em que Luiza volta do Canadá, pontualmente, eu discordei do âncora... Penso que a futilidade faz parte da vida, e que novas formas de sociedade estão em ebulição, dentre elas, redes sociais, que sim, podem ser notícia por fazer de um anônimo celebridade em questões de segundos, como com a Luiza, que mesmo no Canadá, ficou sabendo... Enfim, uma reportagem sobre as novas mídias e marketing.

Por outro lado, Carlos Nascimento acertou quando disse que já fomos mais inteligentes... Por exemplo, quando o brasileiro suspeitava de pastores evangélicos, que pediam dízimos e ofertas e trocavam seus carros velhos por máquinas zero quilômetros, com o dinheiro do povo. Mas, não acertou tanto assim... Afinal, sempre em contra partida se deixou dominar pela Igreja Católica e seus ideais metafísicos, ou por algum político de discurso eloquente e rostinho bonito: pois é, quem não se lembra do Collor?


Mas, lendo alguns artigos do Genizah foi que eu, de fato, acreditei na estupidez e na imbecilidade! Oras, num dos artigos do blog tem por anúncio: Quantas vezes as meninas do Big Brother Brasil se masturbaram diante das câmeras da TV Globo? E logo a baixo, como subtítulo em destaque: O Brasil mergulha fundo na iniquidade.

"Ai, nação pecadora, povo carregado de iniqüidade, descendência de malfeitores, filhos corruptores; deixaram ao SENHOR, blasfemaram o Santo de Israel, voltaram para trás." Isaías 1.14:4 (SIC)

Eu tenho vergonha de viver em um país onde o assunto da semana é este e o da semana passada foi o estupro no na TV.

O Genizah conclama seus leitores a se mobilizarem para não permiterm que o Brasil seja lançado, às gerações futuras, na iniquidade, afinal, são cristãos e não esquentadores de banco, blá, blá, blá, blá... etc, blá, blá!

Essa mesquinhez, hipócrita, sórdida, mascarada de santidade, não é diferente daquilo que Malafaias, Hinns, Santiagos, Macedos, Hernandes e tantos outros fazem... Iniquidade não nos fala de masturbação, ninguém é iníquo por sentir TESÃO, ou tocar em seus órgãos genitais... E demais, qual o problema de falar isso abertamente ou na mídia? Esse pudor fétido, virulento que o Genizah prega é fruto de uma mente decadente, que enxerga no pinto e na vagina o mal do mundo, produto de uma frustração sexual manipulada e manipuladora, oriundas da religião por subjugar os fiéis, como ovelhas, aos ditames severos dos pastores espertalhões, no final, o Genizah foi buscar apoio, novamente em MARCO FELICIANO, mas não é esse a quem eles fingem criticar?
A guerra santa do Genizah é a guerra do sexo e do pudor, moralistas de plantão, que não têm nada a acrescentar e, portanto, fazem do PINTO E DA VAGINA os ícones de santidade, castidade e pudor, num discurso direitista, enganam milhares... Isso é fundamentalismo disfarçado de EVANGELHO, anti-ecumênicos, ultraconservadores, dizem apresentar um Reino de Deus, que nem o próprio Deus conhece! Mas tudo isso numa fala mansa... Afinal, não é bom despertar suspeitas das reais intenções... Dizem criticar os vendilhões, mas lucram $$ com a mesma crítica, e ao final, Malafaia, Terra Nova, Feliciano, não deixam de ser, para eles, fonte de renda $$$$$$$$$

Nós já fomos mais inteligentes, nunca vi o Genizah, por exemplo, mobilizar-se com tanta veemência contra a pobreza, isso mesmo cara-pálida! Nesse artigo catstrófico do Genizah, contra a natureza e as necessidades fisiológicas, o Genizah foi contundente, até usou Isaías para falar de uma iniquidade, em que, a despeito, Isaías nunca falou! Mas contra a pobreza esse blog de intenções duvidosas nunca foi tão profícuo ou tão ferrenho quanto!

E ao que pese, Isaías nunca falou do sexo como algo iníquo, pelo contrário, no texto usado Isaías 1,4 o profeta está falando contra a iniquidade, a injustiça, dos políticos de Israel contra os pobres, o próprio Deus está desprezando o culto desses senhores, e não é porque eles se MASTURBAM NÃO, pelo contrário, as pessoas que levam oferendas para Iahweh são as mesmas que não se importam em fazer o direito (mishpât) funcionar, que não fazem justiça ao desprotegido órfão e à abandonada viúva. Isaías, em um dos textos proféticos mais violentos contra um culto que funciona só para mascarar as injustiças que se cometem no dia-a-dia contra os pobres, pede aos príncipes de Sodoma e ao povo de - na verdade, de Jerusalém - para ouvirem a palavra de Iahweh. Ele fala de príncipes de Sodoma, não como algo sexual, o pecado de Sodoma é a injustiça social, onde os ricos exploram os pobres e se gloriam disso, então no capítulo 1, o mesmo que o Genizah usou diz:

10 Escutem a palavra de Javé, chefes de Sodoma; preste atenção ao ensinamento do nosso Deus, ó povo de Gomorra: 
11 Que me interessa a quantidade dos seus sacrifícios? - diz Javé. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de novilhos. Não gosto do sangue de bois, carneiros e cabritos.
12 Quando vocês vêm à minha presença e pisam meus átrios, quem exige algo da mão de vocês?
13 Parem de trazer ofertas inúteis. O incenso é coisa nojenta para mim; luas novas, sábados, assembléias… não suporto injustiça junto com solenidade. (1:10-13).
16 Lavem-se, purifiquem-se, tirem da minha vista as maldades que vocês praticam. Parem de fazer o mal,
17 aprendam a fazer o bem: busquem o direito, socorram o oprimido, façam justiça ao órfão, defendam a causa da viúva. (1:16-17)


E assim, o que se pode concluir disso tudo, é que o Genizah OCULTOU o verdadeiro sentido do texto, usou a bel prazer, para guerrear contra o PINTO E A VAGINA enquanto o pobre que se dane, e isso não passa de mais um engodo evangélico... Solamento!




domingo, 22 de janeiro de 2012

Oração


Oh, minha Santa Proctyl,
me perdoa se sou vil...

Mas me escuta com carinho:
faz sarar o meu r*binho!

Se tu me tirares dessa,
eu te faço três promessas:

Cura a dor que me machuca,
e depois não faço chuca.

Cura o ardido que incomoda,
e amanhã não caço f*da.

Cura e fecha essa fissura,
e não chupo p*ca dura.

Tu me ajudas, dás alento
e as promessas são sinceras...

Mas, depois de cem por cento,
vou ferrar com todas elas!

Mas, para além do poema da Proctyl, a pergunta que quero fazer é: quantos dos leitores são passivos ou também passivos e já tiveram problemas no sexo anal, e quantos frequentam ou já foram ao proctologista e como foram atendidos?

sábado, 14 de janeiro de 2012

Abordagem homossexual de peças divide opiniões

Teatro.Temática homoerótica da Campanha de Popularização é analisada em pesquisa


JULIA GUIMARÃES                                                                      Publicado no Jornal OTEMPO em 14/01/2012

Comédia. Espetáculo "O Nome dela É Valdemar" foi analisado na pesquisa "O Riso e a (in)Visibilidade" do grupo Gudds


Entre as comédias em cartaz na Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, um elemento é recorrente: muitos são os espetáculos a abordarem o riso a partir da representação do homossexual. Os contornos dessa representação, porém, costumam gerar opiniões e análises distintas. 

Se, por um lado, há quem veja a construção de uma identidade estereotipada e limitadora do gay nas montagens, por outro existe também a defesa de que tal visibilidade ajudaria a reduzir preconceitos.

Recentemente, o assunto foi tema de uma pesquisa realizada pelo Grupo Universitário em Defesa da Diversidade Sexual (Gudds), intitulada "O Riso e a (in)Visibilidade", que analisou a temática homoerótica nos espetáculos da 36ª Campanha, realizada em 2009. A pesquisa selecionou peças cuja sinopse evidenciasse a abordagem do tema, somando 11 espetáculos.

A primeira constatação foi de que apenas uma das montagens não estava circunscrita no campo da comédia. O riso foi então um dos princípios da análise, identificado como elemento regulador do convívio social. "Usamos a definição do riso de Bergson, como algo que reprime as excentricidades. Mas não realizamos uma pesquisa de recepção para entender do que exatamente as pessoas riem. Também percebemos que, nas encenações, o importante era a performance do ator pautada pelo estereótipo, mais do que a trama", diz Igor Leal, ator e integrante da pesquisa.

O estudo também constatou que as peças utilizam referências disseminadas socialmente. "Elas constroem a homossexualidade com os mesmos parâmetros do senso comum, por isso funcionam tanto", diz Leal.

Para Luiz Fernando Duarte, que produz duas peças de temática gay nesta Campanha ("O Nome dela É Valdemar" e "Uma Empregada Quase Perfeita"), a intenção de suas comédias é rir de situações presentes no cotidiano de um homossexual. 

"A gente recebe muita crítica por acharem que o gay é alvo de riso, mas nossa intenção é apenas a de narrar situações engraçadas", defende. "Não acho que os personagens sejam estereótipos pois existem vários tipos de gays retratados nas peças. A gente busca passar o que é real".

A pesquisa conclui, porém, que as comédias abordadas não podem ser encaixadas no conceito de homoerotismo, por adotar uma perspectiva limitadora sobre as relações homossexuais. "Elas não problematizam nem levantam as diferentes possibilidades afetivas de relacionamento gay", aponta Igor Leal.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Pastor é demitido de sua igreja por defender um gay


Pastor denuncia homofobia na sua própria igreja e é demitido pela comissão administrativa

Virou notícia em Vitória da Conquista um ato de discriminação contra um membro da Igreja Batista da Graça, ganhando até proporção estadual. O pastor Sérgio Emílio Meira Santos, após ter prestado queixa na polícia contra o que considera uma prática homofóbica ocorrida em sua congregação, foi até demitido do cargo de pastor.

Por Laís Vinhas
pastor Sérgio Emílio Meira Santos

O pastor da Igreja Batista da Graça, Sérgio Emílio Meira Santos, compareceu agora à tarde ao Distrito Integrado de Segurança Pública/Disep para prestar queixa contra o que considera uma prática homofóbica ocorrida dentro de sua congregação. Segundo o religioso, um adolescente de 16 anos, membro da igreja, estaria sofrendo constrangimentos em função de sua orientação homossexual, o que teria acarretado, inclusive, sua demissão da condição de pastor em função da defesa que fez para que o jovem continuasse freqüentando a igreja.


Inconformado com a situação, o pastor esteve hoje, acompanhado do pai do adolescente, Carlos André da Silva, na sala da delegada plantonista Carla Rodrigues, a quem narrou toda a situação. Logo depois, pai e filho prestaram queixa contra integrantes do conselho administrativo da Igreja. Entre as pessoas citadas, está a ex-vereadora e vice-presidente do Conselho, Helita Figueira que, segundo informou o pastor, teria manifestado publicamente durante um culto da igreja sua insatisfação quanto à freqüência do jovem homossexual na congregação, fato relatado à delegada Carla Rodrigues.


Segundo o pastor, a opção sexual do adolescente motivou uma reunião do conselho, quando ele voltou a defender que, com base nas Escrituras Sagradas, não poderia, “em hipótese nenhuma”, negar a freqüência do adolescente aos cultos, inclusive na condição de músico. Logo depois – lembra o pastor – recebeu em casa uma carta assinada por membros do conselho informando sobre sua demissão do cargo. Entre outras coisas, alegava-se que o mesmo não estaria cumprindo a contento suas atribuições de pastor. Para ele, as alegações foram apenas uma “nuvem de fumaça” para encobrir os reais motivos da demissão.

“Sei que houve uma reunião na casa de um membro do corpo administrativo da Igreja Batista da Graça, reunião que teria ocorrido no dia 23 de dezembro, e um dos assuntos discutidos é que eu haveria colocado uma pessoa de orientação sexual homossexual para tocar o teclado e por isso eu não poderia continuar como pastor dessa igreja. E o que me surpreendeu é que eu presidi o culto no dia 31 de dezembro, presidi a escola dominical e o culto do dia 1 de janeiro, com todos os membros presentes, e nada foi falado sobre minha saída da Igreja. Mas no dia 02 de Janeiro, sem comunicação aos membros da igreja, que é dirigida pela sua assembléia geral, um táxi, de forma anônima, entregou a carta ao meu pai, que não é uma pessoa evangélica. No decorrer dessa balbúrdia, descobrimos que um dos assuntos tratados na reunião da vice-presidente do Conselho Administrativo (Helita Figueira) é que eu não tinha condições de continuar pastor uma vez que coloquei um homossexual tocando teclado”.


Fonte: Vitória da Conquista: site da cidade

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Novelas e o beijo gay, o que muda no pensamento social?



Esta é uma entrevista que concedi aos estudantes de jornalismo da Universidade Nove de Julho, para uma publicação de circulação interna da universidade, não sei se foi publicada, mas agora vocês podem conferir aqui:

Você acredita que a imagem do homossexual é muito estereotipada nas novelas? Por quê? 


Sim, há um estereótipo forte e contumaz, contudo, ele retrata, ou melhor, ele satisfaz, plenamente, à proposta última desse movimento cultural, filosófico, literário das denominadas novelas. Acontece que esse estilo vem de forma imediata do movimento Romântico (séc. XIX, Inglaterra, Alemanha e França) e o mesmo não era um movimento de ruptura social, pelo contrário, era um movimento burguês de escapismo, utopia, subjetivismo, fantasia, individualismo. A "idealização" do ideal burguês faz parte disso; as coisas não são vistas como realmente são, mas como deveriam ser segundo uma ótica pessoal: a pátria é sempre perfeita; a mulher é vista como virgem, frágil, bela, submissa e inatingível; o amor é quase sempre espiritual e inalcançável; o homossexual, nesse período, é encarado como um doente, uma caricatura, um mal que deve ser combatido. Sem embargo, o Romance projeta o gosto do público burguês; os primeiros romances editados no Brasil, ainda na década de 1830, marcam-se pelo aspecto do folhetinesco. O folhetim, publicado com periodicidade regular pela imprensa, equivale as atuais novelas de televisão e confina com a subliteratura.



A abordagem do homossexualismo nas novelas ajuda a combater o preconceito ainda existente? 


Vamos corrigir primeiro um termo: homossexualismo. Vamos chamar de homossexualidade. “Ismos” têm ligações com partidos políticos e movimentos religiosos, filosóficos, práticas ideológicas, etc; “idade” como sufixo, na língua portuguesa, é forma de substantivos a partir de adjetivos, que expressam caráter, qualidade, atributo daquilo que é próprio de algo ou alguém, modo de ser, estado, admiração e pluralidade. Assim “idade” retrata melhor o homossexual naquilo que ele é, ou seja, seu modo de ser, existir.

Nessa pergunta dois há um paradoxo, por conta de uma fenomenologia social; a abordagem da homossexualidade nas novelas, em princípio, não ajuda a combater nada, afinal, não há uma proposta de quebra de paradigma sociocultural, politizada, uma ideia de ruptura com as estruturas de poder. Não é a proposta do movimento Romântico, não é a proposta de uma novela. Contudo, em contrapartida, existe o marketing, e, sendo ele positivo ou negativo, real ou “caricaturado”, ele traz a figura do gay para dentro da casa de pessoas, fazendo com que este se torne familiar ao ambiente, mais perto da realidade daquele núcleo, que antes fechava tal possibilidade, é algo extremamente ambíguo, afinal, as pessoas que estão nesse ciclo passam a admitir a possibilidade do gay, desde que este esteja na casa do vizinho, nunca na casa deles mesmos. O homossexual nessa perspectiva seria admitido desde que ele seja: o filho do meu amigo, o colega de trabalho, escola, alguém na casa do vizinho ao lado, nunca no meu núcleo, NUNCA MEU FILHO.

Então respondendo diretamente a pergunta, óbvio, que dentro desse contexto fundamentado, a novela ajuda a popularizar uma imagem distorcida de um homossexual, mas não combate a homofobia, ela traz a possibilidade do gay como algo comum (ainda que um bobo da corte, afetado), mas o preconceito continua lá, silencioso, tácito. Entretanto, como ele passa a ser uma realidade presente e possível, torna-se mais fácil discutir o tema HOMOSSEXUALIDADE dentro da coletividade, pois ele passa a ocupar a agenda do dia, mas a novela em si mesma só popularizou algo, a redução do preconceito se da efetivamente no combate da militância e das políticas públicas.

Toda a divulgação realizada pela mídia se torna positiva?

Depende, vários fatores, mas, enquanto tornar comum o homossexual, sim, é positivo esse aspecto.


A visão homossexual demonstrada nas novelas está longe da realidade? Por quê? 

Sinceramente, eu acredito que esteja sim. Em Ti-Ti-Ti, eu cheguei a ficar arrepiado com o Thales e o Julinho. Julinho foi retratado como um “gay de família”, praticamente uma donzela incauta, pura, quase virgem, esperando ser assumido por seu “príncipe encantado”! Na verdade, o que se tem é uma leitura de um romance heterossexual, sendo escrito para homossexuais vivenciarem. Em outras palavras, há um óculo heterossexual na leitura do que seria um romance gay, então o romance gay da novela é escrito de forma a abordar os ideais da heteronormatividade para o casal gay em si. Algo, que em meu entender é incompatível com o universo da homossexualidade em si.

Penso que o homossexual não pode, e nem deve querer, ser retratado dessa forma. O homossexual deve valorizar seu jeito de ser gay, criar seu universo, e se orgulhar dele, e não ficar mendigando a vivência das marcas estabelecidas do que se tem e se acha, por isso, algo “natural”. Queremos nosso Direito Civil pleno, mas o enquadramento ao estilo hetero de ser não, caso fosse assim, seria melhor transarmos também com pessoas do sexo oposto.

Ser homossexual é algo muito além de curtir o sexo com iguais, mas é ter identidade própria, uma ontologia própria. O homossexual tem uma forma própria de se relacionar, de se estabelecer e se articular. O homossexualidade não é uma forma de desejo (anormal para o heterossexual), não pode ser reduzida a isso, mas é algo desejável, que cada gay deve se orgulhar.

Ser homossexual é ser envolto em implicações históricas; por muito tempo as sociedades heteronormativas condicionaram o comportamento gay às relações casuais, ao desejo, à libido. A imagem de rapazes transando, sem vínculos, apenas guiados a uma satisfação imediata, responderia aos ditames sociais severos, assim, tranquilizaria o senso comum às caricaturas preconcebidas (prostitutos, promíscuos, lascivos, doentes, invertidos, histriônicos). Mas estarrece, quando a homossexualidade passa ser desejada por seus atores, muito mais do que um conformismo, passivo, inexpressivo. Agora ela é bem mais do que mero sexo, ela forma comportamento, modo de vida homossexual. Contudo, esse modo de vida é muito diferente do casal Julinho e Thales em Ti-Ti-Ti, porque esse modo de vida é ideal de uma cultura normativa, diferente daquela que o homossexual, de fato, preconiza, estabelece.

Assim, penso que há um erro de leitura. O gay sendo retratado como um casal tipo hetero é um demérito, um contrassenso, ao estilo de vida gay. A questão não é a caricatura, que é uma forma de deboche, mas também não é o enquadramento de um estilo próprio dos heterossexuais. O estilo gay é próprio, é de identidade, é ontológico, e se estabelece no ORGULHO disso, e não vislumbrei tal feito sendo retratado nas novelas.     

domingo, 8 de janeiro de 2012

EVANGÉLICOS, GAYS, PROMISCUIDADE E BLÁ, BLÁ, BLÁ...




Lendo alguns artigos na internet, acabei por entrar em sites evangélicos, num deles, curiosamente, achei uma reportagem sobre o falecimento de Clodovil Hernandes, na verdade, um artigo completo que falava da vida do deputado e estilista. Mas, foi ao final, que o não surpreendente aconteceu... Até mesmo, eu estava surpreso por tudo aquilo, entretanto, não fugindo à regra, um comentário final do editor do blog: 

Infelizmente, Clodovil era uma pessoa solitária, de maneira que mesmo que quiséssemos, não teríamos a quem prestar condolência. Mas não poderíamos deixar de expressar nossos pêsames por seu falecimento. Ainda que discordemos de muitos dos seus posicionamentos, admirávamos sua autenticidade e seu talento artístico.Embora assumisse publicamente sua homossexualidadejamais deixou de expressar seu repúdio à promiscuidade, e de expor a tristeza que sentia por sua condição. Quem somos nós para julgá-lo? Em vez de julgar, que tal proceder de acordo com a recomendação bíblica de "chorar com os que choram"?

 Na verdade, antes não chorarem! Afinal, e muito próprio, parece-me que eles (os evangélicos) já se alegraram demasiadamente enquanto Clodovil, morto, fingia viver! Pois é assim, que os religiosos CRISTÃOS se comportam em relação aos gays: "gay bom é gay morto!". Jamais quererão reconhecer qualquer direito, mínimo que seja, em relação aos LGBTs, e sempre farão desse discurso da "promiscuidade" a bandeira de frente para combater tudo que venha dos homossexuais, afinal, taxar essa categoria de promíscua é conditio sine qua non desse jogo espúrio e maldoso, que no final, sempre vem revelando em que lugar, de fato, habita a promiscuidade! Seria desnecessário falar dos adultérios, no meio evangélico, inclusive na alta cúpula das igrejas, e das escorregadas do celibato entre os clérigos romanos  e, de igual modo, o imperioso adultério reinante no seio das famílias católicas? 

Penso eu que não, nunca é demasiado lembrar, e também, vale dizer, que nunca irei me conformar dos homossexuais, inúmeras vezes, assumirem esse discurso para si mesmos e se condenarem nele! Não é promíscuo o gay por fazer sexo, nem mesmo aqueles que se entregam as prazeres carnais com extrema facilidade... O conceito de promiscuidade é um conceito de mistura desordenada, e me parece muito próprio alguém que condena algo, na calada da noite, praticar àquilo que condenou publicamente, algo misturado, desordenado e confuso, ou seja, promíscuo! De igual modo, uma pessoa que jura fidelidade eterna e trai, adultera, parece-me uma mistura de valores, demasiadamente, promiscua! 

Mas, infelizmente tem muito gay que não enxerga seu lugar, como o caso de Clodovil, e que prefere viver uma vida falecida, cheio de traumas e crises, do que vivenciar uma sexualidade sadia em si mesmo, para no final, em sua morte, ter uma notinha de rodapé, de uma igrejinha qualquer, de um pastorzinho qualquer, elogiando a sua "morte vida" como o ápice do esplendor humano, mas, cada um acredita no que quer...