sábado, 27 de novembro de 2010

O amor está mudando

 

Para a psicanalista Regina Navarro Lins, a sexualidade e a forma do brasileiro se relacionar estão passando por uma transformação: é o fim do amor romântico- fonte IG

Um dilema entre os desejos de estar sempre junto e de liberdade. É o que vivemos nos relacionamentos amorosos atuais, segundo a psicanalista Regina Navarro Lins. Para ela, as pessoas enfrentam cada vez mais conflitos entre as exigências de um namoro ou casamento – como monogamia e controle - e seus os desejos individuais. Ainda de acordo com a especialista em relacionamentos com quase 40 anos de experiência, a tendência é de que os envolvimentos fiquem diferentes no futuro próximo, com cada vez menos fusão do casal, exclusividade sexual e ciúmes.

Esse cenário do comportamento amoroso e sexual dos brasileiros é apresentado no livro “Cama na Rede - o que os brasileiros pensam sobre amor e sexo” (Editora BestSeller), que chega às livrarias em dezembro. Nele, Regina comenta o resultado de 50 enquetes sobre o tema feitas com leitores de seu site entre 2000 e 2009.

Foto: Celso Pupo/Fotoarena

Regina Navarro Lins: "Sexo é sexo e amor é amor"

Colunista do Delas, Regina Navarro Lins fala ao site sobre a nova forma de amar:

iG: A pesquisa apresentada no livro aponta quais grandes alterações no comportamento sexual e de relacionamento dos brasileiros?
Regina Navarro Lins: O amor romântico começa a sair de cena, felizmente. Ele é calcado na idealização do outro, na ideia de que os parceiros se completam, de que quem ama não sente desejo por mais ninguém. Hoje vivemos um momento de busca da individualidade, que não é egoísmo, e sim poder realizar desejos e projetos sem depender do outro. Antes a ordem do amor era fazer sacrifícios - e era a mulher quem fazia. Hoje a pessoa pode não estar a fim de permanecer na relação se ela não trouxer um crescimento individual. Claro que cada um escolher como viver, mas acho que a maioria não vai mais querer se fechar na relação a dois. O amor romântico de ficar grudado parece bom, mas a maioria vive mal e o sexo no casamento é uma tragédia, né?
iG: Então o amor sem a ideia de complementaridade muda o casamento como conhecemos?
Regina Navarro Lins: O casamento pode ser ótimo, mas para isso é necessário que as pessoas reformulem as suas expectativas a respeito da vida a dois. Se vocês acham que se completam, que nada mais no mundo interessa e só o outro te satisfaz, o casamento não vai funcionar bem porque não é real.

iG: Então ficar muito junto ou muito seguro é o que esfria o sexo no casamento? E há como resgatar a química na relação?
Regina Navarro Lins: É a excessiva intimidade, familiaridade. Mas o grande vilão do tesão no casamento é a exigência de exclusividade. O casamento vira uma dependência emocional entre pessoas. Se você sabe que seu marido não sai do seu pé, não larga de você, ele vira um irmão e não tem mais estímulo para desejar. O mínimo de insegurança é necessário para que o tesão continue. Tenho consultório há 37 anos e nunca vi um casamento com controle no qual as pessoas realmente estejam bem.

iG: Muita gente afirma que o ciúme faz parte do amor, 44% das pessoas na pesquisa concordam com isso. Essa é uma insegurança positiva ou negativa na relação?
Regina Navarro Lins: É maléfico. Desde que nascemos aprendemos que quem ama tem ciúme. Já cansei de ver gente que se preocupa quando o parceiro não sente ciúmes. É um cacuete, um hábito que as pessoas precisam largar, porque é muito limitador pra quem é alvo e pra quem sente.
iG: Então as relações extraconjugais podem ser aceitas em um relacionamento? Mas as pessoas não se sentem desrespeitadas ou magoadas quando isso acontece?
Regina Navarro Lins: A exigência de transar só com uma pessoa é difícil de cumprir. Temos muitos estímulos. Só que não transam com outros para não magoar, dentro de uma mentalidade moralista. É óbvio é que as relações extraconjugais acontecem em maioria porque variar é bom, todo mundo gosta.
Mas as pessoas dizem que isso acontece porque a pessoa não ama a outra. E daí vem o sofrimento atroz. Se você é amada ou desejada, o que o outro faz quando não está com você não interessa. Acho importante refletir sobre essa questão. As mentalidades têm que mudar e as pessoas precisam entender que fidelidade não é importante para ser amado, para a relação dar certo. Quem ama pode transar com outras pessoas. É uma ficção achar que as pessoas vão estar muito satisfeitas transando com a mesma pessoa por 30 anos. Quem quer comer a mesma comida, usar a mesma roupa todo dia?

iG: Em uma das perguntas apresentadas no livro, mais de 70% das pessoas dizem que sexo sem amor pode ser ótimo. A limitação para fazer sexo sem estar em um relacionamento parece ser mais moral, portanto, já que o desejo existe para a maioria?
Regina Navarro Lins: Criou-se uma ideia para as mulheres que sexo tem que estar ligado ao amor. Para homens nunca disseram isso. Podemos ter sexo ótimo amando ou com alguém que acabamos de conhecer.

Foto: Divulgação

A cama na rede - O que os brasileiros pensam sobre amor e sexo 434 páginas R$ 39,90 Editora BestSeller Editora BestSeller

iG: Mas a mulher com essa postura mais aberta de relacionamento não afasta os homens? Porque segundo o seu levantamento, 68% das pessoas dizem que eles se assustam quando elas são experientes.
Regina Navarro Lins: Sim, eles ficam temerosos. Homem não se assusta com a mulher independente financeiramente, com sucesso profissional. Ele se assusta com a mulher autônoma, liberta dos padrões de comportamento. É a mulher experiente, que não está mais presa naqueles estereótipos definidos de ser frágil, não fazer sexo no primeiro encontro.

iG: E de maneira geral a sociedade está preparada para essas mudanças, para abrir mão da exclusividade sexual com o parceiro e investir na individualidade?

Regina Navarro Lins: A sociedade não estava preparada para o divorcio na década de 50 e olha como está agora. Os casais caretas sempre existiram e fazem parte de uma minoria.

domingo, 21 de novembro de 2010

O Talibã no Brasil são os cristãos

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O discurso da hipocrisia, disfarçando o ódio como direito de liberdade de se expressar...

Imaginem vocês, caros leitores, se eu fosse um evangelinazista contumaz, talvez eu pudesse, em nome da liberdade de me expressar, congregar, na órbita desse conceito nobre, uma série de acusações contra um grupo qualquer, afinal, em nome do DIREITO DA EXPRESSÃO TODOS OS OUTROS SUCUMBEM, INCLUSIVE, O DA VIDA E O DA DIGNIDADE!

Assim, para exemplificar, deixe-me pegar como exemplo algumas coisas próprias de minha formação. Sou descendente de alemão nato, com italiana nata. Minha pele é branca, meu cabelo é liso, venho da classe média e tenho boa formação. Como direito posso expressar minha fé, e esta vem dos evangélicos, que acreditam, por exemplo, que a marca que Deus colocou em Caím, por ter matado Abel, foi a cor negra. Necessariamente, tal idéia de expressão religiosa foi justificada na escravidão norte-americana, nas colônias do sul. Dessa forma, todo um grupo de pessoas, de pele negra, estão marcados pelo poder da religião e sua interpretação bíblica.

As origens do racismo e do preconceito contra o negro, a religião dos negros e a comida dos negros são bíblicas! E eu posso não concordar com a cultura dos negros e me manifestar contra ela, porque minha fé me dá o direito de assim proceder, e se alguém tentar me contradizer, eu ainda tenho, na Constituição da República, o direito inconfundível, princípio que está acima de todos os princípios, da liberdade de expressão e crença.

Isso pode parecer nojento, hipócrita, abominável, mas é exatamente isso que a Igreja Evangélica fez aos negros nos EUA, e é exatamente isso que a Igreja Cristã faz contra os homossexuais na atualidade.

Semana passada, o pastor presbiteriano e chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Augustus Nicodemus Lopes, trouxe novamente a polêmica sobre a homossexualidade e a homofobia e o direito de se expressar... Para o pastor o PL 122/06 maximiza o direito de um determinado grupo, ao mesmo tempo em que, minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados pela Carta Magna e pela Declaração Universal dos Diretos Humanos.

Engraçado, o Nicodemus deve desconhecer o Código de Defesa do Consumidor, que trata os consumidores de forma a maximizar seus direitos frente os distribuidores e fornecedores numa relação de consumo, com o fim de tratar com igualdade a parte fraca na relação consumerista. Da mesma forma, não deve conhecer o Direito dos Trabalhadores, que maximiza o empregado e seus direitos frente ao poderio do empregador, restabelecendo a igualdade diante da lei dos interesses pretendidos. Deveria perguntar ao Nicodemus de quais direitos os homossexuais gozam para que, em havendo uma lei que proíba o preconceito, ferirá a relação de igualdade entre homossexuais e heterossexuais? E quando o dito pastor se refere a Carta Magna, a que Carta ele está se referindo, a Constituição ou a Bíblia? (isso é válido, pois quando na boca de um fundamentalista está dito a máxima carta ela nunca será a Constituição de qualquer país, antes de ser seu próprio livro sagrado).

Assim, a criminalização do racismo foi exatamente proibir a expressão livre do ódio contra um grupo, por este ter a cor da pele diferente da branca! A criminalização do homicídio é proibir a livre expressão do ódio contra alguém em que pese na eliminação deste da face da terra! A criminalização do roubo e do furto consistem em proibir a livre expressão e manifestação de alguém em saquear qualquer objeto de outrem por meios ardilosos ou pela força! A grave ameaça é a proibição da livre expressão da palavra, gestos e qualquer outro meio que intimide alguém de forma violenta. A criminalização da homofobia será a proibição da livre expressão de alguém difundir seu ódio contra o outro pelo simples fato desse se comportar diferente do que a heteronormatividade impõe.

Desta forma, a liberdade de expressão não é um direito absoluto no ordenamento jurídico, e em vários momentos a liberdade de expressão é e deve ser restringida, caso contrário uma pessoa que no momento da iria expressasse todo seu ódio contra o outro, no mais alto grau, matando-o, não poderia responder por homicídio (art. 121 do CP), pois ela simplesmente estaria usando seu direito absoluto de se expressar e manifestar. A própria constituição entende assim quando diz:

“Art. 5º, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”.

Ou seja, a própria Constituição limitou a liberdade de expressão frente à lei, não sendo tal princípio do Direito encarado de forma plena ou indiscutível. Ainda, dois princípios estão dispostos sobre todos os outros: a VIDA e a DIGNIDADE, e eles sempre se sobressairão em qualquer hermenêutica aplicada na lei para seus efeitos.

Não demorou, e logo um velho conhecido veio se manifestar: JÚLIO SEVERO. Júlio não sustenta nem 1/3 da inteligência que ele adoraria ter, aliás, basta ver seu argumento para que se tenha pena da falta de senso do mesmo. É um asno falante (e que me desculpem os asnos pela ofensa, afinal comparar Júlio Severo a qualquer criatura é demeritório às criaturas a que a ele forem comparadas)! Escarra Júlio:

“os homofascistas nunca trocariam o Mackenzie por uma mesquita como alvo de suas reais manifestações de ódio. Eles tremeriam de medo só de pensar em fazer um protesto na frente da Embaixada do Irã, país que tradicionalmente mata homossexuais!”

Assim, Julio afirma que os homossexuais se aproveitam da, suposta, passividade dos cristãos.

Bem, que passividade cristã é essa? A passividade da inquisição católica, a passividade de João Calvino com Serveto em Genebra, a passividade dos luteranos e de Lutero com camponeses e judeus na Alemanha, ou a passividade de Hitler, cristão católico, e leitor de Lutero, contra os judeus, gays, ciganos etc?

Agora, interessantíssimo, é saber que da passividade evangélica até um exército foi criado: A LIGA DE ESMALCADA, que pretendia lutar contra outro exercito cristão pacífico: a coalizão católica, e que os dois exércitos se uniram para derrotar os turcos seljúcidas: 1531-1538. Ou seja, católicos e protestantes guerreando contra os muçulmanos. E o que dizer da passividade dos irmãos irlandeses católicos e protestantes, armados até os dentes, com milícias terroristas de ambos os lados?

A passividade cristã é assombrosa, e é implícita a apologia à guerra e ao massacre que Júlio Severo faz em seu texto, uma vez em que os cristãos começarem a agredir fisicamente os gays, em semelhança do que acontece com os muçulmanos, os gays não terão coragem de reagir! Essa é a verdadeira imagem de Júlio Severo, um hipócrita talibã de bíblia em punho! ESSA É A FACE DA IGREJA EVANGÉLICA NO BRASIL, UMA IGREJA TALIBÃ, que ameaça tudo e todos que não se submetem aos seus desígnios.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Indicação de Livros:Fé-Homossexualidade.

 

Por Marco Antonio, na lista Gospel LGBT

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  • Fé além do ressentimento: fragmentos catolicos em voz gay. James Alison. Editora É Realizações. O livro deve-se ao fato de o autor ter descoberto que seria impossível ser teólogo se não estivesse ao mesmo tempo disposto a buscar ser honesto e sincero a respeito daquilo que significa viver como um fiel católico que é: um homem gay, neste período histórico do desabamento de um armário cada vez mais frágil. Os capítulos deste livro são diversas tentativas do autor de permanecer fiel à vocação de teólogo católico sem evitar o campo onde é mais difícil proclamar a verdade na cultura atual da nossa Igreja: o campo gay. http://www.erealizacoes.com.br/ecom/produtos_descricao.asp?lang=pt_BR&codigo_produto=1271

  • Talar Rosa: Homossexuais e o Ministério na Igreja. André S. Musskopf. Editora Oikos. Na atualidade há dois temas extremamente complexos para a teologia e a ética: o ministério e a ética sexual. Não satisfeito com um deles, o autor aborda os dois. A obra apresenta um trabalho cuidadoso de pesquisa, que consegue sistematizar um belo conjunto de informações para subsidiar uma discussão atualizada sobre ordenação ministerial de pessoas homossexuais.  Através dessa obra, o autor busca em argumentos teóricos e empíricos, narrar tentativas de homossexuais de servir dentro de um contexto eclesiástico que se deparam com a longa e sofrida marca dos pré-conceitos. http://www.oikoseditora.com.br/catalogo_oikos_3.html

  • Homossexualidade, Conjugabilidade e Violência: alternativas de compreensão e perspectivas de vida. Arno Scheunemann. Editora Oikos. Esta obra compreende trabalhos apresentados em diversos encontros da ABAC-Associação Brasileira de Aconselhamento. Os textos expressam um leque plural de pressupostos e alternativas de compreensão, bem como diferentes perspectivas de vida. Materializam, assim, o espírito de cooperação ecumênica, a criação de pontes entre as pessoas que trabalham com aconselhamento e o respeito à diversidade confessional, cultural e religiosa, defendidos pela ABAC. Trata-se de um belo conjunto de alternativas de compreensão e perspectivas. O desejo de autores/as é “que sua leitura fomente a agitação, a colisão e as dispersões necessárias para que, na homossexualidade, na conjugabilidade e na violência, a preferência seja pela vida!” http://www.oikoseditora.com.br/catalogo_oikos_3.html

  • Pode a Bíblia Incluir? Marcio Retameno. Editora Metanoia. Não há outro viés para uma leitura inclusiva da Bíblia senão o viés ou o método histórico-crítico de análise dos textos que compõem a Bíblia. A leitura inclusiva da Bíblia pressupõe que o leitor ou o pregador bíblico assuma a tarefa – nem sempre fácil – de desconstrução, não apenas dos textos, mas igualmente do pensar teológico, inclusive o dogmático, para, a partir daí, construir este novo edifício chamado “Teologia Inclusiva”. Neste livro, o teólogo e historiador Márcio Retamero, nos alerta de que não podemos considerar uma leitura inclusiva das Escrituras Sagradas aquela que lança mão dos pressupostos fundamentalistas de análise das Escrituras, ficando apenas na literalidade do texto ou, o que é talvez mais perigoso, apenas no entendimento “espiritual” do mesmo (sempre subjetivo), apenas relativizando as passagens bíblicas que supostamente condenam a homossexualidade, reproduzindo, desta maneira, uma leitura seletiva da Bíblia. http://www.metanoiaeditora.com/home-mainmenu-1/produtos/details/885/104/teologia/pode-a-biblia-incluir?.html

  • Bíblia e Homossexualidade. Alexandre Feitosa. Editora Metanoia. Este livro é fruto de uma análise inovadora de textos bíblicos que, supostamente, condenam a homossexualidade, proporcionando uma visão pouco explorada no meio teológico, com o intuíto de abrir as portas da inclusão para milhares de cristãos homoafetivos antes excluídos em virtude de uma interpretação equivocada das Escrituras. O que se espera agora não é um debate entre os favoráveis e aqueles contrários à homoafetividade, mas a libertação de muitos que vivem sob um jugo não imposto por Cristo, mas construído ao longo dos séculos por uma interpretação literalista da Bíblia Sagrada. http://www.metanoiaeditora.com/home-mainmenu-1/produtos/details/882/104/teologia/biblia-e-homossexualidade.html

  • Proibido Amor. Davy Rodrigues. Editora Metanoia. Protestantismo, Catolicismo, Judaísmo, Islamismo, Budismo, Espiritísmo, caminhos religiosos tão plurais quanto as vertentes da Sexualidade Humana, as religiões algumas vezes libertam, outras aprisionam em conceitos de difícil compreensão sobre os mais variados temas do cotidiano. Proibido Amor é o primeiro romance de uma coleção que aborda esses conflitos de maneira simples e cativante. http://www.metanoiaeditora.com/home-mainmenu-1/produtos/details/881/106/cultura/proibido-amor.html

  • Banquete dos Excluídos. Marcio Retameno. Editora Metanoia. A religião é o assunto em pauta no cenário mundial. A dúvida é se isso corresponde à fome e sede que a humanidade tem de Deus, possibilidade descrita poeticamente na Bíblia, ou se ela resulta do marketing, produtor de desejos, agente da ideologia do poder dominante e excludente do mundo que, também, aparece – de modo profético – nas Sagradas Escrituras.Neste livro, Márcio Retamero, fala da vida sem anestesiar o leitor da dor da realidade de nossa existência. Ele denuncia os elementos mais escondidos nos recôndidos da consciência individual e coletiva querendo, como Jesus, exorcizar os demônios disfarçados de porcos, atormentadores da paz humana, que saltitam livres sobre as covas abertas da sociedade. Nos convoca não só ao pensamento e à reflexão, mas à tomada de atitude frente à Graça Divina. Este toma o seu corpo emprestado para arrebatar homens e mulheres dos poços da alienação e da marginalidade. Sua leitura é para todos que acreditam que a religião pode agenciar a vida como morada de Deus em nós. http://www.metanoiaeditora.com/home-mainmenu-1/produtos/details/879/104/teologia/banquete-dos-excluídos.html

  • Homossexuais e Ética Cristã. José Transferetti. Editora Átomo A obra lança a sociedade e a Igreja ao desafio de redefinir a lógica sexual, política, sociocultural em relação aos sempre discriminados e subjugados por uma sociedade ocidental, heterocêntrica e sexista. Há que superar uma estranheza convivencial para aceitar o outro na sua alteridade, para vencer o obstáculo à aproximação e ao reconhecimento do diferente, para combater parâmetros mentais que encastelam a maioria heterossexual em secular tradição de preconceitos, tabus, mitos e práticas dominadoras. http://www.grupoatomoealinea.com.br/livro.asp?livro_cod=8587585231

  • Teologia e Sexualidade: um ensaio contra a exclusão moral. José Transferetti. Editora Átomo. Muitas pessoas não conseguem compreender o que efetivamente está acontecendo em nosso mundo. Questões relacionadas a homossexualismo, AIDS, família, casamento, procriação entre outras nos têm deixado perplexos, com muitas dúvidas. O discernimento moral no campo da sexualidade tem sido uma árdua tarefa para todos e por isso convido-o para esta leitura. http://www.grupoatomoealinea.com.br/livro.asp?livro_cod=8587585622

  • Deus, por onde andas? José Transferetti. Editor Atomo.  Este livro reúne textos, passagens, entrevistas, fatos que estão relacionados com as atividades pastorais com homossexuais do autor, o qual busca transmitir mensagens de otimismo para todas as pessoas, especialmente àquelas mais sofridas. http://www.grupoatomoealinea.com.br/livro.asp?livro_cod=8586491497

  • O que a bíblia realmente diz sobre a homossexualidade. Daniel A. Helminak. Edições GLS.  

    O autor, padre católico com doutorado em teologia, cita fielmente todos os trechos em que há menção de homossexualidade e analisa seu significado de acordo com os mais recentes estudos históricos, apontando o engano de quem vê condenação de homossexuais na Bíblia. http://www.gruposummus.com.br/detalhes_livro.php?produto_id=666

Marco Antonio

www.marcoantonyo.blogspot.com

Enquanto isso, na Suécia...





Como as coisas por lá são diferentes das coisas por aqui, confira o vídeo:



quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Em carta endereçada a Noel, garoto pede ajuda para os pais

Fonte: O Tempo

Com apenas 12 anos, adolescente cozinha, cuida da irmã mais nova e da casa.

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O pai é alcoólatra, a mãe sofre com os sintomas da depressão. É início da tarde, mas ambos já dormem no quarto do casal, resignados. No precário cômodo ao lado, no barracão em Ribeirão das Neves, o filho de 12 anos chora enquanto sua irmã de 3 anos brinca no velotrol. Ainda tão pequena, ela já entende o contexto familiar: "Meu pai está bêbado e mamãe, doente", diz a caçula.

Sentado num sofá surrado e com preocupações de gente grande, o adolescente resolveu apelar para Papai Noel. Com vergonha da letra que considera feia, o garoto pediu para a tia Marilene da Costa Moreira escrever uma carta endereçada ao bom velhinho. No texto, ditado, ele pede a solução para os problemas da família: tratamento médico para os pais. "Sinto falta de amor e de carinho."

Segundo Marilene, com as doenças e consequente ausência dos pais, é comum ver o menino fazendo comida e arrumando casa. Quando não está no trabalho, a tia ajuda a cuidar dos dois sobrinhos, que vivem com os pais em um barracão no bairro Sevilha B. "Fico muito triste. Gostaria mesmo é de brincar mais, como as outras crianças. Jogar bola, andar de bicicleta e jogar videogame", diz.

Para o menino, um tratamento de saúde para os pais traria mais felicidade do que qualquer outro presente. "Meu sonho é ver meu pai sem beber. Espero que eu consiga isso com a carta", diz o menino, aos prantos.

Na casa, não falta alimentos, mas a família não tem condições financeiras para custear tratamento médico, conforme informa a tia. É o adolescente quem entrega nas mãos da mãe o remédio antidepressivo que ela precisa tomar e também cuida da casa na falta de outro responsável.

"Ele já teve que implorar ao pai que fosse ao mercado fazer compra", conta a tia, indignada com a postura do próprio irmão. "Ele não está tendo vida de criança e está com notas fracas na escola. Passa o tempo cuidando dos pais, tenho medo que ele pule etapas", desabafa.

Traumas. Tanto a tia quanto o menino afirmam que o pai é trabalhador - ganha a vida construindo piscinas -, mas tem problemas constantes com álcool. "Bebe até no trabalho", diz Marilene. Mesmo jovem, o garoto explica o motivo da tormenta pela qual seu pai passa. "O pai dele, meu avô, foi assassinado há quase vinte anos. Me contaram que, desde então, meu pai ficou uma pessoa triste. Começou a beber e não parou mais".

Solução

Tia procura um padrinho para ajudar adolescente

7[NORMAL_A]O">O garoto que pediu ajuda para o Papai Noel para tratar os pais não conseguiu participar da campanha de apadrinhamento dos Correios. Neste ano, a empresa só recebeu cartas de crianças carentes por intermédio de escolas, abrigos e creches.

A carta ainda está com a tia paterna do menino, Marilene da Costa Moreira, que tentaria levar o pedido do sobrinho aos Correios. Segundo Marilene, o garoto tem uma rotina diferente de outras crianças e, por isso, tornou-se triste e calado.

"Nossa família viveu um trauma. Mas meu irmão teve dificuldade de superar. Há 19 anos, após uma briga por disputa de herança, nosso pai foi assassinado pelo próprio cunhado. Pouco tempo depois, nossa mãe também morreu, o que piorou ainda mais as coisas. Meu irmão acabou se entregando ao vício do álcool", emenda a tia. (RRo)

Quem quiser ajudar a família do adolescente de Ribeirão das Neves pode fazer contato pelo telefone (31) 9806-8836

Capital cubana realiza festival de travestis

Manuel Proenza recorda que, há 20 anos, ser multado ou preso por ser travesti era comum em Cuba. Para ele, esses erros agora começam a ser reparados

No último domingo, centenas de pessoas compareceram a um festival de travestis em Havana, Cuba. Realizado no teatro América, no centro da cidade, o espetáculo marca um novo momento na vida dos transformistas do país.

Artistas como Manuel Proenza, que se apresenta como travesti há 21 anos, se mostravam satisfeitos com a recepção do público, que, além de gays, incluía casais, idosos e famílias com crianças.

Proenza, também conhecido como Mari Dalia, lembrou que era comum que travestis fossem presos ou multados no começo de sua carreira em Cuba. "Para o governo, o que fazíamos não era arte, e sim coisa de afeminados", conta. "A polícia nos pegava em qualquer lugar, nos prendia e nos multava, só porque estávamos fazendo nossa arte. Amo Cuba e não tenho nada contra o governo, mas cometeram muitos erros conosco, que só agora estão reparando."

Ele conta ainda que, durante anos, as atividades dos transformistas eram clandestinas. Os espetáculos eram privados e o acesso dos profissionais a teatros e centros culturais era proibido.
No entanto, as coisas parecem ter mudado no país. Além do reconhecimento oficial como artistas, os travestis deixaram de ser perseguidos pela polícia.

"Agora nos consideram artistas. Vamos aos teatros e os artistas cubanos trabalham conosco", diz Manuel Proenza.

Proenza já participou de três filmes cubanos, incluindo Habana Blues, de 2005, que ganhou prêmios na Espanha e nos Estados Unidos. Mas ele diz que nem sempre é possível encontrar oportunidades de trabalho.

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Já vestidos, os artistas agora se chamam Samanta, Mari Dalia e Tina. Eles estão prontos para a apresentação. Foto: Raquel Pérez

Com pouco trabalho, segundo Proenza, é difícil arcar com os altos custos da profissão: estojos de maquiagem custam cerca de US$ 25, perucas valem no mínimo US$ 100 e um vestido feito sob encomenda custa pelo menos US$ 80.

Apesar da recepção entusiasmada do público, que canta, aplaude e tira fotografias do espetáculo, Proenza, já transformado em Mari Dalia, disse à reportagem da BBC que muitos cubanos ainda desrespeitam os travestis. "Os cubanos tem muito o que aprender sobre os homossexuais, pessoas que são agredidas sem que tenham feito nada a ninguém."

Fonte: Jornal Estado de Minas

NOTA OFICIAL CONTRA A VIOLÊNCIA HOMOFÓBICA

ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

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No último domingo (14/11/2010) foram noticiados em cadeia nacional dois casos separados de atos extremos de violência contra homossexuais.

Em São Paulo, em plena Avenida Paulista, um grupo de cinco jovens perpetrou dois ataques diferentes que, segundo testemunhas, foram gratuitos e caracterizados como homofóbicos pelos xingamentos feitos pelos atacantes.

No Rio de Janeiro, após a 15ª Parada LGBT, um jovem gay foi baleado no estômago no Arpoador, também gratuitamente. Segundo a vítima, o agressor é um militar que trabalha nas redondezas, no Forte de Copacabana.

Felizmente, desta vez, nenhuma das vítimas morreu.

Para a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), estes casos, infelizmente, são apenas a ponta de um imenso iceberg, e ganharam visibilidade nacional inusitada, porém bem-vinda.

Diariamente, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) sofrem violência desta natureza em nosso país. E pior, a cada dois dias, em média, uma pessoa LGBT é assassinada no Brasil, segundo dados do Grupo Gay da Bahia.

Portanto, a ABGLT vem se manifestar, mais uma vez, pelo fim imediato de toda e qualquer violência homofóbica, e pela promoção de uma cultura de paz e respeito à diversidade, conclamando:

Ao Poder Executivo, em todos os níveis, que tome as medidas cabíveis e apure os fatos destes e de outros crimes de violência cometidos contra LGBT, identificando e punindo exemplarmente os culpados, sem deixar os crimes impunes. A impunidade gera mais violência.

Que o Governo Federal acelere a implementação do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e dos Direitos Humanos de LGBT.

Que os governos estaduais e municipais elaborem e também implantem seus planos de combate à homofobia.

Que promova a educação para o respeito à diversidade sexual, para que as novas gerações possam aprender a conviver com e respeitar as diferenças.

Que promova no âmbito estadual e municipal, eventos de sensibilização de agentes da segurança pública, como o II Seminário de Segurança Pública para LGBT, que na semana passada no Rio de Janeiro capacitou 150 policiais de todo o país em questões específicas à segurança da população LGBT.

Ao Congresso Nacional, que aprove legislação específica contra toda e qualquer forma de discriminação no Brasil, inclusive a discriminação homofóbica, e que certos parlamentares deixem de afirmar que a população LGBT não precisa de legislação que a proteja desta forma. Os fatos sobre a violência e a discriminação contra LGBT estão expostos, é hora de agir e cumprir o papel de legisladores eleitos para representar todos e todas os/as brasileiros/as, sem distinção. O Projeto de Lei da Câmara nº 122/2006 está tramitando no Congresso Nacional desde 2001 (P/L 5003/2001). São nove anos de inércia e desrespeito à população LGBT, nove anos de incentivo à continuação da violência e discriminação contra LGBT, nove anos de endosso da impunidade.

Em parceria com diversas instituições, com o intuito de despertar para este cenário, nos dias 23 e 24 de novembro, a ABGLT estará apoiando a realização de três eventos consecutivos no Congresso Nacional: o Seminário Escola Sem Homofobia, a Audiência Pública Bullying Homofóbico nas Escolas, e o Seminário sobre os Assassinatos de LGBT.

Ao Judiciário, que continue julgando favoravelmente as demandas pela igualdade de direitos, condenando os casos de homofobia, punindo de forma rigorosa a violação dos direitos humanos de LGBT.

Que continue baseando suas decisões nos preceitos constitucionais da não-discriminação, da dignidade humana, da intimidade, da segurança e do direito à vida.

Aos Religiosos, que ajudem a semear a cultura da paz e do amor ao próximo. E que determinados religiosos fundamentalistas parem imediatamente de incitar a discriminação e o ódio contra as pessoas LGBT, ao nos categorizarem como “doentes” ou “anormais”.

Temos testemunhado que essa intolerância pregada por setores fundamentalistas cristãos tem sido transformada em violência extrema. A pregação religiosa que ataca os homossexuais acaba por legitimar atitudes de ódio.

Infelizmente, temos assistido a uma onde conservadora, que ganhou contornos fortes na campanha presidencial. Ela atinge mulheres, negros, nordestinos e LGBT.

É preciso dar um basta a todo e qualquer tipo de preconceito. Vivemos em um país democrático, onde a igualdade e a não-discriminação são preceitos fundamentais. Esta violência há de parar. A vida humana não pode ser banalizada desta e nem de qualquer outra forma.

Que a sociedade brasileira se conscientize da gravidade do problema da homofobia e da difusão de preconceitos. E que o Estado brasileiro aja para garantir direitos e reprimir exemplarmente atitudes de violência e discriminação.

Por uma cultura de paz e respeito à diversidade.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

JESUS, O MACHO E A FÊMEA

 

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Vieram a ele alguns fariseus e o experimentavam, perguntando: “é licito ao marido repudiar sua mulher por qualquer motivo?” Então respondeu ele: “Não tendes lido que o criador, desde o princípio, os fez homem e mulher, e que disse: ‘por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?’ De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem. (Mateus 19, 3-6).

"Bendito sejas Tu, Eterno, nosso Deus, Rei do Universo que não me fizeste mulher" .

Ou ainda No Talmud de Babilônia - Tratado "Menachot" 43 B está escrito:

“O Rabi Meir disse: O homem deve recitar três bênçãos cada dia, e elas são: Que me fizeste (do povo de) Israel; que não me fizeste mulher; que não me fizeste ignorante.”

Essas bênçãos fazem parte da liturgia tradicional judaica dentro do conjunto de "agradecimentos a Deus" conhecido como "Bênçãos matinais" e que são recitadas toda manhã ao despertar.

Os Sábios do Talmud interpretaram o versículo "Toda a glória da filha do rei na sua casa" (Salmo 45:14), ensinando que a honra de uma mulher exige que ela fique na sua casa, cumprindo sua função essencial de ter filhos e de facilitar ao seu marido o cumprimento dos preceitos.

 Seguindo essa lógica, as mulheres eram definidas pelo aspecto biológico, como mães procriadoras; do ponto de vista sociológico, eram dependentes, primeiro do pai e depois do marido; e, sob o prisma psicológico, eram incapazes de dedicar-se a temas tidos sérios ou importantes, exclusivos dos homens. Portanto, a presença de uma mulher num lugar público - na rua, no mercado, nos Tribunais, nas casas de estudo, nos eventos públicos ou nos cultos religiosos - era considerada uma ofensa à sua dignidade de mulher.

A priorização das tarefas femininas voltadas para o lar - tomar conta da casa, das crianças e do marido - terá como conseqüência direta a limitação da função religiosa; portanto, a mulher fica liberada da obrigação do cumprimento de determinados preceitos judaicos que têm um momento especifico para serem cumpridos. Em uma tradição onde a obrigação de cumprir os preceitos divinos é considerada uma grande honra, prova da escolha e do amor divinos, a isenção da mulher de certas obrigações se cobre de outros significados.

Determinar o que fazer com o tempo é símbolo de liberdade que o homem pode usar conforme seu entendimento. O homem é livre para escolher dedicar seu tempo a Deus, a mulher não é livre de fazê-lo (na prática, mulheres e escravos têm as mesmas obrigações e cumprem os mesmos preceitos).

Dentro desse conceito, a decisão de liberar as mulheres do cumprimento dos preceitos de hora marcada é uma demonstração da grandiosidade do mesmo Deus que cede aos homens o seu privilégio de ser o dono do tempo das mulheres. Elas ficam liberadas de cumprir os preceitos divinos, mas permanecem subordinadas – em tempo e ações - ao marido, o lar, as crianças.

Elas são donas da casa, eles são donos delas. De fato, até em hebraico a palavra "marido" é baal, que significa "dono, patrão, proprietário e donos do mundo."

Assim nem a leitura da torá por uma mulher era bem-vinda. Antigamente, a pessoa que ia ser convidada para ler a Torá em público durante o serviço religioso do Shabat, era avisada com antecedência para ter a possibilidade de preparar a leitura. Como em geral quem tinha acesso ao estudo, facilidade e tempo para se preparar eram os homens, o convite a uma mulher seria interpretado como se naquela congregação não houvesse sete homens aptos a ler a Tora, o que seria uma vergonha para a mesma (isto é, para os homens).

Destarte, se a mulher já estava "liberada" de alguns preceitos, essa segunda razão - evitar a desonra da congregação - a impedia de cumprir aqueles preceitos que, mesmo sem ser obrigada, ela poderia - se assim o desejasse - escolher cumprir.

Foi dentro deste contexto desfavorável que a questão do divórcio e do repúdio da mulher foi levantada pelos fariseus a Jesus. Eles não queriam uma explicação, mas eles queriam saber como o mesmo se manifestaria dentro da questão polêmica. E Jesus surpreende a todos, inclusive ao seus discípulos, quando ele dignifica a condição da mulher diante do homem, e a eleva em status de igualdade.

Jesus lembra aos fariseus um texto que remonta ao princípio de tudo, quando Deus criou ao homem, ele criou a humanidade, homem e mulher os criou, em condição de imagem e semelhança, sem diferenciar a mulher ou submetê-la ao homem. Contudo, Jesus sabia que uma tradição assim procedia, mas Jesus então dá a chave interpretativa... Se na tradição do “crescei e multiplicai” a mulher é posse, e é a mesma tradição que diz que o homem deve deixar pai e mãe e unir a sua mulher tornando-se uma só carne, Jesus volta à condição de igualdade, de dignidade à mulher, a mesma dignidade outrora conferida pelo documento “P” ao concluir que se são uma só carne não há distinções entre o papel do homem e o papel da mulher, que a mulher não pode ser repudiada por qualquer defeito, e nem o homem é dono dela, pois são os dois a mesma imagem e a mesma semelhança de Deus em igualdade: UMA SÓ CARNE.

Assim Jesus estabelece que aquela regra onde na lei de Moisés era permitido ao marido dar carta de divórcio e despedir a sua mulher por qualquer motivo – (Ex.: Andar com o cabelo solto, girar na rua, conversar com outros homens com demasiada familiaridade, maltratar os pais do marido, gritar – falar com o marido em voz tão alta que fosse ouvida pelos vizinhos, não ser uma boa dona de casa, etc.). Josefo, o historiador Judeu, escreveu – “O repúdio à mercê dos caprichos dos maridos e a seu bel-prazer dominava a regulamentação do divórcio entre os judeus”- não era a regra desde o início, pois a dureza dos corações havia transformado a mulher em posse, mas desde o princípio ela era tão imagem e semelhança de Deus quanto o homem, e não deveria ser tratada como submissa, mas em igualdade de condições.

Assim, quando Jesus usa o termo macho e fêmea, ele o faz para dignificar a mulher diante do homem, e não para dizer ou estabelecer que essa seja a única relação sexual possível e aceita e querida por Deus. Pelo contrário, ele aqui não está falando de sexo ou sexualidade, mas quebrando um estigma de gênero, perverso e opressor contra as mulheres e suas posições dentro do judaísmo. Não tem nada a ver com sexo, com gays ou com eleição de relacionamento sexual possível. Mas fala de dignidade, grandeza, e elevação de condições de todos em igualdade diante do criador:

Façamos o homem a nossa imagem e conforme a nossa semelhança... E Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, macho e fêmea os criou (Gênesis 1, 26-27).

Tal atitude surpreende inclusive aos discípulos que chegam a concluir que se for para tratar com igualdade e não como posse, a mulher, é preferível não se casar:

“Se essa é a condição do homem relativamente a sua mulher, não convém casar (Mt 19,10).”

Você pode acreditar no que quiser, mas não seja baixo ao ponto de aproveitar da ignorância para disseminar a intolerância. Macho e fêmea não deveria ser colocado na boca de qualquer pastor ou cristão, pois macho e fêmea não é condição de trepada nas escrituras, mas condição de ser diante daquele que cria todas as coisa para sua glória.

Silas Malafaia continuará sendo a raposa que é, pois sempre haverá algum cristão babaca para repetir sem escrúpulos aquilo que ele vocifera sem caráter e dignidade alguma. Às vezes penso que os evangélicos merecem a sua própria sorte...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Deus fez macho e fêmea e o Silas Malafaia!

Por Renato Hoffmann

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Um dos maiores engodos criados pelas seitas pentecostais tem nome: Silas Malafaia. Este que se diz pastor, e graduado em psicologia, costuma com os ares de sua arrogância habitual desferir uma série de falácias, supostamente, sustentadas por um argumento de autoridade frágil, ou uma lógica débil, aliás, como é todo o caráter do suposto pastor. Sua arrogância acompanha o medo do próprio embrolho argumentativo ser desmascarado ou não sustentar diante argumentação contrária; naquilo que lhe falta de senso e epistemologia compensa com uma retórica agressiva, intimidadora, mas que nem por isso é verdadeira.

Silas se acostumou a ganhar dinheiro fácil, e muito dinheiro, dinheiro doado para sustentar a religião, dinheiro este que o mesmo emprega, DESVIA, na aquisição de aviões e vida luxuosa, e viagens acintosas. Tudo isso, usando de frases de efeitos, e enganando ao povo evangélico em seu gênero, que historicamente, no Brasil, é um povo menos alfabetizado e intelectualizado, salvo os que veem das igrejas históricas. Aliás, já de muito que o comportamento do Silas mereceria a investigação do Ministério Público, para apurar a legalidade das ações do mesmo no cenário nacional. E para falar disso, muito embora para mim devesse ficar sem comentários, mas como os leitores pedem para que o blog se manifeste, é que, em último, vejo mais uma apologia ao preconceito do que uma pregação religiosa, uma afronta ao artigo 3º, incisos III e IV da constituição da República os outdoors com a inscrição: “Em defesa da família e preservação da espécie humana. Deus fez macho e fêmea (Gn 1,27).

Acontece que Deus criou o homem: Macho e Fêmea os criou, e criou o Silas Malafaia. Na verdade Deus criou coisas maravilhosas, e criou coisas insignificantes também, criou coisas supremas e estúpidas, ele fez o campo, nos deu as rosas... os espinhos, cardos e as ervas daninhas também (Gn 3,18). Da mesma massa Deus criou vasos de honra e de desonra (Rm 9,21), fez o homem, macho e fêmea os criou, e fez o Silas Malafaia!

O gênero usado no livro de Gênesis não é um princípio espiritual, como querem alguns não exegetas e pseudo-hermenêutas das Escrituras! Aliás, o culto a Javé, no Antigo Testamento, põe para o historiador da religião uma curiosidade, pois Javé desmitifica noções cultuais de divinização do sexo das culturas circunvizinhas da tribo dos hebreus. No culto dos cananeus a cópula e a geração eram encaradas como acontecimentos divinos envoltos numa religiosidade saturada de imagens sexuais míticas. Contudo, Israel não participa dessa orientação interpretativa, onde Javé transcendia a polarização sexual, nunca sendo a sexualidade um elemento de um mistério sagrado, ou um princípio espiritual, como alguns andam gritando nas rádios e nas TVs por aí. O sexo para Israel pertencia à ordem das criaturas. E em princípio, pois mais tarde a divinização vai acontecer, mas em princípio é a afastada toda a divinização do sexo do culto e da realidade sagrada. Ou seja, Israel teve em sua doutrina da criação a dessacralização do sexo.

As diversas obras criadas, no livro de Gênesis são postas em nível de gradação com o criador, não sendo elas ligadas diretamente, ou de maneira imediata com o mesmo. Deus criará a partir do caos, do caos o mundo será tirado, nascerá, daquilo que era sem forma, vazio, será colocado acima do próprio caos, sendo mantido acima do abismo. Não há uma pessoalidade imediata, uma aferição de um caráter, ou um liame que indique qualquer coisa criada de forma que venha estabelecer um sentimento intrínseco. No entanto, o homem está criado e colocado numa relação imediatamente junto de Deus, não é criado por uma palavra, mas é ornado, trabalhado, não constitui um ato de mera vontade, mas um ato de expressão de identidade, pois quando é esculpido é também imprimido na característica de seu escultor. Uma ligação imediata, um liame entre aquele que cria naquilo que é criado, numa decisão particular e solene:

“E formou o senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.” (Gn 2,7).

Num outro texto, uma expressão muito clara e conclusiva não está na marca do esculpir, tão somente na declaração de SEMELHANÇA, que se faz assentar toda a esfera teológica nessa órbita:

“ E disse Deus: façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança... E criou Deus o homem, a sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.” (Gn 1, 26-27.).

O que se pode dizer que o objeto esculpido tzélém é a imagem, estátua, e demût é a semelhança, equivalência. Onde a segunda palavra interpreta a primeira, referindo-se ao homem no todo. Sendo esse ornamento e formação hâdâr igual à superioridade, majestade oriunda da própria identidade de Deus que o faz, poder-se-ia dizer da beleza perfeita do primeiro homem. Como imagem de Deus, o homem é colocado acima de todos na criação, contudo uma expressão: e disse Eloim (corte celeste)! O homem é criado à imagem de Eloim, e a ideia deve ser completada pelo Sl 8,5- termo que possuiu duas características imutáveis: sábio (II Sm 14, 17-20) e bom (I Sm 29,9). Assim Deus criou o homem, macho e fêmea- a sua imagem e semelhança: sábio e bom! Não fala de sexualidade, mas de caráter divino impresso na criação. Ou seja, que o homem (Adamah igual a humanidade) é criado à imagem de Eloim (sábio e bom), macho e fêmea (homem e mulher).

Até aqui foi comentado a teologia do DOCUMENTO “P”, que descreveu esta relação na criação, contudo no capítulo 2, o texto de Gênesis retoma a criação do homem, mas com um outro documento, o DOCUMENTO “J”, e nele a descrição da criação da mulher. Segundo o ponto de vista javista, a razão de ser da criação do mundo foi o homem (2,4 – 3,24). É bem econômico em descrever o mundo criado que cerca o homem: toda planta do campo ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava, porque ainda não havia homem (2,5; 2,9); o jardim no Éden com um rio o regando (2,10 – 15); os animais foram criados para tentar resolver o problema da solidão do homem (2,18 – 20); a mulher foi criada para ser seu complemento (2,21 – 25). Assim, a mulher está CONSIDERAVELMENTE afastada da criação do homem.

Enquanto no documento “P” macho e fêmea são imagem do sábio e bom (Eloim), no texto do documento “J” a mulher é uma auxiliadora, uma peça acessória, e não principal, ela é auxiliadora semelhante ao homem, mas não idêntica a ele! Um ser que vem como complemento daquilo que é principal, sua criação se dá de uma costela que pertencia ao homem e nisso Adão se manifesta:

“esta é agora ossos do meu osso e carne da minha carne, será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.” (Gn 2, 23).

Foi criada por Deus para agraciar ao homem, submetendo a ele sua existência. O crescei e multiplicai faz parte de um sentimento de posse e sujeição, que não está contido no texto de Gn 1,27- que diz homem e mulher os criou, já no texto javista: “ambos estavam nus, o homem e a SUA mulher... (Gn 2, 25).

O que se pode concluir: que o Silas Malafaia usa o texto do macho e fêmea sem saber a razão teológica expressa nele, o expõe querendo ser ácido contra os gays, e demonstra toda a sua ignorância e imbecilidade no que concerne a bíblia e a teologia do antigo testamento. E também, que as mulheres cristãs heterossexuais que aplaudem tal atitude devem seguir as escrituras se submetendo aos seus maridos nos caprichos de suas vontades, submissas aos mesmos, cumprindo a glória de Deus! Mediante isso, acho que vou arrumar uma mulher para mim... Estou precisando de alguém que lave minhas cuecas.

RJ:Oficial do Exército é convocado a depor

 

Polícia quer lista de militares de plantão para tentar identificar autor do tiro. Vítima conta ter sido abordada após Parada Gay em Copacabana.

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A Polícia Civil convocou o oficial de dia do Exército, de plantão no domingo (14) para prestar depoimento. Ele será ouvido no caso do estudante foi baleado, no Parque Garota de Ipanema, no Arpoador, Zona Sul do Rio de Janeiro, pouco depois da Parada do Orgulho Gay, em Copacabana. A vítima acusa militares de o terem abordado de maneira homofóbica e efetuado o disparo. O exército nega.

 

"Os militares teriam chegado ao grupo fazendo ameaças e, então, houve o disparo. Estamos em contato com o Exército para conseguir chegar aos suspeitos, já que a vítima nos disse que seria capaz de reconhecer o responsável pelo tiro", afirmou o delegado-adjunto Alessandro Thiers, da 14ª DP (Leblon), onde o caso foi registrado.

“Chegaram três militares, fazendo pressão psicológica com ele e com os outros. Alguns saíram correndo, o seguraram, botaram uma arma na cabeça dele, perguntaram o telefone e se os pais sabiam que ele era assim”, contou Viviane, mãe da vítima, repetindo a versão contada pelo filho.

“É um sentimento muito ruim, de desconforto, de falta de confiança. São soldados treinados, que deveriam dar uma segurança. É um preconceito muito grande”, completou o pai do jovem. O rapaz está internado no Hospital Miguel Couto e, segundo a família, não corre risco de morrer.

Exército nega envolvimento de soldados
O Comando Militar do Leste (CML) divulgou uma nota oficial, na manhã desta segunda-feira (15), em que nega que um militar tenha atirado contra o estudante. O CML afirma que não há registros de disparos por militares na data do crime e que o local, o Parque Garota de Ipanema, não está sob a administração do Forte de Copacabana.

A polícia pediu, também nesta segunda, ao Comando Militar do Leste a lista de todos os militares que estavam em serviço na noite de domingo no Forte de Copacabana. A ideia é que a vítima reconheça o autor dos disparos por fotografias.

Fonte: Globo.com

Homofobia: Agressão na Paulista

 

Pai de suspeito de agressão na Paulista diz que filho foi assediado

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Três rapazes ficaram feridos após violência em São Paulo. Quatro adolescentes e um jovem maior de idade foram detidos.

Enquanto familiares das vítimas falam em ataques covardes, os pais dos suspeitos de agredir rapazes na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (14) defendem que tudo não passou de "uma grande confusão". Eles chegam a alegar que os cinco jovens suspeitos – quatro deles adolescentes teriam sido "assediados". As vítimas negam.

 

Os jovens foram detidos sob a acusação de terem agredido três pessoas com socos, chutes e golpes com lâmpadas fluorescentes. Na delegacia, foram identificados por outro rapaz, que contou ter sido agredido e assaltado pelo grupo. Duas vítimas disseram à polícia que teriam sido confundidas com homossexuais.

O estudante Gabriel Alves Ferreira, de 21 anos, presenciou o espancamento de um colega de 23 anos, na altura do número 900 da Avenida Paulista. Ambos estudam jornalismo. Segundo ele, o ataque não teve motivo. "Eles passaram por nós, depois se viraram, chamaram ele e atacaram com uma lâmpada fluorescente no rosto", disse. O rapaz caiu e continuou sendo atacado com socos e pontapés. "Eu e mais um colega ficamos em choque, não pudemos fazer nada. Tudo durou menos de dois minutos."

O diretor de teatro Marcelo Costa, pai de um dos menores de 16 anos acusado de agressão, defende que o filho e os amigos participaram de "uma briga como outra qualquer" e nega ter havido atitude homofóbica. "Ele participou de uma confusão. Acho que ele errou, sim, em se meter em briga. Mas não foi como estão falando", afirmou.

O pai de Jonathan Lauton Domingues, único maior preso, admitiu que o filho tem pavio curto. "É um menino muito bonito e foi assediado por homossexuais. Ele pediu para parar, eles não pararam. Aí, virou briga", disse Eliezer Domingues Lima.

Os quatro adolescentes foram transferidos para uma unidade da Fundação Casa no Brás, região central de São Paulo, nesta madrugada. Jonathan foi levado para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros.

Fonte: Globo.com

Homofobia:militar é acusado de atirar em estudante

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Rapaz foi baleado no domingo (14) após a participar da Parada Gay. Segundo delegado, vítima afirma que autor do tiro estava uniformizado.

A polícia pediu, nesta segunda-feira (15), ao Comando Militar do Leste a lista de todos os militares que estavam em serviço na noite do último domingo, quando um estudante de 19 anos foi baleado no Arpoador, na Zona Sul do Rio.  Ele acusa agentes do Exército de serem o autor dos disparos.

Segundo informações da polícia, o rapaz tinha participado da 15º Parada Gay de Copacabana e estava nas pedras do Arpoador com mais dois amigos, quando foram abordados de forma violenta por agentes uniformizados. Procurado pelo G1, o Comando Militar do Leste, não retornou às ligações.

"Os militares teriam chegado ao grupo fazendo ameaças e, então, houve o disparo. Estamos em contato com o Exército para conseguir chegar aos suspeitos, já que a vítima nos disse que seria capaz de reconhecer o responsável pelo tiro", afirma o delegado Alessandro Thiers, da 14ª DP (Leblon), onde o caso foi registrado.

“Ele foi abordado por preconceito. Eles não estavam em área militar”, afirma a mãe do rapaz, que se identificou apenas como Viviane, com medo de sofrer represálias.

Segundo ela, o filho foi atingido na barriga e está internado no Hospital Miguel Couto, onde deverá passar por cirurgia, mas não corre risco de morrer. Ainda de acordo com Viviane, os amigos do rapaz conseguiram fugir e não ficaram feridos.

Fonte: Globo.com

sábado, 13 de novembro de 2010

Parecer ou não parecer, eis a questão

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"Para um gay, não há maior elogio do que dizer que ele não parece ser gay". Certa vez, li uma frase como essa em um artigo, e não é preciso esforço para reconhecer sua verdade – mas, afinal, qual é o barato de ser, mas não parecer?

por João Marinho

Há alguns anos, na faculdade, um professor meu apresentou-me uma versão do quadrado semiótico de Algirdas Julius Greimas, do qual podíamos extrair definições de verdade, mentira, segredo e falsidade. Greimas talvez seja desconhecido de boa parte do público, mas o quadrado, acho relevante descrevê-lo.

No canto de um papel, à esquerda, escreva a palavra Ser. Do lado oposto, escreva Parecer; embaixo de Ser, escreva Não Parecer; e, embaixo de Parecer, Não Ser. Trace quatro linhas: uma deve ligar Ser a Parecer; a outra, Parecer a Não Ser; a terceira, Não Ser e Não Parecer; e a última, fechando o quadrado, Não Parecer e Ser. Há outras linhas possíveis, mas, por enquanto, só essas nos interessam.

Ensinava meu professor que a linha que liga Ser e Parecer é o eixo da Verdade: é verdadeira uma coisa que é e que parece ser; entre Parecer e Não Ser, há o eixo da Mentira: algo que parece, mas não é. Temos uma Falsidade se algo não é e não parece; e um Segredo se algo não parece, mas é.

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Enquanto homossexuais, durante boa parte de nossas vidas, permanecemos no eixo do Segredo: somos, mas não parecemos. Somos gays lá, “entre quatro paredes”, mas os “outros” não têm de saber.

É possível concluir, então, que assumir a homossexualidade representaria uma mudança para o eixo da Verdade: sou gay e pareço ser, já que não tenho mais o que esconder.

Entretanto, não é o que se verifica no dia a dia. Para muitos gays – assumidos, inclusive –, é até legal não esconder: mas uma pessoa detectar “de cara” que eles são gays é quase um insulto. O legal é ouvir um “ah, você é gay?! Nossa, mas nem parece!”. Por que isso?

Parte da resposta se encontra na origem da homofobia (aversão a homossexuais) dentro do machismo. O machismo sustenta que, ao homem, é reservado o melhor status – desde que, é claro, ele se comporte como “macho”.

O homossexual é, por assim dizer, um “macho incompetente”: renega sua “macheza” em favor de um comportamento “feminino”, especialmente o de ser penetrado – e o machismo evidentemente considera inferior o que é feminino.

Pior ainda é haver esse comportamento e ele ser notado. Daí, o enorme preconceito contra os efeminados – e o porquê de tantos gays másculos condenarem os mais delicados: é como se dissessem que são mais “machos” e merecem, portanto, um status superior.

Ser gay e não parecer faz eco à ideia de que, aos “machos”, naturalmente cabem os melhores lugares; e, sendo parecidos com eles, nos tornamos signatários desses direitos. Ser gay e parecer equivale a ser efeminado e a ser inferior.

Não é preciso apontar que há tudo de errado e injusto nessa história. Ademais, “parecer gay” não soa muito relativo, dependendo do avaliador?

Portanto, da próxima que você ficar feliz ao ouvir um “não parece” ou se chatear porque alguém “notou” que você é gay, lembre-se de que ser e parecer não é bem uma questão de ser desvalido – mas, muitas vezes, de ser verdadeiro.

Publicado na revista Hard Boys nº 48

sábado, 6 de novembro de 2010

Rev. Márcio Retamero:"Pode a Bíblia Incluir? Por um olhar inclusivo sobre as Escrituras".

Rev. Márcio Retamero lançará no próximo dia 10 de novembro, seu segundo livro no Centro Cultural da Justiça Federal no Rio de Janeiro. Você leitor do Gospel LGBT está mais do que convidado a participar do lançamento.

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Seminário: Assassinatos de LGBTs

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Caso você precise de um convite personalizado, para fins de dispensa do trabalho etc., ou para conseguir passagens e diárias para ir a Brasília, favor pedir através do e-mail gisele.villasboas@camara.gov.br  ou clp@camara.gov.br

Salientamos que não há passagens ou diárias disponíveis através da organização do evento.

Gostaríamos de esclarecer que este seminário foi uma solicitação que a Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT recebeu, acatou e encaminhou para as devidas Comissões.

Seminário sobre os Assassinatos de LGBT

24 de novembro de 2010, das 13h30 às 17 horas, Plenário 09, Anexo II, Câmara dos Deputados

PROGRAMAÇÃO (em 05/11/2010)

14h – Abertura

- Deputada Iriny Lopes, Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias

- Deputado Paulo Pimenta, Presidente da Comissão de Legislação Participativa

- Deputado Iran Barbosa, Representante da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT

- Ministro Paulo Vannuchi, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

- Sr. Ricardo Balestreri, Secretário Nacional de Segurança Pública, Ministério da Justiça

- Yone Lindgren, Coordenação Política Nacional da Articulação Brasileira de Lésbicas

- Keila Simpson, Vice-Presidente da ABGLT

- Toni Reis, Presidente da ABGLT

14h30 – Aumento dos Assassinatos praticados contra a população LGBT

Osvaldo Francisco Ribas Lobos Fernandez, coordenador da pesquisa Crimes Homofóbicos no Brasil: Panorama e Erradicação de Assassinatos e Violência Contra LGBT

Érico Nascimento, pesquisador do Núcleo de Estudos da Sexualidade da Universidade do Estado da Bahia (Uneb)

Cláudio Nascimento, Superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Governo do Estado do Rio de Janeiro. “Violência contra LGBT no Rio de Janeiro - Relatório de 01 ano de homofobia como motivação de crimes nos Registros de Ocorrências Policiais do Rio”

Luiz Mott, antropólogo, historiador, pesquisador, professor emérito do Departamento de Antropologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), fundador do Grupo Gay da Bahia e autor do livro Violação dos Direitos Humanos e Assassinatos de Homossexuais no Brasil

16h30 – debate

17h – Encerramento

Promoção

Comissão de Direitos Humanos e Minorias

Comissão de Legislação Participativa

Apoio

Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT

ABGLT e entidades parceiras

Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde

Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids - UNAIDS

Escola sem homofobia

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Caso você precise de um convite personalizado, para fins de dispensa do trabalho etc., ou para conseguir passagens e diárias para ir a Brasília, favor pedir através do e-mail gisele.villasboas@camara.gov.br  ou clp@camara.gov.br

Salientamos que não há passagens ou diárias disponíveis através da organização do evento.

Gostaríamos de esclarecer que esta audiência foi uma solicitação que a Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT recebeu, acatou e encaminhou para as devidas Comissões.

Audiência Pública “Escola sem Homofobia”

23 de novembro de 2010, das 13.30 às 18 horas, Plenário 03, Anexo II, Câmara dos Deputados

PROGRAMAÇÃO (em 05/11/2010)

13h30 – Abertura

- Deputado Ângelo Vanhoni, Presidente da Comissão de Educação e Cultura

- Deputado Paulo Pimenta, Presidente da Comissão de Legislação Participativa

- Deputada Iriny Lopes, Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias

- Deputada Fátima Bezerra, Representante da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT

- Dr. Pedro Chequer, Coordenador no Brasil do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids - UNAIDS

- Dr. Dirceu Greco, Diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde

- Yone Lindgren, Coordenação Política Nacional da Articulação Brasileira de Lésbicas - ABL

- Jovanna Baby, Presidente da Articulação Nacional de Travestis e Transexuais - ANTRA

- Toni Reis, Presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT

14h – Escola sem Homofobia

Moderador(a): Deputado Iran Barbosa

Tema: Projeto Escola Sem Homofobia

- Carlos Laudari, diretor da ONG Pathfinder do Brasil

Tema: Pesquisa Escola Sem Homofobia

- Margarida Díaz, presidente da ONG Reprolatina

Lançamento - Materiais Didáticos do Projeto Escola Sem Homofobia

- Lena Franco, ONG Ecos – Comunicação em Sexualidade

Tema: Unicef: Políticas de Inclusão e Diversidade na Escola

- Marie-Pierre Poirier, Representante do Unicef no Brasil

Tema: Por uma Educação que Respeite a Diversidade Sexual

- Deputado Carlos Abicalil

Tema: Conferência Nacional de Educação – Diversidade Sexual na Escola

- André Lázaro, Secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade  do Ministério da Educação

16.30h – Entrega do Prêmio Educando para a Diversidade Sexual

Premiados(as):

(Relação de premiados(as) abaixo)

18h – Encerramento

Promoção

Comissão de Educação e Cultura

Comissão de Legislação Participativa

Comissão de Direitos Humanos e Minorias

Apoio

Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT

GALE – Aliança Global para Educação LGBT

ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

ABL – Articulação Brasileira de Lésbicas

ANTRA – Articulação Nacional de Travestis e Transexuais

ABRAGAY – Associação Brasileira de Gays

E-jovem e Escola Jovem LGBT

GHP – Associação Brasileira de Pais e Mães de Homossexuais

Revista Viração

Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

Ministério da Saúde – Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

UNAIDS – Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids

UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância

Conselho Federal de Psicologia

Conselho Federal de Serviço Social

Pathfinder do Brasil

Reprolatina - Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e Reprodutiva

Ecos – Comunicação em Sexualidade

PRÊMIO EDUCANDO PARA A DIVERSIDADE SEXUAL – EDIÇÃO 2010

PREMIADOS(AS)

Anis – Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero: Publicação: “Homofobia nas Escolas: o papel dos livros didáticos”

Dayana Brunetto Carlin dos Santos: Dissertação de Mestrado (UFPR, 2010) “Cartografias da Transexualidade: a experiência escolar e outras tramas

Luma Andrade - Homenagem especial à travesti doutoranda em educação pela Universidade Federal do Ceará                               

ECOS – Comunicação em Sexualidade: Boletins Escola Sem Homofobia – Bolesh

Escola Estadual de Ensino Fundamental Rio de Janeiro (Porto Alegre): Diga não è homofobia escolar, valorizando as singularidades e as diferenças

Grupo de Teatro do Oprimido Diversidade EnCena: Espetáculo de Teatro-Fórum Coisas de Menina

Maria Alcina Ramos de Freitas: Dissertação de Mestrado (UFAL, 2009) “Purpurina na Terra do Cangaço: refletindo a homossexualidade na escola”

Mary Neide Damico Figueiró: Grupos de Estudos sobre Educação Sexual e GEES/Escola: a criação de “Rede de Formadores”

Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social / Centro de Referência em Direitos Humanos e Combate à Homofobia (Mato Grosso do Sul): Projeto Educar para a Vida é Educar para a Diversidade

Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Projeto Diversidade Sexual na Escola

Menção Honrosa – de iniciativas inscritas

Eliana Teresinha Quartiero: Dissertação: “A Diversidade Sexual na Escola – produção de subjetividade e políticas públicas

Fernando Silva Teixeira Filho / Carina Alexandra Rondini Marretto: Artigo: “Ideações e tentativas de suicídio em adolescentes com práticas sexuais hetero e homoeróticas”:

Paula Beatriz: Monografia: “Homossexualidade na Escola: inclusão ou exclusão”

Agradecimentos Especiais pela dedicação à Educação para o Respeito à Diversidade Sexual

Senadora Fátima Cleide

Deputado Federal Iran Barbosa

Deputado Federal Carlos Abicalil