terça-feira, 31 de maio de 2011

OMS afirma que radiação de telefones celulares pode causar câncer



Uma informação divulgada nesta terça-feira (31) pelo site CNN Health preocupou cientistas do mundo todo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso de celulares tem potencial cancerígeno assim como o chumbo, escapamentos de motor de carro e clorofórmio.

Anteriormente, a organização havia garantido que celulares não causavam nenhum tipo de doença, mas uma equipe composta de 31 cientistas de 14 países, incluindo os Estados Unidos, encontrou provas suficientes para classificar a exposição pessoal como possivelmente cancerígena.

A indústria de telefonia celular afirma que não há provas conclusivas de que a radiação dos aparelhos cause impacto sobre a saúde dos usuários.

Fonte: O Tempo

Seria possível o diálogo?


Não quero me estender neste texto, apenas pontuar algumas coisas. Sou aberto ao diálogo, desde que, ele SEJA DIÁLOGO! No meio da militância LGBT essa possibilidade nos foi ventilada: conversarmos com setores do cristianismo. Ora, em princípio, recepcionada com alegria, mas, começo a identificar que esse convite, de determinados grupos cristãos, de diálogo não tem nada!

Começo a entender que no joguinho morde- assopra, esses grupos, que dizem querer dialogar, na verdade, querem impor o silêncio na militância; miná-la por dentro, com sinais de amizade, descaracterizá-la. Agem de forma ardilosa... Pontuam uma série de coisas, que dizem que os gays deveriam ter, para, na sequência, criticarem duramente às conquistas, que tinham afirmado merecermos.

Por outro lado, seria ingenuidade de nossa parte acreditar piamente que evangélicos dialogam! Esses de matizes calvinistas e neopentecostais... Gente, eles não conseguem fazer isso nem com a Igreja Católica, quanto mais com as comunidades LGBT(s).

Leiam o que dizem sobre nós! A propósito, inclusive, o Caio Fabio, que tem muito gay que o acha fantástico, espetacular, pois diz algumas palavrinhas de misericórdia e tolerância. Esse mesmo, se volta contra o PLC 122/06 e toda militância LGBT. Para ele gays são bons desarticulados, calados, quietos, sem direitos, desfrutando apenas da misericórdia do bom coração cristão, que joga migalhas debaixo da mesa para os animaizinhos homossexuais se alimentarem.

Na mesma linha, segue esse juiz federal, William Douglas Resinente dos Santos, que escreve esses artigos que andam circulando por aí, e inclusive, já foi, um deles, rebatido aqui nesse blog (Religioso e sem juízo). Para ele gays têm direitos, mas há que se perguntar: “quais (até mesmo, permanecer caldo é um direito, e sinceramente, tenho a impressão que quando o William fala dos nossos direitos ele se refere a esse!)?”. Pois, o morde e assopra é tão descarado; é tão aviltante, que ele tem a coragem de dizer que temos direitos, e bastam os mesmos serem a nós conferidos, que ele GRITA que temos, mas não é bem assim, pois fulano errou, sicrano trocou os pés pelas mãos, e no final, quem está certo é o Marcelo Crivella!

Proponho sim, que dialoguemos, mas em cima de nossa agenda propositiva. Proponho sim o diálogo, mas do mesmo jeito que eles têm feito: no ataque! Nenhum LGBT conquistou a equiparação de direitos pelo STF, bebendo leite e falando da cruz de Cristo! Conquistamos com reiteradas ações ajuizadas, e com muito barulho, não é hora de baixarmos a guarda, vamos seguir do jeito que vem dando certo, pois Direito é luta, e no final: a paz!

Marcos Mion e TV Record= homofobia/ São José dos Campos e a proibição da diversidade sexual/ Meninos se incomodam em estudar com gays

Marcos Mion e TV Record são acusados de homofobia

Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o apresentador Marcos Mion e a TV Record estão sendo processados por homofobia.

Ativistas do movimento gay reclamaram dos comentários feitos por ele sobre a drag queen Nany People durante o programa Legendários.

Na ocasião, Mion disse que ela "tem surpresinha" e perguntou "o que ela faz com o pacote" na hora do banho. O apresentador disse que o caso está sob os cuidados do departamento jurídico da Record e que a emissora afirma que houve "exercício da liberdade de expressão" e que "não feriu ninguém".

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São José dos Campos quer proibir divulgação de informações sobre diversidade sexual

A cidade de São José dos Campos (SP), está provando que a homofobia está ficando mais forte no poder público.

A Câmara Municipal pretende aprovar um projeto de lei que “dispõe sobre a proibição de divulgação de qualquer tipo de material, que possa induzir a criança ao homossexualismo”.

O projeto de autoria do vereador Cristóvão Gonçalves tem como objetivo vetar no município a divulgação qualquer tipo de informação sobre a diversidade sexual. O parlamentar acredita que essa divulgação induz a população à homossexualidade.

Se a lei for aprovada, o autor da informação corre o risco de ser multado em mil reais.

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Meninos se incomodam em estudar com gays

Segundo um questionário aplicado pelo Ministério de Educação a alunos do ensino médio, entre os anos de 2004 e 2008. Cerca de 13% dos meninos afirmaram que dividir a sala de aula, trabalhar ou mesmo ter como parente um homossexual, geraria um incômodo. Entre as meninas o percentual cai para 4%.

É possível observar também que, no decorrer do tempo, o número dos que se dizem incomodados com a presença de homossexuais diminuiu. Na primeira pesquisa, o percentual de estudantes do sexo masculino que afirmou não se sentir confortável com a situação era de 16,9%.

Numa tentativa de combater a discriminação dentro das escolas, entidades de defesa da comunidade LGBT criaram um kit com vídeos e guias de orientação, para distribuir entre alunos do ensino médio. A presidenta Dilma Rousseff teve acesso ao material e não gostou. Para ela os vídeos devem trabalhar mais com a questão do preconceito e não fazer propaganda de opções sexuais.

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Fonte: Cena G

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Prayers for Bobby (Orações para Bobby)- Legendado em PORTUGUES

Recomendo que se você possui um lenço, então, assista a esse filme com ele em mãos! Aqui no blog, o filme está na íntegra:



Este é um filme baseado na história verídica de um jovem homossexual, que aos 20 anos suicida-se.

"Eu não posso deixar que ninguém saiba que eu não sou hétero. Isso seria tão humilhante. Meus amigos iriam me odiar, com certeza. Eles poderiam até me bater. Na minha família, já ouvi várias vezes eles falando que odeiam os gays, que Deus odeia os gays também. Isso realmente me apavora quando escuto minha família falando desse jeito, porque eles estão realmente falando de mim... Às vezes eu gostaria de desaparecer da face da Terra."

Estas palavras estão escritas no diário de Bobby Griffith, quando tinha 16 anos. A sua mãe, "Mary Griffith", interpretada por Sigourney Weaver, a senhora dos ELIEN, sabedora da sexualidade do filho acredita"curar" o filho com base na religião e terapias, para quatro anos depois (1979) Bobby lançar-se de uma ponte. Um filme intenso, dramático, e que espelha ainda hoje a realidade de muitas e muitos jovens no mundo! Mary após a morte do filho questiona-se a si e ao fundamentalismo religioso, redime-se da sua posição homofobica tornando-se uma defensora dos direitos GLBT.



Ato pelo Estado Laico

domingo, 29 de maio de 2011

Deputado estadual mineiro usa plenário da Assembleia para atacar homossexuais

Juliana Cipriani -

Publicação: Jornal Estado de Minas

AG

Em meio à discussão sobre o cancelamento do kit gay, que seria distribuído pelo Ministério da Educação para combater a homofobia nas escolas brasileiras, o deputado estadual mineiro Antônio Genaro (PSC) usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para atacar os homossexuais, nos moldes do que fez o deputado federal carioca Jair Bolsonaro (PP). Na reunião de quinta-feira, o parlamentar, pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular, disse que o relacionamento de pessoas do mesmo sexo é “antinatural” e que não quer ter em sua família ou círculo de amigos integrantes do que chamou de “uma classe que faz parte da sociedade, infelizmente”, e faria mal à saúde.

O deputado usou um aparte para dizer que fará um pronunciamento sobre o tema nos próximos dias, mas adiantou a defesa da bancada religiosa, que conseguiu impedir a distribuição do kit gay em troca de livrar o ministro da Casa Civil Antonio Palocci de uma convocação pelo Congresso Nacional. Para ele, os evangélicos estão sendo chamados erroneamente de fundamentalistas religiosos e teriam o mérito de impedir que o material, considerado por eles como incentivador do homossexualismo, chegasse às escolas. “Podem dar o nome que quiserem, mas é graças aos cristãos de verdade que o mundo é uma carne que ainda tem sal para – digamos assim – não apodrecer totalmente”.

Genaro disse que a “gana” pelo voto do homossexual leva governantes, nos níveis nacional e estadual, a quererem agradar a uma classe que “infelizmente” faz parte da sociedade. “Digo infelizmente porque o que os homossexuais têm para ensinar é totalmente antinatural, é contrário à natureza” . De acordo com o parlamentar, o que é antinatural “faz mal para a saúde da pessoa, para a saúde da sociedade, para um povo”. Depois do “desabafo”, o parlamentar ainda completou: “Deus me livre ter na minha família ou entre os meus amigos alguém que se utiliza da sua natureza para exercer o antinatural. É por isso que o mundo vai de mal a pior”.

A fala de Antônio Genaro se assemelha à de Bolsonaro, que ganhou as manchetes ao associar o homossexualismo à “promiscuidade” em rede nacional. O comportamento do parlamentar carioca foi considerado inconstitucional pela Ordem dos Advogados do Brasil, que recomendou à Câmara dos Deputados que abrisse processo contra ele por quebra de decoro e, se for o caso, afaste-o das funções.

Medidas O presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, disse que a instituição vai acionar as associações regionais do movimento e os centros de direitos humanos para tomar as “medidas cabíveis” contra o deputado estadual mineiro. “Nossa, como esse deputado evoluiu, porque se fosse na Idade Média ele nos queimava na fogueira”, ironizou. Para além da análise moral, Reis afirma que o parlamentar descumpre artigo da Constituição segundo o qual todos são iguais perante a lei, sem qualquer tipo de discriminação. “Nós, enquanto gays, lésbicas ou transexuais, somos cidadãos e queremos respeito. Se ele não aceita, é um problema dele, mas vamos tomar as medidas cabíveis para que ele nos respeite enquanto cidadãos. Somos patrões dele, o salário do deputado vem de impostos que também pagamos”, afirmou.

CONTEÚDO INADEQUADO

Jornal O Estado de S. Paulo – Caderno Aliás - Domingo, 29 de maio de 2011, J3

“A presidente Dilma Roussef manda suspender o kit anti-homofobia do MEC para distribuição nas escolas, que qualificou como inadequado. A ordem foi dada após parlamentares evangélicos ameaçarem endossar uma CPI para investigar o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci”.


Kit-Polêmica

Debora Diniz*

A história ainda é nebulosa. Parece um daqueles eventos políticos em que os fatos são piores que os rumores. O teatro público foi o seguinte: o Ministério da Educação anunciou a distribuição de material didático de combate à homofobia nas escolas de ensino médio; um grupo de parlamentares evangélicos reagiu ao que foi descrito como kit gay e pressionou o governo contra a iniciativa; a presidente anunciou o veto ao material didático do MEC. As breves palavras da presidente sobre o ocorrido se resumiram a “não vai ser permitido a nenhum órgão do governo fazer propaganda de opções sexuais”. Não arrisco dizer que essa foi a primeira grande polêmica do governo Dilma, mas pressinto uma atualização da patrulha moralista que a perseguiu durante a campanha presidencial. O primeiro capítulo desse teatro parece ser o único a sobreviver como relato oficial da história. O MEC produziu um material didático para a sensibilização e o combate à homofobia nas escolas de ensino médio. O diagnóstico do MEC é simples: a homofobia mata, persegue e violenta aqueles que estão fora da norma heterossexista de classificação das sexualidades. Um adolescente gay tem medo de ir à escola e ser discriminado. Há histórias de abandono escolar e de suicídio. Uma das personagens do vídeo original do MEC se chama Bianca, uma travesti que sai do armário ainda no período escolar. Seu primeiro ato de rebeldia foi pintar as unhas de vermelho e ir à escola. A ousadia rendeu-lhe um ano de silêncio familiar.

Ainda não entendo a controvérsia em torno desse material. O puritanismo que crê ser possível falar de sexo e sexualidades sem exibir práticas e performances foi respeitado pelo material do MEC. Bianca é uma voz desencarnada em um vídeo sem movimento. Não vemos Bianca em ação, conhecemos apenas o seu rosto. Só sabemos que Bianca existe, quer ir à escola e sonha em ser professora. Ela insiste que para ser professora precisa ir à escola. Mas ela depende da autorização dos homens homofóbicos de sua sala de aula, que ameaçam agredi-la. Bianca agradece às suas professoras e colegas que a reconhecem como uma estudante igual às outras. Sozinha, a escola pode ser um espaço aterrorizante.
O segundo capítulo da história é mais difícil de acreditar. Grupos evangélicos teriam substituído a história de Bianca por um vídeo vulgar, uma fraude grotesca cometida por quem não suporta a igualdade sexual. Em audiência com a presidente, teriam entregado o vídeo e, ao que se conta, aproveitado a ocasião para conversar sobre a crise política que ronda o ministro da Casa Civil, Antônio Palocci. Entre as peripécias de Palocci, as travestis em ato sexual e o fantasma da homossexualidade, a reação da presidente foi suspender o material didático do MEC. O surpreendente não está no uso de mentiras para a criação de fatos políticos, mas na proeza de os grupos evangélicos terem conseguido convencer a presidente de que sua equipe de governo do MEC seria tão medíocre na seleção de material didático para as escolas públicas.
Se a presidente assistiu aos vídeos reais ou aos fraudulentos, não importa. O fato é que foi anunciado o veto ao material didático do MEC – uma vitória para os conservadores, que não sossegam desde que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a igualdade sexual em matéria de família. Mas há uma injustiça covarde nessa decisão. O tema do material era a homofobia, algo diferente de propaganda de opções sexuais. Na verdade, jamais assisti a um vídeo de propaganda de algo tão íntimo e da esfera da privacidade quanto a opção ou o desejo sexual consentido. Homofobia é um crime contra a igualdade, viola o direito ao igual reconhecimento, impede o pleno desenvolvimento de um adolescente. Homofobia é o que faz Bianca ter medo de ir à escola.
O verdadeiro material do MEC tem um objetivo claro: sensibilizar professoras e estudantes para a mudança de mentalidades. Uma sociedade igualitária não discrimina os fora da norma heterossexista e reconhece Bianca como uma adolescente com direitos iguais aos de suas colegas. Mas, diferentemente do fantasma conservador, a mudança de mentalidades não prevê uma subversão da ordem sexual – os adolescentes não serão seduzidos por propagandas sexuais a abandonarem a heterossexualidade. A verdade é que o material do MEC não revoluciona a soberania da moral heterossexista, mas contesta a falsa presunção de que a homofobia é um direito de livre expressão. Homofobia é um crime contra a igualdade sexual.
* Professora da Universidade de Brasília e pesquisadora da Anis – Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero.

sábado, 28 de maio de 2011

Polícia de Moscou prende 20 em passeata gay não autorizada

Manifestantes tentaram fazer passeata na entrada da Praça Vermelha. Polícia diz que tentava evitar choques entre ativistas gays e grupos radicais.


Da EFE
 
A Polícia de Moscou prendeu neste sábado (28) cerca de 20 pessoas durante várias tentativas de se realizar uma passeata do orgulho gay no centro da capital russa, mobilização não autorizada pela prefeitura da cidade.

"Apesar de tudo, os ativistas tentam realizar ações não autorizadas próximo aos Jardins de Alexandre, na praça Manezh e também na rua Tverskaya, perto da Prefeitura", informou um porta-voz da polícia à agência de notícias russa "Interfax".

Entre os presos, há tanto ativistas homossexuais quanto skinheads contrários às manifestações do orgulho gay.



Vários homossexuais tentaram se manifestar na entrada da Praça Vermelha, levando cartazes com lemas como "Liberdade" e "Rússia sem homofobia".

Um grupo de skinheads os atacou, espancou e tentou impedi-los de pronunciar os lemas, diante do olhar atônito de inúmeros turistas.

Após as primeiras prisões, a polícia isolou a praça Manezh, situada em frente às muralhas do Kremlin, para impedir a manifestação. A polícia alega que a proibição da passeata é para evitar a todo custo os choques entre os ativistas do orgulho gay e os grupos radicais.

As autoridades reforçaram as medidas de segurança em todo o centro de Moscou, prevendo incidentes violentos.

A prefeitura da capital russa manteve a proibição da parada do orgulho gay mesmo após as críticas do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, que acusa as autoridades de Moscou de violarem as liberdades fundamentais.



Desde 2006, diversas entidades tentaram organizar manifestações pró-orgulho gay em Moscou, mas sempre foram impedidas pelo ex-prefeito Yuri Luzhkov, que as considerava "atos satânicos".

Essas entidades tinham muita esperança em contar com o novo prefeito, Sergey Sobyanin, que já autorizou protestos de outras causas.

A primeira manifestação não autorizada do orgulho gay da história da Rússia ocorreu em maio de 2006. Os manifestantes acabaram sendo agredidos por skinheads, religiosos e policiais.

Fonte: G1- Globo.com

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Movimento gay esboça reação:Ubes e ABGLT vão procurar governo para negociar liberação de parte do kit

 Publicado originalmente em O tempo


A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) estão tentando negociar com o governo a liberação de dois, dos três vídeos que compõem o kit informativo de combate à homofobia nas escolas públicas de ensino médio.

Nessa quinta-feira (26), a Ubes apoiou a decisão da presidenta Dilma Rousseff de suspender a distribuição do kit informativo. No entanto, segundo o presidente da entidade, Yann Evanovick, parte do material deve ser liberada. Para ele, apenas o vídeo sobre bissexualismo tinha conteúdo inadequado e não pode ser veiculado nas escolas.

A Ubes e a ABGLT querem que o governo convoque os movimentos sociais para um debate amplo ainda na semana que vem. “Queremos ser recebidos pela presidenta Dilma. O ministro da Educação, Fernando Haddad, também disse que vai nos receber semana que vem, esperamos só a confirmação”, afirmou Evanovick.

O presidente da Ubes disse que os movimentos sociais estão em preparativos para lançar uma campanha nacional de combate à homofobia nas escolas. “Se o governo não topar liberar o material, nós vamos liberar e estruturar uma campanha nacional de combate à homofobia nas escolas do país”.

Além disso, o movimento estudantil fará uma mobilização na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados na semana que vem. “Não vamos aceitar chantagem de grupos políticos, preconceito não é uma moeda de troca”.

Na última quarta-feira (25), o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) afirmou que para convencer o governo a suspender a produção do material de combate à homofobia, a bancada evangélica da Câmara ameaçou não colaborar com os projetos do Executivo.



AGÊNCIA BRASIL

MEC pretende lançar nova versão do kit anti-homofobia ainda este ano

O ministro Fernando Haddad conversou com jornalistas em São Paulo nesta sexta-feira (27) (Foto: Vanessa Fajardo/G1)
O ministro Fernando Haddad conversou com
jornalistas em São Paulo nesta sexta-feira (27)
(Foto: Vanessa Fajardo/G1)

Segundo Fernando Haddad, gastos com alterações estavam previstos. Ministro disse que Dilma não gostou de vídeo sobre bissexualidade.

Vanessa Fajardo Do G1, em São Paulo

O Ministério da Educação pretende refazer o kit do projeto “Escola sem Homofobia” e distribuir em escolas para professores de turmas de ensino médio ainda neste ano. O kit, que inclui um guia para o professor e três vídeos, foi suspenso pela presidente Dilma Rousseff nesta semana. O ministério identificou mais de 6 mil escolas no país onde há registro de homofobia. Elas deverão receber a nova versão do kit.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (27), em São Paulo, que o MEC vai avaliar se a base do material já produzido será mantida. “Faremos agora essa discussão, mas com base mais técnica chamando especialistas.”

Depois de pronto, o kit será avaliado pela comissão de publicação do Ministério da Educação, para enfim passar pela aprovação do governo. Após a polêmica, o governo criou uma instância que vai dar o parecer final sobre publicações que versam sobre costumes.

Haddad disse que a presidente Dilma Rousseff viu mais de um vídeo do kit e descreveu passagens do material.

Ainda, de acordo com Haddad, a presidente assistiu o vídeo chamado “Probabilidade” que trata de bissexualidade e considerou algumas frases “mal colocadas.”

No vídeo, um garoto se apaixona por uma menina, mas tempos depois sente atração por um menino e conclui que não precisa se relacionar apenas com pessoas de um mesmo sexo.

Gastos estavam previstos

Haddad destacou que as alterações que serão feitas no kit do projeto estão previstas no convênio do ministério com as entidades responsáveis pela criação do material. Haddad sugeriu que não haverá um pagamento adicional além do previsto em contrato – o total do projeto, incluindo o kit, seminários, formação de professores e outras despesas teve orçamento aprovado em R$ 1,8 milhão. O kit, que inclui um guia para o professor e três vídeos que seria distribuído nas escolas, foi suspenso pela presidente Dilma Rousseff nesta semana.

“O repasse é feito à medida que o projeto vai se desenvolvendo. Nesse como em qualquer outro convênio, quando se verifica qualquer inadequação o ministério recomenda uma alteração parcial ou até total”, afirmou Haddad, que veio para São Paulo para participar de inauguração de dois campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo o ministro, a última parcela do contrato – ele não informou o valor – ainda não foi paga.

Até agora, a produção do kit envolveu gastos com pesquisas, produção e filmagem dos vídeos e seminários para cerca de 200 pessoas no final do ano passado para treinamento com o conteúdo do programa.

Caminhada pela EDUCAÇÃO SEM HOMOFOBIA

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Cine Betel no dia 28/05 | Filme: "Alexandria" | Entrada franca!

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Cine Betel neste sábado às 17h. Filme: Alexandria. Tema do Debate: Fundamentalismo Religioso. Debatedor: Prof. Dr. André Sena

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Praia de Botafogo, 430 (sobreloja) Botafogo- Rio de Janeiro.

Dima, você agora é PRESIDENTE não será mais presidentA!


Lembro-me, sem muita nostalgia, dos gays se digladiando, na internet, para defender Dilma e a sua tão polêmica forma de querer ser tratada:  PRESIDENTA. Ainda vejo, com dor no coração, o presidente da ALGBT, Toni Reis, em seus pronunciamentos, saudando Dilma presidenta, como respeito da forma em que ela escolheu ser chamada!

Tudo isso, num passado próximo, não distante, significava o apreço da comunidade gay por ela. Comunidade que, nas campanhas eleitorais, rompeu o silêncio e foi para militância política, nas fases mais delicadas da campanha, assumindo-a para si, como se a luta da Dilma fosse nossa guerra!

O embate foi duro, nos voltamos contra os CATÓLICOS E EVANGÉLICOS, que numa campanha sórdida, de injúrias, promoveu panfletos e os espalhou em todo território nacional dizendo ser então a nossa presidente uma mulher que iria MATAR CRIANCINHAS E ASSALTAR BANCOS! Panfletos que foram distribuídos, em plena visita, da então candidata, na Basílica de  Aparecida do Norte.

Evangélicos usaram os púlpitos para proferirem que Dilma e todos ligados ao PT tinham pacto com o Diabo, e assim se deu as eleições para presidente no Brasil, quando Dilma foi candidata e injuriada!

Do outro lado, estavam os gays, combatendo, debatendo, brigando, pronunciando-se oficialmente, declarando o voto, o apoio. Usamos tudo que podíamos: blogs, jornalistas, advogados, opinião pública. Fizemos uma campanha intensa por e-mails, facebook, Orkut, MSN. A briga da Dilma era a nossa GUERRA!

Dilma foi eleita PRESIDENTE DO BRASIL, e ao mesmo tempo em que o STF nos presenteia com um avanço de se retirar do mundo jurídico o preconceito com as uniões homossexuais, Dilma, aquela por quem guerreamos, nos feriu profundamente, usando-nos como moeda de troca para “salvação” de seu ministro Palocci.

Sim, Dilma foi eleita PRESIDENTE, no que se refere ao bom uso da língua portuguesa, que não é culpa de ninguém, a não ser dos próprios políticos do Brasil, que não investem na educação dessa nação, que ela não saiba o uso técnico do termo.

No português existem os particípios ativos como derivativos verbais.
Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendigar  é mendicante...


Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente.  Aquele que é: o ente.  Aquele que tem entidade.


Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.

Portanto, à pessoa que preside é “PRESIDENTE", e não "Presidenta", independentemente do gênero, masculino ou feminino.


Se diz capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".

Assim, as campanhas municipais estão se aproximando, e penso seriamente em quem vamos apoiar. Afinal, se Dilma pôde mudar de lado, nós também podemos, e isso é uma opção presidente, homossexualidade não! Penso que o sujeito deva fazer o bom uso da língua, como ter em voga as discussões, no que se refere à sexualidade dos indivíduos, o uso político correto do termo.

Desta feita gostaria de MANIFESTAR CLARO APOIO à DIVERSIDADE TUCANA,no que se refere a investigação dos gastos públicos com o Kit Anti-homofobia na matéria que se segue:

Diversidade Tucana solicita à OAB que investigue suspensão do Kit Anti-Homofobia

O Diversidade Tucana - Núcleo de Diversidade Sexual do PSDB protocolou na tarde desta quinta-feira (26) uma solicitação ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que apure, junto ao Ministério Público Federal (MPF), a suspensão do kit elaborado pelo Ministério da Educação (MEC) para o combate à discriminação homofóbica nas escolas.
No ofício, encaminhado com cópia para a Comissão da Diversidade Sexual e Combate à Homofobia da OAB, o Diversidade Tucana reforça a importância do material e da abordagem educativa sobre o respeito às diferenças e o combate a todo tipo de preconceito nas escolas públicas brasileiras. Para o grupo, há indícios de mau uso de dinheiro público na suspensão do uso do kit, cujo custo de elaboração foi de R$ 743 mil, e que fazia parte de um projeto de quase R$ 2 milhões.
Assinando o documento, os coordenadores do Diversidade Tucana municipal, Marcos Fernandes, e estadual, Wagner "Gui" Tronolone, consideram necessário que o Governo Federal se justifique. "A imprensa noticia que foi um acordo para evitar a convocação do ministro Palocci. Além de usar LGBTs como moeda de troca para obstruir uma investigação no Congresso Nacional, algo altamente imoral, implica jogar literalmente no lixo quase R$ 2 milhões em dinheiro público, e isso precisa ser averiguado", diz Fernandes.

Para Tronolone, a prática não é novidade. "Os LGBTs de São Paulo já viram esse filme, quando Marta Suplicy foi prefeita de São Paulo e também nos usou como moeda de troca na Câmara dos Vereadores e, em 2008, usou de expediente homofóbico para tentar vencer a eleição municipal. Mas a presidente Dilma foi mais longe ainda: gastou dinheiro público para elaborar um material e agora o usa em troca de voto no Congresso", diz. "Parece que o mensalão agora não é mais pago em dinheiro, e sim em apostilas e DVDs, e, indiretamente, em mais agressões e assassinatos de LGBTs", completa.

Íntegra do ofício disponível em: http://diversidadetucana.blogspot.com/2011/05/diversidade-tucana-solicita-oab-que.html

Diversidade Tucana - Núcleo de Diversidade Sexual do PSDB
www.diversidadetucana.com.br

Papa fecha convento em que freiras dançavam em cerimônias



Papa fecha convento em que freiras dançavam em cerimônias O papa Bento 16 mandou fechar um famoso convento em Roma, de acordo com informações de jornais italianos.

Publicação: 27/05/2011 08:00 Atualização: 27/05/2011 08:15
 

O jornal La Stampa informou que o monastério da Basílica di Santa Croce in Gerusalemme (Basílica da Santa Cruz de Jerusalém) estaria sendo fechada devido a "irregularidades" litúrgicas, financeiras e morais.

Segundo os jornais, alguns monges cistercianos da igreja foram transferidos para outras congregações na Itália. O abade Simone Fioraso, um extravagante ex-estilista de Milão, já tinha sido transferido do mosteiro há dois anos.

O jornal Il Messaggero informou que Fioraso tinha restaurado o convento, que estava muito danificada, e aberto um hotel no local, em que realizava concertos. Ele também realizou uma maratona de leitura da Bíblia que foi transmitida pela televisão e constantemente atraía celebridades para visitar o mosteiro, em que promovia uma abordagem menos convencional da religião. Uma das freiras do mosteiro, Anna Nobili, ex-dançarina erótica, fez várias apresentações de dança com outras freiras durante cerimônias religiosas.

Investigação

O Vaticano teria expressado sua insatisfação com os boatos a respeito do mosteiro.
"Uma investigação descobriu provas de irregularidades litúrgicas e financeiras, além de (irregularidades de) estilo de vida, que provavelmente não estavam de acordo com o de um monge", teria dito ao jornal britânico Guardian o padre Ciro Benedettini, um porta-voz do Vaticano.

O inquérito foi feito pela Congregação dos Institutos de Vida Consagrada do Vaticano e seus resultados ainda não foram publicados, segundo o La Stampa.

A Basílica de Santa Croce é uma das mais antigas e famosas de Roma, foi construída em volta de uma capela do século 4. A igreja é um dos locais mais importantes de peregrinação na capital italiana e acredita-se que ela guarda relíquias sagradas.

Armie Hammer conta como foi a experiência de beijar Leonardo DiCaprio

O próximo filme de Clint Eastwood será sobre a vida de J. Edgar Hoover.
No longa, vão acontecer cenas íntimas entre Leonardo DiCaprio e Armie Hammer.

Armier aproveitou o sucesso do filme para comentar a primeira cena de beijo que teve de fazer com o colega.

"É a mesma coisa de quando você entra no set e eles te dão uma arma e dizem, ´Atire com isso como se você soubesse o que está fazendo´ - você não pode pegar aquilo e ficar ´uh...´ - você tem tipo que ir, ´Ok, eu sei o que estou fazendo´, e você só tem que ir e fazer. Não foi tão estranho assim - Eu nunca tinha beijado um cara - não é algo que eu vá fazer na minha intimidade, mas no final da cena foi, tipo, ficou uma vibe meio estranha".

Fonte Cena G

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Deputados evangélicos e católicos protocolizam PDL que susta a decisão Supremo sobre a união civil homoafetiva


No final da noite de ontem, o deputado federal Roberto de Lucena, e um grupo de parlamentares cristãos, protocolizaram, junto à presidência da Câmara, O Projeto de Decreto Legislativo, que tem por objetivo sustar os efeitos da decisão do STF, em relação às uniões homoafetivas, e do caráter de entidade familiar dada as mesmas. Roberto de Lucena é co-autor do projeto.

Professora transexual aprova “kit anti-homofobia”

Li essa matéria no G1, da globo.com, e gostei muito, então, repasso aqui no blog. Como de costume repasso os artigos que leio e me chamam a atenção de alguma forma.
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Professora transexual diz que alunos sabem lidar com a diversidade


Marina Reidel foi vítima de homofobia antes de passar por 'transformação'.
Ela aprova kit do MEC e diz que ganhou o respeito de pais e estudantes.


Paulo Guilherme Do G1, em São Paulo
 
Marina Reidel é transexual e dá aulas em uma escola pública de Porto Alegre (Foto: Arquivo pessoal)
Os estudantes adolescentes sabem lidar com tranquilidade quando lhes é apresentado em sala de aula o tema da diversidade sexual. É a conclusão que chegou  a professora Marina Reidel por sua experiência didática em uma escola pública de Porto Alegre. Ela se sente muito à vontade para falar sobre o tema que gerou a polêmica suspensão do projeto "Escola sem homofobia", que iria debater a diversidade sexual nas escolas públicas por meio de vídeos e uma cartilha – o chamado" kit anti-homofobia". Marina é transexual desde os 30 anos (ela não revela a idade) e é tratada com respeito por alunos, pais e diretores por seu trabalho em sala de aula.

De família com ascendência alemã, Marina sempre teve o carinho dos pais, que viam o filho brincando com bonecas desde pequeno. Mas nunca teve diálogo necessário para falar sobre sua orientação sexual em casa. Talvez por isso tenha demorado tanto tempo para assumir a sua condição. 

De família com ascendência alemã, Marina sempre teve o carinho dos pais, que viam o filho brincando com bonecas desde pequeno. Mas nunca teve diálogo necessário para falar sobre sua orientação sexual em casa. Talvez por isso tenha demorado tanto tempo para assumir a sua condição.

No trabalho nas escolas viveu duas realidades distintas. Antes de decidir se tornar transexual, deixando o cabelo crescer e assumindo a sua feminilidade, Marina era o professor Mário e, como homossexual, era vítima de preconceito nas escolas.

“Enquanto eu era um gay não assumido tive alguns problemas”, conta a professora, que faz mestrado em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “Teve um pai que não aceitava que eu desse aula para a filha dele. Uma mãe retirou a filha da escola porque não aceitou o fato de ela ter um professor homossexual. Eu até fui ofendido por um aluno da oitava série. Registrei boletim de ocorrência e ele acabou saindo da escola.”

Depois que se tornou transexual, as coisas mudaram. Mario avisou a direção da escola que iria se ausentar por alguns meses e voltaria diferente. A diretora e os outros professores prepararam os alunos para receber esta mudança. E a transexual voltou à escola como uma respeitada professora Marina. “Depois que me transformei ninguém questionou nada sobre minha história ou meu trabalho. Nem os meus alunos, que têm de 10 a 17 anos. E os pais confiam na escola e no trabalho que a gente faz.”

Marina participou de trabalhos de capacitação promovidos pelo MEC sobre a questão da diversidade sexual nas escolas. Teve acesso aos vídeos preparados para o kit anti-homofobia e até promoveu com os alunos trabalhos abordando o tema. “Tivemos trabalhos excelentes sobre a conscientização desta temática”, avalia.

Ela lidera uma associação de professores transexuais do país. Diz que tem 15 professores transexuais nas escolas da rede pública, sendo quatro no Rio Grande do Sul. “Deve haver mais, mas nem todo mundo assume sua condição”, diz. Ao saber da suspensão da distribuição do material didático voltado para a orientação do professor, Marina achou um retrocesso. Ela diz que muitos professores querem abordar a temática, mas não têm material didático para se basear. E outros professores não querem se envolver com o tema por “preguiça”. “Eles se preocupam só com seus conteúdos enquanto na sala de aula temos violência, bullying, homofobia, drogas...”

Sobre a proibição do kit preparado a pedido do MEC, Marina disse que a interferência dos políticos está atrapalhando o desenvolvimento de uma questão importante para a educação brasileira. “Acho muito estranho é que na educação todo mundo dá palpite. No posto de saúde ninguém diz para o médico o que deve ser feito. Por que nós educadores temos que dar ouvidos às pessoas que não entendem de educação e querem dar pitacos no nosso trabalho? Por que os deputados evangélicos podem se meter tanto se o estado é laico?”

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Nota Oficial da ABGLT sobre a suspensão do kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia

ESH

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, por meio de suas 237 ONGs afiliadas, assim como a Articulação Nacional de Travestis e Transexuais - ANTRA, a Articulação Brasileira de Lésbicas – ABL, o Grupo E-Jovem, milhares de militantes LGBT e defensores dos direitos humanos, lamentam profundamente a decisão da Presidenta Dilma de suspender o kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia. A notícia foi recebida com perplexidade, consternação e indignação.

Apesar de entender que houve suspensão, e não cancelamento, do kit, até porque o material ainda não está disponível para uso nas escolas e aguarda a análise do Comitê de Publicações do Ministério da Educação, a ABGLT considera que sua suspensão representa um retrocesso no combate a um problema – a discriminação e a violência homofóbica – que macula a imagem do Brasil internacionalmente no que tange ao respeito aos direitos humanos.

Este episódio infeliz traz à tona uma tendência maléfica crescente e preocupante na sociedade brasileira. O Decreto nº 119-A, de 17 de janeiro de 1890, estabeleceu a definitiva separação entre a Igreja e o Estado, tornando o Brasil um país laico e não confessional. Um princípio básico do estado republicano está sendo ameaçado pela chantagem praticada hoje contra o governo federal pela bancada religiosa fundamentalista e seus apoiadores no Congresso Nacional. O fundamentalismo de qualquer natureza, inclusive o religioso, é um fenômeno maligno atentatório aos princípios da democracia, um retrocesso inaceitável para os direitos humanos.

Os mesmos que queimaram os homossexuais, mulheres e crentes de outras religiões na fogueira da Inquisição na idade média estão nos ceifando no Brasil da atualidade. Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, a cada dois dias uma pessoa LGBT é assassinada no Brasil por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero. É preciso que sejam tomadas medidas concretas urgentes para reverter esse quadro, que é uma vergonha internacional para o Brasil.

Uma forma essencial de fazer isso é através da educação. E por este motivo o kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia foi construído exaustivamente por especialistas, com constante acompanhamento do Ministério da Educação, e com base em dados científicos. Entre estes são os resultados de diversos estudos realizados e publicados no Brasil na última década.

A pesquisa intitulada “Juventudes e Sexualidade”, realizada pela UNESCO e publicada em 2004, foi aplicada em 241 escolas públicas e privadas em 14 capitais brasileiras. Segundo resultados da pesquisa, 39,6% dos estudantes masculinos não gostariam de ter um colega de classe homossexual, 35,2% dos pais não gostariam que seus filhos tivessem um colega de classe homossexual, e 60% dos professores afirmaram não ter conhecimento o suficiente para lidar com a questão da homossexualidade na sala de aula.

O estudo "Revelando Tramas, Descobrindo Segredos: Violência e Convivência nas Escolas", publicado em 2009 pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana, baseada em uma amostra de 10 mil estudantes e 1.500 professores(as) do Distrito Federal, e apontou que 63,1% dos entrevistados alegaram já ter visto pessoas que são (ou são tidas como) homossexuais sofrerem preconceito; mais da metade dos/das professores(as) afirmam já ter presenciado cenas discriminatórias contra homossexuais nas escolas; e 44,4% dos meninos e 15% das meninas afirmaram que não gostariam de ter colega homossexual na sala de aula. 

A pesquisa “Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar” realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, e também publicada em 2009, baseou-se em uma amostra nacional de 18,5 mil alunos, pais e mães, diretores, professores e funcionários, e revelou que 87,3% dos entrevistados têm preconceito com relação à orientação sexual e identidade de gênero. 

A Fundação Perseu Abramo publicou em 2009 a pesquisa “Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil: intolerância e respeito às diferenças sexuais”, que indicou que 92% da população reconheceram que existe preconceito contra LGBT e que 28% reconheceram e declarou o próprio preconceito contra pessoas LGBT, percentual este cinco vezes maior que o preconceito contra negros e idosos, também identificado pela Fundação.

Estas e outras pesquisas comprovam indubitavelmente que a discriminação homofóbica existe na sociedade é tem um forte reflexo nas escolas. Eis a razão e a justificativa da elaboração do kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia.

Com a suspensão do kit, os jovens alunos e alunas das escolas públicas do Ensino Médio ficarão privados de acesso a informação privilegiada para a formação do caráter e da consciência de cidadania de uma nova geração.

Em resposta às críticas ao kit, informamos que o material foi analisado pelo Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação do Ministério da Justiça, que faz a "classificação indicativa" (a idade recomendada para assistir a um filme ou programa de televisão). Todos os vídeos do kit tiveram classificação livre, revelando inquestionavelmente as mentiras, deturpações e distorções por parte de determinados parlamentares e líderes religiosos inescrupulosos, que além de substituírem as peças do kit por outras de teor diferente com o objetivo de mobilizar a opinião pública contrária, na semana passada afirmaram que haveria cenas de sexo explícito ou de beijos lascivos nas peças audiovisuais do kit.

O kit educativo foi avaliado pelo Conselho Federal de Psicologia, pela UNESCO e pelo UNAIDS, e teve parecer favorável das três instituições. Recebeu o apoio declarado do CEDUS – Centro de Educação Sexual, da União Nacional dos Estudantes, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, e foi objeto de uma audiência pública promovida pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, cujo parecer também foi favorável. Ainda, teve uma moção de apoio aprovada pela Conferência Nacional de Educação, da qual participaram três mil delegados e delegadas representantes de todas as regiões do país, estudantes, professores e demais profissionais da área.

Ou seja, tem-se comprovado, por diversas fontes devidamente qualificadas e respeitadas, como base em informações científicas, que o material está perfeitamente adequado para o Ensino Médio, a que se destina.

Os direitos humanos são indivisíveis e universais. Isso significa que são iguais para todas as pessoas, indiscriminadamente. Os direitos humanos de um determinado segmento da sociedade não podem, jamais, virar moeda de troca nas negociações políticas. Esperamos que a suspensão do kit não tenha acontecido por este motivo e relembramos o discurso da posse da Presidenta no qual afirmou a defesa intransigente dos direitos humanos.

Esperamos que a Presidenta Dilma mantenha o diálogo com todos os setores envolvidos neste debate e que respeite o movimento social LGBT. Da mesma forma que há parlamentares contrários à igualdade de direitos da população LGBT, há 175 nesta nova legislatura que já integraram a Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT, e que com certeza gostariam de ter a mesma oportunidade para se manifestarem em audiência com a Presidenta, o mais brevemente possível.

A Presidenta Dilma tem assinalado que seu governo está comprometido com a efetiva garantia da cidadania plena da população LGBT, por meio das ações afirmativas de seus ministérios. Na semana passada, na ocasião do Dia Internacional contra a Homofobia, a ABGLT foi recebida por 12 ministérios do Governo Dilma, onde um item comum em todas as pautas foi o cumprimento do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT. Também na semana passada, por meio de Decreto, a Presidenta convocou a 2ª Conferência Nacional LGBT. Porem, com a atitude demonstrada no dia de hoje acreditamos estar na contramão dos direitos humanos, retrocedendo nos avanços dos últimos anos. Exigimos que este governo não recue da defesa dos direitos humanos, não vacile e não sucumba diante da chantagem e do obscurantismo de uma minoria perversa de parlamentares e líderes fundamentalistas mal intencionados.

Esperamos que a Presidenta da República reconsidere sua posição de suspender o kit do projeto Escola Sem Homofobia, para restabelecer a conclusão e subsequente disponibilização do mesmo junto às escolas públicas brasileiras do ensino médio. Esperamos também que estabeleça o diálogo com técnicos e especialistas no assunto. Estamos abertos ao diálogo e esperamos que nossa disposição neste sentido seja retribuída o mais rapidamente possível, sendo recebidos em audiência pela Presidenta Dilma e pela Secretaria-Geral da Presidência da República e que a mesma reveja sua posição.

Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

25 de maio de 2011

Links para os vídeos do kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia:

ENCONTRANDO BIANCA

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=A_0g9BEPVEA
PROBABILIDADE http://www.youtube.com/watch?v=tKFzCaD7L1U&feature=related
TORPEDO   http://www.youtube.com/watch?v=hKJjOJlEw_U&feature=related