domingo, 28 de junho de 2009

Imagem mais antiga de São Paulo

Catacumbas de Roma revelam imagem mais antiga de São Paulo
Jornal do Vaticano Osservatore Romano revelou a descoberta.
Imagem foi encontrada em 19 de junho nas Catacumbas de Santa Tecla.
Arqueologistas do Vaticano descobriram o que acreditam ser a imagem mais antiga ainda existente do Apóstolo São Paulo. Datada do século IV, ela foi encontrada nas paredes de catacumbas sob Roma.

O jornal do Vaticano Osservatore Romano, ao revelar a descoberta no domingo, publicou a fotografia de uma imagem pintada em afresco de um rosto masculino com barba preta e uma auréola brilhante sobre um fundo vermelho.

Especialistas da Comissão Pontífice para Arqueologia Sagrada fizeram a descoberta em 19 de junho nas Catacumbas de Santa Tecla em Roma e a descreveram como "o mais antigo ícone da história dedicado ao culto do Apóstolo", de acordo com o jornal do Vaticano.

São Paulo e São Pedro são reverenciados pelos cristãos como os maiores missionários da antiguidade.

Os cristãos dos tempos antigos em Roma enterravam seus mortos em catacumbas cavadas nas pedras sob a cidade e decoravam as paredes subterrâneas com imagens de devoção.

Fonte: Globo.com

sábado, 27 de junho de 2009

Então, adeus!


Nunca fui insensível, e não seria agora que viria tornar-me assim. Como todos, que cresceram como eu, devem saber do que falo agora. Sim, falo da ausência, dessa sensação que dói, e que não é superada tão facilmente, pois não se preenche... Está apenas a marcar o vazio de um significado que se foi...
Na minha infância me emocionei ao escutar a voz de um menino, que dava à trilha sonora do filme, daquele ratinho amigo... Aquela voz inesquecível, aquela musica tão singela... E as lágrimas, que naquele momento rolavam na minha face, agora, por mais uma vez, embaladas, na mesma voz, do mesmo menino, e por um motivo tão diferente... INACREDITÁVEL.
Um adeus, como no filme Ben. Porém, as lagrimas não são, somente, pela voz melodiosa, de um anjinho, e pelas cenas tristes do filme. Agora pela letra da canção, e pela perda de alguém, deste mesmo anjinho, que antes deu saber quem era já despertava em mim tamanha emoção. Mas pela voz, também, e por tudo, por tudo que um dia ela significou, por mais que eu não soubesse (na minha infância) de quem era, mas foi inesquecível, como você assim se fez.
Obrigado por sua presença na humanidade, e por tudo que você significou nela, sendo VOCÊ! Adeus Michael Jackson , inesquecível Michael.

Ben

Ben, nós dois não precisamos mais procurar
Nós dois achamos o que estávamos procurando

Com um amigo para chamar de meu
Nunca estarei sozinho
E você, meu amigo, verá
Que tem um amigo em mim
Ben, você está sempre correndo aqui e ali
Você sente que não é querido em lugar algum
Se algum dia você olhar para trás

E não gostar do que você achar
Há algo que você deveria saber
Você tem um lugar para ir
Eu costumava dizer "eu" e "eu"

Agora somos nós, agora somos nós
Ben, a maioria das pessoas mandaria você embora
Eu não escuto uma palavra do que eles dizem
Eles não vêem você como eu vejo
Eu gostaria que eles tentassem
Tenho certeza de que eles pensariam novamente
Se eles tivessem um amigo como o Ben

Como o Ben...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Menino de 16 anos é submetido a exorcismo para "curar" homossexualismo

Qui, 25 de Jun, 05h 16





Nova York, 25 jun (EFE).- Uma comunidade religiosa do estado de Connecticut, nos Estados Unidos, submeteu um jovem de 16 anos a uma prática de exorcismo para "curá-lo" do homossexualismo e depois divulgou um vídeo do acontecimento no portal "YouTube", informou hoje o jornal "New York Post".

Com uma duração de 20 minutos, o vídeo, que já foi eliminado do site, mostrava o jovem deitado no chão enquanto sofria convulsões e várias pessoas que gritavam "saia do seu corpo, demônio homossexual".

"Espírito homossexual, te chamamos para que abandone este corpo. Liberte-o, Lucifer!", gritava o grupo diante do jovem, que começa a sessão de pé e acaba vomitando no chão de uma igreja da cidade de Bridgeport, onde a comunidade chamada "Manifested Glory Ministries" se reúne.

Em outra cena, algumas pessoas sustentam o jovem pelos braços, enquanto um deles pede ao suposto espírito que saia "pela barriga do rapaz" e pede para o resto das pessoas pressionarem seu estômago.

Os membros da comunidade negaram que o menino tenha sofrido algum tipo de ferimento e disseram que respeitam os homossexuais.

"Não temos nada contra os homossexuais. Simplesmente não compartilhamos seu estilo de vida", disse a reverenda Patricia McKinney, que mostrou seu convencimento de que "um homem deve estar com uma mulher e uma mulher com um homem" e que explicou que o rapaz se vestia "como uma menina".

McKinney disse o rapaz tem 18 anos, mas ele disse ter 16.

O vídeo causou revolta em várias associações que defendem os direitos dos homossexuais, que asseguraram que casos como este se repetem em muitos pontos do país.

"Casos assim ocorrem o tempo todo. Não é um fato isolado", disse Kamora Harrington, uma dos líderes da associação "True Colors", que teve contato com o menino e denunciou o acontecimento para as autoridades de Connecticut.

Os membros da "True Colors" disseram ao "New York Post" que o jovem tinha sido vítima desse tipo de ritual em duas ocasiões anteriores por vontade própria e assessorado pelo líder da comunidade religiosa.
EFE

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ma che bello ragazzo!


Não assisto a programação da Rede Record, por motivos próprios, mas, não posso deixar de dar o braço a torcer : O Miro é divino! Que rapaz bonito!


Essa foto é um momento tocante em minha espiritualidade, como ela me aproxima do belo. Como ela mexe com meu lado espiritual! Algumas coisas nos ligam a Deus, que se revela em sua criação; o belo, a harmonia, a paz que se é transmitida tem em nós esse efeito, e glorificam ao criador.


Deus seja glorificado.

Protesto contra violência na 13ª Parada Gay de SP

Meu povo, repasso a reflexão redigida por um amigo, o Ricardo. Ele não faz parte das listas.
Rev Márcio

Por que apenas "centenas vão ao Centro de São Paulo pelo fim da violência contra os LGBT", conforme o título da matéria publicada no site "G. Online", se a massa na parada paulistana foi de 3,1 milhões de pessoas, segundo informam os próprios organizadores do evento?

Fez-me lembrar a manifestação celebrada por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a Homofobia, mês passado, quando na orla do Rio de Janeiro menos de uma centena de pessoas, no exercício da cidadania, ergueram suas vozes para protestar contra a homofobia.

Hã? Menos de uma centena de pessoas na cidade prestigiada com a 'parada' mais antiga do Brasil? Considerando estatísticas de mais de um milhão de pessoas nas edições dos últimos três anos de "parada", às vezes, estranho a febre dos correios eletrônicos politicamente certinhos, pedindo pra clicar nos "abaixo-assinados virtuais" contra a homofobia e pela aprovação do PLC 122/2006, que tramita agora no Senado [tramita foi força de expressão]. Parece um discurso incoerente quando se chama à visibilidade e poucos, bem poucos, se propõem a agir como cidadãos conscientes de seus direitos e deveres...

Seria o caso de falta de divulgação pelos organizadores, erro no processo de mobilização civil ou desinteresse coletivo mesmo? Não digo que todos deveriam participar, pois cada qual faz o que bem pretender com o exercício de sua liberdade constitucional, mas que os que participam da "festa apoloniana das paradas" deveriam se auto-examinar, isso deveriam! Afinal, qual a real motivação de tudo aquilo?

Muitos nem se lembrarão da História, mas todas as conquistas democráticas nasceram do interesse e da mobilização cidadã (voto feminino, sistema direto de votação, o direito de greve, a liberdade de culto, a lei que define os crimes contra raça e procedência étnica, a gratuidade de transporte para estudantes da rede pública de ensino, idosos e deficientes, os Estatutos do Índio, da Criança e do Adolescente e do Idoso, as leis que asseguram ônibus e calçadas adaptadas para portadores de necessidades especiais nos perímetros urbanos das cidades, a Lei Maria da Penha contra a violência doméstica e à mulher, a Lei Seca, o Cadastro Nacional de Crianças Desaparecidas, as licenças maternidade e paternidade, as quotas nas universidades, o atendimento preferencial nas filas para gestantes, deficientes e idosos, entre muitas outras conquistas).

Será que os trios-elétricos e os carros alegóricos [e o que sobre eles há!], quase todos patrocinados por ONGS e boates do circuito LGBT, chamam mais a atenção do que reivindicações sérias e absolutamente necessárias no processo do exercício democrático?

Por favor, não me venham com o infantilismo da informação (?) de que os carros alegóricos (bom repetir: alegóricos) trazem cartazes com mensagens de reivindicação cidadã porque, sinceramente, entre olhar-ler-apreender a informação (?) ali contida e observar os corpos esculturais requebrando-se ao som ensurdecedor à la "Rhyanna Remix, Britney, Madonna at all", um em cada cem se certificará de qualquer coisa para além dos bíceps, tríceps, pintos e tanquinhos!

A minha proposta é a da reflexão! O auto-exame é necessário! A impressão que se tem, à vista das estatísticas recordes das participações nas paradas (um milhão, dois milhões, três milhões, etc) e o que se vê na hora de reivindicar qualquer coisa, efetivamente falando, quando se vê (!), é um hiato ao qual chamaria de apatia cidadã (pra não ferir as consciências caso chamasse o fenômeno de alienação político-social). Definitivamente, reivindicar não dá Ibope!

Pra finalizar, vejam o que o texto da matéria na "G. Online" diz sobre o importante evento ocorrido neste último sábado, em São Paulo, quando o que se propôs foi "a resposta" do movimento contra os recentes e brutais ataques homofóbicos (bomba, inclusive, ferindo cerca de 30 pessoas) contra Marcelo Barros vitimado pelo ódio de grupos intolerantes:

"Exatamente às 19 horas, um grupo de ativistas iniciaram o ato na própria Vieira de Carvalho, em frente ao Café Vermont. Um texto com o título "Homofobia, basta! Justiça, já!" e apitos foram distribuídos para as pessoas que aos poucos se juntaram ao grupo. Ao todo, cerca de 300 manifestantes se reuniram timidamente no centro da rua. "Realmente acho que nem 1/3 da Parada compareceu. Muita gente fala que a Parada é um carnaval fora de época. Tudo bem ser do jeito que é, mas acontecem coisas como essas, as pessoas tinham que prestigiar. Eu acho que a Parada tem muita gente, mas pode ter mais. Temos que reivindicar contra homofobia, a bomba da Vieira de Carvalho, a morte do Marcelo. Parada não é só festa!", disse Silvetty Montilla quando chegou e viu que não existia o número de pessoas que esperava.

Bruno Puccinelli contou que os amigos tentaram evitar que ele fosse a manifestação, pois estavam com receio de ter novos ataques. "Fiquei sabendo pela imprensa. Alguns amigos me perguntaram se eu estava louco de vir, pois seria perigoso. Sabia que não teria muita gente."

Entre apitos, Julian Rodrigues, do grupo Corsa, tomou a frente do ato com um microfone e discursou: "Essa manifestação tem duas reivindicações: pressionar para desvendarem os culpados pelos espancamentos e a bomba, e enquanto homofobia não for considerado crime, muita gente ainda vai achar normal bater em gays, lésbicas e transexuais"."

Este comentário foi feito em relação a reportagem da G.Online

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Imagem do Dia

Vale também a leitura do post: O Armário Religioso do Blog Pride Brasil. Tem imagem que serve por 1000 palavras. O que dizer desta aí...

Globo lança série em homenagem a Shakespeare

A TV Globo lançou nesta quarta-feira (24) a série “Som & Fúria”, que estreia no dia 7 de julho. Protagonizado por Felipe Camargo e Andrea Beltrão, o programa será uma grande homenagem ao poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare.
“Shakespeare era um autor muito popular. Agora, virou meio acadêmico, mas é dele que vêm os grandes dramas e as grandes comédias. Na série, relacionamos os textos dele com o que está acontecendo na ação. Acho que isso pode aproximar o público”, comenta a atriz Andrea Beltrão.
Inspirada na canadense “Slings and Arrows”, “Som & Fúria” foi adaptada por Fernando Meirelles e dirigida por cinco profissionais diferentes.
“A série é ao mesmo tempo engraçada e dramática. Mas o mais importante é poder apresentar trechos das peças de Shakespeare e fazê-los se tornarem populares novamente”, diz Meirelles.
Na história, Dante (Felipe Camargo), Oliveira (Pedro Paulo Rangel) e Elen (Andrea Beltrão) são amigos de longa data e têm a vida mudada depois de uma apresentação de Hamlet, quando Dante, que fazia o papel principal, surta e sai no meio da cena do enterro de Ofélia, personagem de Elen. Sete anos depois, eles se reencontram no Teatro Municipal.

Fonte: Globo.com

terça-feira, 23 de junho de 2009

Eu sou preconceituoso em NOME DE JESUS

anc Junior disse...
Deixa ver se eu entendi, ser homo, infeliz, depravado, pecador, pedófilo, isso pode!, deixar de se-lo e voltar a uma vida digna, moral, feliz, plenamente realizado como ser humano e cidadão, isso não pode ????
façam o que quiserem de suas miseráveis vidas mas não me obriguem a aceitar a depravassão!
ABAIXO A DITADURA GAY
Terça-feira, 23 de Junho de 2009 11h54min00s BRT

Este foi o infeliz comentário de um leitor nosso; sim, LEITOR deste espaço, deste blog. Diria eu que de forma ávida, inclusive... Sôfrega sem embargo. Acontece que nos últimos meses comecei a identificar algumas ações muito programáticas na lista de discussões LGBT e, aqui, nesse espaço. Ações de evangélicos, que se infiltram no meio gay com um único intuito: trazer discórdia e fazer proselitismos em nome do fundamentalismo anti-gay por eles defendidos.

Foi assim que na lista de discussão, que um tal Claudemiro me desafiou ao debate teológico, mas, sem muito sucesso, acabou sendo ele banido do grupo por pregações anti-gays e, por não ter respondido às perguntas que a ele eram propostas no debate, antes, preferiu se esquivar e falar sozinho, fazendo uma pregação esquizofrênica . Quando foi ontem, lendo e-mails que movimentaram os ânimos na lista descobri que Claudemiro Soares é ligado à psicóloga Rozângela Justino, que está para ser caçada no Conselho Federal de Psicologia, por quebrar a ética profissional e propor a cura da homossexualidade.

Contudo, não foi só o Claudemiro Soares, outros, na mesma linha dele, às vezes, usando os mesmos termos e expressões (o que muitas vezes, levou-me no silêncio de minha lucubração achar que era o próprio se passando por outra pessoa, ou, no mínimo, orientando o que a pessoa falaria.) estiveram na lista, o que me faz concluir que há uma rede evangelizadora, ligados a tal psicóloga e grupos de evangélicos perseguidores de gays.

Esses evangélicos estão disseminando o ódio, em nome de Jesus, eles agem no meio social em prol da violência e do massacre homossexual. São os caça-gays, aferindo dor e desprezo no coração de tanta gente; dor que não cessará, e desprezo que vitimará muitos e muitas famílias, tudo em nome de Jesus. Mas, não há o que se preocupar, afinal, foi o próprio Cristo que declarou:
Não creiais que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; E assim os inimigos do homem serão os seus familiares (Mt. 10,34 e seguintes).
Dessa forma, o compromisso dos seguidores da Justino é muito próprio, e ele não se desviará, enquanto o sangue de muitos é derramado, pelo contrário, enquanto mais sangue, mais violência, mais gozo haverá. Geralmente quando vejo pessoas com os braços erguidos, não sei se são evangélicos ou se são neonazistas...

Basta ver o comentário, tudo a ver, que anc Junior fez em nosso espaço. Com certeza esse blog já foi lido e relido por todos eles, e os ataques estão se intensificando. Agora, não estranhe pela frase: “comentário tudo a ver”, pois ela não foi irônica. De fato, o comentário foi tudo a ver com a estupidez, ignorância, homofobia, futilidade, inutilidade, incapacidade.

Bem, nosso comentarista uma coisa nos revelou, ele passou longe da escola, e sua alfabetização foi bem pobrezinha. Diria eu que ele é um analfabeto funcional. Aquele que lê e escreve algumas palavras, mas, não entende o contexto. Ainda sim, seria dispensável falar ao leitor, que nosso crítico ferrenho escreveu depravação com dois “s”, e não com “ç” como é o certo. (depravassão com SS NÃO PODE!). Talvez, escrevendo em alemão ele acertaria né? Verderbtheit.

domingo, 21 de junho de 2009

De repente, Califórnia - Em busca de abrigo


Filme aborda a solidão humana a partir das experiências de um jovem homossexual

De repente, Califórnia, de Jonah Markowitz, chega a Belo Horizonte num momento propício às reflexões que propõe. Há poucos dias, em São Paulo, uma bomba de fabricação caseira foi arremessada contra a multidão reunida depois da parada do Orgulho Gay. No fim do mês, em boa parte do mundo, serão comemorados os 40 anos do levante no Bar Stonewall Inn, em Nova York, considerado o marco inicial da militância homossexual. A última data fala do quanto conquistamos em termos de igualdade de direitos; aoutra, do tanto que ainda é necessário lutar para que ela exista. De uma perspectiva política, De repente, Califórnia trata, com sutileza, exatamente desses extremos.

Zach (Trevor Wright) é um jovem artista. Deixou de ir para um dos melhores institutos de artes dos Estados Unidos para poder cuidar de sua família – o pai doente, a irmã instável, o encantador sobrinho de cinco anos, Cody. Está terminando com a atual namorada. Nas horas vagas, divide-se entre sua criação e o surfe. Até que Shaun (Brad Rowe), irmão de seu melhor amigo, volta à cidade, leva-o a descobrir a paixão e a questionar, por causa dela, seu lugar no mundo. Na essência, De repente, Califórnia é apenas um drama romântico, nova versão das histórias lacrimogêneas do século 19, em que alguém precisa escolher entre a família tradicional e o amor. Nos detalhes, o filme se torna um retrato das contradições da moralidade contemporânea (como aquelas histórias foram em seu tempo).

O filme lida com alguns assuntos bastante caros à condição atual da luta pelos direitos gays. O primeiro é a questão do jovem homossexual – a dificuldade em seguir em frente pela completa ausência de referências e modelos. Zach simplesmente não sabe o que fazer com sua vida. Todas as suas referências são conservadoras e patriarcais. Não se trata apenas de uma nova experiência para ele, mas de uma vivência sobre a qual ele não se sente capaz de conversar com ninguém. Está só. A sabedoria de De repente, Califórnia, contudo, é mostrar que sua solidão não decorre da condição de homossexual. Todos são solitários. Todos estão à procura do shelter (“abrigo”) que dá nome em inglês ao filme. A solidão seria inerente ao ser humano, parece dizer a obra. E o problema é que o mundo cria condições para que alguns sejam mais solitários que outros.

PATERNIDADE
Outra questão na ordem do dia apresentada pelo filme é a relação entre homossexuais e paternidade. O pai de Cody o abandonou. A mãe é uma irresponsável. O namorado dela, violento e quase marginal. Num mundo que insiste em dizer que homossexuais não podem ser bons pais, Zach é a única figura masculina positiva em que Cody pode se inspirar. “Você é meu pai”, diz ele, num dos momentos mais pungentes do filme. Aos poucos, Shaun ocupará outra parte da busca de Cody por um pai. De repente, Califórnia pergunta ao espectador o tempo todo sobre o que seria melhor para Cody. E a conclusão é inevitável: indiferente de sua orientação sexual, Zach é o pai, o educador, o amigo, mais do que qualquer outro.

Tudo isso é apresentado em De repente, Califórnia na forma de um drama sem excessos. É, antes de tudo, um filme otimista, daqueles que confiam na bondade humana como arma contra todos os preconceitos. Os personagens precisam lutar contra eles mesmos para chegar à tolerância – inclusive Zach em relação a seus próprios sentimentos. Mas chegarão lá. No processo, descobrem algo da própria leveza da vida. Ao fazerem isso, lembram-nos que nada é para sempre. Que coisas e pessoas vêm e vão. E que, mesmo assim, é possível ser feliz, se fizermos as escolhas certas e tivermos coragem para levá-las adiante.

Fonte: Portal UAI

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Tem coisa que não tem preço!

Foi hoje no Vídeo Show (Rede Globo), que uma cena, muito emocionante, aconteceu de forma memorável e inenarrável. Selton Mello e, seu irmão, Danton Mello comemoraram o "dia do irmão" em um gesto de carinho, respeito e amizade impagáveis. Vale conferir:




O VÍDEO SHOW resolveu pegar carona na ideia do "Dia do Irmão", comemorado pelos personagens de Caminho das Índias. Vai que a tradição pega aqui no Brasil...

E para comemorar a data, reunimos dois brothers que se amam muito: Danton, o Amithab, da trama de Glória Perez, e Selton Mello. "Na Índia, essa data é para reforçar o laço de amor entre os irmãos", explica Danton.

"Fiquei pensando no que mandaria para o Selton, e resolvi mandar uma coisa simbólica, simples, para gente relembrar da nossa infância. E que tem tudo a ver com o novo projeto dele. O Selton é um grande parceiro, trocamos ideias...", conta ainda o ator.

"O meu irmão é realmente um sujeito fabuloso, somos parceiros na vida, que não é fácil", retribui Selton.


Confira o vídeo e se emocione!
Fonte: Globo.com

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Solano Portela e o genocídio homossexual

No site Mídia Sem Máscara, uma das últimas pérolas, do 'teólogo' Solano Portela, é questionar a ideia de que homossexuais sejam vítimas de enorme violência no Brasil. Usando de cortinas de fumaça e argumentos esdrúxulos, o teólogo tenta 'comprovar' que o que existe, de fato, é uma 'heterofobia' e uma 'distorção' da realidade a partir do governo 'petista', ferozmente atacado no citado site. Veja o artigo aqui.

Solano Portela tem razão?

Analisemos.

Bom, é claro que, como teólogo conservador que é, o Sr. Solano Portela é especialista em distorções. Afinal, que distorção maior pode haver em pregar uma religião que supostamente é baseada em paz e amor, mas se utilizar dos conhecimentos dessa mesma religião para justificar, ou minimizar a violência?

Portela é tão mestre no assunto que seu texto, postado em um site que se diz 'sem máscaras', convenientemente oculta informações relevantes sobre as estatísticas que tanto tenta combater, mascarando a verdade.

A primeira delas é, logo de cara, o motivo de existirem tais estatísticas. Solano usa o argumento do Professor Luiz Mott sem considerar o fundamento dele para dizer que, no Brasil, ser homossexual é mais seguro e que heterossexuais têm 40x mais chances de sofrerem violência.

Efetivamente, como demonstra o 'douto' teólogo, é possível chegar a essa conclusão matematicamente. Desde que se despreze o tipo de crime que o professor Luiz Mott utiliza para fazer sua base de cálculo, que é o crime homofóbico, e a fonte que o Mott utiliza em sua estatística.

Esclareçamos, portanto.

Em primeiro lugar, Mott contabiliza os crimes que são motivados ou agravados pelo preconceito de que homossexuais são vítimas.

Existe, portanto, um motivo para que o crime seja contabilizado na estatística: não é qualquer crime sofrido por gays ou lésbicas, ou, no que diz respeito ao que estamos discutindo, qualquer assassinato de que gays, lésbicas e afins são vítimas que entra nas estatísticas - mas aqueles assassinatos que são perpetrados pelos algozes tendo em vista a condição de homossexual da vítima.

Se um gay ou lésbica estiver, por exemplo, passeando pelo centro de São Paulo, e for vítima de um latrocínio comum, este crime não é contabilizado como crime homofóbico. Também não o é, se, por infortúnio, a pessoa morrer em um acidente de trânsito comum.

Coisa diversa é, no entanto, quando a pessoa é agredida e morta não porque o criminoso queria seu dinheiro: mas porque ela, sendo homem, estava de mãos dadas com o namorado, por exemplo.

Coisa diversa, conforme atesta a reportagem do Bom dia, Brasil, da Rede Globo, é ter uma bomba jogada de um edifício a fim de machucar participantes da Parada Gay. Muito provavelmente, pelo simples fato de serem gays e estarem naquela manifestação.

Outro crime que é contabilizado por Mott é aquele em que o fato de ser gay é um agravante para a violência. Lembremos do exemplo do latrocínio comum. O crime entrará na estatística se, ao perceber que a vítima é um LGBT, o criminoso, por isso, usar de violência descomedida.

A questão da motivação, portanto, é essencial para entender a estatística promulgada por Luiz Mott. Quando se diz que, a cada três dias, morre um homossexual no Brasil, não estamos dizendo que, a cada três dias, morre um homossexual porque se envolveu num acidente de trânsito, porque foi vítima de latrocínio comum, porque se envolveu numa briga de bar, discutiu no trânsito ou coisa semelhante.

Quando se diz que, a cada três dias, morre um homossexual no Brasil, dizemos que, a cada três dias, um homossexual morre no Brasil tão somente pelo fato de ser homossexual. E por nenhum outro motivo relevante.

Corrija-me, portanto, Solano Portela, ou qualquer outro. Mas, até onde sei, inexistem, em nosso País, casos de heterossexuais mortos pelas mãos de terceiros por causa de sua heterossexualidade.

Quantos héteros são agredidos, ou mortos, diariamente no País, porque beijaram suas esposas, por exemplo, e alguém na rua 'não gostou porque homem com mulher é contra as Leis de Deus'?

Pois é disto, e de nada mais, que estamos falando.

Até eu já passei por uma situação de estresse no metrô de São Paulo, porque estava de mãos dadas com meu namorado e me arrisquei a dar um selinho nele. Um homem enfurecido levantou-se da cadeira, nervoso e esbravejando porque estávamos 'desrespeitando sua esposa' - que, na verdade, ficou muito mais envergonhada com a atitude dele, a ponto de sair do trem escondendo seu rosto.

Pergunto ao Sr. Portela: quantas vezes ele passou por situação semelhante ao dar as mãos ou encostar os lábios em sua esposa? Ou, ainda, por carregar a Bíblia embaixo do braço?

Pois é disto, e de nada mais, que estamos falando.

Tanto é assim que a estatística de Mott utiliza-se da análise do modus operandi para se sustentar. Como foi a história, quem matou, por quê, a pessoa xingou, humilhou a vítima, em que termos, se mutilou de forma a punir a sexualidade do outro, etc. Não tenham dúvidas de que, se no meu caso particular, a coisa houvesse progredido até resultar em agressão e morte, seria um crime homofóbico e provavelmente entraria nas estatísticas do professor Luiz Mott. Afinal, qual foi a motivação? Um beijo gay.

Portanto, se esvai a tentativa do 'teólogo' de ocultar a verdade do assassinato de gays no País tendo como motivação a homofobia. Bem como a tentativa matemática, mas irregular, de 'provar' que é mais seguro ser gay do que ser hétero no País. Seria interessante ver o Sr. Portela procurar comprovar, na prática, seu argumento. Por exemplo, arriscando-se a sair com outro homem, como se gay fosse, e procurando ver realmente se estará 'mais seguro' e 'escapará mais' da morte, como quer 'provar'.

O segundo ponto que interessa destacar é que a estatística de Luiz Mott é baseada em artigos da imprensa. Erroneamente, o Sr. Portela parece considerar que ela representa a totalidade de crimes cometidos contra gays. Morre um homossexual a cada três dias no Brasil considerando-se somente os crimes que saem na mídia com motivação homofóbica.

Quantos outros ocorrem, mas não chamam a atenção dos jornalistas? Se, apenas com o que a mídia divulga - que, por definição, é sempre uma pequena parte -, esta já é a estatística, imagine se pudessem ser considerados TODOS os crimes que não chegam até ela e têm motivação homofóbica...

Sim, vivemos um genocídio homossexual no Brasil tomando como referência esse parâmetro. Qualquer que seja a conta matemática, é evidente que, na realidade, morrem MAIS de um homossexual a cada três dias por ser homossexual.

Aliás, diferentemente do que o autor distorce em seu texto no primeiro item, o movimento gay não rejeita a ideia de inclinação biológica ou genética da homossexualidade. A defesa do direito de ser quem é a que o teólogo se refere, é bem mais simples que isso: que independentemente da 'causa' da homossexualidade, o fato de ser gay não deve ser motivador de discriminação - e deve-se respeitar as pessoas em sua individualidade, diferença e diversidade.

A título de exemplo, lembremos que, como teólogo cristão, o Sr. Portela OPTOU por essa religião. Mas duvido muito que concorde com a ideia de que deve ser punido, agredido, morto ou discriminado por isso - mesmo que seja muito mais simples mudar de religião do que de orientação sexual (afinal, sequer existem bases objetivas para sustentar 'reorientações' sexuais).

Repito, ao Sr. Portela, a pergunta: quantos heterossexuais são mortos, em notícias da mídia ou fora dela, por conta de sua heterossexualidade?

Por fim, o Sr. Portela se apropria de definições deslocadas (ou distorcidas) dos estudos da sexualidade, ao falar que 'ativos também são homossexuais'. Sugere o autor que os ativos 'não são contabilizados', quando inexiste, na mídia ou nas estatísticas de Luiz Mott, qualquer restrição nesse sentido.

Simplesmente ocorre de que, por questões de machismo que o autor certamente conhece (mas oculta), a passividade é um item agravante e ultrajante para a maneira como é construída a imagem do 'macho brasileiro': razão pela qual é mais comum um 'ativo' matar frente à possibilidade de 'se igualar' permitindo-se a penetração; do que um passivo frente à possibilidade de também penetrar.

Mas o primeiro ponto merece ainda alguma análise. Será que os 'ativos' são também homossexuais?

Algumas vezes, sim. Outras vezes, não.

Com efeito, é sabido que o que define a orientação sexual é o desejo erótico, a atração físico-sexual tomada em sua acepção ampla no interior da vida do indivíduo - Portela, se não sabe (mas ocultou), saberia se acompanhasse os recentes desenvolvimentos nos estudos da sexualidade e áreas afins. Especialmente, no Brasil, experimentações, mesmo que repetidas, em outros espectros da sexualidade não constituem prova de orientação sexual per se.

No Brasil, é comum que homens se relacionem com homens como ativos e se definam, se sintam e vivam como heterossexuais. E, de fato, parte deles realmente o é, posto que o desejo é orientado às mulheres, e as transas com homens não se relacionam à atração que rege suas vidas.

O inverso também é verdadeiro. 'Ex-gays', de igrejas cristãs, da religião do Sr. Portela, não são 'ex-' porque se relacionam sexualmente com mulheres. São GAYS que se relacionam sexualmente com mulheres, mesmo que sua orientação sexual indique o oposto: uma situação que, motivada por questões religiosas, fatalmente é geradora de ansiedade, crises e, quando não, traumas. Existe até nome para isso: orientação sexual egodistônica. Fica aqui, portanto, o alerta: ao contrário do que pregam pessoas como Rozangela Justino e Julio Severo, o 'ex-gay' não está 'curado' ou 'reorientado' de nada - mas, muito provavelmente, inserindo em sua vida uma egodistonia que pode levá-lo, aí sim, à patologia.

Retomemos, portanto, o argumento do Sr. Portela, que tenta, no fundo, culpar os gays pela violência de que são vítimas e talvez negar a existência de criminosos héteros e homofóbicos: não, não são todos os ativos que são homossexuais. Segundo, não me consta que todos os crimes homofóbicos tenham referência à relação sexual dos envolvidos. Terceiro, quem disse que a homofobia não afeta também alguns homens e mulheres, que procuram reprimir a homossexualidade veementemente e se tornam agressivos quando esta lhes aparece?

Além disso, e isso é sabido, um criminoso pode perfeitamente seduzir a vítima com vistas ao mal. Mulheres assassinadas por serial killers, crianças vítimas de pedofilia, e vítimas de violência doméstica, golpes do tipo 'Boa Noite, Cinderela' e outros podem ser estudados nesse sentido. Nem sempre o intuito do autor é o sexo, ou ainda, o sexo enquanto relação, participa dos elementos.

Finalizando este artigo, fica claro do que se trata o texto do Sr. Solano Portela: simples embuste. Tentativa infeliz de minimizar a violência de que uma minoria social é vítima por sua condição de minoria.

Uma atitude no mínimo questionável de quem professa uma religião que já foi minoritária e já sofreu igual ou pior perseguição em sua história, dentro dos mesmíssimos parâmetros. Ou que, hoje, diz pregar o amor.

Esse tipo de amor?! Dispenso.

E depois o autor ainda quer sugerir que não precisamos do PLC 122... Mas o que esperar de um site fundado por Olavo de Carvalho?

Sr. Portela, onde o senhor guarda sua máscara?

sábado, 13 de junho de 2009

Carpe Diem: e uma reflexão sobre o voo 447


Aí um dia você toma um avião para Paris, a lazer ou a trabalho, em um vôo da Air France, em que a comida e a bebida têm a obrigação de oferecer a melhor experiência gastronômica de bordo do mundo, e o avião mergulha para a morte no meio do Oceano Atlântico. Sem que você perceba, ou possa fazer qualquer coisa a respeito, sua vida acabou. Numa bola de fogo ou nos 4 000 metrosde água congelante abaixo de você naquele mar sem fim. Você que tinha acabado de conseguir dormir na poltrona ou de colocar os fones de ouvido para assistir ao primeiro filme da noite ou de saborear uma segunda taça de vinho tinto com o cobertorzinho do avião sobre os joelhos. Talvez você tenha tido tempo de ter a consciência do fim, de que tudo terminava ali. Talvez você nem tenha tido a chance de se dar conta disso. Fim.

Tudo que ia pela sua cabeça desaparece do mundo sem deixar vestígios. Como se jamais tivesse existido. Seus planos de trocar de emprego ou de expandir os negócios. Seu amor imenso pelos filhos e sua tremenda incapacidade de expressar esse amor. Seu medo da velhice, suas preocupações em relação à aposentadoria. Sua insegurança em relação ao seu real talento, às chances de sobrevivência de suas competências nesse mundo que troca de regras a cada seis meses. Seu receio de que sua mulher, de cuja afeição você depende mais do que imagina, um dia lhe deixe. Ou pior: que permaneça com você infeliz, tendo deixado de amá-lo. Seus sonhos de trocar de casa, sua torcida para que seu time faça uma boa temporada, o tesão que você sente pela ascensorista com ar triste. Suas noites de insônia, essa sinusite que você está desenvolvendo, suas saudades do cigarro. Os planos de voltar à academia, a grande contabilidade (nem sempre com saldo positivo) dos amores e dos ódios que você angariou e destilou pela vida, as dezenas de pequenos problemas cotidianos que você tinha anotado na agenda para resolver assim que tivesse tempo. Bastou um segundo para que tudo isso fosse desligado. Para que todo esse universo pessoal que tantas vezes lhe pesou toneladas tenha se apagado. Como uma lâmpada que acaba e não volta a acender mais. Fim.

Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo dentro de casa. Não cultive amarguras e sofrimentos. Prefira o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores bons. Seja feliz, hoje. Amanhã é uma ilusão, ontem é uma lembrança. No fundo, só existe o hoje. O amanhã não existe!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

A espiritualidade do EU ME SINTO BEM

Não entendo como muitos trabalham a espiritualidade, e acham que na economia do eu estou me sentindo bem, de fato, possa condizer com a realidade de um a espiritualidade sadia.

As pessoas se contentam com pouco, e nisso se alienam de tudo. Principalmente na contemporaneidade; no consumismo, na “objetificação” das pessoas, no individualismo exacerbado. O bem-estar e a sua mística se traduzem na expressão, horrenda, do ter para aparecer. E nisso, já há muito, a própria filosofia esboçou a sua teoria do ser sendo aquilo que se produz. Noutros termos, você é, tão somente, aquilo que é capaz de ter.

Percebo, como um exemplo não distante de nós, essa premissa, retro
mencionada, vivenciada nos templos das igrejas neopentecostais, em especial, da Igreja Universal do Reino de Deus. Afinal, a sociedade de consumo não poderia estar abandonada sem algo que a justificasse. Assim, os templos da pós-modernidade não se encerram nos shoppings das grandes cidades, vendendo e comercializando produtos, enquanto insuflam o consumismo exacerbado. Tal consumismo deveria transcender como expressão legitima, também, da fé. Desta forma, validando, ou fechando todo ciclo de significado em torno dessa mesma prática, ou sitz im leben: ser- produção- produto-fé= objetificação.

A fé se tornou expressão do consumismo, objeto de sonhos capitalizados das massas; a vontade do poder, das grandes mansões, dos grandes hiates, dos cruzeiros e de toda a pompa da vida luxuosa e extravagante por um passo, por um nome, por um desafio ou uma ação em direção dessa mesma fé-desejo, também capitalizada, paga, remunerada.

Em o nome de Jesus se junta ao capital como forma de ratificar a expressão máxima da sociedade contemporânea. E como tudo que o dinheiro pode comprar, a dor, o infortúnio, e os problemas do indivíduo não fazem parte do núcleo principal dessa fé, mas, apenas acessório de marketing como garantia de se capitalizar algo, na vantagem do consumo- fonte primaz da nova espiritualidade.

Como conclusão última de toda a decorrência desse modelo, o vazio de sentidos, a falta de profundidade, e a carência de validade concreta em busca do resgate do ser se fazem perceber ao modelo parvo que se estabelece à fé. A venda das indulgências se renova em um modelo que não pretende derrubá-la, ou desdizê-la. Se na Reforma era ela prostituta maldita, na pós-Reforma ela encontra seu lugar, santificada, bendita, aplaudida e quista.

Não há interesse na educação do povo, não existe, de fato, uma compreensão eficaz quanto a dignidade humana- em todo tempo as Escrituras se relativizam aos interesses individuais. O homem da fé é sinônimo do homem alienado, ausente de sua própria esperança, caminhando e conduzido ao seu próprio inferno.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

O desabafo do João...

João Marinho, jornalista, paulistano, administrador da lista de discussões Gospel LGBT, e administrador deste blog, pronunciou-se sobre uma discussão, na lista, e que a transcrevo, na integra aqui. O problema de uma ideologia vendida e parva, na boca dos evangélicos, onde alegam que os gays querem amordaçar a sociedade com o PLC 122/06. Vale a leitura!

Apenas eu gostaria de dizer ao HMR algo que realmente me perturbou nessa discussão toda.

O fato de que nós, como gays, gastamos páginas e páginas para, em vez de nos defender, defendermos os nossos INIMIGOS.

Para mim, a verdade nua e crua é que o PLC não é mordaça gay para ninguém. Mas, mesmo que fosse, nós, como gays, que somos cotidianamente alvitados, ainda teríamos de pensar duas vezes antes de não apoiá-lo.

As igrejas evangélicas se mobilizam politicamente CONTRA nós, cotidianamente. Há projetos para impedir o casamento civil gay definitivamente, projetos para o Estado financiar tratamentos de "cura da homossexualidade", sites, como o de Júlio Severo, que nos trata como subumanos, pastores, como Silas Malafaia, que nos compara a animais na tevê de concessão pública, juízes e parlamentares que relacionam todos nós à pedofilia e se neglicenciam a votar leis em nosso favor, crentes de várias denominações, que nos acusam de "destruir a família", quando todos nós temos família.

Somos alvitados em nossos direitos: meu companheiro não pode opinar se eu precisar de uma cirurgia grave, há planos de saúde que não nos aceitam como dependentes, não posso fazer declaração de Imposto de Renda em conjunto, há milhares de pais homofóbicos que nos expulsam de casa, e, para piorar, dia sim dia não, um gay é assassinado no Brasil por homofobia, simplesmente por ter beijado ou dado a mão a seu companheiro em público.

Aí, quando há um projeto de lei em nosso favor, em vez de apoiarmos essa lei e quem a patrocina - o movimento gay, que luta com o que pode (que é pouco) para nos garantir O MÍNIMO, o que a gente faz? Vai contra o mesmo, dando uma colher de chá a quem não quer ver nada de bom para nós enquanto "continuarmos gays" (sim, pois a pré-condição para uma igreja nos aceitar e apoiar é o desejo de "deixar o pecado" da homossexualidade).

Será que agiríamos assim se Silas Malafaia comparasse os NEGROS a animais em seu programa, "por amor de Cristo". Será que agiríamos assim se os JUDEUS fossem impedidos de se casar. Será que agiríamos assim se os MUÇULMANOS não pudessem ter dependência em plano de saúde. Será que agiríamos assim se um EVANGÉLICO fosse assassinado dia sim, dia não, no Brasil, por causa de sua fé? Será que agiríamos assim se um pai dissesse que preferia ter um filho bandido e estuprador a um FILHO OBESO? Será que agiríamos assim se víssemos uma família cristã humilhar um membro por que é MULHER? Então, por que quando somos NÓS as vítimas, achamos tudo isso "menos grave"?

O PLC 122 não é mordaça. Mas antes fosse, pq essa triste condição em que se vive no Brasil, é, em grande parte, patrocinada pelo discurso homofóbico do cristianismo tradicional e pelos políticos que AS IGREJAS financiam, e em quem alguns gays idiotas (não consigo pensar em palavra melhor) votam para estarem lá!

Antes, HMR, vc utilizasse seu poder de argumentação, como gay, em favor do PLC, e não contra.

Digo e repito: ainda que fosse mordaça, eu pensaria duas vezes antes de rejeitar. Por que o que eu quero é ser um cidadão pleno, respeitado, com os direitos compatíveis com meus deveres (sim, pq direitos nos renegam - mas deveres temos os mesmos dos héteros). E o que os evangélicos querem, com sua "liberdade de expressão" é me impedir a isso, me tratando como um cidadão de segunda, no mínimo, e como um animal, no máximo, e ainda usando o "amor de Cristo" para me submeter a "tratamentos" terríveis, como alguns membros desta mesma lista podem relatar.

Se eles querem "liberdade de expressão" para isso, simplesmente quero que a enfiem pelo rabo.

Desculpem pelo desabafo. E acordem, gays, por favor!

Sem mais
JM

Ashlee Simpson e Pete Wentz


Ashlee Simpson e Pete Wentz resolveram protestar contra a decisão do Supremo Tribunal Americano que confirmou uma proibição do casamento gay.

O casal posou para a campanha “NOH8″ que luta pela legalização da união de pessoas do mesmo sexo. Na foto, os dois aparecem com fitas adesivas em suas bocas.

No último final de semana, Pete comemorou seu aniversário de 30 anos ao lado de Ashlee. O bolo de Pete tinha o formato de sua idade e uma imagem da mulher e do filho, Bronx Mowgli, de cinco meses, no centro.


Fonte: Globo

XIII Parada do Orgulho LGBT

A informação é da Prefeitura de São Paulo: o saldo da XIII Parada do Orgulho LGBT, que acontece no domingo (14/6), das 12h às 19h30, na Avenida Paulista (com saída do Masp) e Rua da Consolação até a Praça Roosevelt, deverá chegar a R$ 200 milhões este ano para a cidade. São esperadas no evento, com ponto alto no desfile de trios elétricos, aproximadamente 3,5 milhões de pessoas. Um contingente de 1,2 mil policiais fará a segurança ao longo da Parada e na feira que a antecede no Vale do Anhangabaú, já nesta quinta (11/6). Pelo menos 20 trios elétricos confirmaram presença no desfile.

A previsão é de que a cidade de São Paulo receba mais de 320 mil visitantes. Para os hotéis da capital, o evento é uma injeção de ânimo. A taxa de ocupação chega ao número de 85%. O tema da edição 2009 – “Sem Homofobia, Mais Cidadania - Pela Isonomia dos Direitos” — remete à luta pela aprovação do PLC 122, projeto de lei que criminaliza a homofobia em todo o Brasil. O objetivo é coletar pelo menos um milhão de assinaturas para pressionar a Câmara a votar a lei já aprovada no Senado Federal.

Arco íris no Vale


A 9ª edição da Feira Cultural LGBT, das 10h às 22h, no Vale do Anhangabaú, terá shows musicais, intervenções teatrais, performances, instalações audiovisuais e cerca de 120 tendas de moda, design, literatura, alimentação, informações e oficinas gratuitas, além do Flash, Festival de Diversidade na Música. A organização espera cerca de 200 mil pessoas durante a feira.


No sábado (13), à véspera da Parada, haverá a 7ª Caminhada Lésbica e Bissexual de São Paulo, com concentração a partir das 13h na Praça Oswaldo Cruz. Como foco o evento visa a chamar a atenção para a violência contra a mulher.

A organização da Parada Gay pede aos participantes que evitem levar câmeras e objetos eletrônicos e que carreguem somente o essencial.


Trânsito monitorado
A CET vai monitorar o trânsito na região da Avenida Paulista, no domingo (14/6), das 10h às 21h, para a realização da 13ª Parada LGBT.


Entre 10h e 11h30


Avenida Paulista interditada em ambos os sentidos, no trecho entre a Alameda Joaquim Eugênio de Lima e Rua Peixoto Gomide.


A partir das 11h30


Avenida Paulista interditada em ambos os sentidos, no trecho entre as ruas Peixoto Gomide e da Consolação.



A partir das 12h



  • Rua da Consolação interditada em ambos os sentidos, entre as avenidas Paulista e Ipiranga;

  • Rua da Consolação interditada entre as avenidas Ipiranga e São Luiz no sentido Centro;

  • Rua Rego Freitas interditada entre as ruas da Consolação e a Major Sertório;

  • Avenida Ipiranga interditada entre a Rua da Consolação e a Avenida São Luís.
A CET vai restringir o estacionamento nas seguintes vias: Cincinato Braga/São Carlos do Pinhal/Antonio Carlos e Alameda Santos, com o intuito de oferecer melhores condições de trânsito na região.


A engenharia de campo da CET implantará esquema operacional nos corredores da Alameda Santos e das ruas Cincinato Braga/São Carlos Pinhal/Antônio Carlos como desvio do fluxo da Avenida Paulista. Será também implantado esquema operacional na Avenida Angélica e Ligação Leste-Oeste como alternativa à Rua da Consolação.

Recomendações

  • Respeitar a sinalização de trânsito.

  • Se for necessário pedir informações, evite atrapalhar a fluidez do trânsito.

  • Não estacione em locais onde haja canalizações com cones e cavaletes.

  • Respeite os operadores de tráfego e o policiamento.

  • Utilize preferencialmente o transporte público (metrô, ônibus, táxi).


Fonte:vivaocentro

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Nova postura feminina

Transtornos na área da sexualidade afetam homens e mulheres. Eles, de certa forma, estão mais acostumados a tratar do assunto e, embora muitos retardem o quanto possam a visita ao médico, a maioria acaba buscando orientação.

Com as mulheres, o problema se desenvolveu de modo diferente. Fatores culturais, religiosos, morais e de educação influenciaram - e ainda influenciam - sua maneira de entender e praticar o sexo. Se considerarmos que em algumas comunidades a amputação do clitóris é costume preservado ao longo dos tempos, podemos perceber quão profundas podem ter sido essas influências no imaginário feminino.

As mulheres antigas raramente se referiam às suas dificuldades sexuais. Hoje essa atitude mudou e muitas se queixam de não estarem sexualmente satisfeitas. Estudos realizados pelo ProSex, Projeto de Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP, permitem identificar três tipos principais de queixas: falta de desejo, incapacidade de atingir o orgasmo e dor durante a relação.

Essa mudança de comportamento tem sido fundamental para enfrentar as dificuldades que sempre existiram no universo feminino, mas, além da ajuda profissional, é preciso estimular a intimidade entre os parceiros para que juntos possam descobrir o que traz mais prazer a cada um deles.

Fonte: IG

*Dra. Carmita Abdo é médica, professora de psiquiatria e coordenadora geral do ProSex, Projeto de Sexualidade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Cidadania e democracia

O artigo “Totalitarismo e intolerância”, de Carlos Alberto Di Franco, publicado neste espaço em 1º de junho, me leva a fazer algumas considerações sobre o que o foi escrito e sobre o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT).

O Plano não é uma imposição do governo. Ele foi construído democraticamente, e não de forma totalitária, envolvendo milhares de pessoas da sociedade civil e do governo, por meio de 27 conferências estaduais, mais de 100 conferências municipais e/ou regionais e a I Conferência Nacional LGBT (2008). O Plano é a consolidação das 561 propostas aprovadas na plenária final da Conferência Nacional. Esse processo representa a essência da formulação democrática de políticas públicas, e beneficiará estimados 20 milhões de brasileiros LGBT, que é uma parcela significativa da população.

Não é apenas o atual governo federal que se preocupa com a cidadania e os direitos humanos de pessoas LGBT. Em 1995, os Parâmetros Curriculares Nacionais já contavam com um tema transversal tratando da abordagem da diversidade sexual na sala de aula. Os Planos Nacionais de Direitos Humanos I e II, também da década de 1990, contêm ações específicas para a promoção e defesa dos direitos humanos de LGBT. Ou seja, há um reconhecimento pelos governos federais, que não é de hoje, que a população LGBT ainda não goza do exercício da cidadania plena e que é preciso formular e implementar políticas públicas que possam contribuir para reverter esse quadro.

Está comprovado cientificamente que existe em nossa sociedade, e mundialmente, preconceito e discriminação contra pessoas LGBT. O estudo “Juventudes e Sexualidade” realizado em 2000 pela Unesco, envolvendo 16.422 alunos, 4.532 pais de alunos e 3.099 professores de escolas públicas e privadas de 15 capitais brasileiras, revelou o quanto a homofobia está presente na sociedade, mesmo entre os jovens. Para citar apenas dois exemplos: uma média de 37% dos alunos não gostariam de ter homossexuais como colegas de classe, assim como 39% dos pais também não gostariam que homossexuais fossem colegas de classe dos filhos.

Atitudes como essas podem levar à evasão escolar, à não conclusão dos estudos e eventualmente à exclusão social de pessoas LGBT, em especial travestis e transexuais. Pior que o preconceito e a discriminação é a violência contra LGBT. Em Curitiba, apenas no último mês, foram assassinadas pelo menos quatro travestis. Registros do Grupo Gay da Bahia informam que pelo menos 2.992 homossexuais foram assassinados no Brasil desde 1980, muitos barbaramente. Atualmente, em média, uma pessoa LGBT é assassinada a cada três dias no Brasil.

Diante dessas situações, um governo democraticamente eleito para representar todos os cidadãos, e não para cuidar dos interesses apenas daqueles que se enquadram no status quo “tradicional”, tem o dever de agir para, minimamente, amenizá-las. A forma como isso vem sendo feito é a mais democrática possível, conforme salientado acima.

A educação, não só de jovens, mas de todos, é a principal arma na luta contra o preconceito, a discriminação e a violência contra LGBT. É necessário, sim, educar para o respeito à diversidade sexual, com material didático adequado. A Conferência Nacional da Educação Básica (2008), reconheceu isso claramente. Basta ler o Documento Final da Conferência que prevê diversas ações educativas relativas ao respeito à orientação sexual e à identidade de gênero. Isso também não foi “totalitarismo” do governo, mas sim a vontade dos profissionais de educação e representantes da sociedade civil que construíram as recomendações.

Concluo afirmando que hoje há diversas configurações familiares e a “família” não mais se restringe à família nuclear, composta por pai, mãe e seus filhos. Como disse um juiz de Curitiba em sentença sobre adoção, “está quebrado o eixo principal da cadeia familiar patriarcal”. Hoje, a família nuclear é apenas uma entre tantas outras formas de se constituir uma família. Há famílias em que não há a figura do pai ou da mãe, há famílias em que um parente assume o papel de pai ou mãe, há famílias adotivas. Ainda, nós LGBT não queremos destruir a família de ninguém, queremos sim construir nossas famílias, e da nossa forma. Enfim, se for para se limitar à “família tradicional” exaltada pelo professor Di Franco para cultivar “os valores, as virtudes e as compreensões”, muitos serão os filhos excluídos desse processo e quem perderá com isso é a sociedade.

Toni Reis é presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), mestre em Filosofia na área de ética e sexualidade e doutorando na área de educação sexual - presidencia@abglt.org.br



Totalitarismo e intolerância

Dois episódios recentes, em Brasília e São Paulo, desnudam a visão totalitária e a intolerância ideológica que dominam estratégias de longo alcance na formação das novas gerações.
Comecemos por Brasília. O governo quer que sejam incluídos nos livros didáticos a temática de famílias compostas por lésbicas, gays, travestis e transexuais.
Ainda na área da educação, recomenda cursos de capacitação para evitar a homofobia nas escolas e pesquisas sobre comportamento de professores e alunos em relação ao tema. Essas são algumas das medidas que integram o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), documento firmado por representantes de 18 ministérios do governo Lula. “É um marco na busca da garantia dos direitos e cidadania”, afirmou o secretários de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, durante o lançamento do plano
Vamos, caro leitor, a São Paulo.
A Secretaria Estadual da Educação distribuiu a escolas um livro com conteúdo sexual e palavrões, para ser usado como material de apoio por alunos da terceira série do ensino fundamental (faixa etária de nove anos). O livro ( Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol) é recheado com palavrões e termos chulos. São 11 histórias em quadrinhos, feitas por diferentes artistas, que abordam temas relacionados a futebol –algumas usam também a conotação sexual.
O governo de São Paulo afirmou que houve “falha”na escolha, pois o material é “inadequado para alunos desta idade”. Ótimo. Reconhecer o erro é importante. Mas, aparentemente, o governo entende que o conteúdo seria adequado para alunos de outra faixa etária.
Lamentável! É assim que se pretende melhorar a qualidade de ensino? São Paulo que foi capaz de produzir uma USP assiste hoje à demissão do dever de educar. A pedagogia do palavrão e a metodologia da obscenidade estão ocupando o lugar da educação de qualidade. Espero, sinceramente, que o episódio seja pontual e que o governador José Serra, homem de sólida formação acadêmica e seu secretário da Educação, o ex-ministro Paulo Renato, tomem providências definitivas.
Na verdade, amigo leitor, uma onda de intolerância avança sobre a sociedade. Discriminados assumem a bandeira da discriminação. O tema da sexualidade passou a gerar novos dogmas e novos tabus. E os governos, num espasmo de totalitarismo, querem impor à sociedade um modo único de pensar, de ver e de sentir.
Uma coisa é o combate à discriminação, urgente e necessário. Outra, totalmente diferente, é o proselitismo de uma opção de vida. Não cabe ao governo, com manuais, cartilhas e material didático, formatar a cabeça dos brasileiros. Tal estratégia tem nome: totalitarismo. O governo deve impedir os abusos da homofobia, mas não pode impor um modelo de família que não bate com as raízes culturais do Brasil e sequer está em sintonia com o sentir da imensa maioria da população.
A intolerância atual é uma nova “ideologia”, ou seja, uma cosmovisão – um conjunto global de ideias fechado em si mesmo –, que pretende ser a “única verdade”, racional, a única digna de ser levada em consideração na cultura, na política, na legislação, na educação, etc. Tal como as políticas nascidas das ideologias totalitárias, a atual intolerância execra – sem dar audiência ao adversário nem manter respeito por ele – os pensamentos que divergem dos seus “dogmas”, e não hesita em mobilizar a “inquisição”de certos setores, para achincalhar – sem o menor respeito pelo diálogo – as ideias ou posições que se opõem ao seu dogmatismo.
Aborrece-me a intolerância dos “tolerantes”.
Incomoda-me o dogmatismo das falanges autoritárias. Respeito a divergência e convivo com o contraditório. Sem problema. Mas não duvido de que é na família, na família tradicional, mais do que em qualquer outro quadro de convivência, o “lugar”onde podem ser cultivados os valores, as virtudes e as competências que constituem o melhor fundamento da educação para a cidadania.
Carlos Alberto Di Franco é diretor do Master em Jornalismo (www.masteremjornalismo.org.br), professor de Ética e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra. É diretor da Di Franco – Consultoria em Estratégia de Mídia (www.consultoradifranco.com). E-mail: difranco@iics.org.br
Fonte:Gazeta do Povo OnLine

domingo, 7 de junho de 2009

If I Let You Go (Se eu te deixar ir)...


If I Let You Go

Day after day time pass away
And I just can't get off my mind
Nobody knows, I hide it inside
I keep on serching, but I can't find

The courage to show,
to letting you know
I've never felt so much love before
And once again I'm thinking about
Taking the easy way out

But if I let you go, I will never know
What my life would be,
holding you close to me
Will I ever see you smilling back at me?
How will I know if I let you go?

Night after night I hear myself say
Why can't this felling just fade away?
There's no-one like you (no-one like you)
You Speak to my heart
It's Such a shame we're words apart

I'm too shy to ask, I'm too proud to lose
But sooner or later I've got to choose
And once again I'm thinking about
Taking the easy way out

If I let you go, ooh baby

Once again, I'm thinking about
Taking the easy way out

Se eu deixar você ir

O tempo passa
E eu não consigo te tirar da minha mente
Ninguém sabe, eu escondo por dentro
Continuo procurando,
mas não consigo encontrar

A coragem para mostrar
para te deixar saber
Eu nunca senti tanto amor antes
E mais uma vez estou pensando nisto
Deixando pra lá o caminho mais fácil

Mas se eu te deixar partir, nunca saberei
O que seria da minha vida,
tendo você perto de mim
Será que verei você sorrindo de volta pra mim?
Como saberei se te deixar partir?

Noite após noite me escuto dizer
Por que esse sentimento não acaba?
Não existe ninguém como você
Você fala com meu coração
É uma vergonha, somos palavras separadas

Sou muito tímido para perguntar, sou muito orgulhoso para perder
Mas cedo ou tarde terei que escolher
E mais uma vez estou pensando nisso
Deixando pra lá o caminho mais fácil

Se eu te deixar partir, ooh baby

Mais uma vez, estou pensando
Deixando pra lá o caminho mais fácil

Jesus... Uma situação inusitada


Penso que na vida o bom humor sempre faz parte de tudo, e feliz é aquele que consegue rir de si mesmo! Muito legal o video.

Homofobia, então fod...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Seminário Nacional discute Trabalho, Oportunidades e Previdência para Travestis e Transexuais

Governo e sociedade civil se juntam para encontrar soluções
Data: 02 a 04 de junho de 2009
Local: Brasília – Hotel Saint Peter, Setor Hoteleiro Sul, Quadra 02 – Bloco D
Horário: das 9h às 19h

Representantes de vários ministérios e travestis de todos os estados do Brasil estarão reunidos em Brasília esta semana no I Seminário de Políticas Públicas de Trabalho, Oportunidades e Previdência para Travestis e Transexuais (programação abaixo).

O Seminário é a primeira ação do Projeto Astral TOP, uma iniciativa da ABGLT – Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, em parceria com a ANTRA – Articulação Nacional de Travestis e Transexuais. O evento está sendo realizado conjuntamente pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, o Ministério do Trabalho e Emprego, e o Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde, com o apoio do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e das organizações não governamentais PACT Brasil e
Pathfinder do Brasil.

O Seminário, de três dias de duração, envolverá discussões sobre como elaborar um programa de âmbito nacional com a parceira de governos e outras instâncias estaduais e municipais para que a população de travestis e transexuais, que é uma das populações mais socialmente excluídas, tenha acesso a outras possibilidades no mercado de trabalho e acesso à previdência.

O processo de exclusão social da maioria das travestis e transexuais se inicia cedo na vida, quando começa a se manifestar a sexualidade diferente da convencionalmente aceita. Na pior das situações, a conseqüência da discriminação da sexualidade não ortodoxa é a expulsão pela família, a rejeição pelos colegas, a evasão escolar, a resultante falta de qualificação para o mercado de trabalho, a discriminação na busca por emprego e, para algumas, a prostituição como uma última alternativa de sobrevivência, com toda a vulnerabilidade social e pessoal que esta situação acarreta.

O nome do projeto, Astral TOP, é uma homenagem ao primeiro grupo organizado de travestis, o Astral, que surgiu no Rio de Janeiro no início dos anos 1990. A sigla TOP significa Trabalho, Oportunidades e Previdência.

A deliberação de que a ABGLT deveria desenvolver uma iniciativa neste sentido em parceria com a ANTRA surgiu e foi aprovado no II Congresso da instituição, realizado em Maceió em novembro de 2006. Em junho do ano seguinte, durante o XIV ENTLAIDS – Encontro Nacional de Travestis e Transexuais que atuam na Luta e Prevenção à Aids, realizado em São Paulo, foram eleitas a coordenadora geral, as coordenadoras regionais e a maioria das coordenadoras estaduais do projeto, dentre as travestis participando do Encontro.

Nos dois anos que se seguiram, a ANTRA e a ABGLT, em parceria com a Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT (Congresso Nacional), tiveram diversas audiências com os ministérios do Trabalho e Emprego, Saúde, Previdência, Desenvolvimento Social, Educação, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. O resultado é a realização do I Seminário de Políticas Públicas de Trabalho, Oportunidades e Previdência para Travestis e Transexuais, que deverá definir e desencadear ações para o Projeto Astral TOP nos estados e municípios.