quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O fruto da árvore proibida



"...Deus é sacana! Afinal, se era proibido comer o fruto da árvore, por que ele o colocou lá?"


Estava lendo um blog e o autor da postagem fazia esta indagação, obviamente, que a crítica era para mostrar uma insensatez da produção bíblica com a lógica, uma desconstrução da teoria religiosa, um pensamento estrito, racional e pragmático.

Duas considerações, entretanto se fazem por premissa nesta discussão. A primeira está constituída numa ausência, do Antigo Testamento, de uma reflexão geral sobre o pecado, ou de uma teoria do pecado. Basta ler, às páginas das escrituras, para se perceber que, lá, no AT, os textos são alusões de pecados cometidos ocasionalmente, por alguém, em algum lugar, contra a ordem daquele lugar, sem uma reflexão teológica da ação em si mesma, ou do fenômeno enquanto relação de causalidade e complexidade. Assim, o pecado no AT será de ordem moral contra os preceitos da tribo do agente, sem detalhes profundos, ou um apontamento antropológico, cosmológico do tema em si mesmo.

A segunda está relacionada à Igreja, que desde seu nascedouro optou pelas listas proibitivas e punitivas- reflexo da teologia paulina- mas, que manteve a reflexão do pecado em termos lacônicos, distante da apropriação do individuo, numa ordem simbólica de culpa e expurgação da mesma, por atos de confissões e pedidos confessados- ditos de arrependimentos- profundamente questionáveis.

A conseqüência disso não poderia ser diferente da estranheza e confusão- no senso comum- à crítica laica. Ainda mais, vivendo nós, numa sociedade de regra utilitarista, a lógica procedente é: “ se não era para comer, nem deveria estar ali, pois não se ajunta num mesmo lugar coisas que são e que não são! Qual é o sentido disso? Apenas revelar a incongruência do pensamento bíblico. Destarte, num contexto de falta de uma apropriação mais explicativa – reflexiva e menos moral, vem o documento “J”, fugindo à regra e universalizando a forma tribal, de modo geral à reflexão ética- teológica do pecado. Em outras palavras, o documento “J” é o único no AT, que trabalha o pecado de forma universal, revelador, contudo, sem uma teoria. Mas, as conseqüências se encontram num conjunto de sucessões de fatos, a partir do evento fenomenológico- pecado- de forma irreversível.

Bem, não é complicado entender o texto do fruto proibido, assim vamos a ele:


E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: “de toda a árvore do jardim
podeis comer livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, desta não
comereis; porque do dia que dela comerdes, certamente morrereis (Gn 2,
16-17).
O primeiro passo é entender o fundamento da sentença. Ora, não se tem aqui um preceito moral- daquilo que se podia imaginar, não é uma censura à quebra de um tabu social. Também não se tem aqui um preceito legal, não constitui, em momento algum, à afronta a lei, ou o enquadramento do tipo legal. A questão é genérica, metafórica, simbólica: O FRUTO DE UMA ÁRVORE QUE NUM DADO MOMENTO SE PROIBIU.

O segundo passo, agora é resolver o primeiro problema; que fruto, de qual árvore, e por que da proibição?

Yâda‘ é o verbete para conhecimento do bem e mal em hebraico. Ele transcende a apropriação intelectiva como o simples conhecer, mas reporta-se à experiência total e o domínio completo de todas as coisas. Domínio que representa o senhorio na posse, retirando do que é possuído a capacidade volitiva em plenitude. Ora, não é uma proibição moral, o homem não é proibido de conhecer, nem censurado por isso. Mas, é uma proibição quanto à negligência, quanto aos limites do conhecer.


É um ilícito quanto às relações de poder; quem tem o conhecimento, não deve tê-lo como domínio total da experiência de todas as coisas, inclusive da vontade do outro, que nessa relação se objetifica. Ou ainda, não deve se furtar da inocência, da simplicidade, da obediência à responsabilidade da liberdade. Se você é livre, e pode conhecer, então, não se furte da responsabilidade última das escolhas livres, seja simples, não subjugue!


Assim, Deus não coloca uma árvore que não deve ser comida, a linguagem é metafórica, mas ele nos deu liberdade e potencial capacidade cognitiva, e recomendou que a usássemos com simplicidade, inocência e não arrogância e domínio. Contudo, as escolhas são feitas, e a humanidade negligenciou a inocência e alienou sua verdadeira razão de ser numa busca desenfreada pelo poder, pela experiência do domínio de todas as coisas, pelo conhecimento do fruto da árvore do bem e do mal- yâda‘.

Assim a humanidade foi expulsa do paraíso, ou perdeu o verdadeiro sentido do prazer, o verdadeiro sentido da apropriação de si mesma, a essência do que somos está eclipsada pela queda no desejo de dominar. O homem não tem paz, e sua ausência, solidão e individualismo é a perda da inocência, é a inaptidão adquirida para a simplicidade.

Obviamente, que aqui já descrevo uma teoria do pecado, um conceito antropológico-teológico, mas que é a reflexão dessa metáfora da escola JAVISTA. Se não era para comer por que lá estava? Não é a pergunta chave. A questão é: foi nos dada uma capacidade, mas por que a usamos para o mal?

Não quisemos, ou negligenciamos que nas simples coisas estão a verdadeira felicidade e prazer, e que nas pequenas coisas há a verdadeira sabedoria. E isso não é apenas algo utilitarista, mas é uma atitude pessoal do homem para com o mundo que o cerca.




*texto de Renato Hoffmann- luterano, formado em teologia e psicologia.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A velha hipocrisia severa

Julius severus est. Non regnum Dei severi habebunt, quia Deus caritas est!

Não sei se os severos estão com medo de apanhar das bichas, contudo, pelo menos, é o que dá para entender no último post que o moribundo demente, possuído da razão pelo diabo, fez no dia 26, às 9hs e 46min, da manhã.

Os gays sofrem, cotidianamente, várias agressões, ameaças, discriminações e sempre são vitimados, ora expressamente, ora tacitamente, pela sociedade e seus padrões hipócritas. Mas, quando um ou outro gay revida isso assusta! A mentalidade machista subjugou o gay ao estereótipo passivo, feminino, indefeso... Contudo, esse é um senso comum que não corresponde à verdade verificada, mas que assusta mesmo, quando não se verifica! Afinal, todos querem ver as bichas apanhar... Todos querem ter nelas suas frustrações descarregadas, suas projeções crucificadas, então, melhor do que mutilarmos a nós mesmos, sempre será preferido pegar um assumido!

O post subintitulado: "Muitas agressões violentas que heterossexuais sofrem de homossexuais são ignoradas no debate sobre crimes de ódio"- soou-me como: “socorro estou com medo de levar uma coça!”. Aliás, sempre quando me deparo com os severos e suas demências, fico a me perguntar: “qual será o tamanho do vibrador que esse sujeito usa?”.

Coitadinhos dos heterossexuais estão apanhando das bichas furiosas porque querem ser direitos, corretos e não se deixam seduzir pelas mazelas da carne... Sei, e o que mais que esse hipócrita suíno fará para se vitimar? Afinal, até da polícia ele anda fugindo, não foi por isso que ele se refugiou na Argentina? Para não ter que se explicar no MPF?

Outra coisa que sempre me vem: “será que o demente está em dia com o fisco, será que ele declara imposto de renda?”. Afinal, sou uma pessoa muito curiosa! E como ele gosta de impor sua presença como forma de “evanimbecilização” nada mais normal do que estas dúvidas emergirem entre nós: um sujeito de extrema-direita, evangélico, pró-nazista, anti-Lula, fugido do Brasil, será que pagaria IMPOSTO DE RENDA e cumpriria seu dever para com a nação?

É falar dos gays é severo, mas severo é viver na hipocrisia...

domingo, 24 de janeiro de 2010

Presidente Lula envia mensagens aos militantes LGBT(s)

Prestigiando conferência de ativistas LGBT da América Latina e Caribe que se reunirão em Curitiba (PR) na próxima semana, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, envia mensagem de saudação na qual reafirma seu apoio à defesa dos direitos LGBT e combate à homofobia.


Acontece na próxima semana em Curitiba (PR) a V Conferência da ILGA (Associação Internacional de Lésbicas, Gay, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais) na região da América Latina e do Caribe (ILGA-LAC), evento que reunirá cerca de 400 militantes de 35 países que trabalham na defesa dos direitos da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). Reafirmando seu apoio à causa, o Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva enviou ao Sr. Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, coordenador-geral da comissão organizadora do evento, uma mensagem de saudação a todos os conferencistas.

Na mensagem, o presidente Lula afirma que a luta contra a intolerância e a discriminação, com os consequentes esforços pelo respeito à pessoa humana, aí incluída a consideração pela orientação sexual, tem norteado sua gestão desde o início do primeiro mandato. Além disso, a mensagem tece considerações sobre as ações governamentais de combate à homofobia e o Plano Nacional de Direitos Humanos 3, que, entre outras coisas, defende a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

A mensagem na íntegra somente será divulgada na abertura da conferência, no dia 27 de janeiro, em Curitiba às 19:00. Na ocasião, a mensagem do Presidente Lula será lida pelo deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), integrante da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT.

Sobre a V Conferência ILGA-LAC

Cerca de 400 ativistas em defesa dos direitos LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) de 35 países se encontrarão na próxima semana para discutir diferentes aspectos da defesa da cidadania e combate ao preconceito e à homofobia. Com uma programação variada e abrangente, a V Conferência Regional da ILGA-LAC será em Curitiba (PR), de 26 a 31 de janeiro.

A ILGA (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais) é uma federação mundial que congrega grupos locais e nacionais dedicados à promoção e defesa da igualdade de direitos para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas trans e intersex (LGBTI) em todo o mundo. Fundada em 1978, a ILGA reúne entre seus membros mais de 670 organizações, entre pequenas coletividades e grupos nacionais, representando, assim, mais de 110 países, oriundos de todos os continentes. No encontro de Curitiba, estará representada a seção da América Latina e Caribe da ILGA.

Pré-Conferências

Antecedendo a Conferência, foram planejados encontros preparatórios no dias 26 e 27. O objetivo é tratar de forma específica temas diretamente relacionados à defesa dos direitos LGBT. São eles:

I Fórum de Gays, HSH e Trans da América Latina e do Caribe sobre HIV/Aids - ASICAL
1º Encontro sobre Homo-Lesbo-Transfobia na escola - GALE
1ª Conferência Regional da InterPride
1º Seminário de Mulheres Lésbicas e Bissexuais
Encontro de Pessoas Trans
Encontro de Jovens LGBTI
Seminário Homo-Lesbo-Transfobia e Racismo
Oficina sobre o Executivo e Políticas Públicas para LGBTI
Seminário LGBTI e o Legislativo e o Estado Laico
Encontro Mídia e LGBTI
A Conferência conta com o apoio do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a Organização Pan-Americana da Saúde, o Fundo Global para Mulheres, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, o Governo do Estado do Paraná, o Governo do Município de Curitiba e a Itaipu Binacional.

Local

CONFERÊNCIA: Victória Villa Hotel – Avenida Sete de Setembro, n° 2448 – Centro, Curitiba, Paraná. Fone (41) 3324-7878‎

ABERTURA OFICIAL - 27/01, 18.30 horas: Piso Portinari da Estação Embratel Convention Center– Acesso pelo Shopping Estação – Avenida Sete de Setembro, 2775 – Centro, Curitiba, Paraná.



Programação completa

http://www.ilgalac.grupodignidade.org.br/port/index.php



Mais informações

ilgalac2010@gmail.com

http://www.ilgalac.grupodignidade.org.br/port/index.php

Toni Reis - 41 9602 8906
Rafaelly Wiest - 41 9651 4204
Márcio Marins - 41 9109 1950
Carla Amaral - 41 9638 1057
Igo Martini - 41 9602 5984

Olavo de Carvalho, citado pelo possesso Julio!



Olavo de Carvalho foi citado no blog de Julio, como filósofo brilhante, data maxima venia, Olavo não é filósofo, numa apropriação real do termo FILÓSOFO, quanto mais brilhante! Mas, para o demente cristão, Julio, adoecido por satanás, ele o é!

Contudo, este blog, que prima pela formação humana, científica e racional- bem como pela qualidade espiritual daquilo que se é levado aos seus leitores, como forma de aproximação do humano- divino, por sua essência, o amor, e nunca em oposição a ele, decidiu escrever para você, leitor, um pouquinho sobre o senhor Olavo, badalado por Julio, possesso pela demência demoníaca:

Sedizente filósofo, o qual, desde sua central de propagação de desinformação, localizada nos Estados Unidos, mantém um inacreditável programa de rádio semanal durante o qual profere as mais estapafúrdias declarações que um ser humano seria capaz, incluindo aí aqueles que não desfrutam de cem por cento de sua saúde mental.

Coincidência não é que o personagem supracitado, Olavo de Carvalho, tenha sido um habitué de clínicas psicológicas durante os anos 90, muito menos, fruto do acaso, é a qualidade de sua audiência, formada integralmente por fanáticos religiosos ao melhor estilo dos pastores do Cinturão da Fé (LIGA BÍBLICA DO SUL) estadunidense, saudosistas do REGIME AUTORITÁRIO pré-1985 e toda sorte de fascistas ou cripto-fascistas em estado de latência. Menos resultado das meras casualidades também, é a iniciação do indivíduo, que circulou entre a astrologia, rituais iniciáticos entre gurus muçulmanos e toda a sorte de bizarrices que poderiam compor uma personalidade altamente problemática. Também se diz ex-comunista, utilizando-se da surrada artimanha erística de se dizer conhecedor profundo de determinado meio e, portanto, melhor gabaritado do que qualquer outro, criticá-lo desde a perspectiva externa.

Assim, parece-me que Julio, agora, anda fazendo parte de uma seita virtual: um liberal econômico, que grita o ideal burguês, em nome do evangelho pró- capitalista. Resguardem-se, contudo, de pensar que os seguidores desta seita virtual caracterizam-se reacionários por simplesmente defender a livre iniciativa ou a economia de mercado. Para aqueles, ser apenas um liberal é ajudar os comunistas, seja lá o que isto signifique. Você também precisará, caso queira entrar neste seleto grupo de paramécios, ser um ativo e falante anti-comunista, acreditar que o governo Lula é sócio do tráfico de drogas na América Latina, ser um ferrenho defensor da fé judaico-cristã (segundo os mesmos, a única construidora e defensora da sociedade ocidental) dentre outras características que, se em meios normais denotariam um fanático pateta, lá obtém status de alta-graduação e moralidade.

E que, também, se resguardem os admiradores de seu crédulo líder em tentar colar neste que escreve alguma análise psicológica ou filosófica de quinta categoria afirmando, por exemplo, que estas palavras desfrutam da mesma liberdade que pretende criticar. É a isto que os idiotas chamam de "paralaxe cognitiva", uma descoberta pretensamente genial e que só pode ser creditada ao quadrúpede se de todos esconder as fontes.

Pois, aqui, não há intenção de audiência alguma, ao contrário de alguns que mantém pedidos de esmola via PayPal em seu site. Porém, melhor vejo alguns dos seguidores da seita do que o líder em si, pois aqueles primam pela concisão e pela clareza quando, em meia dúzia de palavras inacreditavelmente reacionárias, resume o pensamento que o líder diz ter explanado em 50.000 páginas de sua "obra", que aqui vai entre aspas por se referir ao sentido que a palavra possui em fisiologia animal.

Tocantes são suas refutações dos grandes cientistas que, segundo o líder da seita, eram apenas ocultistas e macumbeiros. Nesta empreitada, o genial campineiro já desmascarou Einstein, Isaac Newton e Cantor, dentre outros. Tudo é claro, em nome da eternidade e dos conceitos físicos e astronômicos aristotélicos, as maiores asneiras já ditas em nome da ciência em toda história humana.

Fica aí a dúvida no ar: o amador que usa a internet como um Charles Manson um pouco mais erudito deve ter algum papel ainda desconhecido. Seria um agente da Igreja Católica defendendo seus sacerdotes através de panfletagem de livros vagabundos que provam que os pedófilos dos púlpitos foram plantados pela KGB? Seria um agente do Mossad pena-paga que defende a existência e qualquer violência propugnada pelo Estado de Israel? Seria apenas um ex-comunista e ex-escritor de jornalões ressentido pelas demissões sucessivas que seu comportamento anormal provocou? Tudo isso não sabemos, mas de uma coisa temos certeza: é um filho de uma puta.


sábado, 23 de janeiro de 2010

Papa diz aos padres: Por Deus, tenham um blog!


VATICANO - Por de Deus, tenham um blog!, disse o papa Bento XVI aos padres católicos neste sábado, afirmando que eles devem aprender a usar novas formas de comunicação para disseminar as mensagens do evangelho.

Em sua mensagem para a Igreja Católica no Dia Mundial da Comunicação, o papa, de 82 anos e conhecido por não amar computadores ou a internet, reconheceu que os padres devem aproveitar ao máximo o "rico menu de opções" oferecido pelas novas tecnologias.

"Os padres são assim desafiados a proclamar o evangelho empregando as últimas gerações de recursos audiovisuais - imagens, vídeos, atributos animados, blogs, sites - que, juntamente com os meios tradicionais, podem abrir novas visões para o diálogo, evangelização e catequização", disse ele.

Os padres, disse ele, precisam responder aos desafios das "mudanças culturais de hoje" se quiserem chegar aos mais jovens.

Mas Bento XVI alertou os padres de que não tentem se tornar estrelas da nova mídia. "Os padres no mundo das comunicações digitais devem ser mais chamativos pelos seus corações religiosos do que por seus talentos comunicativos", disse ele.

No ano passado, um novo site do Vaticano, www.pope2you.net, foi lançado, oferecendo um novo aplicativo chamado "O Papa se encontra com você no Facebook" e outro permitindo acesso aos discursos e mensagens do papa nos iPhones ou iPods dos fiéis.

Bento XVI também escreve a maior parte de seus discursos à mão, em alemão, e seus ajudantes mais jovens ficam encarregados de colocá-los em conteúdo digital.

O triste fim de Silas Malafaia: ANIMAÇÃO

A regulamentação da união estável homoafetiva

Simone Busch*

A CF/88 reconheceu a "união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento", através do art. 226, § 3º, viabilizando não somente as uniões como evitando inúmeros processos judiciais para seu reconhecimento e todos os dissabores daí advindos, o que foi referendado em 2002 com o advento do CC – art. 1723 (extinguindo inclusive a ADIn 3300 pela automática revogação da lei vigente até então).

Ainda assim, restou excluída dessa regularização os casais homossexuais cuja opção sexual não se refere a letra fria da lei, que muito embora tenha sido clara nos requisitos "convivência pública contínua e duradoura com o objetivo de constituição de uma família", mencionou sem caráter restritivo a união a "homem e mulher".

Antes mesmo da regularização instituída no diploma Civil, os operadores de direito vêm militando no assunto para que a lei deixe expresso e então regulamente as uniões homoafetivas, eliminando toda sorte de efeitos produzidos através desta convivência (proteção patrimonial; processos de adoção e registro homoparental, inclusão em planos de saúde, previdência social, seguros, muito embora seja possível observar a edição de inúmeros normativos nesse sentido).

Bem por isso, embora atualmente não seja possível o casamento disposto na lei civil - CC - para pessoas do mesmo sexo, é contudo viável a disposição de direitos e deveres, desde que as partes manifestem a intenção em constituir uma família (convivência pública, contínua e duradoura), a ser instrumentalizada através de documentos particulares ou públicos. Assim como igualmente é possível obter o reconhecimento judicial a partir do importe precedente suscitado pelo ministro do STF, Celso de Melo, com a ADPF 132, inclusive com parecer favorável da AGU para finalmente elevar as uniões homoafetivas à categoria de união estável regularmente positivada no texto constitucional e legislação federal.

Daí se observa o constante avanço e esforço para que o direito venha regular a sociedade tal como atualmente se apresenta, positivando o fato de sorte a sopesar as lacunas legislativas existentes, como se observa na decisão plasmada frente o STJ (4ª turma – Resp 820475/RJ, rel. min. Luis Felipe Salomão) sobre possibilidade jurídica do pedido deduzido para o reconhecimento da união homoafetiva.

Muito mais afeito às modificações de há muito já evidenciadas no âmbio social, a lei Maria da Penha, art. 2º com grande acerto e técnica não distingue a proteção independentemente da orientação ou opção sexual, ao que tem sido acompanhada por inúmeras decisões proferidas pelas mais altas Cortes do País, já que não se pode deixar de prestar jurisdição diante de lacunas legislativas: "A relação homoafetiva gera direitos e, analogicamente à união estável, permite a inclusão do companheiro dependente em plano de assistência médica" (REsp 238.715, RS, Relator Ministro Humberto Gomes de Barros)

Contudo, embora o judiciário venha solucionando as lacunas legislativas, ainda assim a solução para dispor sobre as condições, direitos e deveres da união homoafetiva, evitando os dissabores futuros, é o Contrato de União Estável Homoafetiva, preferencialmente por Escritura Pública lavrada pelos Tabelionatos de Notas, onde as duplas dispõem dos mais diversos assuntos viabilizando-se desta forma, toda sorte de consequências daí advindas e por elas desejadas: v.g

a) possibilidade de recebimento de benefícios previdenciários perante o INSS;

b) disposições sobre a administração de patrimônio comum ou individual;

c) decisões sobre tratamentos médicos a serem adotados inclusive com a liberdade de dispor sobre a doação de órgãos e tecidos;

d) disposição sobre regime patrimonial de bens inclusive a possibilidade de adoção de regime híbrido, com ou sem a inclusão de bens adquiridos anteriormente;

e) eleição do responsável pela administração do patrimônio comum, dentre tantos outros assim imaginados desde que não defesos em lei.

Com isso se pode observar que a sociedade caminha a passos largos para viabilizar a plena regulamentação da união estável homoafetiva, evitando-se, embora não excluindo totalmente, a salvaguarda judicial para o reconhecimento da união estabelecida e seus jurídicos efeitos, já que as cortes vêm pacificando a competência das varas da Família para a apreciação das demandas. Alguns estados da federação disparam pioneiros como é o caso do Rio Grande do Sul, (ex: Provimento 06/04-CGJ) sobre o direito registrário (adoção homoparental), o que já é um grande caminho para a viabilização das correções necessárias pelas quais as normais deverão sofrer para enfim se adequarem à sociedade tal como atualmente se apresenta.

Em conclusão, os instrumentos particulares se mostram importantes veículos disponíveis aos companheiros que pretendem se unir pela união estável, estabelecendo direitos ainda não reconhecidos em lei, evitando a sorte de buscar a tutela judicial que, muito embora venha reconhecendo a união homoafetiva e assim supra de certa forma as ausências legislativas, por vezes retrocede ao tempo para negar a realidade sob o manto do preconceito, ou ainda sob o fundamento de falta de legislação específica sobre o assunto.

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*Sócia do escritório Guedes Advogados Associados

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Julius et morbus suus

O que se pode dizer de um sujeito cristão demente? O que se poderia esperar de uma pessoa adoecida pelo demônio?

Essa é a arma de satanás; converter o amor de Cristo, no ódio dos cristãos! Assim, Julio adoeceu... Sua doença é o ódio, o rancor, o horror do belo. Obviamente, que tal sujeito nutre um estado de demência próprio, que lhe assalta à razão, que lhe toma o bom senso. Àquilo que se confunde com ignorância histórica, em seu blog, nada mais é, do que, a aversão à bondade, oposição a Deus e sua essência: Deus caritas est! O próprio amor.

O sofisma aferido, por esse ser digno do amor do Cristo, por esse ser desgraçado, que carece, profundamente, da graça do Senhor, vem com um ar sutil, confuso em seu próprio texto, na sua própria escrita. Desdiz àquilo que tem na real intenção de dizer, em um primeiro momento afirmando, mas, logo em seguida, negando o que é de fato! Tipo: “eu digo, você entende, aí eu digo que não disse, mas fica subentendido o que disse primeiro como verdade.”.

Dessa forma, Julio profere seu conhecimento parvo, sobre as questões históricas, no período colonial e das grandes descobertas marítimas. É típico, dos evangélicos brasileiros a pouca formação, aliás, lhes é própria! Contudo , Julio profere as dicta daemonii (sentenças do demônio), a todos aqueles que querem amar, como Deus ama. Ele começa seu texto assim:


Não é difícil decifrar as palavras do cônsul, ainda que ditas de forma impensada. Onde há muitos descendentes de africanos, há muito vodu e candomblé. E onde há muito vodu e candomblé, há muitos descendentes de africanos. E onde há muito vodu e candomblé, há muita maldição. Pelo menos, essa é a pura realidade do Brasil e do Haiti.



E depois ele conclui sua própria fala desdizendo-a, mas, já tendo dito o que queria dizer:


Contudo, é preciso deixar claro que as maldições sobre eles não são por serem negros, mas por causa de predominantes práticas religiosas. Quando essas práticas de maldição são renunciadas, há mudança real. De acordo com a Bíblia, quem está em Cristo é nova criatura, seja branco, negro, amarelo ou azul. Onde há negros salvos, libertos e transformados pelo sangue de Jesus, não há as maldições costumeiras do vodu e o candomblé.



Ou seja, se o negro se libertar de sua raiz, de sua cultura, e viver como se branco fora, na cultura dos brancos, e subjugados nela, como escravos e sem identidade, então, não há, nisso, as maldições costumeiras do Vudu e do Candomblé. E perceba que isso para ele não é racismo, é Evangelho! Claro, um evangelho racista, uma bíblia que tem por hermenêutica os óculos do diabo (oculus diaboli).

Ora, não é ignorância em relação à história, se bem que não duvidaria disso! Contudo, aposto mais na possessão demoníaca que adoeceu o espírito do Julio, que adoece sua família... Meu Deus tomara que ele não tenha filhos! Pois, quando o demônio toma conta da alma de alguém e o adoece com seu ódio, que é oposição a Deus, logo, as crianças, símbolo do perfeito louvor, sofrem tenazmente o fruto desse ódio, que é a destruição do próprio caráter e dignidade.

Julio envenena pelo Diabo aquilo que é profundamente cristão, troca a verdade por uma mentira adoecida em si mesmo, com ar de sabedoria crucifica a Cristo, e troca a glória de Deus, pela adoração à criatura. Julio é cheio de si, e fala mentiras, serve a satanás que delas é o pai. E nós cristãos devemos orar para que Deus liberte Julio, salvando sua alma, mesmo que seu corpo seja jogado à Satanás (I Co 5,5.).

Espanha: Igreja Evangélica para grupo LGBT

Espanha ganha sua primeira igreja inclusiva e envagélicos reclamam


Evangélicos podem acionar a Justiça contra primeira igreja gay da Espanha


A Espanha agora conta com a primeira igreja inclusiva do país. A instituição foi criada por um grupo de cem homossexuais e se chamará Primeira Igreja Protestante Inclusiva. Á mídia espanhola, o grupo se apresentou como "uma organização evangélica que não pretende discriminar ninguém por opção sexual ou credo". Formação de pastores e cerimônias de casamento entre pessoas do mesmo sexo estão entre os objetivos da entidade.

De acordo com os criadores, os estatutos da igreja já estão prontos e a inscrição na Direção Geral de Assuntos Religiosos do Ministério da Justiça deve ser feita ainda esta semana. Nem bem foi criada, a primeira igreja gay da Espanha já está mexendo com os humores dos evangélicos conservadores.

Jorge Fernández, diretor da Federação Espanhola de Igrejas Evangélicas, disse não estar nem aí para a igreja inclusiva. "A princípio não damos crédito a essa notícia. Eles primeiro têm que demonstrar que realizam atividades religiosas e aí veremos se o Ministério de Justiça admite ou não o pedido. Se forem aceitos e usarem o nome Evangélico, protestaremos com medidas legais, porque seria um uso indevido", afirmou segundo a BBC.


Fonte: Mix Brasil

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

BBB tira a Globo, finalmente, do armário



MAURICIO STYCER
Crítico do UOL




É um avanço de peso. Com muito atraso, é verdade. Mas um avanço. Logo num de seus programas mais populares, a Globo resolveu discutir seriamente o preconceito do brasileiro médio contra homossexuais. “Alegria, alegria”, cantou a vinheta do quadro dedicado a mostrar as aventuras do trio abertamente gay na casa e da relação dos três com seus colegas de confinamento.

O convívio com tantos gays assumidos – 17% do universo total – deu o tom das brincadeiras na casa, durante toda a semana. Depois de exibir desmunhecadas gerais, carinhos entre homens, muita gíria gay e as performances femininas de Serginho e Dicesar, Bial chamou a atenção para o fato de que Michel, Cadu e Eliéser apresentaram-se nesta terça-feira sem barba, mas de bigode. “Achei uma coisa meio gay”, provocou o apresentador. E logo acrescentou: “Daqui a pouco a gente fala mais de bichice”.

Ao falar clara e abertamente sobre o assunto, Bial ajuda a dissipar o eventual mal-estar que o assunto possa causar. Quem mais tem contribuído para isso é o maquiador Dicesar. Drag-queen de língua presa, ele parece ser o mais consciente do que significa ter sido escolhido para participar do programa. “Você vai sair daqui 5% enviadado”, disse a Marcelo Dourado. “Duvido, eu não”, respondeu o machão. “E eu vou sair um pouco homem”, replicou Dicesar.

Ao levar Joseane à porta de saída, Dicesar disse aos gritos o que só se falava como piada na Internet: “Mostra o seu lado traveca para o Brasil e o mundo, Jose.”

A edição deste primeiro paredão também pintou um retrato muito negativo de Tessália. Mr. Edição retratou a princesinha do Twitter Brasil como uma pessoa obcecada em tramar pela sua permanência no BBB e conspirar contra possíveis adversários. “Quando você quiser fazer os seus esquemas, você me convida”, pediu Tessália a Dourado, o vilão declarado da casa. Nem ele acreditou: “Esquemas de quê?” E ela, com uma objetividade que seus seguidores no Twitter já conheciam: “Esquema de jogo.”







  • Mauricio Stycer é repórter especial e crítico do UOL. Jornalista desde 1986,
    já trabalhou no "Jornal do Brasil", "Estadão", "Folha de S.Paulo", "Lance!",
    "Época" e "CartaCapital", entre outros.

    Fórum UOL Televisão - Mauricio Stycer

    Blog do Mauricio

Mulher, avó e HIV positivo

Aids: cresce participação de pacientes femininas com mais de 50 anos
Fernanda Aranda, iG São Paulo 18/01/2010 07:07


Ela seria avó em nove meses. O tricô e a cadeira de balanço pareciam destino certo. Mas a contagem regressiva nem havia começado e a mulher foi “catapultada” – termo adotado quando conta sua vida – para pensar em sexualidade, camisinha e aids.

Beatriz Pacheco, perto dos 50 anos, recebeu o diagnóstico da doença transmitida pelo sexo sem proteção. Casada, mãe, fiel. Em nada essas características pareciam combinar com o vírus HIV. Em vez da cadeira de balanço, ela foi para o fundo do poço.

A sensação de estar à margem do contágio faz com que mais mulheres como Beatriz dêem rosto para a epidemia de aids brasileira. Em 2000, a faixa etária “de 50 anos ou mais” correspondia a 8% dos novos casos femininos registrados no Brasil. Ano passado, dados parciais divulgados em novembro pelo Programa Nacional de DST/Aids mostraram que a parcela cresceu para 15%. O aumento porcentual foi ano a ano, incentivado por preconceito, falta de informação, a chegada de medicamentos para disfunção erétil – que reacenderam a vida sexual dos homens com mais de 50 – e até negligência médica.

“Nem mesmo os especialistas em saúde cogitam que suas pacientes podem ser infectadas pelo HIV, caso não saibam sobre prevenção”, afirma Maria Filomena Cernicchiaro, especialista do Centro de Referência e Treinamento em Aids (CRT) de São Paulo. Ela trabalha com a terceira idade e elenca tabu e medo de falar sobre um assunto praticamente inexistente durante a adolescência das senhoras como falhas repetidas até mesmo nos consultórios clínicos. “Poucos ginecologistas suspeitam de HIV após certa idade. Quase nenhum conversa com suas pacientes sobre isso”.

O câncer era HIV

Foi o que aconteceu com Beatriz Pacheco. Nenhuma resposta médica explicava seu quadro clínico. Até que o último exame desvendou o então quadro incompreensível. Não era câncer de pele, suspeita principal dos especialistas que visitou. Agora, era preciso dar a informação do resultado encontrado ao marido, amor de sua vida, que estava à espera do seu retorno. O diálogo começou com um telefonema. “Alô Carlos, eu tenho aids”, chorava Bia sem acreditar no que dizia ao marido e sem ter encontrado outra forma melhor de dizer.

Era o terceiro casamento de Bia e a tristeza da viuvez precoce, experimentada duas vezes, já nem era sentida tamanha felicidade no novo matrimônio, completo e sincero. Eram tão felizes, repetiam os que cercavam. Carlos após a ligação inesperada de Bia, no entanto, se transformou. Enfurecido, brigou, berrou e até desmaiou. Durante 30 dias, o casal que era exemplo de felicidade ficou sem trocar olhares, nem mesmo de rabo de olho. Ela se sentia culpada. Ele desconfiado.

Carlos fez todos os exames e o resultado dele para o HIV deu negativo. Bia, tudo indica, foi contaminada pelo vírus no segundo casamento. Aos poucos, o marido foi voltando ao normal. Agora, Bia estava mais tranqüila, mas sabia que era preciso enfrentar outros obstáculos. A sociedade, a moça do supermercado, a caixa do banco, os amigos dos filhos, os parentes distantes.

A reação temida por Bia já foi mapeada por pesquisas e, segundo o último estudo divulgado, se mostra como principal desafio do tratamento do vírus HIV hoje. Com o avanço da medicina, foi possível encontrar medicamentos poderosos para o tratamento da doença. A mortalidade caiu mais de 80% e as mortes colecionadas no início da epidemia, nos anos 80, saíram do cenário atual da aids. O preconceito, no entanto, resiste na cena.

Pesquisa Mundial de Informação à Saúde, encomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) teve o propósito de avaliar como estavam os portadores do vírus HIV 25 anos depois do início da epidemia. No recorte brasileiro do estudo foram entrevistados 1.206 pacientes. Quando as informações eram sobre a qualidade da saúde, 65% dos participantes classificaram como “ótima”, dez pontos a mais do que a média da população do País. Já quando o questionário focou nos impactos sociais trazidos pela infecção, 33% das soropositivas afirmam ter um grau muito intenso de tristeza por causa de preconceito, abandono, solidão e demissão do emprego. E mais: 47% somam a parcela dos que sofrem de depressão. Tudo isso fez o Ministério da Saúde lançar, em dezembro, o slogan “Com aids é possível viver. Com o preconceito, não”. A já então vovó Bia Pacheco, dez anos antes, havia encontrado o antídoto para a discriminação.

Sem vestir a carapuça

Bia e Carlos aos poucos foram voltando às boas. Um beijo aqui, outro ali, um abraço apertado. E a vontade de fazer às pazes “de forma plena” precisava passar pelo desafio de usar a camisinha. Ela não queria infectá-lo e ele queria amá-la. Os dois partiram para supermercados e farmácias. Aos 50 e poucos anos de idade, o “casalzinho 20” tinha a missão de encontrar o preservativo ideal. E como eles se divertiram experimentando!

Foi então que caiu a ficha. Bia Pacheco ativa, feliz, avó tinha o vírus HIV. Se em nada ela tinha de promíscua, drogada, safada porque é que tinha de vestir a carapuça e os estereótipos da aids? Começou a freqüentar grupos e palestras. Em todos, pedia para as mulheres e avós soropositivas levantarem os braços. Encontra muitas parecidas com ela.

As mulheres, casadas, com mais de 60 anos estavam nas estatísticas, conforme atestou pesquisa da Universidade Federal do Ceará, publicada na Revista Brasileira de Epidemiologia. Em análise feita em 107 casos entre 60 e 64 anos, os autores identificaram que o perfil majoritário de infectados era feminino e heterossexual. A mesma constatação foi feita em análise do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. A ideia de que acima dos 60 anos a maioria seria de homossexuais e usuários de drogas injetáveis caiu por terra. Bia sabia de tudo isso. E para vencer o preconceito, decidiu “sair do armário”. A cara da aids não precisava mais ser de astros de rock, extremamente magros. Ela foi para o mundo.

Mulheres PositHIVas

Se uns tinham gripe, caxumba, catapora, sarampo, hepatite B, Bia Pacheco convivia com a aids. E começou a assumir a doença, sem culpa e sem fazer dela um propósito de vida. Organizou a ONG Mulheres PositHIVas para reunir pessoas parecidas com ela em uma só causa. Juntas, queriam levar conhecimento do vírus para outras mulheres e famílias que insistiam em não se considerar vulneráveis a um problema de saúde que pode estar em qualquer casa, basta não usar camisinha nas relações sexuais.

A linha tênue que vive Bia é para que a luta contra o preconceito não traga o efeito colateral da banalização da doença. No público mais jovem, já constatou o Ministério da Saúde, este problema ganhou destaque. Assim como os mais velhos, os mais novos têm resistência em encarar que podem ser contaminados pelo vírus e negligenciam o uso do preservativo. Entre 13 e 19 anos, os casos também estão em ascensão e nas palavras de Albertina Duarte Takeuti, coordenadora do Programa de Saúde do Adolescente de São Paulo, as meninas e meninos têm muito mais medo de uma gravidez indesejada do que do vírus HIV. Nesta faixa-etária, as garotas superam os garotos em números de novos casos e, por isso, foram escolhidas pelo Programa Nacional de DST/Aids para serem alvo da campanha contra doença no carnaval.

Coquetel na menopausa

Bia Pacheco, independentemente da idade, não quer novos casos da doença aconteçam. Hoje, aos 63 anos, ela lembra que passou a tomar o coquetel antirretroviral na mesma época em que os efeitos da menopausa chegaram. Equalizar as seqüelas dos fortes medicamentos com as outras drogas já ingeridas normalmente pelos idosos com os remédios necessários para tratar a aids é um dos principais desafios dos infectologistas que atendem pacientes dessa faixa etária.

Mas em caso de contaminação, Bia teme que a informação seja encarada como uma sentença de morte. “Não é”, repete com freqüência. Em 2010, ela – mãe de três filhos, avó de quatro netos – completa 13 anos de convivência com o vírus. Muito mais do que os seis meses de vida que deram para ela na época do diagnóstico. “Muitos dos que temeram que eu não sobreviveria, eu enterrei. Um deles, infelizmente, foi o Carlos que tanto amei e tanto me ajudou na luta contra a aids”.

Beatriz Pacheco esbanja vida, saúde e disponibilidade para viver mais anos. Apesar dos outros netos que vieram depois da primeira, bem na época do diagnóstico da doença, ela não reservou espaço para fazer tricô na cadeira de balanço. Gosta de ser uma avó moderna. E é. Ela nunca aceitou bem os estereótipos mesmo.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Latter Days- Nesse eu chorei!




As lágrimas vieram, foi inevitável, e com elas um suspiro profundo, de um sentimento inexplicável que, no silêncio do coração, diz muito mais de tudo que se sabe de si mesmo, daquilo que se possa imaginar, daquilo que realmente é.

Estava diante de um símbolo, sensibilizado pela profundeza do que foi em mim construído, e não se perdeu, ainda que latente, lá estava e bastou ser invocado para a identidade dizer: “ei-lo aqui, este é você!”. Um sentimento de se pertencer também àquela história, de uma forma ou outra, de algo que agrega a muitos pelo mundo a fora. Somos cristãos, e independente da denominação: católicos, luteranos, anglicanos, metodistas, presbiterianos, congressionalistas, mórmons , todos passamos por esse mesmo sentimento, e nossas vozes ali estavam, esvanecendo, numa luta interior, para tão somente, permanecermos.

Aaron David foi pego pelos amigos de missão, sim, ele é gay! Não há como negar, não há como fugir, houve o flagra. A missão saberá, seus pais saberão... A desonra, a infâmia, o vexame, a excreção. Mas, Christian o procura, ele ainda está no aeroporto, não embarcou, do lado de fora, na neve, ele pensa na vida, triste, talvez assustado, sua vida está se perdendo, sua identidade sucumbindo. Christian o encontra, diz que o ama, Christian odeia neve (e há uma razão para isso, um símbolo também), Christian não se importa, procura-o, ele tem que dizer, ele precisa!

Aaron diz: “você não faz ideia do que eu estaria abrindo mão.”. Christian contra argumenta, e uma decisão é tomada, acho que pela maioria de nós. Um dia nos permitimos ser àquilo que está na essência, e não será modificado, nem mesmo por uma identidade conflitante, que não se apagará, mas ficará em latência. Aaron se deixa levar por aquilo que é maior do que ele, Aaron se entrega, mas logo, no silêncio, vai-se! Christian o procura, desesperadamente, mas, talvez, o conflito de duas coisas que se é e não se tem como fugir seja demais, Aaron corta os pulsos!

Christian procura a família de Aaron, e entrega o relógio de seu amado à sua mãe, e o símbolo vem à tona! A música Fica comigo é entoada no momento em que Christian está de pé, na porta da casa de Aaron, entregando o objeto à mãe do garoto, e as lagrimas rolaram de minha face. Cristão e gay, num conflito sem precedentes, na luta, de muitos hoje, de se manter digno e íntegro, convivendo com a fé, esse sentimento, convivendo com sexualidade.

Você não faz ideia do que abrimos mão, assumir uma parte de nós mesmo, é colocar em hibernação outra. Deve ser por esse mesmo sentimento, que na comunidade ex-evangélicos, no Orkut, um fórum foi criado relembrando, quando na igreja, participavam ativamente...

E hoje, alternativamente, tentamos vivenciar as duas maneiras de se ser, nas comunidades inclusivas. Ainda execrados, ainda mal vistos, ainda debatendo... Meu Deus, quantos se perdem no caminho, quantos se destroem ou se aniquilam...

Sim, o filme é bonito, sim o filme tem aqueles reforços punitivos, do superego, sim o filme não sabe se desvencilhar de alguns temas tabus propondo releituras. Mas é bom, e talvez eu diga isso pela melodia da música Abide With me, que tantas vezes cantei, no bom português, no coral da Igreja Luterana, como tenor que sou, à versão LOUVOR AO DEUS TRIÚNO. Esse é o poder de um signo, de um símbolo, que nos faz mergulhar dentro de nós mesmos, e nos redescobrir.

Sinopse:

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    Christian tem 20 e poucos anos, vive em um condomínio em Los Angeles e adora curtir a noite. Suas conquistas sexuais são apenas para uma noitada. Elder Aaron Davis chega à cidade com mais 3 missionários mórmons para se hospedar no mesmo condomínio de Chris. Esses mundos antagônicos irão se chocar trazendo graves conseqüências para ambos.

    Confira o filme no blog do Jean e faça o download

domingo, 17 de janeiro de 2010

Candomblé: o resgate de uma identidade cultural



Fiquei indignado como a questão religiosa tem sido desrespeitada no Brasil, por pastores evangélicos, que se acham no direito de, em nome de qualquer coisa que seja, menos do bom senso, ou de Jesus, falar, ou melhor, satanizar as religiões afro-descendentes. Ora, bastou a oportunidade de uma catástrofe, de cunho NATURAL, para que a mão de Jeová fosse à responsável pela queda da idolatria, ou, culto de satanás praticado no Haiti, por sua população NEGRA. Essa foi à conclusão que os lideres, donos da verdade, em nome de Jesus, chegaram e andam difundindo.

A demonização da cultura negra é, sem dúvida, algo desumano. Começou em 1415, no século XV, com as grandes navegações dos portugueses e, no final do mesmo século, 1492, espanhóis.

Antes do descobrimento das Américas, a inserção, principalmente portuguesa, no continente africano, foi pacífica e visava às minas de ouro, e os portugueses, muitos deles, casavam-se com as mulheres africanas, sendo aceitos pelas lideranças locais.

Como o marco da chegada portuguesa em Gana foi construída a fortaleza de S. Jorge da Mina-1492 (A fortaleza de São Jorge da Mina, a primeira feitoria portuguesa na costa ocidental da África, foi construída com o objetivo de escoar e defender o ouro que das ricas regiões auríferas do interior era enviado para o litoral. Posteriormente, torna-se o primeiro entreposto de escravos da era moderna e o pólo a partir do qual os reinos do Benim e Daomé seriam dizimados. Os primeiros escravos levados para o Brasil, em 1533, partiram dela.).

Na busca desesperada pelo ouro, a costa oeste da África não teve o rendimento esperado, contudo, uma nova fonte de riqueza seria viável, com a necessidade de mão-de-obra à colonização das Américas. Foi, então, que em 1444, alguns apresentam essa data em 1450 por conta da oficialização papal, mas, oficialmente, em Portugal uma caravela desembarcou com 235 escravos a bordo, vindos do Senegal e Gâmbia. Ora, uma questão criminosa estava envolta na aferição de escravos às coroas dominantes, de cunho religioso, e que foi e é origem de todo o racismo moderno:

A guerra entre europeus cristãos e os mouros islâmicos, estes tinham um poderoso reino no norte da África e dominavam uma rota comercial que se estendia pela Ásia e sul da Europa. A relação de guerras entre africanos e europeus datam deste período. As guerras eram dadas pelo comércio, mas tinham também significado religioso, ou seja, a possibilidade de cristianização dos povos através da escravidão, esse é o conteúdo da bula papal Romanus Pontifex", de 8 de janeiro de 1455:

Desde então, além disso, muitos homens da Guiné (a África) e outros negros,tomados à força, e alguns pela permuta de artigos não proibidos, ou por outroscontratos legais de compra, têm sido enviados para os ditos reinos (da América).Um grande número destes tem sido convertidos à fé Católica, e isso é desejável,através do socorro da misericórdia divina, e se tal progresso for continuado com eles, também aqueles povos serão convertidos para a fé ou pelo menos as almas demuitos deles serão ganhas para Cristo.


A partir daí, já nas Américas, surge um outro problema: O ÍNDIO sem alma. No Brasil, os primeiros a serem apontados como pessoas dignas de se sentir medo foram os índios. Estes, além de serem denominados como selvagens, assassinos impiedosos e canibais (vide o filme do “exemplar” católico, Mel Gibson: Apocalipto), ainda foram taxados pelos europeus de preguiçosos, avessos ao trabalho e, por muito tempo, não eram considerados como seres humanos, pois achavam que eles não tinham alma. Ou seja, eram tidos como criaturas perigosíssimas e que impediam a implantação de uma sociedade civilizada e justa, segundo os padrões europeus de civilização e justiça. Resultado: um genocídio “legítimo” e necessário para o bem e o progresso da humanidade. Consta, desse período, que as barbáries contra os índios eram aviltantes, muitos deles usados como rações para alimentar os cães famintos dos brancos europeus.

Tão logo os negros eram uma espécie intermediária. Ao contrário dos índios, eram considerados bons para o trabalho desde que os castigos, as torturas, os açoites e os assassinatos cometidos contra eles, pelos seus respectivos donos e senhores, fossem sempre muito bem aplicados no sentido de lhes mostrar quais eram as suas funções e o seu devido lugar numa sociedade escravista. Aliás, sociedade esta que via no trabalho algo totalmente aviltante e desprezível, sendo por isso considerada uma atividade a ser exercida apenas por SERES INFERIORES, ou melhor, por seres mercadorias (os negros) adquiridas como propriedade privada para esse ignominioso fim: o trabalho. Aqui, o negro rebelde, fujão, revoltado e, mais ainda, os grupos de negros que se organizavam para reivindicar e lutar por sua liberdade eram aqueles que deveriam ser temidos, combatidos e mortos para mais uma vez dar lugar à manutenção de uma sociedade justa, pacífica e ordeira. O medo de que os levantes e as revoltas levassem os “cidadãos de bem” daquela época a perder a sua fonte de produção e acumulação de riqueza, suas regalias e privilégios dentro de um regime escravocrata, foi um fator determinante para que a utilização e a invenção de novos métodos de punições, leis e doutrinas de natureza covarde, violenta e desumana fossem aplicadas para a manutenção do status quo e dos bons valores morais e éticos daquela sociedade.

Problema semelhante aos do passado ocorrem atualmente, com as mesmas conseqüências graves para a segurança das pessoas, quando pastores fanáticos e racistas dizem que os elementos da cultura negra são coisas do diabo e abomináveis para uma sociedade cristã.

Devemos ressaltar que a origem deste ciclo do escravismo europeu que se iniciou com as bulas papais de 1452 e 1493 e que vitimou milhões de africanos, nada tinha de particular em termos de raça ou cor contra os africanos. O desenvolvimento do sistema escravista criminoso, em épocas subseqüentes, estigmatizou o africano apenas como escravo. De um problema cultural religioso e com o passar de dois séculos, resultou um problema racial cuja conseqüência vivemos até o presente. Neste sentido, é preocupante o racismo religioso anti-religiões africanas no presente. O Vudu e o Candomblé têm sido estigmatizados como coisa do demônio. Trata-se de uma forma de racismo com conseqüências atuais e futuras preocupantes. Na história da humanidade são vários os exemplos da evolução de atitudes de simples idéias chegando ao genocídio de povos. Do nada se faz um ciclo de atentados criminosos contra um povo. Passam a pregar por palavras, orientam a massa popular contra fatos simples, depois transformam em normas sociais e, na seqüência, em leis criminosas, perseguindo e por fim matando para eliminar o suposto mal.

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    Quanto à questão do Candomblé se tem uma mistura produtiva. O negro foi arrancado de sua pátria, de sua terra, de suas raízes e, nos navios negreiros, misturados com tantos outros, também negros, mas de diferentes línguas, às vezes, tribos inimigas com diversidade cultural e religiosa vasta. Contudo, uniram-se numa única nação: O CANDOMBLÉ, resgatando suas raízes, diversificando-a, pela mistura cultural dos povos africanos, todos colocados num único lugar, como um mesmo povo. Daí a importância dessa manifestação cultural, que antes de ser religião é a identidade desse povo.

    Ele traz suas raízes, seu berço, sua língua, sua origem e reinventa tudo isso, mantendo viva a consciência de um povo, nas origens desse povo e não diferente dela. É o resgate da cultura, da dignidade, do orgulho de se pertencer à terra, e da dignidade de se ser alguém, de se ter um passado, uma história, e não mera mercadoria ou coisa, ou coisificação de algo maligno. E não é subcultura, são bonitas às manifestações de religiosidade e identidade: as festas, as danças, as comidas, os cânticos, os batuques. Aliás, até mesmo o samba, que significa roda de oração, vem do batuque dos tambores do Candomblé.

    E diferente do que pensa a mente tacanha e racista evangélica, é um a religião de liturgia, que tem seus rituais de iniciação, de tradição familiar, monoteísta e que trabalha os orixás, animus, ou estado da natureza. São forças da natureza no seu estado mais puro e singelo. Cada Orixá rege determinado segmento da natureza e juntos oferecem ao homem o que é necessário para se viver com plenitude, paz, saúde e harmonia.

    Assim, por exemplo, se dá o ritual de iniciação do vídeo no início da postagem, com a preparação litúrgica que culmina na festa ritualística:

    O ritual de iniciação no Candomblé, a feitura no santo, representa um renascimento, tudo será novo na vida do yàwó, ele receberá inclusive um nome pelo qual passará a ser chamado dentro da comunidade do Candomblé.

    A feitura tem por início no recolhimento. São 21 (vinte e um) dias de reclusão, e neste prazo são realizados banhos, boris, oferendas, ebós, todo o aprendizado começa, as rezas, as dança, as cantigas…

    É feita a raspagem dos cabelos (orô) e o abiã recebe o oxu (representa o canal de comunicação entre o iniciado e seu orixá) o kelê, os delogun, o mokan, o xaorô, os ikan, o ikodidé. O filho de santo terá que passar agora por um ritual, onde terá seu corpo pintado com giz, denominado efun. Ele deverá passar por este ritual de pintura por 7 (sete) dias seguidos.

    O abiã terá agora que assentar seu Orixá e ofertar-lhe sacrifícios de animais de acordo com as características de cada um. Feito isso ele passa a se chamar yàwó.

    A festa ritualística que marca o término deste período é denominada Saída de Yàwó, neste momento ele será apresentado à comunidade. Ele será acompanhado por uma autoridade à frente de todos para que lhe sejam rendidas homenagens.

    Deitado sobre uma esteira, ele saudará com adobá e paó, que são palmas compassadas que serão dadas a cada reverência feita pelo yàwó e acompanhadas por todos presentes, como demonstração de que a partir daquele momento ele nunca mais estará sozinho na sua caminhada. Primeiramente saudará o mundo, neste momento a localização da esteira é na porta principal da casa. No seu interior, ele saudará a comunidade e por último, frente aos atabaques que representam as autoridades presentes. Neste primeiro momento o Orixá somente poderá dar o jicá. Só após a queda do kelê o Orixá poderá dar seu ilá.

    O momento mais aguardado do cerimonial é o orukó. Neste momento o Orixá dirá o nome de iniciação de seu filho perante todos e também é neste momento que se abre a sua idade cronológica dentro de sua vida no santo.

    Após a saída e depois dos 21 (vinte e um) dias de recolhimento o yàwó permanecerá de resguardo até a queda de kelê fora do barracão por um período de 3 (três) meses, neste período ele não poderá utilizar talheres para comer, deve continuar a sentar-se no chão sobre a esteira durante as refeições, está proibido de utilizar outra cor de roupa que não o branco da cabeça aos pés, não poderá fazer uso de bebidas alcoólicas, cigarro. .. E nem tão pouco sair à noite. E até que se complete 1 (um) ano, os seus preceitos continuarão.

    Até que o yàwó complete a maior idade de santo, terá que continuar dia a dia o seu aprendizado e reforçar os seus votos por meio das obrigações (texto retirado do blog: Candomblé, mundo dos Orixás).

    Saída de Oxossi e Oxum ritual completo, Saída de Yawos Na Casa de Pedro Paulo D'Ogum Jordão - Jacarepaguá Rio de Janeiro Parte:


SOCIEDAD UNIDA POR EL DERECHO AL MATRIMONIO ENTRE PERSONAS DEL MISMO SEXO


Como ciudadanas y ciudadanos de un Estado laico y en defensa de los derechos ganados en reconocimiento del Derecho al matrimonio entre personas del mismo sexo, presentaremos la siguiente carta al Procurador General de la República que ponemos a su consideración para unir voces en la defensa de los derechos ganados.

Estimadas compañeras y compañeros, el documento final será éste, les solicitamos difundir entre sus contáctos y solicitar sus adhesiones online en la dirección: http://www.sociedadunida.org/index.php?option=com_user&view=register

LIC. ARTURO CHÁVEZ CHÁVEZ

PROCURADOR GENERAL DE LA REPÚBLICA

P R E S E N T E



Quienes suscribimos, integrantes de la Sociedad Civil organizada y de frente a la urgente necesidad de hacer valer el estado de derecho que debe imperar en un Estado Laico y con un gobierno democrático, nos dirigimos a usted para manifestarle lo siguiente:

Como es del dominio público, el pasado 21 de diciembre del año próximo pasado, las y los legisladores que integran la V Legislatura de la Asamblea Legislativa del Distrito Federal, aprobaron diversas reformas al Código Civil y de Procedimientos Civiles, ambos para el Distrito Federal, publicadas en la Gaceta Oficial de ésta entidad el pasado 29 de diciembre de 2009, mismas que permiten el contrato civil del matrimonio, incluso entre personas del mismo sexo.

Dichas reformas forman parte de las líneas de acción contenidas en el Programa de Derechos Humanos del Distrito Federal, específicamente la marcada con la clave numérica 1983. El Programa mencionado fue, como también es del dominio público, elaborado con el concurso y consenso de Instituciones Académicas, Organizaciones de la Sociedad Civil, la Oficina en México del Alto Comisionado para los Derechos Humanos de la Organización de las Naciones Unidas, la Comisión de Derechos Humanos del Distrito Federal, el Gobierno del Distrito Federal, el Tribunal Superior de Justicia del Distrito Federal y la Asamblea Legislativa del Distrito Federal.

La armonización legislativa mencionada en el párrafo que antecede, encuentra sustento también en el ámbito internacional, en virtud de los múltiples instrumentos internacionales firmados y ratificados por el Estado Mexicano, tales como: La Declaración Universal de los Derechos Humanos, la Declaración Americana de los Derechos y Deberes del Hombre, la Convención sobre el consentimiento para el matrimonio de 1962, la Convención Americana sobre Derechos Humanos, la Segunda Declaración de la Organización de los Estados Americanos del 4 junio de 2009 sobre derechos humanos, orientación sexual e identidad de género, La Declaración de la ONU sobre orientación sexual e identidad de género del 19 de diciembre del 2008 que condena la violencia, el acoso, la discriminación, la exclusión, la estigmatización y el prejuicio basado en la orientación sexual y la identidad de género y los Principios de Yogyakarta, que constituyen recomendaciones para aplicar los estándares y legislación internacionales de derechos humanos a los asuntos de orientación sexual e identidad de género, entre otros. Tales Instrumentos de Derecho Internacional concluyen en el respeto a la diversidad, la igualdad entre las personas y rechazan cualquier tipo de discriminación.

La armonización legislativa mencionada en el párrafo que antecede, encuentra sustento también en el ámbito internacional, en virtud de los múltiples instrumentos internacionales firmados y ratificados por el Estado Mexicano, tales como: La Declaración Universal de los Derechos Humanos, la Declaración Americana de los Derechos y Deberes del Hombre, la Convención sobre el consentimiento para el matrimonio de 1962, la Convención Americana sobre Derechos Humanos, la Organización de los Estados Americanos del 4 junio de 2009 respecto a derechos humanos por orientación sexual e identidad de género, la Declaración del 19 de diciembre del 2008 sobre orientación sexual e identidad de género de las Naciones Unidas que condena la violencia, el acoso, la discriminación, la exclusión, la estigmatización y el prejuicio basado en la orientación sexual y la identidad de género y los Principios de Yogyakarta, que constituyen un lineamiento para aplicar los estándares y legislación internacionales de derechos humanos a los asuntos de orientación sexual e identidad de género, entre otros. Tales Instrumentos de Derecho Internacional concluyen en el respeto a la diversidad, la igualdad entre las personas y rechazan cualquier tipo de discriminación.

En síntesis, el ánimo de las y los legisladores de la Asamblea Legislativa del Distrito Federal que aprobaron las reformas mencionadas, no es sino avanzar en el respeto y reconocimiento de los Derechos Humanos y dotar de derechos plenos al sector LGBTTTI en la Ciudad de México, legislando, desde luego, de una manera responsable bajo el principio por persona que es el de ampliar los derechos de las y los ciudadanos y no restringirlos de los mismos. Además, estas reformas no vulneran, limitan o menoscaban derechos de terceros.

Resulta fundamental que ninguna institución discrimine a las personas con base en su orientación sexual; al aprobarse el reconocimiento jurídico del matrimonio entre personas del mismo sexo, se garantiza el derecho en igualdad y equidad efectiva de las y los ciudadanos en el libre desarrollo de su personalidad, la preservación de la libertad en lo que a las formas de convivencia se refiere, y la instauración de un marco de igualdad real en el disfrute de los derechos sin discriminación alguna por razón de sexo, preferencias o cualquier otra condición personal o social que consagra el marco legal vigente en nuestro país.

Aunado a lo anterior, estas reformas han encontrado simpatía en la opinión pública tanto local como nacional e incluso internacional, ya que todos y cada uno de las y los líderes de opinión serios han apoyado tales modificaciones legislativas, encontrado solo oposición por parte de los sectores más conservadores de la sociedad.

Por todo lo anterior, y en el entendido de la facultad legal que la Representación Social a su cargo tiene de interponer el recurso respectivo ante la Suprema Corte de Justicia de la Nación cuando a su juicio exista una inconstitucionalidad respecto de la aprobación de alguna modificación al marco legal del Distrito Federal, consideramos, apelando a su responsabilidad como servidor público, que la interposición dela acción de inconstitucionalidad respecto de las reformas materia de la presente misiva, no solo resultarían infructuosas, sino que abonarían a crear un clima de encono y polarización entre la ciudadanía capitalina, además de considerarla innecesaria puesto que, como ya se ha mencionado, el permitir el matrimonio entre personas del mismo sexo es el reconocimiento de derechos plenos hacia el sector LGBTTTI y no vulneran, limitan o menoscaban derechos de terceros, aunado a que no se contrapone, a nuestro juicio, a ninguna disposición específica contenida dentro de nuestra Carta Magna.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Medievalismo evangélico e a catástrofe no Haiti


Os evangélicos da liga bíblica do sul dos EUA, bem como seus imitadores brasileiros, têm a bola da vez! O culto afro haitiano...

Estava demorando, e a primeira expressão de intolerância e racismo partiu do próprio cônsul geral do Haiti em São Paulo, George Samuel Antoine. Agora, evangélicos estadunidenses e brasileiros somam às vozes ao coro da intolerância religiosa, para dizerem que por causa da religião AFRO haitiana, o terremoto aconteceu no país. Afinal, isso é a ira de Deus Jeová, que não suporta a idolatria...

Na alegação dos crentes medievais. Aliás, era na idade média que essa mentalidade corriqueira se fazia verdade absoluta. Acontecia uma catástrofe NATURAL, e a Igreja atribuía à desgraça, à ira divina, e os fiéis eram domesticados, novamente, pelo medo, à submissão dos devaneios clericais. Então, na alegação os crentes arrazoam que 75% da população pratica o Vudu, que na verdade, é uma religião satânica.

Ora, o velho estigma do homem branco e cristão, seja ele católico ou protestante, em relação ao negro e sua fé, estranha ao cristianismo, que tem que ser satanizada, ou tida como subcultura, coisa inferior, ou como diriam os melhores e mais fiéis cristãos, amorosos de Jesus: coisas de negros!

O que me causa estranheza é que os mesmos evangélicos não se pronunciam, tão prontamente, quando a catástrofe ocorre em solo norte-americano, como os furacões, que destroem as cidades da costa do sul (da liga bíblica do sul) e matam muitos. Ou quando, por ventura, no Brasil, o teto de uma ou outra igreja cai na cabeça dos crentes e mata os membros. Nesses casos são tragédias, ou é Deus Jeová testando a fé! Mas nada ligado à ira.

Lembro-me que também haviam dito que a gripe suína era castigo de Deus por conta da homossexualidade do povo. Eram os bíblicos do sul dos EUA que divulgavam as informações.

Vudu teve origem na África, foi trazido pelos escravos e para sobreviver, incorporou elementos da cultura dos dominadores, como o batismo católico. A religião tornou-se oficial no Haiti.

É uma religião que cultua os antepassados e entidades conhecidas como loas. O vudu é parecido com o candomblé.

Os rituais do vudu são marcados pela música, a dança e muita comida. Quem conduz o ritual, é um líder homem (hougan) ou uma líder mulher (mambo).

Na cerimônia, os participantes entram em transe e incorporam os loas (existem os bons e maus) e, além disso, eles comem animais sacrificados. A religião já foi marginalizada pelos EUA, pois a mesma, seria voltada à magia negra, fizeram isso como forma de reprimir a religiosidade dos negros.

Desde 2003, vudu é reconhecido formalmente pelo governo (EUA) como uma religião legítima no país.

No Brasil, a mesma matriz religiosa, trazida pelos negros da África Ocidental, misturou-se com outras práticas religiosas, sobretudo o catolicismo que ganhou expressões na Bahia, que foi chamada de candomblé jeje e no Maranhão e Amazonas foi batizado de tambor de mina. O vudu influenciou a cultura brasileira. (artigo retirado do sítio Brasil Escola)



sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Bangkok Love Story (história de amor?)


Esta semana ganhei um DVD de um amigo, com a temática gay e o relacionamento homoafetivo, embora soubesse que se tratava de um drama- não pude deixar de perceber alguns fatores, que no comportamento social, nos deparamos todos os dias.

A verdade é que determinados conceitos são verdadeiros tabus, que não são facilmente deixados ou esquecidos, pelo contrário, estão vivos no corpo social e ditam, entre outras coisas, um “estilo de fracasso pessoal” àqueles que desejam largar tudo e serem felizes.

Não consegui encarar de outra forma o filme Bangkok Love Story. Aliás, não só ele, mas, como em O Segredo de Brokeback Mountain, o superego punitivo está dando às linhas, o que deve ficar resguardado no inconsciente de cada um: viver um relacionamento homossexual é pedir para morrer!

O medo social de que um relacionamento gay seja harmonioso e familiar é explícito, e, ainda que seja por denúncia do preconceito, o final de filmes homoafetivos sempre são recheados de desgraças punitivas, de um lado religioso arcaico e recalcado, onde todos os envolvidos são atingidos sem misericórdia. Sofrem os familiares heterossexuais do homossexual, este sempre acabará morto, quando não morre toda a família! O parceiro homossexual sobrevivente ficará fadado à eterna solidão, e desventura da vivência cicatrizada, e dolorida do relacionamento rompido pela desgraça do destino (ou predestino) fatídico.

O amor impossível, a associação proibida, a amizade maldita, sempre, são cercados de pragas de penúria, aos aventureiros homossexuais, e suas promiscuidades, como forma de contenção ao senso de um relacionamento, perfeitamente, desejado e possível. Não é sem razão que por tanto tempo tenho dito que é hora de santificarmos os relacionamentos gays, mas não no modelo de uma santidade puritana, heteronormativa, pelo contrário, é hora de pararmos de olhar o estilo de vida gay como gueto! E entender que, seja qual for à situação, não é a heteronormatividade paradigma para os gays.

Nessa mesma linha Foucault dizia de uma invenção gay, do estilo gay! Algo criado, totalmente novo, pensado pelos próprios gays. Acontece, que os homossexuais, muitas vezes, enxergam-se com os olhos “heterossexualizados”, reproduzem, assim, todo o preconceito existente na sociedade, ainda que queiram denunciar o mesmo, o final é o reforço do tabu: O GAY DEVE VIVER SÓ, SE POSSÍVEL CASTO, E SEUS RELACIONAMENTOS DEVEM SER CASUAIS.

Ainda, somando-se ao coro, o estilo de vida casual deve vir com a marca ou estigama do promiscuo. Assim, o sinal da maldição continuará a acompanhar todos aqueles que não disfarçarem seus reais interesses em prol da heteronormatividade.

Bem, enquanto isso, seguimos na nossa luta diária por uma sociedade mais digna e justa para todos!

Sinopse e download do filme:

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    Dois homens se encontram numa cilada do destino e se apaixonam mortalmente. Maek é um assassino com missão de matar Iht. Maek trabalha para a Máfia e seus crimes sustentam a mãe HIV+ e o irmão.

    Em uma missão, ele tem que seqüestrar um policial jovem e belo e entregar a seu chefe. Durante a luta com a vítima, ele leva um tiro no ombro.

    Iht cuida do seu algoz e começa a fluir a paixão entre os dois. Eles negam os seus desejos homoeróticos, por conta da profissão deles, mas a paixão é mais forte.

    Confira no blog do Jean o filme e faça o download do mesmo

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Escola LGBT e a crítica heteronormativa

Tenho recebido alguns e-mails, de pessoas muito preocupadas, e desocupadas também, com a nova, e a primeira do país, Escola LGBT.

Antes de continuar o que quero refletir neste poste, vamos apresentar a Escola, a matéria é retirada do site e-jovem:

A Escola Jovem LGBT, a primeira do gênero no país, abriu nesta quarta-feira (6/01) processo seletivo para seus primeiros cursos. O projeto, coordenado pelo GRUPO E-JOVEM, pretende formar em três anos jovens especialistas em Cultura LGBT.

“Cultura LGBT é a cultura que enfrenta a homofobia, essa cultura perversa que nega às pessoas LGBT mais de 70 direitos, como o de construir família e patrimônio, e estimula o assassinato e o suicídio de pessoas LGBT,” explica Deco Ribeiro, diretor da escola.

Em 2010, serão três os cursos oferecidos a partir de março: Expressão Artística – Dança, Expressão Cênica – WebTV e Expressão Gráfica – Criação de Fanzines. “Mas temos muitos professores que se ofereceram como voluntários, o que pode levar à abertura de mais cursos ainda este ano,” afirma a drag queen Lohren Beauty, presidente do GRUPO E-JOVEM.

Os cursos terão uma aula semanal, com turmas durante a semana ou aos sábados e duração de 10 meses. São totalmente gratuitos. Alunos entre 12 e 29 anos podem se inscrever em apenas um, dois ou em todos os três cursos. Quem morar fora de Campinas poderá ainda concorrer a uma bolsa de estudos para cobrir parcial ou integralmente os gastos com transporte e terá prioridade nas turmas de sábado.

COMO SE INSCREVER

Baixe e preencha a FICHA DE INSCRIÇÂO. Envie para escola@e-jovem.com, com o curso desejado no subject (assunto). As inscrições encerram-se em 22/01. Havendo mais inscritos que o número de vagas (60), ocorrerá um processo seletivo, em Campinas, no dia 31/01.

Para a taxa de inscrição, basta clicar no botão pagseguro e seguir as instruções. O valor da doação deve ser preenchido com o valor de R$10,00 (dez reais) - mas sinta-se à vontade para doar quanto quiser. O pagamento poderá ser feito por débito em conta ou por boleto. Sua matrícula só será válida após o pagamento.

CURSOS

Cultura LGBT: ANO 1

A Escola Jovem LGBT é um projeto de Expressão Cultural Multimídia que se divide em três áreas, a serem desenvolvidas e aprofundadas ao longo de três anos. São elas: Expressão Artística (Dança – ano 1, Música – ano 2 e Performance (Drag Queen) – ano 3), Expressão Cênica (WEB TV – ano 1, Teatro – ano 2, Cinema – ano 3) e Expressão Gráfica (Fanzine – ano 1, Revista – ano 2 e Livro – ano 3). O principal objetivo da Escola Jovem LGBT é oferecer ao jovem todas as ferramentas para que ele possa se expressar, conhecer a Cultura LGBT e produzir sua própria cultura.
Expressão Artística - Dança

Dança sempre foi sinônimo de liberdade. Da jovem Dança de Rua ao clássico Ballet, a dança é uma das expressões artísticas mais cultuadas pela juventude LGBT. No entanto, mais do que apenas nos jogar numa balada, precisamos compreender as características básicas que identificam cada estilo de dança e os tornam singulares.

O curso de Dança procurará oferecer ao aluno mais domínio sobre sua expresão corporal, promovendo sua auto-estima e tornando-o mais confiante para atuar no mundo, participando no processo de transformação da sociedade. Ao final do curso, será montado um espetáculo de dança que circulará pelo estado de SP.

Expressão Cênica - WebTV

Ter acesso à televisão sempre foi um privilégio para poucos. Em nossa sociedade machista e homofóbica, a cultura LGBT sempre foi ignorada ou ridicularizada na TV. Mas com o crescimento dos sites de vídeos na internet e o barateamento dos custos de gravação de imagens, adolescentes e jovens têm, hoje, livre acesso à realização de seus próprios programas.
Mas qual é o olhar do jovem LGBT? Como ele gostaria de se ver na TV? O curso de WebTV pretende oferecer as técnicas necessárias para tornar essa atividade uma ótima ferramenta de comunicação. Até o fim do ano, irão ao ar pelo menos 10 (dez) programas de TV totalmente produzidos pelos alunos.

Expressão Gráfica - Fanzine

Um fanzine ou zine é um informativo feito através de colagens, recortes, desenhos e textos, que pode ser escaneado ou xerocado. Geralmente é produzido por um grupo para divulgar notícias e atividades do interesse dessa comunidade. Para a juventude LGBT, os zines são formas simples e baratas de trocar informações com seus colegas e de expor seus pensamentos.

Com o curso de Criação de Fanzine, estaremos estimulando a leitura, a análise crítica e a expressão gráfica desses jovens, seja à mão livre, seja por meio da reinterpretação de revistas. Pelo menos 5 (cinco) edições de fanzines serão publicadas até o fim do ano, cada uma com 1.000 exemplares.

PROFESSORES HÁ VAGAS!

A Escola Jovem LGBT também abrirá nesta quarta-feira processo seletivo para educadores interessados em montar e aplicar os cursos. Cada educador trabalhará 6 horas por semana, em duas turmas (3h durante a semana e 3h aos sábados), durante 36 semanas.

Todos os cursos contarão ainda com a produção de material cultural (publicação dos fanzines, programas de WebTV e um espetáculo de dança) sob a supervisão do educador e gastos cobertos pelo GRUPO E-JOVEM.

As vagas são para 1 (um) a 3 (três) Professores de Dança, 2 (dois) Professores de WebTV e 1 (um) Professor de Expressão Gráfica. Haverá processo seletivo também para a contratação de 1 (um) Assessor de Imprensa e de Professores Voluntários que desejem oferecer cursos e/ou palestras gratuitas aos alunos da Escola Jovem LGBT.

Os currículos devem ser enviados para o e-mail professores@e-jovem.com até o dia 22/01, com o curso que deseja oferecer no subject (assunto) e um esboço do planejamento das aulas no corpo do e-mail. Os candidatos a Professor Voluntário podem indicar qualquer curso que for do seu interesse - todos serão analisados e poderão entrar em nossa grade.

Em 2008, incomodado com algumas críticas de alguns setores sociais, postei um artigo denominado Militância por que te incomodas? Na ocasião estávamos recebendo bastante desaprovação, por sermos militância lgbt, como algo nefasto, ou sem valor, ou ainda, como um efeito desnecessário, uma vez, que para alguns críticos, dentro do próprio seguimento, o que deveríamos fazer é, tão somente, algo próximo à inércia: ficarmos quietos! Como a crítica vinha de intelectuais, usei da filosofia, e do grande mestre Foucault, para as devidas considerações e possíveis respostas àquele engano sutil.

Bem, agora com a ESCOLA LGBT, Romanos 1, 22-27 está novamente em voga, por parte de alguns evangélicos, muito preocupados com os pênis e os ânus alheios, bem como o inferno. O que não me deixa esquecer que sempre com eles, e suas pregações de uma vida “certa”, “normal”, vêem aquelas ofertas simbólicas de R$ 900,00 (novecentos reais) para as bênçãos de prosperidades financeiras e manutenção de ministérios evangelísticos pelo Brasil: Inclusive a compra de aviões, por parte desses líderes evangélicos, em valores, também, simbólicos, de 12 milhões de dólares! Vale lembrar, aos nossos leitores estrangeiros, que o salário mínimo no Brasil é de R$ 465,00 (quatrocentos e sessenta e cinco reais!).

Assim, é muito eficaz o texto de Romanos para nos apresentar, de fato, quem são aqueles que mudam a verdade de Deus em mentira, adorando a criatura ao invés do criador e recebem em seus próprios corpos a vergonha e a torpeza. Uma vez que, no texto, a homossexualidade não é tratada, e sim, a venda do ser, que se submete em uma relação de poder, contrária a natureza, submetendo-se à criatura, inflamando nesse desejo de poder, e se deixando dominar, como se esses seres detentores do poder divinos fossem.

O caráter deles é descrito nos versos 29, 30 6 31:

Estão cheios de todo o tipo de injustiça, perversidade (900 reais de um trabalhador que ganha um salário mínimo e tem seu desejo inflamado, na chance de ficar rico, e acredita na autoridade daquele que faz a promessa é perverso!), avidez e malícia (900 reais para Deus derramar a bênção da prosperidade é malicioso!), cheios de inveja, homicídio, rixas (aquele que pede 900 reais vive em rixas contra outros pastores), fraudes (900 reais! E Deus te prosperará!) e malvadezas; são difamadores, caluniadores, inimigos de Deus (amigos de Mamon!), insolentes, soberbos (aquele que pede 900 reais é um poço de humildade!), fanfarrões, engenhosos no mal,rebelde para com os pais, insensatos, desleais , gente sem CORAÇÃO E SEM MISERICÓRDIA.

Todo o discurso é construído, e o que anda incomodando muitos é que a homossexualidade, hoje, não é mais uma trepada de duas pessoas histriônicas, ou que vivem no anonimato com vergonha de assumirem aquilo que são, por conta de um discurso de heteronormatividade. Hoje ser gay é antes de tudo desejar sê-lo, assumindo-se em si mesmo toda a afetividade, e amizade, e construção de uma vida e estilo gay, sem a vergonha do diferente, ou a caricatura banalizada do histriônico. Ser gay é normal, é ser possível, viável! Essa viabilidade assusta uma sociedade sexista, homofóbica, historicamente, pela construção do discurso juaico-cristão, que agora começa a se desfacelar, jogando o homem (machista vitoriano), num labirinto eterno de medo, e da falta de identidade, uma vez que o feminino, em si, foi proibido como símbolo de fraqueza e submissão. Parabéns ao estado de São Paulo, à cidade de Campinas, à sociedade brasileira, por mais esse ganho, e ao Grupo E-JOVENS pela iniciativa e primazia em terras tupiniquins!
Ainda, recomendo o artigo como leitura nesse blog: MILITÂNCIA POR QUE TE INCOMODAS?