quinta-feira, 30 de abril de 2009

Consideração sobre um comentário "Anônimo"...

Por João Marinho; colunista e co-administrador deste blog
Recentemente, publicamos uma notícia neste blog informando que, na Itália, 40% das pessoas apoiam o casamento gay [leia a referida postagem]. Como acontece com costumeira frequência em notícias do tipo, houve reações contrárias, especialmente ao uso da palavra "casamento" para designar a união entre pessoas de mesmo sexo. Um dos comentários maiores e, por isso, mais interessantes, não foi infelizmente assinado, sendo que por isso vou referir o autor como "Anônimo", tal como o sistema do Blogger identifica [leia o comentário do Anonymous].

O comentário é interessante porque reflete uma forma muito corrente de pensar a questão do casamento, especialmente entre evangélicos de denominações tradicionalistas, mas que é pontuada de equívocos - e, para ficar mais inteligível, vou destacar as partes mais importantes, escrevendo o contra-argumento em seguida.

Sinceramente, espero que isso nunca se concretize.

A princípio, uma informação. Mesmo sendo do desejo do Anônimo que o casamento gay "nunca se concretize", isso já não é possível. Já há países que possuem casamento gay, efetivos, com todos os direitos e deveres atinentes a essa condição, injustificando, portanto, uma outra denominação para a união entre pessoas de mesmo sexo. É o caso, por exemplo, da Espanha, do Canadá, da Holanda, da Bélgica e da África do Sul. Na própria Espanha, o casamento é definido, em texto legal, como a união entre duas pessoas, desprezando a que sexo elas pertencem


Os gays podem se ajuntar na forma que quiserem, mas, casamento de verdade, somente entre homem e mulher, que podem procriar e dar continuidade à espécie humana de forma natural (e não por inseminação artificial) e prevista por Deus. Já pensaram se na origem da humanidade só tivesse gays? Ou se todos os primeiros descendentes de Adão e Eva optassem por serem gays (mesmo que fosse genético) [...]? Estaríamos aqui hoje? Acho que não... Não terí­amos filhos e, consequentemente, a humanidade que hoje povoa a Terra simplesmente não existiria.

Parece haver lógica nesse argumento, mas, na verdade, existe aqui uma mistura de conceitos e uma falta de densidade racional. Em primeiro lugar, é simplesmente equivocado relacionar o casamento, qualquer que seja ele, à preservação natural da espécie humana, como se uma coisa levasse à outra, ou fossem interdependentes.

Deixemos uma coisa bem clara: animais, plantas, bactérias, vírus não se casam - mas se reproduzem e se perpetuam - e, por sinal, podem se reproduzir de formas bem diversas da que aprendemos como "natural", a reprodução sexuada macho-fêmea. Existem seres hermafroditas, seres que se reproduzem por partenogênese, seres que se reproduzem por mitose e uma série de outras estratégias.

O casamento, portanto, é uma instituição exclusivamente humana e, dessa forma, é antes de tudo, histórico-social. Ou será que já vimos uma leoa de véu e grinalda na frente de um sacerdote fazendo votos? Ou ainda uma bactéria assinando um contrato civil de união (que é o casamento civil) ou um bonobo negociando um acordo pré-nupcial?

Em termos naturais e de preservação da espécie, pouco importa que exista essa instituição. Se o casamento, hétero, fosse abolido em todo o mundo, a espécie humana ainda se reproduziria, bastando para isso que homens solteiros transassem com mulheres solteiras. É o sexo heterossexual, e não o casamento heterossexual, que é imprescindível ao encontro dos gametas e à geração de descendentes (se, como quer o autor, excluirmos a inseminação, de toda forma também buscada por héteros, vale ressaltar).

Sendo, portanto, o casamento uma instituição histórico-social, e, portanto, criada por humanos e totalmente artificial, o conteúdo desse conceito é dado exclusivamente pelos humanos. A própria prova é a existência do casamento civil, que é a modalidade que gera efeitos no Brasil, sendo que é absolutamente impossível fazer qualquer relação direta entre assinar o nome num papel em frente a um juiz de paz lavrado em cartório e transar para engravidar. A dissociação é tão grande que casais héteros podem ser casados - e optar por não ter filhos.

Assim, os seres humanos podem chamar de casamento o que quiserem, inclusive a união entre pessoas de mesmo sexo. Um exemplo prático: se o que existe na lei é um contrato civil que recebeu o nome de casamento, e a lei habilita casais de mesmo sexo a estabelecer esse mesmíssimo contrato, não existe nenhum argumento plausível para chamá-lo de outra forma.

Apelemos, no entanto, para a religião. Um erro comum dos evangélicos é considerar o casamento (religioso, ou seja, a união frente a uma divindade) como um mandamento divino em si mesmo. Isso pode ser verdade - mas é uma "verdade local". É verdadeiro apenas para os evangélicos, dentro do sistema de fé deles, e dentro de uma cerimônia particular entre eles.

O casamento religioso em si, entendido como união frente a uma divindade, existe anteriormente ao advento do cristianismo e dos mandamentos que os cristãos crêem ter partido de seu Deus. Ele também não foi e nem é exclusividade cristã.

Os "idólatras", adoradores de outros Deuses, também se casam, de forma religiosa, em cerimônias que são dedicadas a esses outros Deuses, e não ao Deus que os cristãos reputam como verdadeiro. Mesmo membros do satanismo também se casam de forma religiosa. Membros de outras tradições religiosas abraâmicas que os cristãos consideram heréticas ou equivocadas, como judeus e muçulmanos, também se casam. E, no entanto, nenhum desses outros casamentos podem ser entendidos como uma obediência ao mandamento divino, do Deus "verdadeiro", que mesmo inexiste nesses outros cultos.

O argumento do Anônimo, portanto, para se sustentar, teria de incluir uma incitação polêmica. Se tais outros casamentos não são uma obediência a Deus, mas até mesmo uma "oferenda aos ídolos", eles também deveriam ser evitados. Os cristãos deveriam, portanto, não apenas tentar impedir o casamento de pessoas de mesmo sexo, mas também os casamentos heterossexuais de wiccanos, umbandistas, candomblecistas, judeus, muçulmanos, budistas, etc., uma vez que são uniões celebradas em obediência a "divindades falsas", e não ao mandamento do "Deus verdadeiro".

Tal, porém, não ocorre e talvez porque, nessa hora, porque interessa, os cristãos evangélicos se recordam de que vivemos num Estado laico que garante liberdade de credo. Isso significa, entre outras coisas, que as pessoas podem realizar cerimônias, cultos e acreditar no que quiserem, desde que não firam a ordem pública ou interfiram no direito ou liberdade de outrem.

Então, como diria a própria Bíblia, não dá para ter dois pesos e duas medidas. Ou se aceita que todos os casamentos não-cristãos são inerentemente inválidos e falsos. Ou se aceita o princípio do respeito à liberdade religiosa que, por definição, inclui o respeito ao casamento religioso gay.

Afinal, se os membros de um determinado credo crêem que a divindade daquela religião não apenas apoia a homossexualidade, como permite que homossexuais se casem, que argumento teriam os evangélicos para interferir nesse tipo de casamento, se sua divindade é outra e se, "falsidade por falsidade", tais evangélicos admitem que a cerimônia transcorra, e seja válida, entre heterossexuais, mesmo "sabendo" que a divindade é, dentro da doutrina cristã, falsa e que não é o mandamento do Deus cristão que está sendo seguido? Acaso, os cristãos evangélicos querem ter o monopólio sobre Deuses em que não acreditam e nos quais não crêem?

O ponto nevrálgico, no entanto, é que o mesmo argumento é válido para denominações inter-cristãs. Se uma denominação cristã, adotando uma determinada linha de interpretação, entende que Deus nada tem contra a homossexualidade e que o casamento entre gays é válido, o mesmo direito há de ser garantido de realizar esta denominação a cerimônia. Portanto, o casamento hétero como mandamento divino para evitar a união gay com esse nome não se sustenta de forma racional, lógica, religiosa e muito menos de respeito à fé das pessoas, se tratado com abrangência com que se deve.

Finalmente, o terceiro equívoco, que retorna o argumento da reprodução. É um erro constante acreditar que a reprodução humana dependa da heterossexualidade. Lembremos, antes de tudo, o que define orientação sexual: é a atração físico-afetiva, o desejo erótico orientado (daí, o "orientação") a alguém de determinado sexo. A heterossexualidade, portanto, não é o ato sexual hétero. É o desejo que nasce entre os héteros e que pode, ou não, levar a esse ato consumado. O mesmo se aplica à homossexualidade e à bissexualidade.

"Pode ou não" tb tem importância porque, ao longo da vida, as pessoas muitas vezes praticam relações sexuais não-condizentes com suas orientações sexuais primárias. Não são poucos os gays que já se relacionaram sexualmente com mulheres, lésbicas que já foram casadas com homens heterossexuais, homens héteros envolvidos em experiências de troca-troca ou relações com travestis, mulheres héteros que já se agarram com uma amiga em um "momento de fraqueza".

Ora, creio que nenhum ser humano racional pensará que o desejo, sozinho, produza descendentes. Quando muito, ele apenas auxilia a chegar até lá, mas não basta desejar o homem uma mulher (heterossexualidade) para que tenha filhos com ela. É o ato sexual objetivo que produz. Logo, a heterossexualidade, sozinha, nada produz. É a relação sexual objetiva, desprotegida e em período fértil entre um homem e uma mulher que produz descendentes.

É importante destacar isso e o "pode ou não" por dois motivos: primeiro porque (1) apenas haver héteros não é garantia de reprodução e preservação da espécie. Basta apenas que os héteros decidam não ter, ou não possam (caso dos estéreis e idosos) ter filhos, ou ainda não estejam em período de fertilidade; (2) gays são homens e lésbicas são mulheres. Desde que não haja problemas de fertilidade, isso os credencia amplamente a propagar a espécie, bastando para isso que se relacionem entre si, mesmo eventualmente, sem que, para isso, abram mão de sua orientação sexual. Com efeito, não é raro encontrar gays e lésbicas que já foram casados heterossexualmente e têm descendentes biológicos - e, no entanto, são gays e são lésbicas.

Portanto, o que aconteceria se os descendentes de Adão e Eva fossem todos gays - para além do fato de que Adão e Eva é um mito, e não um fato histórico -, como sugere o Anônimo? A humanidade desapareceria? A resposta é não.

Certamente, essa condição levaria a uma estrutura social que incluiria o sexo hétero como forma de reprodução, mormente em cerimônias específicas. Para não dizer que isso é conjectura, uma boa lida nas práticas sociais do povo etoro seria interessante ao autor. Povo de prática homossexualista, os etoros reservam o sexo hétero a apenas algumas ocasiões específicas que não passam de alguns dias por ano. Isso não os impediu de se reproduzirem e se manterem, existindo até hoje, ao passo que outros povos de práticas heterossexualistas disseminadas, como os antigos romanos, desapareceram. Outros povos que podem ser chamados "ao banco de testemunhas" seriam os gregos e os antigos japoneses, que resolveram a questão de uma forma ritualística.

Quando muito, talvez uma humanidade gay crescesse apenas mais devagar. O que parece desvantagem, no entanto, seria uma ótima notícia num mundo superpopulado com mais de 6 bilhões de habitantes, alterações climáticas, aquecimento global e extinção de espécies causadas por esses mesmos 6 bilhões. Além disso, como parece haver uma menor tendência homossexual, no caso masculina, ao belicismo e ao conflito, é possível que esse crescimento mais devagar fosse compensando por um menor número de mortes de homens jovens em idade reprodutiva e passível de gerar descendência, mesmo que essa tendência "à briga" tenha, como acredito, origens plenamente sociais.

Então, sim, a humanidade existiria e sim, provavelmente, estaríamos aqui.

Os demais argumentos tecidos pelo autor são repetição dos acima refutados e, portanto, não carecem de melhor exame. Em relação especificamente às supostas passagens bíblicas "condenadoras da homossexualidade", fica a sugestão de ler o estudo bíblico já disponibilizado neste mesmo blog e tão bem conduzido por Renato Hoffman, e posts de colaboradores.

Concluindo: ao contrário do que acredita o Anônimo, não, ele não foi NADA claro.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Aluga-se um amigo

Inusitado, exótico, diferente, sutil, mas... Uma declaração peremptória da falência do ser enquanto pessoa.

Não o que se aluga, nem ao que se propõe alugar; não é um juízo de valor, uma axiologia, dogmática, social. Pelo contrário, é no campo ético- filosófico, o termo posto como finalístico, de algo que sucumbiu à falência própria: da realização própria!

Não posso imaginar a cena, sem me angustiar, no decreto tácito do ser, que pede para ser amado, e na insuficiência de ser-no-mundo, e de sendo se realizar, não como objeto, mas, ser que constrói o mundo, sendo com outro, objeta à sua própria forma de existir, objetificando o outro como mero produto daquilo que se pode auferir por pecúnia.

Tudo que é prazeroso, por assim, estabeleceu-se. Afinal, o que dá prazer é a satisfação de uma necessidade, que logo, acompanhou-se da pretensão da mesma. E tal pretensão, em sua maioria manifestada, não conseguiu se transpor para além de si mesma. A alienação do ser se dá no individualismo dessa pretensão.

O que vale dizer da pretensão, que é a submissão da necessidade à vontade da satisfação. Que, desta feita, passou estabelecer o domínio possessivo sobre tudo e todas as coisas, como um objeto, mero, descartável, substituível, não perene!

O ser, posseiro, passou a adquirir, trocar, comprar, invadir, roubar, submeter, tiranizar e, por fim, capitalizar tudo à sua forma alienada de auto- compreensão. Como objeto tudo é comprável, tudo o que é necessário pode ser objeto de tal relação, mas, fica uma pergunta: e aquilo que não se compra, mas se constrói como algo apodítico, condição da própria existência, que só se realiza por tal forma ou essência?

A resposta, a despeito da pergunta, não é complexa, é simples e dedutível... Ao homem que não se realiza como ser-no-mundo é fadado ao seu próprio ser, alienado de sua própria percepção ou consciência... A tal, a solidão e a própria falência na aquiescência!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Você concorda com estes números?


Quase 10% da população masculina de Belo Horizonte é gay, e 4,5% é o número que representa a quantidade de lésbicas na cidade. O resultado é fruto da pesquisa Mosaico Brasil, realizada pelo Projeto Sexualidade (ProSex), do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.


Responsável por realizar estudos sobre o segmento LGBT, o Grupo Estruturação, de Brasília, chama a atenção para um dado divulgado pelo Mosaico Brasil em novembro, que parece ter passado desapercebido na época: a porcentagem de gays e lésbicas em algumas capitais do país.


"Informações como essas não podem passar em branco porque esta é uma maneira de ‘provar’ que a homossexualidade existe e que deve ser respeitada", diz Welton Trindade, coordenador do Estruturação, entidade que incorporou em seu acervo os dados divulgados pelo Mosaico.
Em Belo Horizonte, segundo a pesquisa, 9,2% dos homens são gays, sendo 6,4% deles homossexuais e 2,8% bissexuais. Já 3% das mulheres na capital mineira são homossexuais, enquanto as bissexuais representam 1,5%.


A coordenadora do Mosaico Brasil, Carmita Abdo, diz que pretende em breve fazer um recorte dentro da pesquisa com o intuito de revelar como anda a satisfação de gays e lésbicas em relação à sua vida sexual.



Fonte: O Tempo

IV Congresso da ABLGT será em BH

Belo Horizonte será palco do próximo Congresso da Associação Brasileira de gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). A decisão foi tomada durante o III Congresso da associação, que aconteceu entre 17 e 21 de abril, em Belém (PA), e reuniu cerca de 280 militantes.
O IV Congresso acontecerá em 2011, mas para o presidente do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual (Cellos), Carlos Magno, já é hora de celebrar a notícia. "O fato mostra o crescimento e o reconhecimento do movimento em Minas", comemora. Na capital mineira, o evento será organizado pelo Cellos/BH e pelo Cellos Contagem.
Durante o evento, que contou com a participação do poder público, foi divulgada a "Carta de Belém", com as decisões, reivindicações e projetos a serem realizados nos próximos dois anos. "A aprovação do projeto de lei que criminaliza a homofobia continua a ser uma das prioridades", diz Magno. "Esse encontro foi bastante positivo e um dos mais importantes na história da comunidade, tanto pela quantidade de participantes quanto pelo nível do debate político", avalia.
Depois de três anos na presidência da ABLGT, Toni Reis não se candidatará ao cargo das eleições que acontecem no fim do ano.

Fonte: O Tempo

domingo, 26 de abril de 2009

Júlio, uma questão sob suspeita!

Júlio Severo saiu do país, depois que o Ministério Público Federal o chamou para conversar, para averiguar o conteúdo da sua pregação- que afronta direitos constitucionais garantidos, no caso específico, o art. 3, Inciso IV, da Constituição da República de 1988.

Muito embora, o paladino errante, guerreiro da “Palavra de Deus”, auto- intitula-se como defensor da família cristã, sua mensagem não possui nada de bíblica, uma vez que incita a violência e o ódio disfarçados contra toda a espécie de diversidade e/ou pluralidade. Na verdade, Júlio, o Severo, é contra a contemporaneidade, ou a pós- modernidade. Assim, para tal, ele considera o sopro da inspiração divina, que são as Escrituras, como escudo para seus desmandos. Uma vez que Júlio faz do sopro divino um bafão! Transformando-o em um mau hálito celeste, causador de náuseas na comunidade cristã nacional.

O paladino cristão não foi à batalha com o MPF, antes, fugiu do país e acusou a egrégia instituição de perseguir cidadãos honestos e de bem- talvez, uma referência antagônica à comunidade LGBT, que moveu às denúncias contrária as declarações do mesmo, e seu comércio multiplicado.

Júlio escreveu uma postagem em seu blog contando o ocorrido, mas uma coisa vem chamando a atenção de muitos que por lá passam e leem É que o senhor voz da verdade divina fugiu, mas deixou o número de sua conta bancária, para depósitos de pessoas que queiram contribuir, para que ele sobreviva em seu exílio!

O que chama a atenção é: Se Júlio está fugindo, não seria de bom senso ele deixar o número de sua conta, uma vez que através da movimentação da mesma, em qualquer lugar do mundo, ele pode ser localizado! E se a conta for administrada por outra pessoa de confiança, que repassará as angariações para ele, esta pode ser inquirida a dizer da localização do mesmo... O que vem nos parecendo algo sem sentido e sensacionalista ou doentio, no mínimo, não legal, no sentido jurídico do termo.

E você, o que acha deste assunto: Você acha que alguém que foge de um país ou lugar deixaria sua conta bancária, ou qualquer rastro, que pudesse, sem embarco algum, localizá-lo?

Vote em nossa enquete, sua opinião é importante.

Get your own Poll!

Clique abaixo para ler a carta de Júlio explicando sua fuga:



Carta aberta aos amigos do Blog Julio Severo

Estimados amigos,

Cheguei a um novo lugar, estando agora fora do Brasil e distante dos amigos. Não foi uma decisão fácil. Aliás, foi a única alternativa.

Por causa de uma queixa de 2006 da Associação da Parada do Orgulho Gay de São Paulo, o Ministério Público Federal (MPF) vem procurando minha localização. A queixa é “homofobia”.

É verdade que não há no Brasil nenhuma lei de “homofobia”. Mesmo assim, o MPF recentemente intimou um amigo meu a prestar informações sobre minha localização. Meu amigo tentou, com a ajuda de um advogado judeu, dizer que ele não é responsável pelo conteúdo do meu blog.

Contudo, o MPF não aceitou a defesa dele, e continuou pressionando-o com o único objetivo de saber onde está Julio Severo.

Portanto, diante desse absurdo, vi-me forçado a sair do país com minha família: uma esposa com gravidez avançada e duas crianças pequenas. Estamos neste momento num lugar totalmente estranho. Que escolha tínhamos?

Além da queixa da Associação da Parada do Orgulho Gay, outras entidades e indivíduos homossexuais também entraram com ações e queixas no MPF contra meu blog por “homofobia”.

Saindo do país, esperamos aliviar as pressões das autoridades sobre amigos inocentes.

Eu queria poder aqui registrar publicamente os nomes de todos os que me ajudaram a fazer esta difícil viagem ao exterior, mas não ouso fazê-lo, consciente de que o MPF não poupou nem mesmo um amigo meu inocente. Só revelarei que o grande filósofo brasileiro Olavo de Carvalho muito colaborou. Se o MPF quiser processá-lo, a localização dele está nos EUA.

Se quiserem continuar com suas ações absurdas contra mim por “homofobia”, aviso que não estou mais no Brasil. Deixem meus amigos em paz.

Entretanto, dou outro aviso. Não me calarei. A voz que Deus me deu continuará sendo usada para alertar o Brasil, quer eu esteja na Índia, no Quênia, na Nicarágua ou qualquer outro país do mundo.

Servir a Deus e falar a verdade custa um preço alto. Oro para que Deus dê a cada um dos leitores do meu blog a coragem de pagar esse preço.

Convido-os também a ajudar para que minha voz não se cale. Daqui do meu exílio no exterior, num lugar totalmente desconhecido para nós, quero continuar a alertar o Brasil. Deixei o Brasil fisicamente, mas não em espírito.

Se puder ajudar a colaborar comigo e com minha família, por favor ore e também envie contribuições, pois é um momento de necessidade para nós. Se Deus o tocar para ser um colaborador regular, aceite o desafio de Deus.

Par depositar sua contribuição, clique aqui ou use esta informação:
Julio


Conta corrente 02399-0


Banco Itaú Agência 5649

Chegamos ao aeroporto e tivemos a grata surpresa de ver um pastor que viajou de avião de outra cidade apenas para nos dar as boas vindas. Deus o tocou para que ele viesse nos receber. Só havia ele ali, mas foi muita bênção, pois nada conhecemos aqui!

Hoje, enquanto estávamos tomando o café da manhã, uma TV estava ligada, e o primeiro programa que vimos nesta língua estava tratando de opções sexuais e “casamento” gay. Nesta mesma noite, tive um sonho onde vi a obsessão da agenda gay alcançando este país onde estamos. Esse foi o meu primeiro sonho neste país.

Contudo, somos peregrinos de Deus, e nossa cidadania é do Reino de Deus. Estamos debaixo da autoridade do Rei do Universo.

Um dia Lula, cujo governo hoje intima os inocentes por “crime” de “homofobia”, será obrigado a comparecer diante do supremo Juiz, onde sua condenação é certa.

Que Lula não ouse rir da minha situação, pois a hora dele e de seu mestre está chegando.

Conto com seu apoio e cooperação neste momento,

Julio Severo

sábado, 25 de abril de 2009

Não há nada de vergonhoso em ser gay, disse ator que interpreta "Wolverine"

Hugh Jackman afirmou que não é gay. O protagonista do último filme sobre os X-mnes: Wolverine, a origem, deu declarações a uma revista: "Estou feliz por ser quem sou, e nego ser gay... porque não sou".

“Mas, ao negar parece que estou dizendo que e vergonhoso, mas, não é, posi não há nada de vergonhoso ser gay." Prosseguiu Jackman:

"As perguntas feitas em entrevista com um ator sobre a sua sexualidade são mais comuns nos Estados Unidos do que em qualquer outro lugar, porque eles tendem definir o que as pessoas pensam de si próprios e dos outros. Na Austrália não é uma questão importante. " Afirmou.

Jackman, que foi apresentador do Oscar deste ano, foi elogiado por seu retrato de um jovem australiano, gay, compositor e cantor- Peter Allen- no The Boy From Oz, que representa toda a noite na Broadway.
Fonte: Universo Gay

Ave Caesar Julius Severus!

Em um email enviado a lista de discussões Gospel LGBT- fiquei curioso com o paradeiro do Júlio Severo (aquele que se acha!). Bem, fui ao blog do sujeito, e descobri que ele continua com uma atividade intensa, e publicações diárias...

De repente, fiquei a me questionar... Mantenho um blog gay, sou gay, tenho prazer de escrever para a comunidade LGBT, interagir com a mesma. E vendo Júlio Severo, na sua corrida anti- gay, indaguei-me da possibilidade de alguém manter um blog com a temática anti-gay. No sentido psicológico, é a própria negação do princípio da realidade... Uma espécie de punição e auto-justificação: punição-recompensa, do ciclo vicioso, daquele que se frustra, mas mantém as aparências.

É chato dizer, mas fiquei com pena do Severo, e não estou usando de persuasão, falo sério! Percebi um grito de socorro, algo latente na alma, que se camufla na práxis com justificativas e ataques inúmeros, nessa tentativa desenfreada de provar, antes, que para qualquer outro- a si mesmo- aquilo que se torna o alvo dos ataques pessoais.

Meu Deus, como esse sujeito deve ser infeliz... Deve ser como esses que entram na nossa lista de discussões, e tentam pregar a conversão da homossexualidade para a heterossexualidade, mas que no fundo estão quebrados, destruídos, aos cacos. É como um grito, uma última esperança de se justificarem, de tentarem mostrar a si mesmos que há possibilidades para eles mesmos. Projetam aos outros a tentativa que desejam ou que buscam para si.

Bem, contudo, sei que não deve ser agradável viver ao lado dele. Esse rancor desmedido deve se juntar a uma iria pessoal, fazendo do mesmo uma pessoa bruta ou irritadiça. É o que acontece com qualquer frustrado, em qualquer área da vida: crítica exacerbada, pouca tolerância aos erros alheios, perfeccionismos tolos, objetos e coisas mais relevantes do que pessoas e relacionamentos, forte padrão moral- estilo reformista!

Espero que ele estrague apenas a vida dele, e não faça de seu rancor palco para o mundo, ou não pense ser um artista que busca o aconchego de seu público, pois essa peça só pode ser um circo de horrores com um final mal acabado!

Deus tenha misericórdia de Júlio.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Le Monde: A herança de Lula

Dilma Rousseff é a dama de ferro com os pés no barro
Jean-Pierre Langellier

Sobrenome: Rousseff; nome: Dilma; idade: 61 anos. Você não a conhece? Mas ouvirá falar dela, cada vez mais, até o fim de 2010, quando acontecerá a eleição presidencial no Brasil.

Há quatro anos ela detém o segundo cargo político mais importante do país: chefe da Casa Civil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma espécie de primeiro-ministro não oficial. É uma função exaustiva ("Um Paris-Dacar a cada dia", ela diz), mas discreta, longe dos holofotes que se focam em Lula.

Uma discrição relativa, que já deveria ser tratada quase no passado. Pois Dilma, como muitos de seus compatriotas a chamam - evitemos "Dilminha", uma familiaridade que ela não aprecia muito - está se tornando a estrela política do Brasil.

E isso, por uma razão muito importante. O presidente Lula, a quem a Constituição proíbe de disputar um terceiro mandato de quatro anos, a escolheu como sua princesa herdeira. A menos que aconteça algo inesperado, ela será a candidata em 2010 pelo Partido dos Trabalhadores (PT), fundado por Lula em 1980, e no poder graças a ele desde 2002. Imaginemos que Dilma seja eleita: uma mulher, pela primeira vez presidente, oito anos após a eleição de um operário. Seria matar dois coelhos com uma cajadada só, e bom para a imagem da democracia brasileira.

Lula não possui herdeiro natural em um partido que ele domina com sua forte personalidade. A escolha de Dilma se impôs a ele aos poucos. É uma aposta segura. A futura candidata está na política desde sempre, e como! Ela é filha de um advogado comunista de origem búlgara. Esse intelectual bon vivant lhe transmitiu o gosto pela leitura e pelos cigarros. Ela tinha 15 anos quando ele morreu.

O golpe de Estado pelos militares em 1964 levou essa estudante idealista e determinada para o militantismo radical. Ela se juntou a uma organização que pregava a luta armada, casou com outro militante, de quem logo se divorciou, passou a estudar economia e mergulhou na clandestinidade após o endurecimento da ditadura no fim de 1968. Ela admirava Jean-Paul Sartre, os guerrilheiros vietnamitas e Fidel Castro. O encontro com um "velho" comunista de 31 anos, Carlos Araújo, que se tornaria seu segundo marido, a envolveu um pouco mais no combate.

Ela adotou nomes falsos, dos quais sua ficha de polícia ainda tem registro: Luiza, Estella, Marina. Aprendeu a manejar um fuzil, a fabricar explosivos ao mesmo tempo em que pregava a prioridade do trabalho político, da "luta de massa" sobre a ação militar. Ela não participou diretamente de nenhuma operação armada, mas esteve estreitamente associada à mais famosa delas: o roubo, no Rio de Janeiro em 1969, de US$ 2,5 milhões do cofre da amante de um ex-governador. Quando a polícia a deteve, em janeiro de 1970 em São Paulo, ela tinha uma arma em seu poder.

"Você não pode imaginar a quantidade de segredos que pode sair de um ser humano que é maltratado", ela confessou recentemente. Será que ela se referia a ela mesma? As testemunhas de então se lembram que, depois de sua detenção, ela enfrentou com coragem 22 dias de torturas. Ela só saiu da prisão quase quatro anos mais tarde: "Tive tempo suficiente para aprender a tricotar e fazer crochê".

Sua juventude agitada não causou nenhum arrependimento na ex-guerrilheira: "Nós éramos ingênuos e generosos. Queríamos salvar o mundo". Ela certamente mudou sua visão e seus métodos: "Aprendi a importância da democracia. Mas tenho orgulho de não ter mudado de lado".

Ela teve uma filha, Paula, se divorciou novamente em 2000, e no meio tempo teve uma brilhante carreira político-administrativa, especialmente como secretária de Minas e Energia em Porto Alegre, a maior cidade do Sul do país. Lula, a cujo partido ela filiou-se tardiamente, lhe ofereceu o mesmo posto em nível federal antes de lhe confiar em 2005 a "Casa Civil", onde ela rapidamente adquiriu a reputação de uma "dama de ferro".

Seus trunfos? A inteligência, a força de trabalho, as qualidades como administradora. Seu defeito? Ela nunca passou pela prova das urnas. Sob aconselhamento e auxílio de Lula, seu principal defensor, Dilma Rousseff tenta se tornar conhecida. Ela põe "o pé no barro", como se diz aqui. Há vários meses ela está em formação pré-eleitoral acelerada. Ela acompanha com frequência o presidente em suas atividades oficiais, divide os palanques com ele, cede entrevistas à imprensa. Várias vozes do PT se puseram à sua disposição para tecer uma teia nacional.

Apesar da imensa popularidade de seu principal defensor, sua vitória em 2010 não é garantida. Ela terá como provável adversário um homem de peso, José Serra, governador de São Paulo e ex-rival de Lula nas urnas, derrotado em 2002.

Como é de se esperar no Brasil, paraíso da cirurgia estética, Dilma já mudou de visual. Alguns golpes estratégicos de bisturi rejuvenesceram e suavizaram seus traços. Ela perdeu 10 kg, adotou um penteado mais moderno e mais ruivo, substituiu seus óculos de míope por lentes de contato. Ela cuida de sua maquiagem, sorri com mais frequência e usa palavras mais simples em público.

O "produto" Dilma logo estará pronto para venda. Lula lhe deixou de herança seu velho slogan de campanha, que já se ouve nos comícios do PT: "Brasil! Urgente! Dilma presidente!"

Fonte: Uol

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Polêmica no México

Uma empresa que comercializa telefones celulares resolveu inovar e, para tanto, foi buscar sua inspiração na comunidade gay.

A mãe está em sua residência, quando o telefone toca, ela atende e do outro lado da linha um rapaz, ao celular, afirma que o filho da senhora que atendera ao telefone é gay. O que a mãe nega veementemente, mas em vão, pois o rapaz em seu quarto, todo montado, escutando a contestação de sua genitora afirma: Sou sim mamãe!

A senhora faz uma cara de espanto, e o comercial segue com o anuncio do comerciante, dizendo que o consumidor poderá também ter várias surpresas com os preços de sua revendedora de telefones móveis.


Bem, o anúncio gerou alguns protestos, e não foi muito digerido pela comunidade gay não, segue alguns comentários:

definitivamente este mundo es un basurero lleno de intolerancia y falta d erespeto al projimo.
bien merecido tiene la humanidad de que la tierra acabe con la mitad de ella
Dice ser dani - 22/04/2009 5:16

¿Cómo puede permitir una empresa anunciar un producto a costa de menospreciar y burlarse de clientes o posibles clientes?... ¿ o es que no va dirigido a los gay ese producto?

Vergonzoso... y al que ha ideado lo de servirse de gays para que esa madre se llevara una sorpresa , no ha sido nada más que sacar a la luz el asco que siente por ellos, pues para anunciar un teléfono y una sorpresa pudo idear que le había tocado un viaje o cualquier otra buena noticia..

Para información de esta empresa homófoba, le dire que la sorpresa de que le digan a una madre por teléfono si está su hijo maricón, no sucede, ya que una madre ha parido a su hijo y le conoce desde ese mismo día, por lo que solo tendrá una venda en los ojos si es lo que prefiere ver...

Aparte, por suerte, no hay tanto sinvergüenza para llamar de tono despectivo preguntando por el hijo maricón, porque antes de maricón es persona y tiene un nombre...

¿Y habrá gente que compre ese teléfono?...
Por kimkinito - 22/04/2009 7:00

Me queda claro que es una distribuidora de telcel manejada por gente de criterio pobre intentando hacer un gancho para que el comercial sea memorable usando un recurso muy barato, telcel debería de retirar las conseciones a empresas que le den una embarrada de mala imagen como esa empresa lo hace. Me avergüenza llamarme mexicano cuando veo comerciales así de pésimos producidos en este pais habiendo tanta gente creativa y bien hecha, nos tienen que conocer por cosas malas como estas.
Dice ser Gabo - 22/04/2009 8:38

que cosa tan chusca. la compañía deben ser 4 y el gato y el anuncio lo habrá hecho el sobrino del dueño con "una de esas cosas que acaban de salir y llaman computadoras". así será la calidad de su servicio. de su homofobia ni hablo porque debe ir en el lote de su oligoneuronalidad.
Dice ser paski - 22/04/2009 10:55

Pero qué anuncio más cutre! Es el de típica empresa pequeña que hace un anuncio para la televisión local. Pero el "hijo maricón" que sale en el vídeo... leches, no será la hija del dueño? Pero si es una tía!!!!
Por diego - 22/04/2009 11:00

Bueno, con 20 sucursales no es una empresa tan pequeña...
Por diego - 22/04/2009 11:01

es un video bastante naco es por eso que mexico no progresa lobueno es que no soy mexicano mexico eres un fracaso si casi por nosotros tragas por nosotros los maricones como dicen y tu telcel vete al cuerno bye.
Dice ser warren - 22/04/2009 14:18

Enfim, mais um caso polêmico!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Novela 18



Max voltou das férias com Enric inesperadamente, tentando surpreender o seu pai, Beni, mas sim, é o seu pai que realmente surpreende!

Beni:estar sozinho É fantástico, fantástico, estou no céu! Ninguém toma minha cerveja, eu tenho o jantar para mim, ah! E eu posso tocar a guitarra até as minhas mãos ficarem feridas, sem Max queixar porque quando ele estuda não quer ouvir nem uma mosca.
Man (Galiana): Ele ainda está de férias?
Beni: Sim, sim, sim, porque ele não retorna as aulas até outubro, ele permanece em "La Cerdanya" com seu namorado hehe eles devem fazer todos os dias pim, pam, pim, pam, hahaha entendeu? Haha
Max: vem pol ..
Max:O que você está fazendo nu?
Beni: O que vocês estão fazendo aqui?
Max com Enric: optamos por voltar cedo
Beni: O que aconteceu?
Max: Amanhã eu vou explicar. Vou dormir, estou cansado e fora que você deve querer ficar sozinho, não é?
Beni:Você está brincando? Venha aqui e me dê um abraço! Senti saudades porra!


Max e Enric voltaram uma semana antes do que se esperava a partir de suas férias.

Beni- Quando foi a casa? Em Puigcerdà?
Max- Não exatamente, foi perto de uma pequena aldeia vizinha.
Beni- Ah! Então o quê? Não foi bom?
Max- Sim, mais de Puigcerdà, e a casa é fantástica.
Beni- Então eu não entendo. Se a casa era tão boa, por que você não ficou mais uma semana?
Max- Olha, para mim o país ...
Beni- Eu sei o que dizer.
Max- Primeiro, é engraçado, pássaros cantando tudo aquilo, mas os últimos dias, a verdade é, que estava um pouco monótono.
Beni- É claro, somos ratos de esgoto. Gostamos de viver na cidade, o cheiro de asfalto, você sabe o que quero dizer?
Max- Aqui você pode ir ao cinema, teatro ...
Beni- Mmmm sim
Max- Lá, fomos jogar cartas.
Beni- Ah. E com Enric ...
Max- Com Enric tudo está bem. Eu suponho que estamos bem juntos, grudados.
Beni- Aaahhhh
Max- O quê?
Beni- Haha, vejo que você está apaixonado
Max- É tão óbvio?
Beni- Hahahaha
*****
Enric- Eu não quero que ninguém note, mas eu estava um pouco cansado
Merce- Cansado de Max?
Enric- Sim, nós pareciamos uma versão gay de "Peter e Heidi"
Merce- Haha. Pois eu acho que é muito romântico.
Enric- Acho que não
Merce- Por quê? Não está indo bem quanto para você?
Enric- Sim, com o Max estamos nos dando muito bem
Merce- E então?
Enric- Então, bem-estar juntos não significa que eu não preciso de ver outras pessoas, não sei, vamos a lugares com os amigos, conversamos, além disso, Max às vezes é um pouco estranho ...
Merce- O que você quer dizer ...?
Enric- Bem ele faz algumas coisas ...
Merce- Que tipo de coisas?
Enric- Isso é algo que eu não estou pronto para dizer-lhe Merce

Mulher- Quem é Max?
Clara (madrasta de Max) - Olha, ele está a falar com um Peris.
Mulher- Ele tem os mesmos olhos de Eloy.
Clara- eu vou apresentá-lo mais tarde.
Peris- Vejo que vocês estão muito bem.
Max- Sim, porque tiramos cochilos no terraço.
Enric- Sim, e os vizinhos não podiam dormir, por causa do ronco.
Max- Ahhh muito engraçado né? Mas, Enric ele tira o cochilo de pijama.
Enric- Max! Não conta isto!
Peris- Hahahaha
Max- Um dia eu fiz "gazpacho" e ele colocou no microondas (alimento popular na Espanha, no verão. Liquefeito legumes com o mixer, azeite, etc, e é bom ser servido muito frio)
Merce- De jeito nenhum!
Enric- Pensei que era molho de tomate.
Merce- E você comeu ele?
Max- quente como uma sopa!
Merce- Beni está certo, vocês são pior do que um casal.
Max- Quando vamos viver juntos eu não sei como é que vamos nos suportar mutuamente.
Merce- Você tem plano de viver juntos?
Max- Não, claro que não, mas eu desejo. Não é?
Enric- Sim, quero ir para buscar mais champanhe.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Luiz Mott:"Mate em legítima defesa"...

Em debate sobre segurança pública realizado na tarde de domingo (19/04) durante o III Congresso da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais), o antropólogo e fundador do Grupo Gay da Bahia (GGB), Luiz Mott, polemizou ao defender que homossexuais matem em legítima defesa. Mott discorria sobre como os homossexuais podem evitar "dormir com o inimigo" e dava dicas de segurança.

Ao falar sobre o seu levantamento anual de quantos homossexuais foram vitimas fatais de homofobia, ele foi enfático ao dizer que o Brasil Sem Homofobia "não funciona" e que as 500 propostas tiradas da Conferência Nacional LGBT "não têm diminuído a morte de homossexuais e travestis". Por conta disso, o professor afirmou ser necessário uma mudança de postura. "Se na próxima pesquisa esse numero aumentar, nós temos que radicalizar. E para isso vamos fazer uma campanha onde diremos 'Mate em legitima defesa, se proteja'", declarou o ativista. Vale lembrar que o relatório do antropólogo divulgado na semana passada, registrou em 2008 um aumento de 55% no número de mortes de gays em relação a 2007.

A declaração de Mott causou mal estar e dividiu opiniões. Algumas pessoas da plateia o chamaram de "terrorista". Outros disseram que ele "arrasou" com a ideia. Claudio Nascimento, do grupo Arco Íris, disse que o levantamento de Mott é "fundamental" e o único feito no pais, mas ameaçou "solicitar ao congresso que intervenha" se o antropólogo realmente levar a ideia adiante, ou apresentar algum tipo projeto. "Não é esse o caminho", afirmou Nascimento.

Caio Varela, assessor parlamentar da senadora Fátima Cleide (PT-RO) também discordou da ideia do professor Mott. "Ele não entende que amanhã uma bicha lá do fim do mundo pode ler isso em algum site ou jornal e cometer um crime", declarou. Também disse que tal colocação é "capitalista e individualista". "O que eles querem? Uma polícia específica para LGBT? Segurança pública tem que contemplar a todos. Acredito que o Mott está querendo chamar a atenção", analisou. Para concluir Caio disse que se existisse pena de morte em nosso país "os LGBTs seriam os primeiros a serem executados". "Imagina, você chegar em uma travesti e dizer, 'se sentiu ameaçada? Vai la e mata'", finalizou o assessor.

Eduardo Barbosa, do programa nacional de DST/Aids disse que a proposta é "totalmente descabida" e "contraria qualquer tipo de política publica voltada para os direitos humanos". Toni Reis, presidente da ABGLT, acredita que "isso é um factoide baratíssimo". "A ABGLT é contra esse tipo de proposta, somos pró-vida e pró Direitos Humanos", afirmou. Nascimento voltou a criticar a campanha de Mott, ao afirmar que a sugestão é "panfletaria e sem valor".

Fonte: A Capa

COMENTÁRIO SOBRE A NOTÍCIA

Bem, se a intenção era gerar polêmica, perfeito! Ela foi gerada, ainda, se é gerar o debate, não vejo outra forma melhor para fazê-lo, e mais, se foi protestar, ainda que em uma inversão da lógica, o protesto foi PRÁTICO!


Vou explicar o porquê de minha conclusão sobre as declarações do antropólogo Mott: a sociedade civil, brasileira, organizada e instituída não tem leis de prevenções, que, de fato, garantam o direito das minorias serem livres e se expressarem. Assim, nos são vedadas às uniões homo- afetivas, nos são vedados Direitos individuais e constitucionais, não há políticas públicas, que garantam espaços sadios e de boa convivência societária à prática do namoro entre iguais e cultura comum, uma vez que o homossexual é discriminado, sendo jogado para os guetos e parques escuros, submetidos ao total descaso e violência, martírio e morte.

Destarte, a visão heterossexualizada do comportamento normativo dissemina, pela falta de políticas de conscientização, a violência tácita contra os gays, os diferentes, os desiguais. Enquanto, a própria sociedade civil finge não ver o que está acontecendo, pois não é importante, não interessa, no fundo, no fundo... O preconceito se faz também na negligência da falta de políticas sociais.

Quando Mott diz da legitima defesa dos gays, aquilo que é tácito, e latente, vem à luz de forma recriminadora! Afinal, não acontece a mesma coisa, no Congresso Nacional, ao acusarem o PLC 122/06 de ditadura gay? Ou seja, é inadmissível pensar que um homossexual pode se tornar agressivo, mesmo que seja para se defender! Os gays têm que continuar passivos... E, passivos, aqui, com todo o preconceito e subjugo que o termo traz em si mesmo.

Obviamente, que não há um incentivo à prática da violência, a provocação é antropológica e reveladora, ao mostrar que o preconceito é tão profundo e amalgamado, que ele encontra meios de rejeitar qualquer direito, por mais legítimo que esse seja, quando se faz presente na órbita homossexual.

Lembro-me, agora, dos gays que foram espancados num shopping em Santo André-SP(ABC), na época, eu entrei em contato com uma vereadora do PDT, parabenizando-a pela atitude, que interveio e cobrou das autoridades às devidas providências, pois, até, o direito de representatividade junto às autoridades policias deles foram exauridos , quando a polícia se negou a fazer o TCO, alegando que as vítimas da rixa não eram vítimas... Nem, sequer, prestaram- se às investigações que estavam expostas nas páginas do Orkut, onde a gangue convocava seus militantes para a ação. Ou seja: apologia ao crime, formação de quadrilha, perturbação da ordem pública, e a rixa (Clique aqui para ler a notícia exposta nesse blog à época)!

Portanto, vejo mais as declarações de Mott como um fator de denúncia provocativa à realidade última que nos atinge todos os dias, algo para se pensar, refletir e debater... Não apenas encarar como uma ação imediata, ou um dizer a se cumprir, mas refletir tal fato na esfera social, psicológica e antropológica, e por que não, política?

domingo, 19 de abril de 2009

Prostituta Gabriela Leite defende sua profissão

Ela luta para melhorar as condições de vida das colegas e lança livro para enfrentar o preconceito contra o ofício mais antigo do mundo



Ela adora homem. “Sexo sempre foi prioridade na minha vida”, avisa. Gosta de falar o que pensa e de preservar a liberdade, acima de tudo. Autora de Filha, mãe, avó e puta – A história de uma mulher que decidiu ser prostituta (Objetiva), a paulistana Gabriela Leite, de 58 anos, vai direto ao assunto e leva o leitor, com clareza e objetividade, a seu mundo “proibido”. Ex-estudante de filosofia e sociologia da Universidade de São Paulo (USP), foi na Boca do Lixo que Gabriela enfrentou os próprios preconceitos ao decidir se prostituir, aos 22 anos. Trabalhou no Rio de Janeiro, onde atualmente administra a organização não governamental Davida e a grife de roupas Daspu, e em Belo Horizonte.

Nos anos 1980, Gabriela atuou na zona boêmia da capital mineira, nos hotéis Lírio e Catete. Comparada à holandesa Amsterdã por manter hoteizinhos de programa em pleno Centro, BH atrai Gabriela até hoje. “Adoro a cidade, a zona boêmia é uma região muito aprazível para trabalhar, por se tratar de uma rua aberta em que há todo tipo de comércio”, elogia. Ela revela que seu livro enfrentou a ira de alguns belo-horizontinos, por dizer que as transas por aqui são “bem rapidinhas”.

Mãe de duas filhas e avó, desde 1991 ela vive com o jornalista Flávio Lenz, de 56 anos. Gabriela é a defensora das prostitutas brasileiras e latino-americanas. “Decidi escrever o livro porque, além de comum, minha vida é complexa como todas as outras”, diz. Depois de militar no PT carioca, acabou desistindo da carreira. “Ninguém é perfeito, eu já fui petista”, afirma, convicta de que a sua militância passa longe dos partidos. No caso dela, remonta a 1979, quando o delegado Wilson Rizzetti, ligado ao odiado Sérgio Fleury, começou a perseguir prostitutas, na Boca do Lixo paulistana, e sumiu com algumas delas. Gabriela também está à frente da Rede Latino-Caribenha de Trabalhadoras do Sexo (Retrasex).



sábado, 18 de abril de 2009

Novela 17



Enric fez sua matricula na Universidade de Madri, o que deixou seu avô chateado e preocupado com o futuro do menino, afinal, lá ele só estaria escondendo, fugindo de sua realidade, e portanto, ele resolve a intervir e arrumar as coisas...

Pai: Enric é velho o suficiente para tomar decisões
Avô: Você não se importa que ele vá?
F: Não é isso, mas se eu disser para ele não ir, ele não vai me ouvir
Mãe: Com Enric, não podemos falar
Avô: Ele não quer ir
Mãe: Então, por que ele solicitou um lugar na Universidade de Madrid?
Pai: Ele quer estar longe de nós e fazer como ele gosta
Avô: Você não entende nada. Você não entende nada de nada!
Pai: Viemos aqui para gritar...
Avô: Quer fazer o favor de me ouvir? Olha, olha este jovem
Pai: Oh Papá!
Mãe: Não temos nada contra os homossexuais
Avô: Lembra Eduard?
Pai: Quem?
Avô: Eduard, o filho do açougueiro
Pai: O seu amigo de serviço militar? O que ele não diria a respeito desses caras?
Avô: Ele vivia neste edifício. Ele teve que se mudar para outra cidade
Pai: Para Valência ele estava trabalhando em uma fábrica de brinquedos
Avô: Ele era homossexual e ele tinha que mudar, por causa de pessoas como você, quando as pessoas no seu prédio sabiam que ele era gay, eles lhe tratavam mal, eles enviaram notas em sua caixa de correio, e eles lhe telefonavam dizendo que não queriam um pervertido no edifício. Em Valência ele aprendeu a esconder o que ele era e gostava. Ele foi infeliz por toda sua vida!
Pai: Eram outros tempos
Avô: Sim foi 30 anos, Ferrán! Você nem tentou pensar que esses 2 homens podem segurar as mãos agora e não acontece nada? Este é o mesmo lugar apenas alguns anos mais tarde. Você acha que por isso que agora eles podem amar sem tentar esconder? Porque agora todos nós somos um pouco mais livres, mas as coisas não mudaram como deveriam. Seu filho, ele acha que tem que fazer o mesmo, fugir da vizinhança e de família, porque ele acha que não é amado
Pai: Não, você não pode dizer que eu não amo o meu filho
Avô: Talvez seja minha culpa. Antes, os pais e as crianças não falam sobre tudo. Você e seu irmão cresceram como se poderiam crescer, eu não sei como te ensinar, como se fosse devido. Agora não quero que Enric pague as conseqüências. Não seja idiota como eu era. Você pode resolver isso ainda.
Pai: O que vocês querem fazer?
Avô: O seu filho vai sair e ele vai terminar sendo infeliz como meu amigo
***
Enric: Eu suponho que vovô disse para você que já estou indo para Madrid
Mãe: Esta é a razão por que estamos aqui. Você não precisa fazer isso
Enric: Eu já assinei
Pai: Você não percebeu, nós te queremos aqui conosco
Enric: Em Madrid vai ser muito melhor, aqui estou farto de querelas
Avô: Enric! Ouve os seus pais
Pai: A tua mãe e eu tivemos surpresa quando você nos disse que era ... homossexual, e depois, depois, você não nos deu qualquer oportunidade para resolver essas coisas
Mãe: Nós não sabemos como reagir e o que fazer, não sabemos como estar ao seu lado. Tivemos o problema, você não
Pai: Nós sentimos
Enric: É só dizem isto por terem medo de me deixar sozinho em Madrid
Pai: Não. Eu prometo a você que a partir de agora, não temos de lutar mais, não por este motivo. Nós não temos que concordar sempre, mas podemos falar
Mãe: Vamos Enric, regressa a tua casa
Pai: Nós amamos você como você é!
Enric: Obrigado vovô
Mãe: Vamos lá vou te ajudar a fazer a tua mochila, pois você com certeza tem todas as coisas em torno de...
Enric: Não, eu tenho que sair agora
Avô. Agora?
Enric: Sim, eu tenho que fazer algo muito importante, vou regressar a casa hoje à noite
Pai: Começamos bem!

Maika: Eu não sabia que este idiota estava aqui
Merce: Max deve jogar ele para fora
Maika: Eu espero que ele não faz outra cena
Merce: Não espere isso deles
***
Pep: Ei!o que esperam?
Jon: Vou jogar ele para fora agora
Max: Não, esqueça-o, ele está apenas tentando irritar-nos
Jon: Esta é a sua não?
Max: Sim
Jon: Deixe comigo
Max: Jon! Essa pizza vai ser servida por mim.
Pep: Muito tarde. Eu não quero isso
Max. Você faz o que quiser, mas vai ter que pagar mesmo
Pep: Se eu não o quê? Você vai me bater? Ah, estou tão assustada, temos aqui os dois, o casal. Vocês sabem o que fazer?
Enric: Espera Max
Max. Por que demorou tanto?

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Novela 16



Avô: Enric! Olá! Não, não, eu não sou Enric, sou o seu avô. Ele está dormindo ainda. Espera, ele está vindo
Enric: Quem é?
Avô: Aí, Merce, ela está preocupada com você
Enric: Olá Merce. Não, eu estava cansado e eu preferi voltar para casa. Não, eu não tenho planos para hoje. Sim, OK, tchau.
Avô: Desci sedo hoje,fiz o café, comprei pasteis
Enric: Obrigado
Avô: O que aconteceu ontem?
Enric: Nada! Por quê?
Avô: Você voltou mais cedo
Enric: Não finja que você não ouviu a conversa, eu estava tão cansado preferi voltar
Avô: Não me engana, eu sei tudo, eu encontrei Fidel e ele contou-me tudo
Enric: O que ele disse?
Avô: Ele me disse que Pep e seus amigos estavam fazendo uma bagunça na festa, mas que ele os expulsou
Enric: Sim, eles queriam fazer uma bagunça
Avô. Eles te incomodaram?
Enric: não
Trini: Bom dia!
Avô & E: Bom dia
Trini: Ai, estou atrasada
Avô: Como é que você comprou pasteis?
Trini: E você? Eu não me importo tem mais dois. Eu disse que sou Virginia Francisco namoro e agora estou me sentindo feliz
Enric: Ouch!
Trini: O que acontece?
Avô: Talvez você quebrou uma costela
Enric. Não, não, você tomou-me de surpresa
Trini: Quer uma massagem?
Enric: Não, não, esta noite eu dormi no meu braço e está doendo agora
Trini: eu vou dar um beliscão em você para ele parar de doer
Enric: Não
Avô: Trini, ele é o adolescente, você não haha
Trini: Você, sendo jovem, você iria me entender ou nunca amou antes? Todos os dias deve ser como é hoje
Avô: Sim, muitos pasteis!!!
Trini: Por que não? Mmm

Avô: O que você está fazendo?
Enric: Nada
Avô: Sua camisa está de avesso. Tira-a. Corrigi-a, porra! Como você conseguiu isso? Foi ontem na festa, certo? Foi Pep? Fala! Foda-se! Não me diga que você bateu a porta, que é um escorregão. Diga-me quem era?
Enric: Sim, foi Pep
Avô. Eu sabia! Esse cara ... Vamos lá, vamos para o hospital e depois fazer uma ocorrência
Enric: Não vamos fazer nada
Avô: Enric!
Enric: Eu fiz o mesmo para Edu
Avô: Eu não entendo você
Enric: Eles fizeram isso por que eu sou uma bicha
Avô: Não acha que é hora de acabar com este idiota?
Enric: Não me envolva hein? Não me envolva
Avô: Então, defenda-se e seja corajoso!
Enric: Não é tão fácil
Avô: Digam a todos que você é homossexual e você ama Max e para de agir como um idiota e vítima.
Enric: Vovô, é minha vida e eu não preciso de você tentar consertá-la!
Avô: Ha! Você gosta de ser perfurado e estar cheio de manchas roxas
Enric: O que você acha?
Avô: Você tem medo?
Enric: Deixe-me sozinho, é tudo culpa minha
Avô: Enric
Enric: Deixe-me sozinho vovô, por favor

Enric: Olá
Max: Não tem pizzas disponíveis, Galiana não está aqui
Enric: Não Max, eu não quero comer
Max: O que você quer?
Enric: Eu queria te dizer que estou arrependido. Sinto muito sobre o que você está sentindo, o seu pai, e saiba que, se você precisar de mim ...
Max: Se eu precisar de você, o quê? Você vai fugir como sempre
Enric: Olha, eu não sei, mas se eu puder ajudá-lo com tudo ...
Max: E agora você vem?
Enric: Eu quis vir mais cedo, mas ...
Max: Mas o quê?
Enric: Mas Edu...
Max: Não importa Edu, nem Maica ou Pep,todos que são desculpas, Enric! O problema não são eles, é você! Por que você veio apenas agora? Porque não existem pessoas agora, porque estamos sós, desta forma você não se preocupa que as pessoas te vejam falando comigo.



Avô: Olá!
Max: Olá!
Avô: Eu já pedi uma pizza
Max: Jon!
Jon: Sim?
Max: O pedido do Sr. Felip?
Jon: Sim, está no forno. Se você esperar só um instante
Avô: OK. Como está seu pai?
Max: Na mesma. Ontem eu vim para vê-lo. Tento animá-lo, mas é difícil
Avô: Eu suponho que Enric não se atreveu a falar com você
Max. Ele veio no outro dia
Avô: Mas você não conseguiu resolver as coisas
Max: Não
Avô: Agora é sua vez estava a ser bobo. O Mundo está cheio de idiotas. Se isso é tudo que eles aprendem em suas casas, é uma vergonha. Ele não gostaria que eu dissesse isso a você, mas Pep e seu irmão o insultaram e o espancaram e agora Enric tem metade de seu corpo cheio de hematomas
Max. Não!
Edu: Alguém tem que parar esse filho da puta.
Avô: Sim, eu disse para ele fazer uma ocorrência ou fazer alguma coisa, mas ultimamente ele não quer aceitar meus conselhos, nem mesmo ouvir o que eu digo a ele. Eu não entendo.
Max: 8,15
Avô: Aqui tome
Max: Ok, lhe devo 5 centavos
Avô: Não, eu não quero eles!
Max: Obrigado. Adeus. Pegue.
Edu: Você não me disse que chegou a vê-lo
Max: Ele só queria fingir
Edu: Ele é viciado em você ainda
Max: Eu não preciso dele
Edu: Você não deve ser demasiado difícil. Pelo menos ele não chegou chorando tentando fazer você sentir pena porque ele apanhou
Max: Eu não me importo. Ele merece ir para o inferno com as pessoas estúpidas

Edu: Olá
Enric: Olá
Edu: Enric, você tem um momento?
Enric: Não agora, temos um compromisso
Edu: Seu avô disse-nos sobre o que aconteceu no outro dia.Desculpe-me. Agora você pode saber como alguém se sente
Enric: Não, não foi nada
Edu: Fazer como algo não importante não resolve. Você sabe com certeza você foi agredido porque você é gay
Enric: Edu, o que você quer?
Edu: Que você pare de ser um idiota, todos nós temos sofrido desde o início. Max não sabe que eu vim, ele não me contou, mas sei que ele também deve desculpas para você
Enric. Então, o quê?
Edu: Max vale a pena você não deve deixá-lo
Merce: O que aconteceu?
Maika: Ele gosta de você ou o quê? Ele é quente, mas Max é mais emocionante
Enric: Maika Cale a boca!
Maika: Então? O que ele disse?
Merce: Enric!
Enric: Nada. Meu avô fala muito.
Merce: Algo aconteceu com você no dia da festa, certo? Você não foi para tua casa porque estava cansado
Enric: Eles me deram uma surra
Maika: o que?
Enric: Eu não queria te dizer porque não quero que ninguém se preocupar comigo

quarta-feira, 15 de abril de 2009

ela e ela: benedetta e bartolomea

Benedetta Carlini nasceu em Vellano, Itália, no ano de 1590, a mãe quase morreu durante o parto e o pai, desesperado, prometeu que se tudo desse certo ofereceria a criança ao Senhor. E assim foi que Benedetta foi prometida para Cristo. Aos 9 anos mudou-se para um convento em Pescia, onde foi fazendo carreira de freira mística e líder do monastério. Tinha visões, premonições, aparecia com chagas e estigmas no corpo e assim foi adquirindo uma aura mística que seduziu suas irmãs, o que explicaria o fato dela ter sido eleita abadessa com tão pouca idade.

Seus transes e gritos foram ficando mais intensos e seus superiores resolveram designar uma acompanhante para ficar ao seu lado, na cela: a irmã Barlolomea Crivelli. A fama de milagreira de Benedetta já se espalhava para fora dos portões do convento e o Papa Paulo V teve que pedir uma investigação mais apurada sobre os feitos místicos da abadessa da Congregação Mãe de Deus.

Na primeira investigação, depois de vários testemunhos e de coletar várias evidências, os investigadores do Papa resolveram que as chagas e as visões de Benedetta eram legítimas e Benedetta ficou mais poderosa ainda dentro do convento. Algum tempo depois, não se sabe por que, algumas freiras começaram a fazer oposição a Benedetta e suas visões, suas chagas e, principalmente, à administração do convento. Tanta era a insatisfação lá dentro que chegou aos ouvidos do Papa, que ordenou uma segunda investigação.

Foi aí que souberam, através da acompanhante Bartolomea, o que acontecia de verdade dentro da cela delas. Segundo o relato oficial da Igreja: 'Esta irmã Benedetta, então, durante dois anos seguidos, pelo menos três vezes por semana, de noite, depois de tirar a roupa e ir para a cama, esperava que sua acompanhante tirasse a roupa e, fingindo precisar de sua ajuda, chamava-a. Quando Bartolomea se aproximava, Benedetta agarrava-a pelo braço e atirava-a à força na cama. Abraçando-a, ela a colocava embaixo de si e, beijando-a como se fosse um homem, falava-lhe palavras de amor. E ela ficava se mexendo em cima dela até que ambas se corrompiam. E assim ela a segurava por uma, duas e às vezes três horas'.

Quando os inquisidores pediram que Bartolomea desse mais detalhes ela disse que Benedetta 'agarrava sua mão à força e, colocando-a embaixo dela, fazia-a colocar o dedo em seus genitais e mantendo-o lá ela ficava mexendo até se corromper a si mesma (...) e também à força ela punha sua própria mão embaixo da sua acompanhante e o dedo em seus genitais e a corrompia'.

Bartolomea escapou da punição dizendo que Benedetta se fazia de Cristo para atraí-la e enganá-la e pedia-lhe que se deitasse com ele, afinal ela era uma noiva de Cristo. Benedetta, que permaneceu em silêncio e alegou que por estar em transe não se lembrava de nada, foi condenada à prisão, onde permaneceu 35 anos até morrer de febre e cólicas. (por Cilmara Bedaque e Vange Leonel)

livro: "Atos Impuros"
sub-título: a vida de uma freira lésbica na Itália da Renascença
autora: judith c. brown
editora: brasiliense

É impressionante o abismo de silêncio que caiu sobre o processo clerical da Abadessa Benedetta, conforme nos relata Judith Brown (1987), em seu livro 'Atos Impuros'. Um longo processo envolveu essa mulher e nada se falou sobre seu envolvimento com Bartolomea, que somente pôde ser lido através das palavras que não puderam ficar registradas. A descoberta pela autora, na década de 1980, deste fascinante e rico documento histórico foi um evento de grande importância.

Não só é a história revelada da subida e descida de uma poderosa mulher em uma igreja, mas é nas entrelinhas que a lesbiandade também foi documentada. 'Atos Impuros' é uma pequena jóia de investigação. Um livro que relata tudo o que ja sabíamos sobre a história da mulher, religião e sexualidade, em uma emocionante narrativa.

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Novela 15



Max: Oi
Avô:OI! Posso entrar um momento?
Max: Sim
Avô: Eu sei que não são horas para vistitas. Queria te telefonar, mas pensei que é sempre melhor falar as coisas cara-a-cara! Você deve está pensando: “o que ele quer?”
Max: Sim, se é alguma coisa sobre o Enric, não estamos mais juntos.
Avô:Sim eu sei, e ainda digo, mesmo que ele não faça,meu neto sofre como um animal.
Max. Eu não posso fazer nada!
Avô: Claro, mas não vim aqui para defendê-lo.
Max: Olha é que agora eu tenho outras coisas me preocupando.
Avô: E necessita de alguem que esteje ao seu lado.
Max: Ele pediu que viesse?
Avô: Não Estou aqui porque você o ajudou, e seria justo que agora ele estivesse a seu lado. Ainda que não estejem juntos.
Max: O que eu desejo é que as coisas se esclareçam e que soltem meu pai.
Avô: Não que eu confie muito na justiça, mas tem que ter esperança, pois com o tempo as coisas se darão conta de que ele é inocente.
Max: Sim
Avô: E agora você tem que ser forte e ter ânimo para encorajá-lo, ainda que por dentro estejas inseguro.
Max: Isto é o que eu tenho feito
Avô: É um bom rapaz Max, e seu pai deve se orgulhar muito de você.i
Max: Ele não me escuta, e não se dá conta de que eu necessito é que ele esteja comigo
Avô:Ele deve ter seus motivos.
Max: Nunca tive uma família de verdade, sempre tenho ido de um lado para o outro, e ao final todos tem me abandonado.
Avô:Nada, disso, não é culpa sua, filho
Max: às vezes penso que se minha mãe estivesse viva, tudo seria diferente, melhor, agora estou tão só...
Avô: Olha Max, sinto tudo isso que está passando, só quero que saibas que se necessitar de qualquer coisa, sabes aonde estou!
Max: Estou bem!
Avô: Sei que não sou ninguem, mas se você precisar de um tempo, ou que alguém lhe traga um prato de macarrão é só me dizer!
Max: Obrigado,
Avô: Sim, claro, eu ja vou, e repito se precisar, é só me chamar!



Após a festa de formatura, o irmão mais velho de Pepe, e o próprio Pepe espancaram Enric

terça-feira, 14 de abril de 2009

Novela 14



Max está sentindo triste acerca do comportamento de Enric, também ,pelo irmão de Beni, Eloi, e os seus truques. Essa cena não trata do casal Max e Enric, e sim dos problemas pessoais de Max



Professor: Enric, 8,4
Merce: Bom!
Professor: Sonia: 7,2
Pep: Você já passou no exame?
Merce: Sim, e Enric e eu poderemos ir estudar Medicina
Professor: 6,2 Pep Parabéns! Muito bom, parabéns pra todos. Estamos muito felizes. Você terá o verão todo sem fazer nada. Boa sorte na Universidade!
Merece: Pep não vai felicitar Enric?
Pep: Ah sim, ele vai ser capaz de estudar o cu da sua bicha com seus amigos agora
Mk: Vá para o inferno cara
Enric: Que seja
Pep: Que vergonha
Mk: Estúpido!
Me: Enric, Já falou com o Max?
Enric: Por quê? Ele vai mandar-me para o inferno
Merce: Seu pai está na prisão, Galiana disse ontem ao meu pai
Enric: Porra, eu não sabia
Mk: Parece que ele é um traficante
Enric: Beni? Isso é impossível, ele não age como um, ele é uma boa pessoa, é impossível!
Merce: A verdade é Max e ele está sendo esmagado. Enric! você não se importa com ele, você já sabe o que eu penso. Vou ver o meu pai porque ele tem um teste hoje e eu quero vê-lo antes de ele sair.
MK: Eu também falarei a meus pais para eu ficar em Barcelona!
Merce: Sim!
Telefone
Enric: Olá mãe!

Mãe: É o que você gostou, certo?
Pai: Um médico precisa de um bom relógio
Avô: Ele tem trabalhado muito, ele tem uma das melhores notas na escola. Vocês devem estar orgulhosos por ele ... Eu não comprei nada de presente para você, talvez você esperasse um
Enric: Não, isso não importa
Mãe: Em 4 dias vamos a Begur, você já sabe que eu não suporto a estadia em Barcelona no verão. Você vai?
Pai: Com certeza ele vai, ele passou nos exames e ele não tem nada para fazer em Barcelona agora
Avô: É melhor ele decidir, ele próprio não?
Mãe: Nós vamos ir na próxima semana ou mais cedo, se quiser
Enric: não sei
Pai: Isso ocorre por causa daquele rapaz? Sua mãe e eu. ..
Avô: Silêncio! Max e ele não estão mais juntos
Mãe: Isso é verdade? Você terminaram?
Enric: Sim
Mãe: Você está mais calmo agora? Você não sabe como você me fez sofrer
Pai: Problema resolvido, você vem conosco para Begur e quando voltar, pode ficar conosco, a universidade está mais próxima e você terá mais espaço para estudar
Mãe: Eu encontrei novo mobiliário para a sala, uma mesa
Pai: E o PC é antigo ocupa muito espaço, melhor você comprar um portátil
Avô: E você, Enric? O que você diria?
Enric: Eu tenho que ir agora
Pai: Agora? Estamos a falar!
Mãe: Enric!
Pai: Eu não sei o que fizemos errado agora?
Avô: Talvez seja o que você não fez

Edu: O que vocês estão fazendo aqui?
Enric: Eu vim ver Max
Edu: Ele está lá dentro
Enric: Merce me disse que seu pai está na prisão
Edu: Sim e Max está deprimido. Por que você não vai entrar e perguntar se ele precisar de alguma coisa?
Enric: Não, eu não quero sobrecarregar ele. Ele está bravo comigo.
Edu: Você está com medo que ele te diga para ir embora
Enric: Sim
Edu: O que você quer exatamente?
Enric: não sei, eu quero que sejamos amigos
Edu: Max já tem amigos, amigos verdadeiros

Avô: Ela não lhe disse Trini se ela viria para jantar?
Enric: Não
Avô: Ela está saindo
Enric: Não é possível falar normal?
Avô: Você já sabe o que quero dizer. E onde você foi esta manhã?
Enric: Max é que o pai dele está na prisão, eles encontraram drogas na sua pastelaria
Avô: Beni?
Enric: Sim, parece que fez alguma coisa e eu acho também
Avô: E o que você disse Max?
Enric: Eu fui para a pizzaria, mas não me atrevi a entrar
Avô: Você está agindo desta maneira sempre
Enric: Não é minha culpa
Avô: Então, quem é? Max está passando por um momento ruim e você não se atreve a estar ao seu lado para lhe perguntar como ele está se sentindo? Que tipo de pessoa faz isso?
Enric: Vovô!
Avô: Acha que as pessoas vão ajudar você desde que você não mova um dedo quando eles precisarem de você? Você não pode descobrir como é dura e longa vida e as poucas pessoas boas e honestas que você conhece. Quando uma pessoa tem um amigo ou alguém que ela ama, ele está ao seu lado nos momentos importantes, quando estes são mais difíceis. Você sabe o que poderia ser para mim, sem Juan e Trini?
Enric: Max, não quer saber de mim
Avô: pare com isso, se as coisas estão como estão é sua culpa e com os teus pais exatamente o mesmo
Enric: Os meus pais? Eles não estão relacionados a isso.
Avô: Quando seus pais vêm dizem disparates e você foge. Você tem que dizer o que quer, pelo amor de Deus! Não, você nunca pensou em mudar? E não fazer nada em sua maldita vida? Você está sendo idiota não está comandando toda a sua vida?
Enric: E você não pode me deixar quieto?
Avô: Olha, se você não gostar deu te dizer a verdade, você já sabe onde é a porta
Enric: Você quer que eu vá, agora?
Avô: Não! Eu quero que você se comporte diferente
Enric: Vovô não me obrigue, por favor
Avô: Então, despacha-te, quando começar a Universidade quero que volte com seus pais ou com um amigo, e isso eu faço por mim. Uma coisa eu tenho clara, é se você não mudar não quero ver você aqui