sábado, 29 de maio de 2004

Programa vai combater o ódio a homossexuais


A cada dois dias é assassinado um homossexual no Brasil, o que dá uma média de 180 mortes por ano. A estatística, uma das mais elevadas do continente americano, se repetiu nos últimos três anos. Os motivos vão do ódio pela orientação sexual (homofobia) à violência, inclusive policial, à discriminação e à falta de assistência do poder público.

Para enfrentar esse quadro, o governo federal lançou nesta terça-feira o programa Brasil sem Homofobia, que envolverá ações de dez ministérios em articulação com o Ministério Público, o Poder Judiciário, o Congresso Nacional e os órgãos de segurança pública do País.

Lançamento

O auditório Tancredo Neves, do Ministério da Justiça, foi tomado por representantes coloridos e alegres de 140 entidades de gays, lésbicas, transgêneros e bissexuais de todo o País, que foram prestigiar o ato, presidido pelo ministro dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda. Estiveram presentes também a líder do governo no Senado, Ideli Salvati (PT-SC), a ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, e membros da bancada de defesa dos direitos dos homossexuais no Congresso, entre eles os deputados Fernando Gabeira (sem partido/RJ) e Luciano Zica (PT-SP).

Ações

O programa prevê uma série de ações nas áreas da saúde, segurança pública, trabalho, educação e cidadania. Segundo Nilmário Miranda, os homossexuais são vítimas rotineiras de manifestações odiosas em todos os segmentos da sociedade, a começar na família. Ele disse que a discriminação se reproduz na escola, no mercado de trabalho e no convívio social, obrigando o homossexual a viver confinado em guetos.

CRONOLOGIA-A evolução do casamento gay pelo mundo




-- Junho de 1989 -- A Dinamarca aprova uma lei que permite aos homossexuais registrar uma união com os mesmos direitos de moradia, pensão e imigração de casais heterossexuais.

-- Agosto de 1993 -- A Noruega se torna o segundo país a permitir a união oficial de gays e lésbicas, dando-lhes praticamente os mesmos direitos dos casais comuns.

-- Junho de 1994 -- O Parlamento sueco aprova uma lei permitindo casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Segundo essa lei, homossexuais podem se casar em cerimônias semelhantes ao casamento tradicional civil, mas os parceiros não podem adotar filhos ou fazer inseminação artificial.

-- Março de 1995 -- A Corte Constitucional da Hungria derruba uma lei que impedia o casamento de homossexuais, fazendo da Hungria o primeiro país do Leste Europeu a garantir direitos de união a casais gays.

-- Junho de 1996 -- O casamento entre pessoas do mesmo sexo é aprovado na Islândia.

-- Dezembro de 2000 -- A Holanda aprova em caráter definitivo leis que permitem que casais homossexuais não apenas se casem, como adotem crianças. A união entre homossexuais era reconhecida desde 1998, mas não incluía o direito de ter filhos.

-- Agosto de 2001 -- O primeiro-ministro conservador da Austrália, John Howard, descarta a adoção de casamentos homossexuais no país.

-- Julho de 2002 -- A Alemanha permite a casais gays registrar sua união diante de autoridades civis, obtendo alguns dos benefícios sociais de casais heterossexuais.

-- Junho de 2003 -- A Bélgica passa a ser o segundo país, depois da Holanda, a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, sem restrições.

-- Junho de 2003 -- A Grã-Bretanha abre a possibilidade de permitir a casais gays formalizar a união como "união civil."

-- Julho de 2003 -- Dois argentinos se casam e se tornam o primeiro casal gay da América Latina a se beneficiar de uma nova lei legalizando uniões civis entre pessoas do mesmo sexo.

-- Fevereiro de 2004 -- Nos EUA, o prefeito de San Francisco, Gavin Newsom, desafia a lei estadual e suspende a proibição de casamentos gays. Em 2000, Vermont havia se tornado o primeiro Estado norte-americano a admitir uniões civis entre gays, com quase os mesmos direitos que o casamento tradicional.

-- Fevereiro de 2004 -- O presidente dos EUA, George W. Bush, pede ao Congresso que apóie uma emenda constitucional que proibiria os casamentos homossexuais em todo o país. No entanto, ele deixa a porta aberta para que os Estados regulamentem uniões civis gays.

-- Março de 2004 -- A Suprema Corte da Califórnia ordena que San Francisco pare de realizar casamentos gays. Mais de 4.000 casais já haviam se unido oficialmente até então.

-- Em Boston, a Assembléia de Massachusetts, em resposta a uma decisão judicial que permite os casamentos homossexuais, dá o primeiro passo para emendar a Constituição do Estado, de modo que ela proíba casamentos gays, mas permita uniões civis de pessoas do mesmo sexo.

-- 17 de maio de 2004 -- Os primeiros casais homossexuais se casam legalmente em Massachusetts, que se torna o primeiro Estado norte-americano a permitir casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

domingo, 23 de maio de 2004

Nada serei!


"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, e não tiver amor...


O vinculo da perfeição é o amor, um dom supremo que não depende do esforço humano para existir, é celeste, dado por Deus a nós, homens e mulheres feitos à sua imagem e semelhança, fragmentos de barro.

É interessante saber que do barro fez Deus alguém com tanto amor, que transformou o pó da terra em seres conscientes e sentimentais, interdependentes, únicos e iguais, sem acepção, todos pecadores e capazes de serem transformados pelo poder infinito do amor.

É através do amor, que temos a oportunidade de conhecer um caminho mais excelente, sublime e perfeito, muito diferente do que somos obrigados a suportar todos os dias por causa da nossa sexualidade, seja em casa, na faculdade, no trabalho, na vizinhança...

Mas o que fazer se nem todos são livres para amar?

Por Deus, que pecado desprezar alguém que tanto me quer bem! Como posso abandonar alguém que foi feito à semelhança de Deus? Terei que mutilar a minha essência e não mais sentir os sentimentos do meu coração?

Responda-me Deus: porque sou condenado pelos sentimentos que não escolhi? Porque tenho que pagar um preço tão caro por simplesmente amar alguém que foi feito à tua semelhança? Não foste Tu mesmo quem estabeleceu o amor como o maior de todos os mandamentos? Como poderei sentir o amor genuíno se fui obrigado a suprimir meus sentimentos?

Sabe Deus, já estou farto dessa exclusão sentimental e social que fui submetido a enfrentar desde que descobri que sou diferente dos demais. Acredito que o amor vem do ponto mais íntimo e profundo do ser, o mesmo ponto de onde vêm todas as sensações do mais alto, mais nobre e sublime, justamente o ponto onde a pessoa mais sente o gozo de ser ela mesma e a alegria de estar livre.

Se foi para vivermos rejeitados, marginalizados e considerados como cidadãos de segunda classe por que então Tu criaste aproximadamente quatrocentos milhões de homens e mulheres - muitos dentre eles dos mais dedicados às obras de amor e bondade, e portadores em seus corações da mais legítima fé no Senhor - em todo mundo que são discriminados simplesmente por amar?

Tenho certeza de que não foi para viver sufocado e reprimindo meus sentimentos que me criaste. Não fui feito à tua imagem e semelhança para ser tratado como um doente, desprezado das nações, como se fosse culpado por ser diferente dos demais homens de barro.

...ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei." (Cor. 13:2)

Nada serei.... se não tiver amor, nada serei!

W. Ximenes

sábado, 22 de maio de 2004

Papa condena casamento de homossexuais


CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa João Paulo II repetiu no sábado a oposição da Igreja Católica ao casamento entre homossexuais, após o estado norte-americano de Massachusetts se tornar o primeiro dos EUA a permitir a união de pessoas do mesmo sexo.

"A vida em família é santificada na união entre um homem e uma mulher, na instituição sacramentada do santo matrimônio", afirmou em um discurso a bispos norte-americanos que visitam o Vaticano.

"A Igreja ensina que o amor de um homem e uma mulher santificado no sacramento da união é um espelho do eterno amor de Deus por sua criação", disse.

Este é, aparentemente, o primeiro comentário público do papa sobre casamento desde que Massachusetts juntou-se, na segunda-feira, à Bélgica, à Holanda e três províncias canadenses na legalização da união homossexual.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que se encontrará com o papa em Roma em 4 de junho, também condena o casamento de pessoas do mesmo sexo.

O pontífice de 84 anos afirmou aos biscos que é "fundamental que o casamento cristão seja compreendido em seu sentido maior e seja apresentado tanto como uma instituição natural quanto a realidade sacramental".


quinta-feira, 20 de maio de 2004

Será que ela é?


Sei não, tenho minhas dúvidas! Mas... deu em todos os jornais que a ?ex-certinha? Britney Spears revelou que também teve experiências sexuais com mulheres:

Posso não ter chegado a esse ponto, mas falando de sexo, já fiz coisas semelhantes ao que Janet Jackson fez?

Dizem até que Britney foi vista recentemente paquerando uma bela morena em um Clube gay em Copenhague.

Ser ou não ser, eis a questão! Só sei que nada é impossível! Espero apenas que ela não esteja se utilizando dessas revelações para promover sua carreira e, de certa forma, não sair dos holofotes.

Agora é pra valer!




O que parecia ser impossível tornou-se realidade em Massachusetts: primeiro Estado americano a permitir o casamento legal entre pessoas do mesmo sexo.

Massachusetts se transformou em festa, centenas de casais homossexuais estão comemorando a conquista enquanto esperam que seus pedidos de licença de casamento sejam liberados pela Prefeitura de Cambridge.

É muito bom ver se concretizando o sonho de centenas de casais de homens e mulheres homossexuais, melhor do que isso, é saber que a partir de agora eles/elas terão os mesmos direitos dos casais heterossexuais. Isso significa dizer que não mais serão considerados(as) como cidadãos(ãs) de segunda classe.

Tomara que o Estado da Califórnia também reconheça o casamento de milhares de homossexuais que se casaram no início deste ano em San Francisco. Que Massachusetts sirva de exemplo!


W. Ximenes

domingo, 16 de maio de 2004

Julia Volkova, da dupla T.A.T.U., está grávida


Comenta-se que a russa Julia Volkova, da dupla T.A.T.U., está grávida segundo o tablóide The Sun. O jornal afirma que a gravidez de Julia arranha a credibilidade de seu lesbianismo, já que ela diz namorar a companheira na música, Lena Katina.

O pai do bebê é o campeão de karatê Pasha Sidorov, que namorou Julia há muito tempo. A cantora afirmou ao The Sun que "obviamente" não vai se casar com Pasha, mesmo porquê o lutador já tem mulher e filha.

Bom, eu sempre desconfiei que o lesbianismo das russas era apenas marketing, no entanto, nada impede a belezura de engravidar, afinal, o que há de errado nisso?


W. Ximenes


sábado, 15 de maio de 2004

Enquanto isso....



Italianos e Franceses são favoráveis à união gay!



Na Itália 36% da população é a favor dos casamentos gays. Entre jovens e mulheres e no norte a maioria já é favorável, segundo pesquisa da EURES. No norte da Itália a maioria da população é a favor como também entre os jovens e as mulheres de todo o país.

Já na França o percentual é bem maior, 64% dos franceses são favoráveis à legalização da união gay. Os partidos de esquerda resolveram apoiar a idéia, depois que Noël Mamère, prefeito de Begles, anunciou que oficializaria as uniões gays. Os franceses a favor da união gay cresceu cerca de 10% em um ano.

A proposta do Partido Verde pretende completar o artigoo número 1 da Constituição francesa com "sem distinção de origem, raça, sexo, orientação social, identidade de gênero, estado de saúde, deficiência ou religião".

Mudanças desse tipo já foram aprovadas na Constituição de outros países. A África do Sul foi um dos primeiros e o mais recente foi Portugal, que atualizou sua Constituição no último mês de abril.

É por isso que o Vaticano está mexendo todos os seus pauzinhos para nos atacar. Mas é só uma questão de tempo para que a próxima geração aceite definitivamente a união entre pessoas do mesmo sexo, não somente em toda Europa, mas também no aqui no Brasil.


W. Ximenes

Mais uma do Vaticano contra a união
civil



Fico impressionado com o desamor que alguns dos cardeais do vaticano ofertam descaradamente para os pares homossexuais. Atitudes como a do prefeito alemão da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano, Joseph Ratzinger, 77, ao se levantar contra a união civil entre pessoas do mesmo sexo, devem ser consideradas uma vergonha e também uma falta de respeito aos cidadãos homossexuais de todo o mundo.

O fato de a Santa Sé reconhecer apenas o casamento como sendo a união entre um homem e uma mulher, não altera em nada o cotidiano de quem vive uma sexualidade sadia. Até porque nem todos professam a mesma fé, existe uma diversidade de religiões no mundo, e por isso não podemos desprezar os sentimentos e os direitos que devem ser dados a todos sem exceção.

Pior do que utilizar a televisão para nos atacar é ter que ouvir as palavras do despeitado Ratzinger sobre casamento e família Se a união de homossexuais for cada vez mais vista no mesmo nível do casamento, nós estaremos enfrentando a dissolução da imagem do homem. E acrescentou:A Europa não seria mais a Europa se este núcleo fundamental de sua estrutura social desaparecesse.

O cardeal lançou recentemente um documento oficial de 11 páginas, intitulado Considerações sobre os projetos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais, que estabelece que reconhecer legalmente as uniões civis homossexuais; significa não apenas aprovar um comportamento desviado e convertê-lo em modelo para a sociedade atual, como também afetar os valores fundamentais que pertecem ao patrimônio comum da humanidade.

Independentemente de a igreja aprovar ou não a união civil entre pares iguais, a homossexualidade continuará a existir assim como o sol continuará a nos dar o ar de sua graça todas as manhãs. Agora querer se utilizar deste discurso discriminatório para impor os preceitos homofóbicos da igreja a toda comunidade GLBT, fazendo com que a luta de anos e anos pelo reconhecimento da união civil entre os homossexuais sejam reduzidas ao pó, é que não da pra aceitar.

Meu desprezo às suas atitudes Ratzinger, que de cristãs não tem nada.


W. Ximenes

terça-feira, 11 de maio de 2004

Testando sistema de comentários

Aê, meu povo. Agora, também tô participando do blog Gospel Gay, falowz?! Heheheh. Este post é só pra testar o novo sistema de comentários que instalei, o do Enetation (grátis, claro).

Fazia tempo que eu não usava o Blogger, desde que coloquei o meu blog pessoal em um servidor próprio. Posso dizer que gostei muito da repaginada que eles deram no serviço, ficou 10. Entretanto, o sistema próprio de comentários deixou a desejar. Podem ver que o Enetation tá mandando bem mais - e não precisa ter assinatura Blogger pra comentar...

InPAR na Ação Voluntária


A Ação Voluntária é responsável pela promoção do voluntariado em Curitiba - um projeto que funciona como "ponte" entre as pessoas que querem doar seu tempo, trabalho e talento e as Instituições que necessitam de seu apoio. O InPAR 28 de Junho, reconhecida como uma ONG que atua constantemente com Direitos Humanos, foi convidado a participar da III Mostra de Ação Voluntária que aconteceu de 06 até 09 de maio na cidade de Curitiba. Durante o evento, a equipe do InPAR além de falar sobre as ações da ONG, distribuiu vários folders explicativos fazendo um trabalho de conscientização e distribuição de camisinhas. O stand do InPAR destacava-se por ser todo decorado com as cores do arco-íres e por ser o único a falar de HIV/AIDS, Direitos Humanos e Homossexualidade.

Nos 4 dias da III Mostra de Ação Voluntária o INPAR fechou 27 parcerias com empresas, escolas e órgãos governamentais , onde o Presidente da ONG, Roberto Kaiser, considerou o resultado do evento um grande sucesso.


Confira as FOTOS

domingo, 9 de maio de 2004

A polêmica sobre as causas do homossexualismo




"Mas, onde foi que eu errei?!!". Essa é a pergunta que sempre aparece no final de um quadro humorístico do pai que se sente culpado de ter um filho homossexual. Com a maior tolerância da sociedade, sobretudo da mídia, aos homossexuais, muitas famílias ainda se escandalizam e pais demonstram ansiedade diante da possibilidade de seu filho "homem" possa um dia revelar essa tendência psicossexual.

Há controvérsias se o homossexualismo é determinado geneticamente, se é resultado da educação ou do meio ambiente em que a pessoa é criada. O neurobiólogo Roges Goski (Universidade da Califórnia, EUA) fez experiências em laboratórios com ratos e seres humanos, ambos fêmeas, que receberam testosterona (o hormônio masculino) ainda em fase intra-uterina e observou que, desde a primeira fase da vida, elas tinham comportamentos masculinos, como gostos, brincadeiras mais agressivas além de sentirem-se mais atraídas por fêmeas.

Já o geneticista Dean Hamer (Instituto Nacional de Saúde dos EUA) sustenta a tese de que homossexualismo tem determinação genética. O geneticista diz ter descoberto genes numa determinada região, que ele chamou de GAY-1, associados ao homossexualismo. Tal hipótese não teve muita credibilidade no meio científico americano, mas seus defensores dizem haver uma lógica: "se os genes transmitem as características hereditárias e contêm 'instruções' para a fabricação das substâncias que fazem os organismos funcionarem, também poderia lançar a probabilidade de homossexuais (assumidos ou não) terem filhos também homossexuais. É uma tese que coloca o homossexualismo não como uma opção ou estilo de vida, mas como resultado de uma variação genética.

Contrário a essa tendência bio-geneticista das causas do homossexualismo, estão os psicólogos e psicanalistas. Não se nega que a base genética de nossas características humanas ou as tendências que temos de desenvolver algumas doenças, por exemplo, tem base genética, mas daí incluir o homossexualismo como quase-doença geneticamente determinada é, no mínimo, simplismo científico.

Daryl Bem, psicólogo da Universidade de Cornell (EUA), pesquisa a formação intra-familiar do homossexual. Quais brincadeiras uma pessoa preferia quando criança, seus gostos por roupas, jóias, tipo de relação com a mãe, com o pai, etc. e concluiu que os incidentes do desenvolvimento, o tipo de investimento familiar e as tendências da própria pessoa, todos esses fatores pesam muito mais na determinação do homossexualismo do que os fatores genéticos.

A nova geração de psicólogos americanos a partir de Judith Harris tende a valorizar as vivências "fora" da família, isto é, as relações interpessoais com vizinhos, colegas da escola e da rua, como fatores que mais pesam no desenvolvimento da personalidade. Nesse sentido, meninos que se comportam segundo o estereótipo de menino (gostam de brincadeiras mais agressivas, se identificam com heróis, gostam de aventuras, ação, são menos obedientes e se encrencam na escola por má conduta mais que as meninas etc) se diferenciam delas que costumam ter um jeito mais suave e introspectivo. O "normal" nessa cultura é esperar que os meninos sintam-se atraídos pelas mulheres, mas não em ser como elas. Porém, sobram perguntas sem respostas satisfatórias. Como entender as pessoas que desde crianças sentem-se atraídas pelo estilo das meninas? Será que, só por essa tendência, fatalmente desenvolverão homossexualismo ou será apenas uma fase passageira? E as meninas que admiram mais as meninas, que são fascinadas por pessoas famosas, será que estão sendo atraídas a se tornarem homossexuais ou trata-se somente de simples admiração?

De nossa parte, esclarecemos que tanto meninos quanto meninas, até a fase da adolescência, não podemos afirmar que serão homossexuais quando adultos, só por terem gostos e jeito do sexo oposto. São fases em que é normal é a presença de estereótipos, facilmente copiados na mídia e repetidos nos gestos, mímica, falas, etc. Ademais, se eles estão ainda em formação total da personalidade, inclui também a psicossexualidade ou sua definição sexual.

Os estudos de Freud, no início do séc. 20, jogaram um pouco de luz nas causas da homossexualidade. Para o pai da psicanálise, três fatores parecem determinar o homossexualismo: a forte ligação com a mãe, a fixação na fase narcísica e o complexo de castração. No primeiro, o homossexualismo teria início devido a uma forte e incomum fixação com a mãe o que impediria essa pessoa de se ligar a outra mulher. O segundo fator, o narcisismo, faz com que a pessoa tenha menos trabalho em se ligar ao seu igual que em outro sexo. A estagnação na fase narcísica faria com que "o amor fosse para eles sempre condicionado por um orgão genital semelhante ao deles" (Ferenczi). O terceiro fator, aponta problemas relativos à travessia da castração, isto é, sofrimentos relativos as perdas e a idéia de morte que deixariam a pessoa acomodada ou acovardada na sua psicossexualidade.

Em verdade, não podemos escapar do fato de que somos todos ambissexuais. Esse termo proposto por S. Ferenczi, em 1914, é ainda útil para exprimir que a criança, num certo estádio do seu desenvolvimento normal, manifesta sentimentos anfieróticos, quer dizer, ela pode transferir sua libido ao mesmo tempo para o homem (o pai) e para a mulher (a mãe). Observa-se em qualquer cultura do mundo -- incluso também a nossa -- que as pessoas tendem a ter atração pelo mesmo sexo e se distanciam do sexo oposto, ou seja, as amizades são mais fáceis de acontecer entre homens e só de mulheres entre si. Não faz muito tempo, as escolas separavam salas de aulas só de meninas e outras só com meninos, numa evidente opção institucional e inconsciente pela "homossexualidade". Até hoje, no interior brasileiro, assim como no mundo oriental, os hindús, os árabes, se sentem mais próximos dos homens que de mulheres. Nessas culturas, não há preconceito quanto a homossexualidade, vista nos grupos de danças, nas rodas de jogos, nas conversas e brincadeiras. Esses grupos se organizam segundo as regras da homossexualidade (quer dizer: "igual sexo") e, no entanto, ao que parece não chegam a ser homossexuais. Por quê? Talvez pelo complexo de castração, o terceiro fator acima proposto pela psicanálise.

De qualquer forma, ainda não foram respondidas a contento as questões: por que algumas pessoas tem preferências ou tendências homossexuais? Será que o homossexualismo não passa de uma espécie de inveja do outro sexo; que deseja ter o jeito do outro sexo? Ou, seu desejo primeiro é não ter desejo, nem ser "macho", nem "fêmea", mas de ser o terceiro sexo? Qual o limite da determinação genética quanto a homossexualidade e o homossexualismo? E a influencia desta com os fatores ambientais e a significação atribuída ao próprio sujeito desejante?

No momento, os estudiosos parecem estarem de acordo em somente um ponto: não há uma única causa quanto ao que determina o homossexualismo.

Os pais em geral deveriam educar seus filhos para uma sexualidade sadia, sem preconceitos ou sofrimentos desnecessários. Deveriam ter melhor preparo, mais esclarecimentos e sobretudo saber escutá-los nas suas dificuldades e dúvidas. Os pais de homossexuais, não mais deveriam se perguntar "Onde foi que eu errei?", mas "Como devo proceder-me para que essa pessoa seja feliz?", porque em verdade, o amor não ter sexo.




RAYMUNDO DE LIMA

site: EspaçoAcadêmico

Investigando a Bíblia



Confira agora um bate-papo super bacana entre um adolescente de apenas 15 anos, Alvinho, e o Deco, criador do site e-jovem.

Trata-se de uma conversa esclarecedora para um garoto que foi criado numa família cristã, extremamente conservadora, e, mesmo ele aceitando o fato de ser gay, ser cristão é algo muito importante para o jovem rapaz, algo difícil de se abandonar assim, de uma hora pra outra.

Por isso, assim como este papo foi importante para o Alvinho, acredito que também será muito útil pra você.

Espero que este relato sirva como base de defesa dos inúmeros mitos que criaram sobre a homossexualidade humana através de algumas interpretações descontextualizadas da Bíblia.

Realmente vale muito a pena ser lido, confira: www.e-jovem.com.br

W. Ximenes

sexta-feira, 7 de maio de 2004

Imoralidade


(Texto recomentado)

Algumas restrições bíblicas bem definidas, concernentes a atos sexuais na qual são amplamente denominada imoralidade sexual. Estas são algumas citadas e tidas como tal, segundo a Bíblia:

    01) Sexo durante o período menstrual ou após ter tido um filho: Uma abominação perante Deus Javeh era a prática do sexo durante o período menstrual da mulher ou ainda depois de esta ter dado à luz a uma criança! Se uma mulher desse à luz a um menino, ela seria impura durante uma semana e por um período de trinta e três dias não poderia tocar em coisa sagrada e muito menos entrar no santuário (Levítico 12:02,04), mas se desse à luz a uma menina, esse período de impureza seria o dobro (Levítico 12:05). Igualmente impura estaria no período da menstruação. Uma prática tida como tão pecaminosa pelos hebreus como outras, pela lei era tida na mesma pesagem que a homossexualidade, enquadrada dentro de imoralidades sexuais! Por que umas teriam caído e outras não? Conveniência religiosa?

    02) Adultério: Foi biblicamente entendido pelos hebreus como sendo errado para uma mulher casada ter relações sexuais com outro homem, desde que era uma violação do direito de propriedade do marido. Porém nunca foi entendido como sendo errado para um homem casado, desde que sua esposa não dispunha de tais direitos como os concedidos aos homens! Um homem casado poderia ter tantas esposas e concubinas quanto desejasse, desde que elas não fossem casadas com outros maridos, portanto, propriedade de outro homem. Salomão mesmo teve setecentas esposas e trezentas concubinas! Um costume ainda muito popular nas regiões do Oriente Médio, a poligamia! Mas de toda maneira a questão é que adultério é infidelidade conjugal, traição, e a homossexualidade em si não se enquadra nesse termo!

    03) Fornicação: Tornou-se uma má compreensão do termo grego pornéia. Falsamente traduzida em muitas Bíblias como fornicação, era na verdade a prática de prostituição nos templos em Corinto, nas quais prostitutas vendiam o seu serviço como parte da adoração à deusa pagã da fertilidade ou à deusa Afrodite do amor. No templo de Afrodite haviam mais de mil prostitutas cultuais que atraiam "adoradores" de todas as partes do mundo antigo! Em outra parte da Grécia (Elêusis) a festa era ao deus Dionisio do vinho e da fertilidade. Em Roma passaram isso ao deus Baco. Isto era o que Paulo estava vêemente advertindo! Nem se quer estava se referindo aos prostituitos como entendemos hoje, mas sim ao sexo desenfreado e seu uso como adoração sexual a deuses pagãos! A repreensão era aos prostitutos cultuais dos templos! Alguns etimólogos ainda dizem que o termo fornicação tenha vindo do latim fornix, que na antiga Roma era o nome dado aos quartos alugados pra sexo, onde prostitutas atendiam seus clientes!

    04) Pederastia: Se apresenta em várias formas, a prática de pederastia cai em três diferentes estilos que podem ser:


  • o relacionamento entre um ancião-mestre, com um jovem-aluno;
  • a prática de ter escravos prostitutos;
  • efeminado prostituto.


Outras práticas condenadas dentro desse quadro incluiam:

  • um homem heterossexual degradar outro homem heterosexual por penetração anal, como castigo de humilhação, depois de capturado em batalha.
  • heterossexuais usarem penetração anal para expulsar e também humilhar os estrangeiros, como no caso ocorrido na história de Sodoma.


Pederastia nada tem nada que ver com a homossexualidade em si como entendemos hoje, na qual é uma orientação natural de aproximadamente 10% da humanidade como ocorre com alguns animais e em outras partes da natureza. Cristo nos ensinou no Sermão da Montanha sobre a lei do amor. Ele demonstrou isto por reverter quatro leis do Antigo Testamento que entravam em conflito com o amor ao próximo. Entretanto, qualquer situação que seja prejudicial, que não seja consensual, seria considerado totalmente imoral para um cristão, mas obviamente não tem nada a ver como a sexualidade amorosa dos solteiros e casados, muito menos da condição sexual de cada pessoa.


por Fernando Nowackz
São Paulo / SP
nowackz@hotmail.com

Discurso em nosso favor



Ponto positivo para o Deputado mineiro Leonardo Mattos do PV/MG, por pronunciar-se na Câmara dos Deputados, Brasília, a favor dos direitos civis dos homossexuais ao criticar o governo brasileiro que abriu mão de sua vontade política e recuou na Comissão de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.

Confira um dos fragmentos do discurso:

"...Infelizmente não é a primeira vez que o governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se destaca nas lutas humanitárias pela igualdade e não-discriminação, se vê obrigado a recuar em sua posição. Em 2003, o governo brasileiro pretendia introduzir a matéria na pauta da mesma Comissão de Direitos Humanos da ONU, mas, por falta de um consenso mínimo e principalmente devido à forte oposição interposta pelos países islâmicos e pelo Vaticano, abriu mão de sua vontade política..."

"...O que esperamos é que o fato ocorrido não signifique arrefecimento, por parte do governo, na luta pela universalização das garantias de observância dos direitos humanos, para todos os cidadãos do mundo. Quaisquer que sejam, onde quer que se encontrem. Quaisquer que sejam seus credos, suas etnias, seu gênero, sua orientação sexual. Somos herdeiros e defensores da melhor tradição moderna, que separou, já há séculos, a ordem política - o mundo temporal -, da ordem religiosa - o mundo espiritual. Por mais que nos pareçam pessoalmente justas e dignas - e portanto defensáveis - as nossas crenças religiosas, somos também signatários e, por isso, guardiões incansáveis das inúmeras bulas mundanas em favor da paz entre os povos e dos direitos humanos para todos..."


A nossa esperança é que no próximo ano não apareça novas desculpas esfarrapadas para o governo brasileiro tentar justificar sua inércia diante da pressão dos países islâmicos, do Vaticano e do Bush. Lamentamos por ainda não ter chegado a hora de comemorar mais esta vitória na luta pelos direitos humanos.


W.X.

Atitude Positiva!



Finalmente o representante do Papa João Paulo II na Espanha, o Núncio Manuel Monteiro de Castro, resolveu colocar-se na mira dos fundamentalistas católicos ao afirmar, durante uma conferência de bispos espanhóis, ser a favor dos direitos civis dos casais gays, muito embora tenha afirmado que só considera casamento de verdade aquele realizado entre um homem e uma mulher.

"casais homossexuais podem e devem fazer parte de direitos civis como seguro social e desfrutar dos mesmos direitos de qualquer outro cidadão”

Bom, há algum tempo atrás esta afirmação era um contraste no Vaticano, que considerava a união entre duas pessoas do mesmo sexo como uma ameaça para família e para sociedade. Na verdade, este ponto de vista continua no foco da igreja, no entanto, acredito que depois de séculos de perseguição ferrenha aos homossexuais, esta seja uma atitude positiva da cúpula católica.

Uma coisa é certa, embora a igreja não reconheça o casamento entre pessoas do mesmo sexo, pelo menos começou a mudar seu ponto de vista sobre os cidadãos homossexuais. Agora devemos apenas aguardar o anúncio do presidente espanhol, Jose Rodriguez Zapatero, sobre a permissão do casamento homossexual nos próximos anos na Espanha, terra da "santa" inquisição.


por W. Ximenes

terça-feira, 4 de maio de 2004

Metodistas decidem proibir pastores gays e lésbicas


A Metodista Unida, terceira maior denominação cristã dos EUA, terminou encontro especial em Pittsburgh para discutir o papel de gays e lésbicas na Igreja com uma péssima notícia para a comunidade glbt.
Neste sábado o Conselho Judicial decidiu que pastores homossexuais deverão ser destituídos, pois representariam uma violação da lei e ensinamentos cristãos.

A recente decisão de permitir que a Reverenda Karen Dammann (foto), lésbica assumida que mantém uma relação estável com outra mulher, continuasse no cargo de ministra em uma cidade no estado de Washington havia aberto a possibilidade de um cisma na Igreja.

O presidente George W Bush é um dos 8 milhões de seguidores da Igreja Metodista.


Mix Brasil

Luteranos elegem pastor gay em Hollywood



Os 100 membros da Igreja Luterana de Hollywood decidiram desafiar a direção da Igreja Evangélica Luterana da América , com cerca de 5 milhões de fiéis, e elegeram neste domingo um pastor gay assumido. Os Luteranos exigem o celibato de seus pastores gays e lésbicas, que podem exercer o cargo desde que não façam sexo. O mesmo não é exigido de pastores heterossexuais.

A cerimônia de instalação do Rev. Daniel Hooper foi marcada por gritos e aplausos entusiasmados, mas não foi reconhecida pela direção nacional da Igreja.

“ Esta congregação derrubou barreiras e pede que outras Igrejas Luteranas façam o mesmo” disse Hooper, 56, em seu discurso. O pastor vive há 28 anos com seu parceiro Carl Hunter.


Mix Brasil

Presbiterianos aprovam casamentos homossexuais


Uma corte eclesiastica presbiteriana reunida no estado americano de Ohio determinou que um pastor que realizou uma serie de cerimônias de casamento entre casais de gays e lésbicas não infringiu a lei da Igreja.

A determinacao muda a decisao de uma outra corte em esfera inferior que havia condenado no final do ano passado o Rev. Stephen Van Kuiken (foto) por violar ordens da Igreja.

Van Kuiken, 44, pastor da Igreja Presbiteriana de Mount Auburn, em Cincinnati, disse na época que a Igreja enfrentava uma crise teológica de intolerância e que continuaria a realizar cerimônias de casamento entre casais de gays e lésbicas.

A Corte justificou a decisao alegando que a constituição da Igreja Presbiteriana não proíbe especificamente um pastor de realizar cerimônias entre casais de pessoas do mesmo sexo.

A denominacao tem 2,5 milhoes de seguidores nos EUA.


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Homossexuais salvos por Cristo


por Paulo Bergsten Mendes

Eu, Pedro, apóstolo do Senhor Jesus, estava dormindo. Na semana anterior havia sido convidado a anunciar Cristo a uma casa de homossexuais. Jamais poderia aceitar esse convite. Como? Travestis, lésbicas, gays e bissexuais ouvirem falar que Cristo as(os) ama! De maneira alguma. Jamais irei. Nunca!

Mas eis que tive uma visão onde surgiam na minha frente um monte de animais impuros e uma voz que dizia: “Pedro, mata esses animais e come!” E eu logo respondi. “Jamais, Senhor! Esses animais são impuros”. E o Senhor me respondeu. “Não chame de impuro o que eu purifiquei”.

Não havia entendido a visão. E ela se repetiu. Mas continuei confuso. Mas no dia seguinte, fui convidado novamente, a pregar para um grupo de homossexuais. E imediatamente recusei. Mas então escutei aquela voz no meu interior: “Não chame de impuro o que eu purifiquei!”. Fui então. Com receio. O que iriam pensar de mim os demais irmãos. Eu apóstolo de Jesus anunciando boas novas a um grupo de homossexuais?

Quando cheguei àquela casa fiquei assustado. Uma casa cheia de pessoas. E então entendi a minha visão. E falei:

“Gente, o Senhor me enviou aqui para anunciar o amor de Cristo. Ele morreu para nos dar vida. Ele chama todos vocês a andar junto Dele. Ele aceita vocês exatamente do jeito que são. Ele diz amorosamente: Se alguém vier após mim, de maneira alguma lançarei fora. Cristo sabe do quanto vocês se martirizaram por serem homossexuais. De quanto tempo levaram para conseguir admitir para vocês mesmos essa realidade. E que muitos lutaram muito para deixarem de serem homossexuais. Mas deixar de ser, é não ser, e não ser, é não existir. Mas hoje eu estou aqui para dizer que o Senhor Jesus me mostrou numa visão que vocês estão limpos. Estão limpos, pois Ele os purificou com o seu sangue. Estão limpos, pois Cristo os comprou por um alto preço. E que Ele vos chama a andarem perto deles. Ele os aceita como homossexuais. Ele quer lhe oferecer a sua mão amiga. Ele se indigna quando os demais religiosos batem o martelo com a sentença de morte e condenação a vocês. O que Ele pede a vocês é que amem ao próximo como a si mesmo. Que se amem muito, pessoal. Que se aceitem, pois Ele vos aceita! Não deixe ninguém dizer que o amor de vocês por outra pessoa é moralmente errado. Deus é amor, e todo amor vem de Deus!”.

E quando terminei de falar havia lágrimas nos olhos. Havia pessoas tocadas, sensibilizadas com a Verdade. A Verdade que Deus justifica. E que ninguém pode chamar de impuro, o amado(a) que Deus purificou, justificou e adotou como filho(a). Somos todos filhos de Deus. Louvado seja o nome do Eterno!

CONDENAÇÃO?


A condenação brutal de pessoas homossexuais não é universal dentro da Bíblia, em Levítico nos capítulos 18 e 20! Ela se deu dentro de situações especiais em determinados momentos da história de Israel ou do judaísmo iniciante. Provavelmente os autores de Levítico se sentiam ameaçados por qualquer espécie de atividade sexual. Até a menstruação das mulheres era uma fonte de profunda inquietação! Bem provável que eles experimantavam irregularidades sexuais nos próprios meios sacerdotais. Em todos os casos, a reação extrema deles (Levítico capítulos 18 e 20), deixa transparecer um medo enorme da sexualidade em geral e de todas as irregularidades especialmente desta época.

A condenação radical é um produto de medo e, quem sabe, um instrumento de poder às comunidades! A conceituação do mundo puro e do impuro, do Israel santo e das nações vizinhas profanas da antiguidade não pode mais ser o nosso modelo de explicação e nem de entender o nosso mundo de hoje! Estabelecer uma divisão física entre o Deus santo (templo, povo, objetos santos) e uma realidade física de abominações não é lícito diante de Deus e do Evangelho de Cristo! Criaria um abismo entre uma ilha pequena de poucos escolhidos e a massa perdida. O sagrado não tem lugar físico demarcado, não precisa ser fisicamente protegido, não fica imcompatível com a sexualidade.

Alguns insistem em reforçar a idéia de que o homossexual é aquela pessoa sempre voltada ao sexo, à libertinagem, à promiscuidade... oras, homossexuais pensam em sexo tanto quanto heterossexuais! Assim como existem heterossexuais pervertidos, existem homossexuais pervertidos, não é exclusividade de uma ou de outra categoria! Sempre se referem aos homossexuais como pessoas que fazem uso indevido de seus órgãos genitais ou por outra, pessoas que só andam com a genitália na mente! O homossexual é muitas vezes definido como aquele que fica agarrando como um maníaco sexual, aquele que se tiver oportunidade já abrirá o aspecto do sexo... quanta mentira! Associaram homossexualidade à anomalias, doenças, desvios sexuais! Termos com sentidos pejorativos se referem ao homossexual em sua totalidade, nunca apenas como uma mera característica.

"Cristo é o fim da lei pra justificar a todo o que n'Ele crê! Moisés escreve que o homem que pratica a justiça que vem da lei, viverá por ela. Porém a justiça que vem da fé, diz: Não indagues no teu coração quem subirá aos Céus ou quem descerá ao abismo! A Palavra está perto de você, na tua boca e no teu coração, isto é, a Palavra de Deus que pregamos. Pois se com a tua boca confessar que Jesus Cristo é o Senhor, se crer que Deus Pai o ressucitou dentre os mortos, será salvo! Não existe distinção entre judeu e grego, o mesmo Senhor é de todos. Todos quantos invocarem o nome de Deus, serão salvos!"

Todos somos imagem de Deus, Ele declara justas todas as pessoas não por causa de suas atitudes, mas por causa da obra redentora de Cristo! A santificação vem porque Cristo cumpriu todas as vontades do Pai, através de Cristo, todas as pessoas que crêem sinceramente são santas e justas perante Deus. Fosse por nossas meras e vãs obras e atitudes humanas, ninguém seria salvo, nem homossexuais e nem heterossexuais, ninguém! Deus olhou do Céu pra Terra e não enxergou ninguém que fosse justo, nenhum humano ao menos... oras, os heterossexuais não garantiam a salvação pelas suas atitudes, a todos foi necessária a vinda de Cristo, pra viver, padecer por nós pra nos justificar e nos tornar santos! Homossexualidade é apenas uma das características de uma pessoa, não o todo de uma pessoa!


Fernando Nowackz
São Paulo / SP
nowackz@hotmail.com

CERTEZA DA SALVAÇÃO



Certeza da salvação foi uma pergunta feita no mural de recados, aqui, do blog. O leitor, que concede parte de seu tempo, ao ler esta postagem deve pensar ser essa uma pergunta simples, quotidiana, normal, e até, corriqueira. Essa é uma pergunta de caráter retórico, muito usada nos meios carismáticos, ou renovados, como desejam alguns. Entretanto, essa simples indagação tem um efeito teológico vasto e, não é uma questão, de princípio teológico, dar a ela um, indiferente, sim ou não como resposta.

A pessoa, que postou no nosso mural, conseguiu o efeito desejado com sua insinuação, pelo menos, assim, a lista de discussão do Grupo Gospel Gay interpretou. A polêmica foi lançada e, entre um sim, e um não, a melhor saída é refletir a teologia no momento histórico em que ela acontece:

A questão teológica, que está como pano de fundo, na Reforma do século XVI é a questão soterológica, o Sola Fides de Lutero ganhou as ruas européias, e deu a história do cristianismo um novo cisma, agora, o Protestante. A proposição, somente a Fé, modelou a nova forma de se compreender o estado salvífico dos filhos de Deus mediante a graça redentora, uma outra proposição do monge alemão, Sola Gratia. Não havia medianeiros entre o homem e a justiça do Cristo na cruz, não havia indulgências, não havia purgatório e nem bênçãos, que se colocassem em status de igualdade com a justificação do redentor pela fé na graça. O homem é declarado justo pelo sacrifício do Cristo no ato de fé, essa fé que vem Deus e nos reconcilia na graça. Mas, como você pode notar, a questão de estar certo disso, ou não, não estava em discussão com Lutero, e os outros pensadores, que vieram depois de Lutero.

No século XVII, o pastor luterano, Philipp Jacob Spener, que, em seu livro, Pia desideria (1675) traçou 6 aspirações, que deveriam fazer parte da vida do cristão, tocou no assunto salvação. Era o movimento PIETISTA ALEMÃO, que surgia em oposição à ortodoxia protestante, ou escolástica protestante, onde o aspecto teológico se mantinha distante da vida dos fiéis, agora, através do pietismo, o enfoque da PIA ou santidade será levado em conta, e dentro desse movimento está o 5º item dos 6, ou seja, o enfoque salvífico na pregação. Através dos morávios, essa fórmula ganhou os campos missionários pelo mundo e, chegou na Inglaterra, já no século XVIII, o século dos grandes avivamentos.

John Wesley, pai do metodismo, se viu atormentado por essa pergunta, ou por essa certeza. O seu contato com os morávios, o jogou em uma busca sem precedentes pela resposta da certeza. Wesley viajou o mundo, literalmente, tentando se encontrar. E, quando se encontrou, indagado pela pergunta: VOCÊ TEM CERTEZA DE SER UM SALVO? Sua resposta foi frustrante para quem acreditava ouvir um sim: em respeito à fé, para Wesley, era importante e necessária, para uma convicção do perdão presente (ou seja o sentir-se perdoado aqui e agora, nesse momento), mas em relação à salvação final, dizia ele, ser rara, e não deveria ser exigida ou esperada pelo cristão como um bem ou garantia. Um outro dado é que, em relação à salvação, os próprios pietistas alemães discordavam entre si, e um movimento do pietismo liderado por ZINZENDORF (morávio) dizia, categoricamente, que uma pessoa pode não estar segura de sua justificação, ainda que seja justificada. Isso pode gerar uma especulação, em que, a afirmativa do se estar certo da salvação estava mais ligada à mística pessoal, do que uma unanimidade dos movimentos de piedade.

Um movimento que varreu o solo da América do Norte no século XIX, o HOLINESS, fez a cortesia de introduzir o conceito de batismo no Espírito Santo com certeza de salvação, fora os apelos conversão, aqueles em que, o ouvinte na platéia é desafiado a levantar a mão e, aceitar a Jesus. Esse movimento invadiu o Brasil no meio pentecostal e renovado, e hoje essa pergunta:certo de ser salvo? Causa os mais variados efeitos psicológicos, fora que ela é retórica e marketeira, apenas para convencer o fiel e nada mais.

Enfim, por que digo isso? Como luterano que sou, essa pergunta direcionada a mim, ou a um outro luterano que confessa o catecismo, a resposta seria: IMPOSSÍVEL DE SE AFIRMAR QUALQUER RESPOSTA! Quem salva é Deus e, muito embora, eu possa me sentir salvo, agir como salvo, posso não estar salvo! A questão tem relações com a Soberania de Deus e a predestinação. Como, eu posso não me sentir salvo e ser perfeitamente salvo. Quem predestina é Deus, portanto essa é uma dúvida que ira acompanhar o luterano até o túmulo. Um exemplo disso, vem através de um outro reformador, que acreditava na predestinação, Ulrich Zuínglio, esse, afirmava ser os grandes filósofos: Platão, Sócrates e Aristóteles salvos, sem ao menos, terem conhecido a Cristo! É uma questão da soberania divina. A pergunta a uma pessoa, que acredita no livre-arbítrio, como Wesley, já foi discutida acima, não se deve cobrar uma segurança final de salvação do cristão, o que se tem é o alivio da culpa presente, o sentimento de estar no caminho correto. Caso fosse um universalista respondendo, ele diria, claro que tenho certeza da salvação, no final, todos irão ser salvos, esse negócio de inferno não existe.

Portanto, vai depender da confissão, e de como você encara a mística cristã. Não por ser um gay, que não se possa ter certeza ou tê-la! Esse assunto é bem mais complexo e pessoal do que se possa imaginar.

A todos um grande abraço, vivendo fraternalmente a esperança da vida eterna no Cristo, cordeiro pascal, que tira o pecado do mundo.

Renato Hoffmann

segunda-feira, 3 de maio de 2004

OS PECADOS DE SODOMA E GOMORRA



Durante muito tempo pensei que os pecados de Sodoma e Gomorra se resumissem à homossexualidade em si, isso foi o que ouvi na Igreja os pregadores em cima do altar afirmando com braveza durante muitos anos! Um dia, porém, quando pude enfim me apoderar de um exemplar de uma publicação de uma universidade de São Paulo (Metodista), comecei a ter os meus olhos abertos, comecei a pesquisar e pude enfim compreender a verdade! Quais seriam os pecados de Sodoma e Gomorra afinal então? Seguem três trechos bíblicos:

  • Ezequiel 16:49 e 50 = "Estes foram os pecados de Sodoma: soberba, fartura de pão e próspera preguiça, mas nunca estendeu a mão pra ajudar o pobre e o necessitado. Também se ensoberbeceram e fizeram abominações diante de mim!".

  • Jeremias 23:14 = "... nos profetas de Jerusalém tenho visto coisa horrenda: cometem adultérios, andam com falsidade e fortalecem as mãos dos malfeitores, têm-se tornado como os moradores de Sodoma e Gomorra...".

  • Judas 1:07 = "Assim como Sodoma e Gomorra que havendo-se prostituído como aqueles anjos e ido após outra carne... semelhante também estes falsos mestres que contaminam a carne, rejeitam autoridades e blasfemam das dignidades.


Apenas três trechos pra simplificar e trazer-nos uma idéia, depois de lidos, quais os erros que poderiam ser apontados? Dentro desses três versículos encontramos duas situações consideradas pecados sexuais: o adultério e a prostituição! Oras, onde a homossexualidade, em si, caberia aí? No sentido mais óbvio compreendamos assim:

  • Adultério: a traição de um cônjuge em relação ao outro, a infidelidade conjugal;

  • Prostituição: o comércio do sexo.


Nenhum dos casos acima incluiriam exclusivamente a relação homossexual! E há a franca necessidade de compreender outro sentido, o caso de em muitas vezes o adultério e a prostituição serem considerados casos espirituais e terem uma conotação espiritual, ou seja, ter adulterado a união com Deus Javeh e seguido outros deuses, adorando outras entidades como se fossem Deus!

Sodoma e Gomorra teriam sido castigadas sim, o pecado sexual teria sido uma das causas sim, mas não a homossexualidade! Os habitantes de Sodoma quiseram humilhar os estrangeiros, o estupro (a violência sexual) era uma prática comum de humilhação entre aqueles, obviamente uma prática condenada por Deus! Percebam a expressão utilizada em Gênesis 19:09 como é: "... esse indivíduo veio como estrangeiro aqui habitar e quer ser nosso juiz?", fica evidente os maus tratos oferecidos aos estrangeiros, algo condenado por Deus Javeh e uma das falhas apontadas por Jesus em Mateus 10:14, 15.

Seria interessante uma lida com atenção na história relatada em Juízes 19, lido com maior cuidado o techo entre os versículos 21 e 25! Fica óbvia a humilhação, o estupro, a violência sexual! Os homens daquela cidade pediram pra manterem relações sexuais violentas com o levita (relação homossexual), mas acabaram por terem com a concubina (relação heterossexual). Oras, se fossem homossexuais se contentariam com o sexo com aquela mulher? A resposta é não! E caso muito semelhante ao ocorrido em Sodoma. Humilhavam com o estupro, os homens daquela sociedade machista ofereciam as mulheres pra serem abusadas!

Toda uma esfera de prática muito comum entre gente daquela região naquela época. Agora que poderíamos fazer, tomar esse trecho e condenar toda a prática heterossexual? Certamente que não! Assim como é tremendamente injusto e errado tomarem Sodoma e Gomorra pra condenarem toda a prática homossexual!


por Fernando Nowackz
São Paulo / SP

nowackz@hotmail.com

"Todas as pessoas refletem a imagem divina, independente de sua classe social, raça, casta, gênero, idade ou preferência sexual."


Wanda Deifelt

Não há nenhuma dúvida de que Deus ama as pessoas que se sentem atraídas sexualmente para o mesmo sexo quanto as outras atraídas para o sexo oposto. Está claro, também, que tanto umas quanto outras precisam da graça de Deus para serem salvas. Nenhuma pessoa é agradável a Deus por causa da sua orientação sexual. O apóstolo Paulo escreve: “... não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus.” (Rm 3.23). Todos nós, sejamos pessoas heterossexuais ou homossexuais, somos justificados tão somente pela graça de Deus e pela fé que o Espírito Santo em nós opera.

Como somos justificados? (Rm 5.1)



Ser justificado significa ser feito, em Cristo, inocente, embora pecadores. A grande indagação de Paulo era: “Como pode um ser humano pecador tornar-se justo diante de um Deus santo?”. O que é preciso para tornar esse relacionamento justo?

Se pudéssemos seguir a lei e viver de maneira perfeita, seríamos justos diante de Deus. Mas como podemos fazer isso? Somos escravos do pecado, incapazes de obedecer à lei de Deus!

No entanto, Deus quer ter um relacionamento conosco. Assim, deu os passos necessários para tornar justo esse relacionamento. Em Jesus Cristo ele faz por nós o que jamais poderíamos fazer por nós mesmos: Jesus levou uma vida inteiramente justa – perfeita segundo a lei, em pleno relacionamento com Deus, o Pai. Mais ainda, em Jesus, Deus tomou sobre si todo o castigo que a nossa desobediência merece. Na cruz ele cumpriu tudo o que a justiça exigia. A sua vida foi dada em troca da nossa; o seu sangue pagou o preço da nossa justificação.

Os resultados do sacrifício de Jesus estão pessoalmente disponíveis a nós simplesmente pela fé. Deus fez tudo o que precisava ser feito para nos justificar. Tudo o que nos resta é aceitar a sua graça demonstrada na cruz. Somos justificados quando deixamos de tentar justificar a nós mesmos e dependemos inteiramente da obra consumada de Jesus Cristo.


W. Ximenes